Bissau, 4 nov (Lusa) – O Conselho de Segurança da ONU vai analisar, nesta quinta-feira, o último relatório do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, sobre a Guiné-Bissau, no qual pede aos guineenses para aproveitarem o atual momento de otimismo para melhorar as condições do país.
No último relatório do Conselho de Segurança sobre o país, divulgado na quinta-feira passada, o secretário-geral da ONU considera que "há uma janela de oportunidade na Guiné-Bissau que deve ser aproveitada", e afirma que o país está mais perto da estabilidade política.
Ban elogiou os guineenses pelo "pacífico e bem organizado" processo eleitoral para a Presidência, em junho e julho, que deu a vitória, no segundo turno, a Malam Bacai Sanhá, do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
O secretário-geral da ONU, porém, notou que, frente à abstenção recorde nestas eleições, os líderes políticos da Guiné-Bissau precisam "fomentar o diálogo e a responsabilidade em relação aos eleitores para reforçar a democracia e recuperar a confiança dos cidadãos".
O período em análise no relatório foi dominado pela tensão que se seguiu aos assassinatos do candidato presidencial Baciro Dabó e do ex-ministro da Defesa Hélder Proença, em junho, na véspera do início oficial da campanha eleitoral.
A morte dos dois dirigentes aconteceu depois do assassinato, em março, do presidente João Bernardo "Nino" Vieira e do chefe das Forças Armadas Tagmé Na Waié.
Ban também pediu a conclusão das investigações destes crimes, já que, na opinião do responsável da ONU, isso ajudará "a combater a impunidade e contribuirá para a justiça e a reconciliação nacional".
"Melhorará também a imagem da Guiné-Bissau e restaurará a confiança da comunidade internacional", acrescentou.
O secretário-geral das Nações Unidas garantiu ainda o apoio do Escritório da ONU de Apoio à Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNOGBIS), que, em 1º de janeiro do próximo ano, será substituído pelo Escritório Integrado da ONU de Apoio à Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS).
O novo gabinete será responsável por reforçar a capacidade das instituições nacionais, apoiar a estrutura eficiente das forças de segurança e ajudar a mobilizar a assistência internacional, entre outras coisas.
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