terça-feira, 20 de julho de 2010

Comerciante português condecorado pelos militares guineenses

O comerciante português Manuel Santos, residente há mais de 40 anos na Guiné-Bissau, onde é conhecido como “Manel Tuga”, foi hoje condecorado pelas Forças Armadas guineenses em reconhecimento “pelos excelentes laços de amizade” que sempre manteve com os militares.


A condecoração, que consiste na entrega simbólica de um pano tradicional da Guiné-Bissau, foi feita ao comerciante Manel Tuga no âmbito das comemorações do 25º aniversário da criação do regimento dos Comandos, hoje assinalado na base aérea em Bissalanca, arredores de Bissau.

Após receber o pano, normalmente utilizado para agraciar hospedes e ilustres personalidades que visitam a Guiné-Bissau e visivelmente emocionado, Manuel Santos disse que nem ele mesmo sabe porque mereceu “tanta honra dos militares”.

“Mas, essa juventude é que sabe porque decidiu fazer-me isto”, declarou Manel Tuga. Quando lhe foi colocado o pano a tiracolo, todos os presentes na cerimónia, entre os quais o Chefe das Forças Armadas guineenses, o tenente-general António Indjai, se puseram de pé batendo palmas.

“Temos tido um relacionamento muito bom”, afirmou o comerciante que vive há mais de 40 anos na região de Quinhamel.

Confrontado com o facto de muitos militares se terem referido à sua pessoa como sendo um “homem bom”, Manuel Santos disse que não pode negar que tem ajudado os militares dentro das suas possibilidades.

“Sabe que, às vezes, com as dificuldades, a gente vai ajudando dentro das nossas possibilidades”, disse o comerciante, agricultor e industrial que vive na Guiné-Bissau desde 1962, altura em que veio cumprir o serviço militar.

“Fiquei um bocado sensibilizado, porque eu fui militar há 40 e tal anos. É um dia especial para mim. Senti mesmo como um militar”, afirmou Manuel Santos, para quem o gesto é um reconhecimento dos seus camaradas.

“Ao fim e ao cabo é um reconhecimento dos meus camaradas. Mas, é uma juventude boa, esta gente”, considerou, sublinhando que irá guardar o pano com que foi homenageado.

“É uma relíquia, uma lembrança”, disse Manuel Santos.

O regimento dos Comandos, considerado força de elite na Guiné-Bissau, foi formado com o regresso ao país dos primeiros elementos que receberam formação em Portugal em 1985.

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