segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Geocapital e angolanos do BPA parceiros na banca da Guiné-Bissau

Macau, China, 10 Jan - A Geocapital, sociedade gestora de participações sociais ligada ao magnata do jogo de Macau Stanley Ho, vai associar-se aos angolanos do Banco Privado Atlântico na actividade bancária na Guiné-Bissau.


De acordo com a “newsletter” África Monitor, o Banco Privado Atlântico (BPA), entidade bancária controlada pela petrolífera Sonangol, prepara-se para entrar no capital do Banco da África Ocidental (BAO) da Guiné-Bissau, através da aquisição de parte da participação da Geocapital.


Actualmente, a Geocapital detém o controlo do Banco da África Ocidental, com 44 por cento, podendo a entrada do BPA na instituição guineense ocorrer através por um aumento de capital ou por cedência directa de parte da participação da Geocapital.
O BAO anunciou em 2010 planos para aumentar o seu capital social para cerca de 8 milhões de euros, cinco vezes mais do que actualmente, e para expandir-se através da abertura de novas agências no país.


Os restantes accionistas do banco guineense são o Banco Efisa, 15 por cento, e vários pequenos investidores guineenses.


A Geocapital tem interesses indirectos no BPA, através da Geopactum, uma “holding” em que participam empresas do sector financeiro da Sonangol, que controla o banco.


A parceria entre a Geocapital e a petrolífera estatal angolana Sonangol foi concretizada no final de 2008.


Recentemente, a Geocapital alienou a favor dos portugueses do Banco Espírito Santo 25,1 por cento da participação de 49 por cento que detinha no Moza Banco, em Moçambique.


Está também a começar o processo de integração dos bancos que tem vindo a adquirir nos países africanos de língua portuguesa, começando pelo BAO e Caixa Económica, de Cabo Verde.


A operação do BAO surge numa altura em que estão em plano ascendente as relações económicas entre Angola e a Guiné-Bissau.
Angola concedeu recentemente à Guiné-Bissau um apoio orçamental de 12 milhões de dólares, uma linha de crédito de 25 milhões de dólares, a ser utilizada para apoiar iniciativas de empresários dos dois países que pretendam investir na Guiné-Bissau, e o perdão da dívida guineense.


Os dois países têm vindo a tentar reactivar o projecto de exploração mineral de bauxite no Boé, uma extensão das jazidas de Boké na Guiné-Conakry, melhoria do porto de Buba e do caminho-de-ferro.
Estes projectos, noticiou a “newsletter” África Monitor, poderão contar em breve com uma participação de empresas chinesas, chamadas a dinamizar as sociedades responsáveis.


A empresa mineira chinesa Chinalco é das mais activas na região na procura de bauxite, a matéria-prima básica para a produção de alumínio, mantendo inclusivamente uma disputa por concessões com a brasileira Vale, nomeadamente na vizinha Guiné-Conakry.


De acordo com a África Monitor, a sociedade Bauxite Angola tem actualmente 90 por cento de capital angolano e 10 por cento de investidores públicos e privados guineenses.


Encarregue da construção do porto de Buba e respectivas ligações rodoviárias e ferroviárias está a Asprebras, consórcio constituído entre a brasileira Odebrecht e empresas angolanas. (macauhub)

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