segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mutilação genital feminina não está no Corão, lembra imã de Bissau

O imã Nfali Cote, da mesquita de Bissau, afirmou hoje, domingo, no Parlamento da Guiné-Bissau que a mutilação genital feminina não está prevista no Corão e, por isso, é errado associar o fenómeno à religião islâmica.

O imã Coté falou na sessão solene das comemorações do Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina (MGF) que na Guiné-Bissau atinge cerca de 49%.

"É falso que o Corão tenha previsto que se faça o 'fanado' às mulheres. Eu não vi isso em parte alguma", disse o imã Nfali Coté, falando em nome dos líderes religiosos convidados por um grupo de organizações não-governamentais que lutam contra a excisão na Guiné-Bissau.

O "fanado" é o nome pelo qual a excisão é mais conhecida entre a população guineense.

Também expressando repúdio contra o acto, Nhima Corobó, uma ex-praticante do 'fanado', disse que "é chegada a hora" de as 'fanatecas' deixarem essa prática que "tantos males tem causado à vida das mulheres" guineenses.

"Há dez anos que deixei de praticar o 'fanado', mas muitas das 'fanatecas' ainda fazem essa prática. O Estado devia impor leis para proibir, de facto, essa prática", defendeu Nhima Corobó.

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