quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Brasil assume-se como a locomotiva e aceita que Portugal entre na primeira carruagem

Os países de língua portuguesa caminham para formar um bloco fechado, nos moldes do Mercosul e União Europeia, com mais de 250 milhões de pessoas, nove regiões demográficas e negócios que chegam a 13 mil milhões de dólares. Quem o diz é o jornal brasileiro “O Povo”, especificando que se trata de “Portugal, Ilha da Madeira, Arquipélago dos Açores, Brasil, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe”.


Assim sendo, e tanto quanto é revelado no artigo de Carlos Henrique Coelho , esses países e regiões preparam-se para acabar com as barreiras económicas e tarifas alfandegárias, libertando o trânsito entre as diferentes nações.

Durante o debate sobre turismo entre países lusófonos, no Brasil, o secretário Bismarck Maia declarou que a união mais forte entre os povos que falam o mesmo idioma seria importante para a logística de negócios e também turística.

"Teríamos um maior relacionamento económico e cultural. Estamos caminhando para que seja criada a comunidade luso-brasileira, mas é preciso antes cuidar das diferenças entre as nações", afirmou Bismarck Maia.

O presidente da Câmara Brasil-Portugal, no Ceará, Jorge Chaskelmann, é partidário da ideia e também acredita que a criação de uma comunidade de países de língua portuguesa precisa, antes de tudo, de um maior equilíbrio entre as nações.

"Não é um processo fácil. Tem que se avaliar o estágio de desenvolvimento de cada país, assim como foi feito na criação da União Europeia", acredita.

Para o representante da companhia aérea Transportes Aéreos Cabo Verde (TACV) o bloco económico será importante para a internacionalização das empresas locais. Ele confirma que já existem conversas internas sobre o assunto. "É preciso trabalhar muito e resolver as diferenças entre os países. Uma forma disto acontecer é através de acções como este encontro em Fortaleza", disse.

Chaskelmann acredita que a comunidade de países lusófonos inicialmente será criada entre Brasil e Portugal. Ele mais uma vez comparou a situação com a criação da União Europeia.

"Assim como na Europa os países mais fortes entraram primeiro, acho que o mesmo acontecerá neste caso", definiu.

Chaskelmann está confiante e afirma que a união é inevitável. "Todos os problemas serão suplantados. Quem imaginava, por exemplo, que países inimigos durante a segunda guerra mundial hoje seriam parceiros num bloco?" questiona em tom de optimismo.

Para Chaskelmann, as negociações para a criação da comunidade lusófona devem ser intensificadas quando os empresários começarem a fazer pressão. "Os políticos só se movimentam após a cobrança de quem roda a economia dos países", diz.

Para finalizar, o presidente da Câmara Brasil-Portugal disse acreditar que ainda falta conhecimento entre os povos e este é o maior obstáculo para a criação do bloco.

"Apesar da língua em comum, são muitas culturas e é necessário um maior envolvimento de todos para que aconteça uma integração", resume.

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