sexta-feira, 16 de abril de 2010

Guiné-Bissau analisa "causas profundas" dos últimos acontecimentos


A reunião entre o Presidente da Guiné-Bissau, o primeiro ministro e as chefias militares serviu para analisar as "causas profundas" dos acontecimentos que têm marcado o país, disse esta quinta-feira o porta-voz da presidência guineense. Agnelo Regala, informou também que o estado de saúde do almirante Zamora Induta, detido no quartel de Mansoa, "não exige cuidados particulares".

"Esta reunião foi convocada pelo Presidente da República para uma análise das causas profundas, não só dos acontecimentos de 01 de abril, mas também de outros acontecimentos de anteriores", afirmou Agnelo Regala.

"Isto derivado da preocupação que existe no país da necessidade de uma estabilização definitiva do sector militar, que garanta uma estabilização do próprio país para que se possa orientar rumo ao desenvolvimento", sublinhou.

"Portanto, não era uma reunião que prometesse trazer conclusões, permitiu sim uma troca de pontos de vista, diagnosticar a situação dos militares, sobretudo nas unidades militares, entender, ouvir um pouco daquilo que são as suas queixas e as suas necessidades", acrescentou.

Segundo o porta-voz da presidência, a ideia chave que ficou assente na reunião foi a necessidade de se dialogar.

"Para que todas as questões passem a ser resolvidas na base do diálogo. O diálogo é o único caminho correto para a resolução dos problemas do nosso país", disse.

O porta-voz disse também que Malam Bacai Sanhá lançou um apelo para as chefias militares e governo fazerem voltar a Bissau todos os militares e políticos que estão fora.

"Apelou aos militares para que convidem os militares que estão fora, aqueles que estão em Bissau mas fora das estruturas militares na sequência dos diferentes levantamentos e incidentes que ocorreram, e também aqueles que se encontram no estrangeiro para regressarem ao país e ingressarem nas respetivas instituições militares", explicou.

"Houve também um apelo ao governo para que o mesmo acontecesse com os políticos que se encontram fora", referiu.

"Quem tiver de responder à justiça por eventuais crimes que tenha cometido, o problema já será seu, mas aquilo que é necessário, acentuou o Presidente da República, é que haja diálogo, que haja entendimento porque essa é a única via para a estabilidade do país, para o desenvolvimento", concluiu.

Almirante Zamora Induta bem de saúde

"Foi apresentado um relatório da equipa médica que se deslocou ao quartel de Mansoa, onde se encontra detido o almirante Zamora Induta, que dá conta de que o seu estado de saúde não é grave, não exige cuidados particulares", afirmou Agnelo Regala.

Zamora Induta "encontra-se bem de saúde e essa equipa foi constituída por médicos militares e por um médico indigitado pelo Ministério Público", acrescentou.

Segundo o porta-voz da presidência, o "problema do almirante Zamora Induta será conduzido em conformidade com as regras e preceitos judiciais e será remetido ao tribunal superior militar, que julga os oficiais superiores militares" da Guiné-Bissau.

Novas chefias militares

Em relação às novas chefias, Agnelo Regala explicou que "a reunião não foi convocada para o efeito e a seu devido tempo o assunto será analisada em conformidade com os preceitos constitucionais e legais".

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