quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Portugal ajuda a construir Escola Portuguesa em Guiné-Bissau

Portugal vai ajudar a construir a nova Escola Portuguesa de Bissau, de forma a dotar aquela instituição de infraestruturas de excelência, anunciou hoje o secretário de Estado das Comunidades, António Braga.

“Vamos tentar encontrar uma posição para localizar a escola num terreno que concilie a sua presença com o Centro Cultural do Instituto Camões e espaços como uma biblioteca, uma mediateca, entre outros”, disse o governante, no final de uma visita de dois dias à Mauritânia e à Guiné-Bissau.

De acordo com António Braga, a Escola Portuguesa de Bissau, que comemora este ano o seu 25º. aniversário, “atingiu a lotação máxima”.

Para a construção da nova Escola Portuguesa de Bissau, o Governo vai recorrer ao Fundo da Língua Portuguesa, adiantou o governante.

O secretário de Estado disse ainda que a escola sofrerá uma alteração ao nível da sua organização, deixando de ser uma instituição que tem por base uma associação, para ter uma “modalidade mais profissional”.

“A escola vai ter uma participação do Estado português, do Estado guineense e da associação”, indicou António Braga.

O anúncio da nova Escola Portuguesa de Bissau vem ao encontro de uma ambição antiga dos dirigentes e funcionários da instituição, que se queixam de falta de espaço.

“Temos muitas necessidades. O espaço é uma delas. Precisamos de muito mais espaço. Não temos um jardim ou um parque para os mais pequenos, por exemplo”, disse a coordenadora pedagógica da escola, Crisanta Melo.

Com cerca de 200 alunos, a Escola Portuguesa de Bissau leciona desde o jardim de infância até ao 12º. ano com manuais escolares enviados de Portugal e currículo escolar português.

Dos mais de 30 professores que ensinam na escola, cinco são portugueses, mas para a coordenadora pedagógica deviam ser mais. “É outra das necessidades que temos: precisamos de mais professores portugueses por causa da literatura portuguesa. Os professores guineenses não estão aptos” para ensinar a matéria, afirmou.

Crisanta Melo admitiu ainda que a Escola Portuguesa de Bissau é “muito exigente” para com os alunos, o que lhes chega a ser prejudicial quando concorrem a bolsas de estudo.

“Exigimos muito em relação às outras escolas e uma das nossas preocupações é que, muitas vezes, quando os nossos alunos vão pedir bolsas não conseguem porque as notas são muito inflacionadas nos outros estabelecimentos de ensino”, explicou.

No entanto, essa exigência não impediu que no último ano vários alunos tenham entrado para universidades em Portugal, França, Senegal e Guiné-Bissau.

Afirmando que a Escola Portuguesa tem “muita procura”, a coordenadora pedagógica disse que frequentam o estabelecimento alunos não só portugueses, mas também guineenses e de outras nacionalidades.

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