segunda-feira, 12 de abril de 2010

Exército espera conhecer oficialmente o novo chefe

Bissau - Exército da Guiné-Bissau, cujo chefe foi derrubado a 01 Abril pelo seu adjunto, espera conhecer oficialmente o nome do seu novo "patrão" que deve ser anunciado pelo Presidente Malam Bacaï Sanha.

Este último "golpe" no seio do exército ocorre há pouco mais de um ano após o duplo assassinato, em Março de 2009, do chefe de Estado-maior general Batista Tagmé Na Wai e do Presidente da República, Joao Bernardo Vieira.

Na manhã de 01 Abril, o chefe de Cstado-maior do exército, o general José Zamora Induta, foi preso em sua casa por militares e continua actualmente detido numa caserna em Mansoa (60 Km a norte de Bissau).

O seu adjunto, o general Antonio Indjai, 48 anos, auto-proclamou-se chefe de Estado-maior.

No mesmo dia, os mutins provocaram a detenção, e mesmo ameaçaram de morte, o Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, próximo do general Induta.

Seguidamente tudo se calmou oficialmente. E, actualmente, o exército continua a espera.

"Para nós, Indjai não é ainda o chefe de estado-major" , sublinha um oficial superior interrogado pela AFP, "porque de acordo com a Constituição, é o governo que propõe o chefe do Estado-maior e é o Presidente que o nomeia por decreto".

Segundo diferentes fontes contactadas em Bissau, os nomes de oficiais veteranos da "guerra de libertação" (contra os colonos portugueses, 1962-1973) foram propostos à presidência. O nome do ex-ministro dos Antigos Combatentes, o general Botana Mbatcha, é um dos mais frequentemente evocados.

Por outro lado, novas detenções tiveram lugar domingo no exército. “Três oficiais foram presos por militaires", reportou o presidente da Liga dos direitos humanos (LDH) em Bissau, Luís Vaz Martins, interrogado pela AFP.

Para si, "trata-se de uma espécie de caça às bruxas, dos homens fortes de hoje tentando regular as suas contas com os seus detractores".

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