sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Liga dos Direitos Humanos concorda com vinda de força de estabilizaçao

Bissau - A Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau diz estar a favor da vinda de uma força de estabilização, porque o país tem os paradigmas de um Estado frágil, onde há insubordinação das forças armadas ao poder civil e ainda sinais do narcotráfico, noticia hoje (quinta-feira) a LUSA.

A posição da Liga está contida em comunicado de imprensa distribuído hoje em Bissau e a que a agência Lusa teve acesso.

No documento, a organização afirma que, desde a guerra civil, de 1998, os alicerces do Estado da Guiné-Bissau ficaram seriamente abalados, facto provado com os assassínios dos três chefes das Forças Armadas, dois golpes de Estado, assassínio de um Presidente da República e de vários oficiais militares e dirigentes políticos.

A juntar a todos esses factores, a Liga aponta ainda o narcotráfico como uma das razões que poderiam justificar a vinda de uma força de estabilização.

"Estes factores vulnerabilizaram por completo as instituições democráticas e, consequentemente, a afirmação da autoridade do Estado, suplantando todos os valores estruturantes do Estado de direito e princípios democráticos", lê-se ainda no comunicado.

Para a Liga existem quatro razões fundamentais que ainda poderiam ser apresentadas por si só para justificar a presença de uma força de estabilização, são nomeadamente, a permanente insubordinação das forças armadas ao poder civil, as constantes subversões da ordem constitucional e democrática, assassínios de figuras políticas e militares.

O último tem a ver com o recuo da comunidade internacional na assistência ao país, devido à sistemática violação dos Direitos Humanos.

A Liga diz-se pronta para se associar às autoridades legítimas na defesa da vinda de uma força de estabilização e apela aos guineenses para se mobilizarem em torno da iniciativa lançada pelo Presidente Malam Bacai Sanhá, a quem a organização felicita pela coragem.

A organização pede, no entanto, ao Chefe de Estado guineense que siga os preceitos constitucionais e envolva todos os actores do país antes de uma decisão final sobre o assunto.

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