sexta-feira, 23 de abril de 2010

Samba Djaló poderá colaborar na incriminação de Zamora Induta


Bissau - A Comissão de Audição do Estado Maior Guineense, constituída no seguimento das movimentações militares de 01 de Abril lideradas por António Indjai, começaram já a ouvir o CEMGFA Zamora Induta e Samba Djaló, director da secreta militar.

Induta, principal alvo das acusações feitas por António Indjai, mantém-se ainda no quartel de Mansoa, base dos revoltosos no interior do país. Apesar dos apelos da Liga Guineense dos Direitos Humanos, alertando para o débil estado de saúde e a necessidade urgente de tratamentos médicos ao ainda CEMGFA, Indjai tem vindo a manter a postura de recusar quaisquer cedências. O novo homem forte da Guiné-Bissau terá mesmo dado ordens para se proceder à proibição absoluta de quaisquer visitas.

Samba Djaló, também ele inicialmente detido em Mansoa, foi já transferido para a prisão da Base Aérea de Bissalanca, em Bissau, no que está a ser entendido como um «prémio» depois do director da secreta militar Dinfosemil ter, aparentemente, aceitado colaborar com a Comissão de Audição. Fontes do Estado Maior afirmaram que «Samba Djaló foi sujeito a interrogatórios bastante mais duros do que os sofridos por Zamora Induta e terá sido essa a razão para que tenha decidido colaborar». Djaló terá, no seguimento destes interrogatórios, sido alvo de tratamento médico no Hospital Militar de Bissau.

As mesmas fontes referem que a estratégia de António Indjai é a instrumentalização de Samba Djaló, utilizando os testemunhos obtidos deste através dos «interrogatórios bastante duros» a que foi sujeito, para a incriminação de Zamora Induta nos vários crimes de que é acusado.

António Indjai, líder das movimentações militares de 01 de Abril, foi um dos principais implicados no caso de narcotráfico ocorrido em Cufar no início de Março, caso que terá levado, mesmo, à assinatura de uma confissão de culpa por parte do vice-CEMGFA.

Sobre esta confissão de envolvimento, como sobre as suspeitas de tortura exercidas contra Zamora Induta e Samba Djaló, o Presidente da República Malam Bacai Sanhá mantêm-se no silêncio.

(c) PNN Portuguese News Network

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