sábado, 20 de março de 2010

Carlos Gomes Júnior exorta portugueses a investir na Guiné



Em nome da AEP, Paulo Nunes de Almeida mostrou-se receptivo à ideia do “reforço da colaboração” associativa com os empresários guineenses

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau convidou hoje os empresários portugueses a “investir sem receios” e a “contribuir para o desenvolvimento” daquele país africano de língua portuguesa, que acaba de aprovar um novo código do investimento e se prepara para rever a legislação laboral. Carlos Gomes Júnior falava durante uma reunião na Associação Empresarial de Portugal (AEP), onde foi recebido por ocasião da visita oficial que está a fazer ao nosso país, a convite do seu homólogo português, José Sócrates.

No encontro, que contou com a participação dos dirigentes da AEP Paulo Nunes de Almeida (vice-presidente) e Francisco Santos (administrador), do empresário Rodrigo Leite e de representantes do grupos Soares da Costa e da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), assim como de membros do Governo, empresários e dirigentes associativos guineenses, Gomes Júnior mostrou-se “esperançado” nos resultados dos contactos que vem mantendo com autoridades e instituições portuguesas, no intuito assumido de “recuperar a imagem” da Guiné-Bissau e de “aprofundar o relacionamento económico e empresarial” entre os dois países.

A credibilidade internacional, realçou, está a ser “refeita” e a “gestão orçamental rigorosa” que o seu Executivo vem implementando foi já reconhecida em várias instâncias, com “importantes ganhos na frente externa”, a ponto de parte substancial da dívida pública guineense ter sido “perdoada” e o Fundo Monetário Internacional estar receptivo a celebrar com aquele país africano de língua oficial portuguesa um programa de apoio de médio prazo.

Carlos Gomes Júnior descreveu a Guiné-Bissau como um “país de oportunidades” para os empresários portugueses, nomeadamente na agricultura, minas, turismo, banca e indústria agro-alimentar, e que hoje dispõe de “estabilidade política”, com um primeiro-ministro e um Presidente da República oriundos do mesmo partido, o PAIGC. Expressou, por isso, um convite para uma delegação da AEP se deslocar ao seu país para, no terreno, aquilatar das “condições de investimento” e das necessidades locais, que passam também, lembrou, pela educação e formação.

Estes propósitos foram secundados pelo presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura guineense, Braima Camará, que propôs à AEP a celebração de um protocolo de cooperação entre as duas entidades e reiterou o pedido feito anteriormente ao chefe do Governo português, José Sócrates, para que Portugal apoie a construção de um parque industrial na Guiné-Bissau, domínio onde a associação empresarial portuguesa detém um reconhecido know how.

Falando em nome da AEP, Paulo Nunes de Almeida, mostrou-se receptivo à ideia do “reforço da colaboração” associativa com os empresários guineenses e a sua instituição mais representativa e aceitou, logo ali, o convite formulado por Gomes Júnior. Lembrou, a propósito, as prioridades que norteiam actualmente a acção da AEP, que sintetizou na trilogia “formação, informação e internacionalização”, e reiterou o “compromisso institucional” da associação em “fortalecer e alargar” o relacionamento entre associações e empresários da Comunidade de Países de Língua Portuguesa

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