quinta-feira, 25 de março de 2010

Guiné-Bissau não vai cometer os erros de outros países africanos na indústria extractiva, diz PM


A Guiné-Bissau não tem razão para cometer os erros involuntários cometidos por outros países devido aos cuidados que está a ter com a exploração dos seus recursos minerais, afirma o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.

O chefe do Governo guineense defendeu esta ideia ao discursar na abertura da conferência nacional sobre a "Indústria Extractiva e Desenvolvimento Durável", que decorre até sexta-feira em Bissau, juntando 150 especialistas.

"O sector geomineiro encontra-se ainda numa fase embrionária, mas com boas perspectivas de uma nova fase do seu desenvolvimento com a produção dos fosfatos de Farim, bauxite em Boé, elminite em São Domingos e petróleo na zona insular do país", disse Carlos Gomes Júnior.

"Tendo em conta as tecnologias hoje existentes, meios e ferramentas para a monitorização e gestão ambiental, os procedimentos encetados pela Guiné-Bissau, os compromissos no âmbito da iniciativa transparência na indústria extractiva, o país não tem razão para cometer os erros involuntários de outros países africanos". O primeiro-ministro guineense defendeu contudo que o país deve ter sempre em linha de conta os resultados dos estudos do impacto ambiental e mais tarde proceder a uma distribuição justa dos recursos financeiros provenientes da exploração mineira.

"Em muitos países os fundos provenientes da indústria extractiva, nomeadamente petróleo, gás natural e outros recursos naturais, não tiveram uma boa aplicação em benefício da população local, gerando mais pobreza, conflito e corrupção", sublinhou Carlos Gomes Júnior.

"A maximização e a distribuição equitativa dos recursos provenientes da indústria extractiva constituem um desafio nobre do meu Governo", declarou o primeiro ministro, salientando ainda que tudo terá de ser feito dentro dos critérios da transparência e rigor.

"Nenhuma civilização se pode dar ao luxo de deixar de lado os benefícios da indústria extractiva, sobretudo quando se pensa na melhoria na qualidade de vida das populações nas suas necessidades básicas", disse Gomes Júnior.

Sem avançar dados, o chefe do governo guineense afirmou que a economia do país, assim como a sobrevivência da maioria da população, dependem dos recursos naturais e da biodiversidade, pelo que assinalou ser fundamental uma exploração racional de qualquer recurso natural.

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