quinta-feira, 24 de junho de 2010

Praia discute alargamento da plataforma continental

Praia - O segundo atelier sobre o alargamento da plataforma de continente entre hoje~(quarta-feira) no seu último dia de trabalho, mas falta ainda consenso entre os seis países africanos participantes.


Com duração de dois dias termina hoje, na ilha de S.Vicente, o segundo atelier sobre o alargamento da plataforma continental para além das 200 milhas com os representantes de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Conakry, Gâmbia, Senegal e Mauritânia e da Noruega.

A reunião não tem sido, no entanto, fácil, tendo em conta os interesses em jogo.

No primeiro dia dos trabalhos, iniciados terça-feira, verificou-se que o consenso entre as partes estava a revelar-se difícil.

Em causa estava sobretudo a definição dos termos em que devem acontecer os estudos científicos, a cargo da Noruega, com vista a suportar as pretensões de cada um daqueles seis países representados no encontro do Mindelo.

Segundo o director dos Assuntos Globais dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Carlos Semedo, a Noruega defende a definição prévia de uma base comum de entendimento com o conjunto dos referidos países da África Ocidental e só depois avançar com os estudos, propriamente, conforme o defendido pelas Nações Unidas.

“Porque a ideia é termos um acordo entre os seis países que permita que quando vierem os barcos que façam o levantamento dos dados sísmicos ou hidrográficos, já possam fazer-se um trabalho válido para os seis estados.”

Mas para isso, diz ainda aquele diplomata cabo-verdiano, impõe-se que os próprios seis países da África ocidental cheguem a um entendimento, o que não se tem revelado fácil.

“E há outras questões de fundo. No quadro da nossa sub-região há outros aspectos, como o da delimitação de fronteira marítimas, que ainda não estão clarificados e a Noruega quer salvaguardar esses aspectos no acordo de modo a que tenha o consenso dos países.”

O alargamento para além das 200 milhas das zonas exclusivas é uma possibilidade admitida pelas Nações Unidas, desde que cada país interessado consiga comprovar através de meios técnicos que os novos domínios que reivindica são um prolongamento natural do seu actual território marinho.

Tal possibilidade despoletou na prática uma nova corrida ao mar, tendo em contas riquezas haliêuticas e minerais que cada país poderá obter a partir desse alargamento.

Detentora de alta tecnologia neste domínio, e tendo em conta os elevados custos das investigações, a Noruega é um dos países que já se disponibilizou a colaborar com Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Conakry, Gâmbia, Senegal e Mauritânia neste capítulo.

Mas para isso impõe-se os referidos países da África Ocidental se ponham acordo em algumas questões prévias que o atelier do Mindelo, que hoje termina, pretende definir.

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