domingo, 30 de maio de 2010

Carlos Gomes Júnior volta a Bissau apesar das ameaças de morte


Chefe do Governo guineense aguarda apenas que Presidente regresse ao país.
O primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, prepara o regresso a Bissau no mais curto espaço de tempo possível, ainda que a sua vida possa estar em risco, soube-se de fonte próxima do líder do PAIGC.

Para o chefe do Governo é fundamental restabelecer a legalidade e normal funcionamento das instituições, em causa desde a movimentação militar de 1 de Abril protagonizada pelo vice-chefe do Estado-Maior, António Indjai, e pelo ex-chefe do Estado-Maior da Marinha Américo Bubo Na Tchuto. Neste sentido, Gomes Júnior considera insustentável a sua ausência, em especial atendendo ao grau de aceitação e adesão popular que a sua personalidade e o seu Governo têm entre os guineenses.

O chefe do Governo aguarda o regresso do Presidente Malam Bacai Sanhá, que participa na cimeira África-França e efectua exames num hospital de Paris, para também ele voltar a Bissau.

Quanto ao clima de intimidação vivido na Guiné-Bissau recorde-se que António Indjai, em mais de uma circunstância desde 1 de Abril, proferiu declarações em que, de forma nem sempre discreta, deixou implícitas ameaças à segurança física de Gomes Júnior.

Notícias surgidas em alguns media africanos sugerem, por outro lado, estar em curso uma campanha contra o chefe do Governo, procurando ligá-lo à morte de Nino Vieira ou de anteriores chefes militares. O que poderia ser usado como pretexto para a sua detenção, uma vez regressado a Bissau.

O ataque à sede do jornal Diário Bissau a 15 de Maio, na presença de forças da polícia, após a publicação de um texto sobre o narcotráfico no país, e a multiplicação das acções deste sector nas últimas semanas, estão a ser vistos como evidência da degradação das condições de segurança na Guiné.

Fonte diplomática explicou que representantes africanos e europeus têm feito sentir a Bacai Sanhá a absoluta necessidade de trabalhar para a normalização e estabilidade do país. Nesse sentido, Bacai Sanhá não pode pactuar com o clima de intimidação que força o chefe do Governo a permanecer no exterior, não pode aceitar a detenção indefinida do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Zamora Induta, num contexto de ameaças de morte recorrentes, ou permitir que Indjai e Na Tchuto ocupem qualquer posição oficial.

É entendimento dominante nos países vizinhos, segundo fontes diplomáticas envolvidas nos contactos, que deve ser reposto o quadro político anterior a 1 de Abril. Note-se que para esta data, recordou um elemento próximo de Gomes Júnior, este iria aprovar nova legislação para as forças armadas, em que se extinguia o cargo de vice-chefe do Estado-Maior, ocupado por Indjai, e se contemplava a desmobilização de parte dos efectivos.

Nos contactos com a ONU e com a União Europeia, o Governo de Bissau tem defendido o patamar de 3500 efectivos como o nível adequado para as exigências do país. E Gomes Júnior já fez saber que, ao regressar, tenciona concretizar esta

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