domingo, 29 de agosto de 2010

Casa da Guiné-Bissau quer consulado em Coimbra (PROBLEMA DA SEDE RESOLVIDO)

Noticia do Diário de Coimbra

Escrito por Ana Margalho

A direcção da Casa da Guiné-Bissau está a desenvolver esforços para que seja aberto em Coimbra um consulado daquele país africano, de modo a minimizar as despesas de deslocação dos muitos guineenses residentes no concelho e por toda a região Centro a Lisboa ou ao Porto para tratar de assuntos burocráticos.

«Sempre que precisamos de tratar de papéis, sejam quais forem, temos de nos deslocar a Lisboa ou ao Porto e acarretar com as despesas», queixou-se ao Diário de Coimbra Quecuta Manafá, adiantando que o processo, que passa pela Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal e pelo Governo guineense, conta com o apoio de Fernando Ferreira, membro da Associação Memórias e Gentes que, todos os anos, organiza a expedição à Guiné e será, portanto, «o melhor intermediário» nas negociações com as autoridades.

Presidente da Casa da Guiné-Bissau em Coimbra há um mês, apesar de ter estado na origem da criação da instituição, há cerca de dois anos, Quecuta Manafá está esperançado de que esta ambição poderá ser concretizada, até porque, como sublinhou, não seriam só os guineenses a residir em Coimbra, mas os de toda a região Centro, os beneficiados com a instalação de um consulado na cidade.

Neste momento, o número de naturais da Guiné-Bissau a residir em Coimbra é desconhecido. «Estima-se que sejam acima de 200, mas não há qualquer certeza», continuou o responsável, apontando o recenseamento dos guineenses como um dos grandes objectivos da direcção que dirige. «É muito importante este trabalho, para termos noção da realidade e também para angariarmos sócios», adiantou Quecuta Manafá, apontando o próximo mês de Setembro como o de arranque deste trabalho.


Nova sede facilita trabalho


«Estamos a dar os primeiros passos», recordou o presidente, consciente de que será um processo moroso, que passará pela divulgação em instituições como a Segurança Social, o SEF ou o Centro de Emprego, mas também na RTP e RDP África. «É a forma de chegarmos mais rapidamente a eles», continuou. Para isso, contribuirá também a mais recente conquista da Casa da Guiné-Bissau em Coimbra: uma sede física, onde desenvolver actividades.
Depois de dois anos com material da instituição espalhado por vários edifícios, a reunir em casa de elementos da direcção ou, mais recentemente, no Grupo Recreativo de Montes Claros que, de acordo com Quecuta Manafá, «tem apadrinhado» a actividade da instituição, o Sport Conimbricense está a negociar com a nova direcção da Casa da Guiné-Bissau em Coimbra a instalação da sede no seu espaço, situado na Rua Simões de Castro, na Baixa de Coimbra.

«É certo que nos mudaremos para lá brevemente», confirmou, garantindo que só agora, mesmo que a Casa da Guiné-Bissau tenha sido criada em 2008, «sem um espaço físico, tem sido quase impossível trabalhar», afirmou o presidente, acreditando que agora será possível conhecer e juntar a comunidade guineense a residir em Coimbra, que se divide entre os estudantes universitários e os que já integraram o mercado de trabalho. Também para a conquista da sede, como sublinhou Manafá, a instituição contou com o apoio de Fernando Ferreira, que tem sido um verdadeiro “braço direito” da nova direcção, que está agora empenhada na organização das comemorações dos 36 anos da independência de Guiné-Bissau, celebrados a 24 de Setembro (ver caixilho).


Comemorar independência e mostrar o lado bom da Guiné


«Guiné-Bissau é um país viável». É para provar isso mesmo, dando a conhecer «o lado bom, da esperança» deste país africano que a Casa da Guiné-Bissau em Coimbra, em colaboração com a Associação Saúde em Português, está a organizar, entre os dias 20 e 25 de Setembro, um intenso programa de actividades no âmbito das comemorações do 36.º aniversário da independência da Guiné-Bissau.
Um seminário, com personalidades representativas da sociedade portuguesa e guineense, será o ponto alto das comemorações, permitindo debater as áreas fundamentais das relações de cooperação entre Portugal e Guiné-Bissau, nomeadamente a saúde, educação, cultura e desporto.


Não se fica, no entanto, pelo debate e a discussão da actualidade guineense o programa das comemorações. Já na próxima segunda-feira será inaugurada uma exposição de pintura, artesanato, fotografia e artes plásticas de artistas da Guiné-Bissau, que estará patente até ao dia 25 de Setembro. Para quem gosta de conhecer a gastronomia de outros povos está prevista, entre os dias 20 e 25 do próximo mês, uma Mostra da Gastronomia que, a partir das 19h00, transportará as pessoas que se deslocarem às cantinas da UC numa viagem pelos sabores guineenses.

No dia 24 de Setembro, no final do seminário, será realizado um sarau cultural com a actuação de um Grupo de Dança de Crianças “Mon Na Mon” de Aveiro, a apresentação de peças de teatro, danças modernas do kuduro, a actuação de artistas guineenses de reconhecido mérito internacional, entre outros. A entrada no sarau terá um preço simbólico e a receita reverterá para a Saúde em Português e para a Casa da Guiné-Bissau em Coimbra.

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