quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

ONU trabalha para Bubo Na Tchuto a abandonar voluntariamente as suas instalações

Contra-Almirante Bubo Na Tchuto

Bissau - O gabinete das Nações Unidas em Bissau informou hoje (quarta-feira) que está a trabalhar para levar o ex-chefe da Armada Bubo Na Tchuto a abandonar "voluntária e pacificamente" as suas instalações onde o oficial está refugiado há mais de uma semana.

Em comunicado distribuído a imprensa, a que a agência Lusa teve acesso, a ONU deu conta de reuniões que se realizaram com as autoridades guineenses e com o próprio militar no sentido de facilitar o diálogo entre as partes.

O comunicado da ONU faz ainda referência a uma reunião realizada segunda-feira nas suas instalações entre Bubo Na Tchuto e uma delegação do governo, liderada pela ministra do Interior, Satu Camará, salientando a "cordialidade" do encontro.


O comunicado é ilustrado com uma fotografia tirada a volta de uma mesa na qual se pode ver Bubo Na Tchuto (trajado a civil) dirigindo-se, num tom explicativo, ao Procurador-Geral da República, Amine Saad.


O gesto mereceu os sorrisos visíveis dos presentes na sala, nomeadamente os ministros da Justiça (Saliu Djaló), do Interior (Satu Camará) e do representante do secretário-geral das Nações Unidas, na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba.

"A atmosfera do dialogo mantido (...) foi muito cordial", lê-se no comunicado da ONU, salientando a satisfação pelo rumo dos acontecimentos.


"As Nações Unidas aprazem-se com este desenvolvimento e mantêm-se firmemente disponíveis para facilitar diálogos adicionais (....) e criarão o caminho para que o contra-almirante deixe voluntária e pacificamente as instalações das Nações-Unidas", diz ainda o comunicado da ONU.


No âmbito das consultas entre as autoridades civis, militares e judiciais que têm estado a decorrer desde que Bubo Na Tchuto regressou ao país, teve lugar hoje mais uma reunião na sede do governo, em Bissau.


A saída do encontro, o ministro da Defesa guineense, Aristides da Silva disse aos jornalistas que "ainda estão a procurar um consenso" para o caso Bubo Na Tchuto.


Questionado sobre se Bubo Na Tchuto se irá manter nas instalações da ONU, Aristides da Silva respondeu que afirmativamente, realçando que enquanto não houver um acordo a situação do militar assim se manterá.


"Estamos num processo de consultas", afirmou o ministro da Defesa. Ao ser perguntado se Na Tchuto vai abandonar o país para um novo exílio ou se se irá manter na Guiné-Bissau, Aristides da Silva defendeu que "os termos do acordo é que irão determinar" o desfecho do caso.

Fontes do governo disseram à Lusa que um princípio do acordo já terá sido alcançado devendo o facto ser comunicado ao país "muito brevemente"

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