segunda-feira, 30 de maio de 2011

Reconcialiação nacional passa pela justiça - vice-presidente da Assembleia Nacional

Lisboa, 29 mai (Lusa) -- O vice-presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissar, Manuel Serifo Nhamadjo, afirmou hoje que a reconciliação nacional do país passa por "fazer justiça" que é "a grande questão" sobre a qual se decidirá em setembro.

O parlamentar que falava em Lisboa à margem da Conferência da Diáspora da Europa a decorrer em Lisboa na Faculdade de Direito, referia-se à Conferência de Reconciliação Nacional da Guiné-Bissau que terá lugar em setembro, em Bissau.

Questionado pela Lusa se seria possível haver reconciliação sem justiça, o parlamentar, que é o organizador da conferência de reconciliação da diáspora respondeu: "Não é possível haver reconciliação sem justiça, tudo tem de assentar na justiça".

"Para se perdoar há que fazer o julgamento para que a pessoa possa confessar a culpa dos erros cometidos e o lesado possa perdoar", acrescentou.

"Tudo deve passar pela justiça, mas como? É essa a grande questão. Como fazer essa justiça e a partir de quando?", referiu o parlamentar.

Serifo Nhamadjo afirmou que há vários modelos que podem inspirar a Guiné-Bissau, nomeadamente o sul-africano, o do Ruanda, Mali ou Benim que "vão ser equacionados com vista a alcançar um modelo próprio para a Guiné-Bissau".

No tocante à conferência da diáspora europeia a decorrer em Lisboa, Serifo Nhamadjo afirmou ter "percebido haver uma verdadeira vontade de reconciliação".

"As reflexões produzidas tendem a concentrar-se na boa governação, nos valores da família e da democracia", disse.

"A reforma das forças armadas e da administração pública, adequando o aparelho à realidade do país", foi também uma das preocupações expressas pela diáspora guineense na Europa, segundo o responsável.

Os guineenses a viverem na Europa que hoje se reuniram em Lisboa, querem também "uma mudança da imagem e a afirmação da Guiné-Bissau na cena internacional", disse.

A reunião de Lisboa segue-se a outras reuniões de conciliação quer sectoriais na Guiné-Bissau como as de segurança, quer a da diáspora africana que aconteceu em Dacar.

Segundo Manuel Serifo Nhamadjo calcula-se que vivam fora da Guiné-Bissau "entre 50 e 70 mil guineenses". Na Conferência de reconciliação que acontecerá em setembro deverão participar 30 representantes de cada uma das diásporas.

NL.

Lusa/Fim

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