domingo, 21 de março de 2010

TESE reabilita abastecimento de água em Bafatá, só 20 por cento da população tem acesso




Lisboa - No dia em que se celebra o Dia Mundial da Água (segunda feira), vai ser lançado um projecto de "reabilitação do sistema de abastecimento" deste recurso em Bafatá, na Guiné-Bissau.

O projecto "Bafatá Misti Iagu" (Bafatá quer água, em crioulo), lançado pelo programa Engenheiros Sem Fronteiras, da TESE, organização não governamental (ONG) portuguesa, vai permitir o acesso a água potável a mais 15 mil pessoas naquela cidade.

João Rabaça, coordenador geral do projecto, com duração de 30 meses, explicou que o objectivo é "fazer uma reabilitação do sistema de abastecimento [de água] da cidade de Bafatá, que tem cerca de 30 mil habitantes, e montar um sistema para a gestão do abastecimento que permita às instituições que estão no país ter essas competências, para que o abastecimento seja sustentável a prazo em termos materiais e financeiros".

O coordenador geral da iniciativa - que será lançada na segunda feira - adiantou ainda que "o projecto vai directamente aumentar em mais 15 mil as pessoas com acesso a água de qualidade", o que permite "passar da situação actual, onde apenas 20 por cento da população tem acesso a uma fonte de água potável, para uma situação em que 70 por cento da população da cidade terá acesso".

Em comunicado, a TESE refere ainda que o programa "Bafatá Misti Iagu" vai "assegurar a distribuição de água sete dias por semana", sendo que actualmente isso acontece apenas duas vezes por semana.

O programa pretende ainda "contribuir para a melhoria da situação de vida" e para o cumprimento de alguns Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, como "a erradicação da pobreza extrema e da fome", a "redução da mortalidade infantil" e a "garantia da sustentabilidade ambiental na Guiné-Bissau".

A sensibilização da população de Bafatá está também nos objectivos desta iniciativa.

João Rabaça referiu que o projecto "terá uma componente de sensibilização das pessoas muito em torno da questão da higiene e da boa utilização da água, porque é sabido que uma das actuações com maior impacto na saúde é a boa utilização da água e da higiene".

"O simples facto de lavar correctamente as mãos com água ou com água e sabão, desde que haja água, e passará a haver, é uma das medidas mais vantajosas em termos da redução dos problemas da saúde: diarreias, mortes de crianças", explicou.

Com um custo total de 447 909 euros, a iniciativa será financiada pela Comissão Europeia (324 786 euros), pelo Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (93 123 euros), pelo Ministério da Energia e Recursos Naturais da Guiné-Bissau (24 mil euros) e pela TESE (seis mil euros).

A TESE - Associação para o Desenvolvimento foi criada em 2002 e tem como missão promover a inovação e o desenvolvimento social, a qualidade de vida e a igualdade de oportunidades em Portugal e em países em desenvolvimento.

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