sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Presidente da República adverte Ministro do Interior

Bissau – O Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, aconselhou o Ministro do Interior sobre a necessidade de pôr ordem e disciplina na via pública.

A chamada de atenção do chefe do Estado guineense foi anunciada pelo próprio responsável máximo do Ministério do Interior, Fernando Gomes, num encontro, esta quinta-feira, 29 de Setembro, com corpo dos efectivos da Policia de Transito em Bissau, no âmbito de um périplo que ele fez nas unidades de polícias na capital.


Neste encontro, o titular da pasta do Interior, determinou que, daqui para a frente, a ordem vai prevalecer nas vias públicas.


«Ontem, o Presidente da República chamou-me a atenção no aeroporto, dizendo que era necessário pôr ordem nas estradas. Eu também aproveito esta oportunidade para vos alertar», referiu Fernando Gomes.


O governante sublinhou que, se esta norma for violada, será necessário tomar medidas contra os infractores.


Sobre os agentes da polícia que se aproveitam de certas situações para extorquir bens aos condutores sem orientações dos seus superiores hierárquicos, Fernando Gomes determinou o fim desta prática.


Dirigindo-se aos condutores que infringem as leis, ordenou a aplicação de medidas severas, de forma a manter ordem e disciplina na via pública.


Sobre a circulação de viaturas sem as chapas de matrículas, Fernando Gomes disse também que passará a ser proibida: «Se viatura do Presidente da Republica é dotada de uma chapa de matrícula, os restantes cidadãos terão que seguir o exemplo.


Nesta conformidade, ele destacou que, nos próximos dias, vai ser determinado o tempo limite através de um despacho, para que as pessoas nesta situação possam legalizar-se, em termos de aquisição de matrículas para suas viaturas.


Quanto à questão de patrulha, este responsável reconheceu a falta de meios de transporte que os agentes do Ministério do Interior têm enfrentado no combate à criminalidade. Contudo, disse acreditar que esta situação venha a ser resolvida.


A nível do seu gabinete, Fernando Gomes avisou que os casos de intriga serão devidamente denunciados por si mesmo, por forma a evitar especulações e informações erradas na instituição.
Neste encontro ele falou sobre a reforma em curso no sector de segurança, bem como a necessidade de dignificação dos agentes da polícia.


Durante a conversa, o novo titular da pasta do Interior revelou que, aquando da visita do Vice-presidente da África do Sul à Guiné-Bissau, tinha observado um agente da polícia sentado quando a comitiva passava em Bissau.


A mesma ocasião serviu ainda para visitar a Brigada da Policia de Intervenção Rápida, onde constatou a situação que esta corporação enfrenta, destacando igualmente o empenho de todos.


Em relação ao alegado envolvimento de alguns elementos desta unidade nas burlas, subornos e actos de detenção arbitrárias sem conhecimento dos superiores hierárquicos, Fernando Gomes determinou o fim desta prática, anunciando castigos para os violadores das normas.


Recentemente nomeado para Ministro do Interior, Fernando Gomes tem pela frente a questão dos excedentários nas reformas da administração pública, falta de fardamento e viaturas, bem como as infra-estruturas degradadas por todas as esquadras e espalhadas a nível nacional.


Sumba Nansil

(A saga continua) António Indjai fala sobre ameaça por parte dos balantas

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Bissau – O Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, António Indjai, disse à Comunicação Social que a sua missão não é servir os balantas mas sim os guineenses.

«Eu estou à frente das Forças Armadas para servir os guineenses e não os balantas», referiu António Indjai, na última edição do jornal militar guineense, «O Defensor», 13ª edição, de 28 de Setembro.

A publicação cita várias revelações sobre a situação nos quartéis da Guiné-Bissau, como rumores de destituição do Presidente da República e do Governo através de um golpe militar.


O jornal adianta que esta conjuntura obrigou à deslocação do Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, António Indjai, entre 8 e 12 de Setembro, às unidades militares da capital, com objectivo de esclarecer a mensagem que circula nos quartéis, que alega que o chefe máximo das Forças Armadas teria recebido, das mãos do Primeiro-ministro, dinheiro para o manter no poder.


De acordo com o jornal, António Indjai terá sido ameaçado, a 5 de Setembro, por um indivíduo numa cerimónia fúnebre, que alegadamente se dirigiu para ele interrogando-o: «você é António Indjai? Quando chegou ao poder, nós pensávamos que iria descansar os balantas mas afinal vai virar-lhes as costas. Mas a sua vez chegará».


Sobre estas ameaças, conforme descreveu o jornal, António
Indjai terá respondido dizendo que até podem matá-lo mas não adiantará de nada pois não fará o que pedem.


Foram publicadas ainda muitas revelações sobre os rumores que circulam nos quartéis, acerca de certos elementos das Forças Armadas, que estarão alegadamente a planear destabilizar novamente a Guiné-Bissau, o que culminaria com o afastamento do Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior do poder.


Sobre esta intenção, prossegue o jornal, António Indjai informou os militares, aquando da sua digressão aos quartéis no início de Setembro, que constitucionalmente ele não tem competência para destituir o Presidente da República e o Governo, como pretendem os que desejam chegar ao poder por esta via.


«A destituição das figuras públicas ou de qualquer outro membro do Governo pelos militares é um golpe de Estado» referiu António Indjai.
Neste sentido, o Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas reafirmou que, por meio de armas, a conduta das Forças Armadas seria, mais uma vez, posta em causa.


«Os camaradas devem ficar quietos nos quartéis de forma a evitarem perturbações, para que o Estado possa criar condições de atender às preocupações de classe castrense», referiu António Indjai.
Sem citar nomes, António Indjai terá ameaçado transferir os militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado para a unidade de Guarda Fronteiriça, advertindo que, qualquer desobediência neste sentido dará origem ao cancelamento do vencimento.


Nestas revelações, pela primeira vez na história da classe castrense, citou-se  igualmente o assunto das reformas nas Forças  Armadas,fomento de sentimento tribal, assim como o tão falado golpe de Estado.


Sobre este ultimo aspecto, José Américo Bubo Na Tchuto, chefe do Estado Maior da Armada, declarou que a sua unidade não tem intenções contrárias como tem sido dito. «O passado é passado», referiu.


Neste sentido, ele solicitou a António Indjai que, sempre que tiver alguma informação que lhe diga respeito, o convoque para falarem do
assunto.


Sumba Nansil

Detidos quatro guineenses em Espanha numa operação contra tráfico de pessoas

Málaga - Quatro cidadãos da Guiné-Bissau e um do Sudão foram detidos durante uma operação da Polícia Nacional espanhola que permitiu desarticular uma rede de tráfico de pessoas na região de Málaga, noticia hoje (quinta-feira) a LUSA.

A operação, dada a conhecer hoje pela Polícia Nacional, decorreu no dia 23 de Setembro de 2011 quando os agentes interceptaram a 60 milhas náuticas da costa de Melilla uma embarcação de borracha com 44 pessoas. 

A embarcação foi resgatada e transferida para o porto de Málaga onde os agentes e equipas médicas esperavam para ajudar os ocupantes. 

Depois das investigações iniciais acabaram por ser identificadas e detidas cinco pessoas pertencentes a uma rede especializada de tráfico de pessoas.

Cada um dos detidos tinha funções específicas na rede, como captar pessoas nos países de origem, cobrar o custo da passagem ou ensinar os ilegais sobre o que tinham que dizer caso fossem interceptados pelas autoridades. 

Depois de ouvidos por um juiz de instrução, dois dos detidos ficaram na prisão e os restantes foram transferidos para o Centro de Internamento de Estrangeiros.

Brasil: Universitários Repudiam Morte Violenta de Bissau-Guineense

Cerca de 100 pessoas se reuniram na sexta-feira (23) para protestar contra a violência e por justiça no caso do assassinato de Toni Bernardo da Silva, 27, ex-estudante de Ciências Econômicas na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e oriundo de Guiné-Bissau. O protesto, realizado em frente à pizzaria de Cuiabá em que Toni foi espancado até à morte, foi organizado pelo grupo de estudantes africanos que participam do intercâmbio oferecido pelo governo brasileiro a jovens de países africanos lusófonos.

Amigos e colegas de faculdade de Toni acenderam velas em frente ao local d crime. Foto de Lucas Ninno (usada com permissão).

Amigos e colegas de faculdade de Toni acenderam velas em frente ao local do crime. Foto de Lucas Ninno (usada com permissão).

De acordo com a Polícia Civil, o estudante  chegou a pizzaria por volta das 23h da última quinta-feira. No local, ele começou a pedir dinheiro aos frequentadores do restaurante. Em uma das mesas, o universitário esbarrou em uma mulher. O namorado dela, o empresário de 27 anos, e os dois Polícias Militares (PMs) que estavam à paisana no local, retiraram à força o universitário do estabelecimento e começaram a agredi-lo com socos e pontapés. Laudo médico aponta que a morte foi causada por rompimento da traqueia, provocado por um forte golpe desferido por pessoa que pratica artes marciais. Os suspeitos foram autuados em flagrante e vão responder na Justiça pelo crime de homicídio. Em depoimento, eles disseram que apenas imobilizaram o rapaz.

O crime indignou a comunidade acadêmica, que está organizando um protesto exigindo justiça e mais segurança para os estudantes. Em 2010 o Global Voices reportou sobre um outro caso de agressão contra uma estudante da Guiné Bissau.

Foto de Deivison Almeida (usada com permissão).

Foto de Deivison Almeida (usada com permissão).

A UFMT emitiu uma nota lamentando o ocorrido e entrou em contato com o Ministério da Educação e com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), que desenvolvem o programa, e com a Polícia Federal, para as providências. Toni era bolsista na universidade e deveria se graduar no fim deste ano no curso de economia, no qual havia entrado em 2006. Porém, segundo a assessoria da instituição, ele havia sido desligado do curso:

Em 2010, a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação apoiou o então aluno e tentou auxiliá-lo para resolução de seus problemas acadêmicos e pessoais, que geraram o abandono dos estudos e a reprovação. Foi prestada assistência e oferecido acompanhamento psicológico ao estudante, por meio da Coordenação de Assistência e Benefícios (Cabes), sem a sua adesão satisfatória. Consequentemente, o desligamento ocorreu em fevereiro de 2011, conforme as exigências estabelecidas pelo Convênio PEC-G/MEC/MRE, entre as quais o abandono dos estudos e a reprovação.

Segundo a estudante Catende Malan Domingos, de 23 anos, que também participa do programa internacional, Toni havia abandonado os estudos por desânimo ou por alguma doença. Já a polícia afirma que o bissau-guineense era usuário de drogas e possuía quatro passagens por furto. Desde fevereiro sua família, que já foi avisada do caso e aguarda liberação do corpo, mandava dinheiro para que ele sobrevivesse enquanto ele procurava emprego. O rapaz deixou uma ex-namorada brasileira que está grávida dele.

“A maior ameaça é o silêncio”

Dono do blog Jornalismo Liberto, o estudante de jornalismo Adoniram Magalhães produziu uma análise que sintetiza como foi a cobertura do caso pela mídia local: descriminatória e confusa:

Estudantes acendem velas em luto pelo colega. Foto de Deivison Almeida (usada com permissão).

Estudantes acendem velas em luto pelo colega. Foto de Deivison Almeida (usada com permissão).

(…) alguns veículos publicaram e ainda publicam o fato de uma forma estranha, parecem até que estão procurando justificativa para o fato, desvirtuando o foco da morte de um ser humano que poderia ser brasileiro, africano ou iraquiano.

O fotógrafo Lucas Ninno, em seu blog, publicou uma entrevista áudio que fez a um estudante de Cabo Verde em Cuiabá, amigo de Toni, mostrando uma “versão que a mídia não mostra” sobre o caso.

Um email que circula na internet falando sobre o clima de medo que se instaurou entre os estudantes africanos bolsistas na UFMT, para quem “a maior ameaça é a do silêncio”, pede:

que a Universidade (UFMT) [tome] alguma atitude no sentido de os representar, bem como ao jovem assassinado, pressionando a justiça brasileira a não permitir que o caso [seja] (mais uma vez) abafado e que os culpados recebesse a punição merecida. Fizeram uma passeata a pedir Paz. A polícia não deve estar confortável com esta atitude. Há indícios de que a polícia esteja a tentar silenciar as testemunhas e a fazer contra-informação. A polícia ronda o bairro escuro e pobre onde a maioria destes estudantes moram. Por alguma razão estes jovens não se estão a sentir mais seguros com isso.

E termina:

                      O jovem Toni Bernando. (Foto de arquivo pessoal)

Se ninguém mais no mundo souber do que se está a passar ali o que será que lhes pode acontecer mais? O medo instalou-se. A História conta-nos que o medo é inimigo da razão, da sensatez. Quantos não são os casos de escaladas de violência nas ruas que começaram exactamente assim?

Enquanto o processo não entra na justiça, restam as condolências oficiais. O ministro brasileiro das Relações Exteriores Antonio de Aguiar Patriota apresentou pessoalmente seu pedido de desculpas ao Embaixador Adelino Mano Queta, Chanceler em exercício e futuro Ministro da Justiça de Guiné-Bissau, em nome do Governo brasileiro, pela violência cometida contra o jovem. Os chefes de estado estão em Nova York por conta da 66ª reunião anual da ONU.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Governo estuda capacidade do país no sector das pescas

Bissau -- O Governo da Guiné-Bissau está a estudar a real capacidade do país no sector das pescas, que contribui em 40 por cento para o Orçamento Geral do Estado guineense.

De acordo com Henrique Silva, director geral do CIPA (Centro de Investigação Pesqueira Aplicada), o Governo contratou um navio científico da Mauritânia, que durante 30 dias irá analisar em pormenor a capacidade da Guiné-Bissau em termos de biomassa. 

"A campanha será feita em duas fases. Numa primeira fase, será feito um estudo sobre os recursos do fundo (peixe e camarão) e na segunda fase uma análise aos recursos de superfície (cavala, sardinha e outras espécies). É muito importante sabermos a quantidade dessa biomassa no sentido de podermos planear a nossa política pesqueira", assinalou Henrique Silva.

Segundo aquele responsável, apesar de a Guiné-Bissau se poder considerar  um país com uma boa quantidade de recursos do mar, as autoridades têm a preocupação de adotar medidas para prevenir o esgotamento rápido dos recursos.

"Considera-se que os nossos recursos haliêuticos constituem o nosso ouro negro, mas como qualquer recurso natural é esgotável, temos que ter sempre a preocupação de saber quanto temos e onde estão esses recursos", defendeu o diretor geral do CIPA.

Estudos semelhantes realizados há dois anos com especialistas espanhóis apontavam para uma disponibilidade de captura de cerca de 100 mil toneladas por ano.

"Há dois anos, fez-se uma campanha idêntica com os espanhóis, mas é salutar fazer-se todos os anos, se possível em duas estações do ano que nós temos, época das chuvas e época da seca, isto permite ao país fazer melhor o seu plano de gestão da pesca.

A Guiné-Bissau tem um acordo de pesca multilateral com a União Europeia, ao abrigo do qual os "27" podem pescar nas águas guineenses, embora neste momento apenas Portugal, Espanha, Franca e Itália estejam a pescar na Zona Económica Exclusiva (ZEE) guineense, com o Senegal, China (Conapemac, companhia privada) e em fase de negociações com armadores da Federação Russa.

Última homenagem a Aristides Perira

Praia - O corpo do primeiro Presidente da República de Cabo Verde, Aristides Pereira, foi  enterrado esta quarta-feira, na localidade de Fundo das Figueiras, sua terra natal na ilha da Boa Vista, numa cerimónia privada, conforme vontade expressa do antigo chefe de Estado.

As cerimónias fúnebres oficiais, organizadas pelo Estado cabo-verdiano, decorreram terça-feira,  na cidade da Praia, perante centenas de personalidades, em que se destacavam o actual  presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca; o presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai  Sanhá; e os antigos presidentes cabo-verdiano, Pedro Pires, e bissau-guineense, Henrique Rosa.

O acto solene, decorrido numa das salas da Assembleia Nacional (Parlamento) que foi pequena para tantas personalidades, contou ainda com a presença de  membros dos Governos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau, deputados e antigos combatentes dos dois países que com o finado lutaram juntos pela independência nas décadas de 60 e 70 do século XX.

O elogio fúnebre coube a Pedro Pires, que foi primeiro-ministro durante os primeiros 15 anos de independência de Cabo Verde, altura em que também Aristides Pereira esteve na chefia do Estado cabo-verdiano.

Pedro Pires, que deixou o cargo de presidente da República  a 09 de Setembro corrente, lembrou  o percurso militar e político de Aristides Pereira, sublinhado três momentos chave da vida do primeiro chefe de Estado cabo-verdiano.

O primeiro, destacou, foi quando, em 1962, o PAIGC decidiu caminhar para a luta armada contra o regime colonial português e necessitava de armamento, que as autoridades de Conakry, onde o movimento tinha a sua sede, recusavam desalfandegar, tendo inclusive mandado deter toda a direção do PAIGC, incluindo Aristides Pereira.

A situação só viria a ser desbloqueada com o regresso de Amílcar Cabral, que se encontrava ausente na altura, após uma intervenção junto do então Presidente guineense, Sekou Touré.

O segundo momento apontado por Pedro Pires foi o papel  desempenhado por Aristides Pereira,  então secretário-geral adjunto do PAIGC, durante a chamada “Operação Mar Verde”, realizada em Novembro de 1970 e liderada pelo então comandante português Alpoim Calvão.

Esta operação o propósito de derrubar Sekou Touré, matar Amílcar Cabral e resgatar os militares portugueses detidos em Conakry.

Graças à pronta reação das unidades do PAIGC que se encontrava na altura na capital
guineense, esta operação do Exército colonial redundou “num enorme fracasso militar e político”  para Portugal.

O terceiro momento aconteceu em Janeiro de 1973, na sequência do  assassinato de Amílcar  Cabral, então líder do movimento nacionalista da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.

Aristides Pereira foi então preso e torturado à bordo de uma embarcação controlada pelos
assassinos do líder do PAIGC, tendo sido libertado graças à intervenção de um navio da Marinha soviética.

Depois de um período de tratamento em Moscovo, Aristides Pereira assumiu a chefia do PAIGC  que conduziu a luta para as independências dos dois países.

Para o ex-Presidente cabo-verdiano, Aristides Pereira foi um “homem que esteve presente em todos os “momentos críticos” da vida do PAIGC” e um líder que cumpriu o seu papel e o seu  compromisso para com o país.

“Aristides Pereira cumpriu com os seus compromissos de honra e fez história. Que o pó que  cobre o seu corpo não deixe esquecer a memória”, foi o apelo vibrante feito por Pedro Pires ao concluir a leitura do seu texto de elogio fúnebre.

Por sua vez, o novo chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, lembrou o homem  que, após a independência, “a partir do nada, e quando ninguém acreditava, edificou a  administração cabo-verdiana e tornou o país viável”, fundando as bases para que o arquipélago pudesse evoluir política, económica e socialmente.

O novo Presidente cabo-verdiano elogiou também a forma como Aristides Pereira, após a derrota nas primeiras presidenciais, em 1991, se prontificou para avançar com a transição do regime de partido único vigente até 1990, dando rapidamente posse a um Governo da oposição, liderado por  Carlos Veiga, presidente do Movimento para a Democracia (MpD).

“Aristides Pereira deixa um legado de luta e de profundo compromisso com Cabo Verde”, declarou Jorge Carlos Fonseca.

Aristides Maria Pereira, de 87 anos de idade, faleceu quinta-feira passada em Portugal, onde se  encontrava desde o início de agosto para ser operado em Coimbra na sequência de uma fratura  no colo do fémur, agravada pela diabete.

Antigo embaixador na Guiné-Bissau conhecia George Wright e não sabia que ele era procurado

Wright reconheceu veracidade dos factos que constam do pedido de extradição - fonte judicial

Lisboa, 29 set (Lusa) - Um ex-embaixador dos EUA na Guiné-Bissau diz que conhecia o norte-americano detido na segunda-feira em Portugal ao fim de 41 anos em fuga, mas não sabia tratar-se de um fugitivo, noticia hoje a Associated Press.

O embaixador John Blacken, hoje reformado, diz George Wright vivia abertamente na Guiné-Bissau nos anos 90, sob o seu nome verdadeiro e que a embaixada não sabia tratar-se de um fugitivo.

Blacken acrescenta que a embaixada teria tomado uma atitude se soubesse que Wright tinha fugido da prisão e que era procurado pelo desvio de um avião comercial norte-americano para a Argélia em 1972.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CPLP e CEDEAO sem acordo sobre plano conjunto

Washington, 28 set (Lusa) -- A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a Comunidade da África Ocidental (CEDEAO) vão continuar a negociar um acordo sobre a concretização do plano conjunto para a Guiné-Bissau, segundo fontes diplomáticas ouvidas pela Agência Lusa.

De acordo com as mesmas fontes junto da ONU em Nova Iorque, esperava-se que o acordo pudesse ser fechado na reunião de segunda-feira do grupo de contacto para a Guiné-Bissau, que teve lugar em Nova Iorque, mas persistem divergências entre as duas organizações em relação ao conteúdo.

De acordo com uma fonte presente na reunião, a CEDEAO pretende ver registado "um papel de maior liderança" na aplicação do plano para a Guiné-Bissau, independentemente da realidade no terreno".

terça-feira, 27 de setembro de 2011

PM solicita ajuda de Estados Unidos e da UE para combater tráfico de droga

Nova Iorque, EUA - O primeiro-ministro bissau-guineense, Carlos Gomes Júnior, convidou os Estados Unidos e a União Europeia (UE) a ajudar o seu país a proteger a sua fronteira marítima contra os traficantes de droga, anunciou hoje a Pana.

Falando no fim de semana em Nova Iorque durante o debate geral anual da 66ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, Carlos Gomes Júnior afirmou que as operações cada vez mais poderosas e sofisticadas dos traficantes de droga e das organizações do crime organizado na região tornaram a supervisão das fronteiras praticamente impossível para um país que dispõe
de poucos recursos como a Guiné Bissau.

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau afirmou que o seu Governo assinou igualmente uma série de acordos bilaterais com outros países sobre a questão.

No início do ano, o chefe do Gabinete de Reforço da Paz das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, disse no Conselho de Segurança das Nações Unidas que o tráfico de droga permanecia um dos fatores chave de promoção da instabilidade no país, cuja história política foi marcada por golpes de Estado e a má governação desde a declaração da sua independência em 1973.

Ansumane Mané, representante BAD Bissau, morreu no Senegal

O representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) na Guiné-Bissau, Ansumane Mané, morreu hoje em Dakar, Senegal, vítima de doença, disse fonte da instituição à Agência Lusa.

Ansumane Mané, guineense, ocupou diversas pastas em antigos governos do país, como a dos Negócios Estrangeiros ou do Comércio.

Economista formado na antiga República Federal Alemã, era atualmente o representante do BAD em Bissau, onde há cerca de duas semanas presidiu a um encontro com responsáveis dos países africanos de expressão portuguesa para explicar os mecanismos de financiamento da instituição.

Lusa

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Guineense assassinado em Cuiabá deve ser trasladado para Guiné

O corpo do universitário Toni Bernardo da Silva, 27 anos, espancado até a morte, em Cuiabá, permanece no Instituto Médico Legal da capital deve ser trasladado para a Guiné Bissau, onde residem familiares. Hoje deve ser liberado por um representantes da Embaixada da Guiné-Bissau, país africano onde Toni nasceu, que deve se reunir, esta tarde, com o governador Silval Barbosa. A informação é do Midia News. É necessário trâmite especial para ser feita a liberação, uma vez que será levado para outro país, sendo obrigatório acionar a Polícia Federal e o Ministério das Relações Exteriores.

Ele era um dos 16 estudantes africanos que fazem intercâmbio na UFMT Cuiabá e Rondonópolis. Os colegas prometem fazer uma manifestação de repúdio pelo assassinato.

Os acusados da morte do estudante Toni Bernardo foram autuados em flagrantes. Os policiais militares Higor Marcell Mendes Montenegro e Wesley Fagundes Pereira, ambos de 24 anos, foram para o presídio em Leverger.  O empresário Sérgio Marcelo da Silva Costa, 27 anos, está em uma unidade prisional de Cuiabá.

Conforme Só Notícias já informou, Toni chegou na pizzaria e estaria agitado, pedindo dinheiro para as pessoas. Ele teria ido a mesa onde estava Sergio e uma mulher, quando começou a confusão. Os policiais alegam que tentaram imobilizar Toni mas não conseguiram. A polícia investiga informação que os soldados seguraram Toni, Sérgio lhe espancou e o acadêmico também foi agredido pelos policiais. A corregedoria da PM acompanhou os depoimentos de ambos na Polícia Civil.

Toni, de acordo com a polícia, teve algumas passagens por furto e ameaça. Ele teria se envolvido com drogas. Não estava mais estudando na UFMT, desde o início do ano, porque havia reprovado.

Marrocos e Guiné-Bissau abrem linha aérea entre Casablanca e Bissau

Rabat- Os Governos marroquino e bissau-guineense decidiram hoje (segunda-feira), em Rabat, a abertura de uma ligação aérea entre Casablanca, capital económica de Marrocos, a Bissau (capital da Guiné-Bissau), informou a Agência Marroquina de Notícias (MAP).

Esta decisão foi tomada em conformidade com um acordo assinado entre o ministro marroquino do Equipamento e Transportes, Karim Ghellab, e o secretário de Estado bissau-guineense dos Transportes e Comunicações, José Carlos Esteves, indica a MAP.

Marrocos e a Guiné-Bissau mantêm excelentes relações políticas,  mas a vertente económica, nomeadamente, os intercâmbios comerciais bilaterais, está abaixo das expectativas dos dois países.

Secretário-geral da ONU planeia visita a Bissau

20100924071757mo Nações Unidas, Nova Iorque, 24 set (Lusa) -- O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse hoje ao primeiro-ministro português que pretende ir "muito proximamente" à Guiné-Bissau, anunciou Pedro Passos Coelho.

"Pode ser extremamente importante para a resolução de alguns dos problemas com que o atual governo se está a defrontar", disse na conclusão da participação no debate anual da Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque.

Ban Ki-moon e Passos Coelho encontraram-se esta manhã na sede da ONU, em Nova Iorque, tendo o diplomata sul-coreano recentemente nomeado para um segundo mandato à frente da organização manifestado a intenção de se deslocar "muito proximamente" à Guiné-Bissau.

"A notícia da disponibilidade que ele próprio me transmitiu na reunião esta manhã é um sinal extremamente encorajador e positivo", adiantou.

Em particular, disse Passos Coelho, poderá apoiar "a resolução do problema do fundo de desmobilização militar, sem o qual não há um processo de paz efetivo na Guiné-Bissau".

Esta manhã, o primeiro ministro português encontrou-se também com o Presidente guineense, Malam Bacai Sanhá.

Nos próximos dias terá lugar uma reunião do grupo de contacto para a Guiné-Bissau, junto das Nações Unidas.

Ban Ki-moon "expressou o apreço pelos esforços continuados para o processo de estabilização da Guiné-Bissau", disse o porta-voz do secretário-geral da ONU.

Ban deixou ainda ao primeiro-ministro português elogios pela "contribuição para os esforços da ONU em Timor-Leste", adiantou.

A troca de impressões entre ambos os líderes incidiu ainda sobre dois dos dossiers mais quentes da atualidade diplomática internacional: o Médio Oriente e a situação no Norte de África.

Para hoje estava também previsto um encontro com o vice-Presidente de Angola, Fernando da Piedade dos Santos, mas este cancelou nos últimos dias a sua vinda a Nova Iorque.

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Lusa/Fim

O ministro de Relações Exteriores do Basil, Antonio Patriota pede ‘desculpas’ a Guiné-Bissau por morte de estudante

O ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, apresentou neste sábado (24) pedido formal de “desculpas” ao governo de Guiné-Bissau pela morte do estudante do país africano Toni Bernardo da Silva, de 27 anos, que foi espancado em frente a uma pizzaria de Cuiabá (MT) na última quinta (22).

“O Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, apresentou pessoalmente, hoje, em Nova York, ao embaixador Adelino Mano Queta, chanceler em exercício e futuro ministro da Justiça de Guiné-Bissau, em nome do governo brasileiro, pedido de desculpas pela violência cometida contra o estudante bissauense, e informou que as responsabilidades pelo crime serão devidamente apuradas”, informou o Itamaraty, em nota.

Segundo a Polícia Civil, dois policiais militares, ambos de 24 anos, e um empresário que é filho de um delegado aposentado, de 27 anos, são suspeitos de espancar o universitário africano até a morte. Toni Bernardo era bolsista de um programa de intercâmbio do governo federal e estudava economia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

O governo brasileiro lamenta profundamente a morte do estudante Toni Bernardo da Silva, natural de Guiné-Bissau, ocorrida em 22 de setembro, em Cuiabá, no Mato Grosso. O estudante veio ao Brasil como bolsista de programa de intercâmbio oferecido pelo governo brasileiro a jovens de vários países africanos”, diz a nota do Itamaraty.

Crime
De acordo com a Polícia Civil, Toni Bernardo da Silva chegou a uma pizzaria por volta das 23h da última quinta-feira. No local, ele começou a pedir dinheiro aos frequentadores do restaurante. Em uma das mesas, o universitário esbarrou em uma mulher. O namorado dela, o empresário de 27 anos, e os dois PMs que estavam à paisana no local, retiraram à força o universitário do estabelecimento e começaram a agredi-lo com socos e pontapés.

Os suspeitos foram autuados em flagrante e vão responder na Justiça pelo crime de homicídio. Na manhã desta sexta-feira (23) eles prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na presença do representante da Corregedoria da Polícia Militar. Em depoimento, eles disseram que apenas imobilizaram o rapaz.

Ato
Nesta sexta, um grupo composto por cerca de 100 estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) realizou protesto em repúdio à violência em frente à pizzaria em que o estudante de economia foi espancado até a morte.

Demonstrando indignação com o homicídio, os manifestantes pediram que o bar fosse fechado e que os clientes do estabelecimento deixassem o local em memória do colega. Alguns estudantes acenderam velas no local. O ato de repúdio foi monitorado por policiais militares e equipes da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam).

sábado, 24 de setembro de 2011

APÓS 38 ANOS - Presidente afirma-se orgulhoso do país

O Presidente da República  afirma-se orgulhoso do país, 38 anos depois da declaração de independência, e destaca a "estabilidade quase total" e harmonia que se viveu nos últimos dois anos.

A Guiné-Bissau comemora hoje os 38 anos da declaração de independência com uma cerimónia na Assembleia Nacional Popular, pretexto para Malam Bacai Sanhá fazer um balanço positivo deste período.

"Foram 38 anos interessantes, cheios de história, de festas, de trabalho, de realizações, e também de amargura. Chegámos até ao ponto de pegarmos em armas uns contra os outros", afirmou aos jornalistas.

O país, lembra, chegou à independência após uma luta armada de libertação. E depois "não tivemos capacidade para resolver os problemas que tínhamos de resolver na altura", diz, considerando que os conflitos decorreram daí.

Ainda assim sente-se orgulhoso e satisfeito, ainda que tivessem havido "recuos", ainda que houvesse "alguma incapacidade em atingir determinados objetivos". E di-lo como combatente da libertação, como participante no processo de libertação do país, como dirigente desde a independência. "Se há alguém para julgar é o Malam Bacai".

O Presidente prefere salientar os dois últimos anos de paz, a Bissau que se está a tornar "numa grande cidade" da sub-região, a ambição de "desbloquear as regiões" do interior, o programa das reformas que está em curso.

Com o governo, diz, tem as relações "que são exigidas". Admite que "pode haver momentos em que há certo desentendimento", algo "normal num processo de desenvolvimento", mas garante que "não há nada que se tenha passado, que se esteja a passar, fora da normalidade" e que há "sintonia" com o primeiro-ministro.

"Sintonia" ainda que o primeiro-ministro tenha dito que o líder líbio Muammar Kadhafi seria "bem vindo" se quisesse pedir asilo à Guiné-Bissau e a presidência se tenha demarcado da posição do governo.

Questionado sobre o assunto Malam Bacai Sanhá apenas disse que há um Estado reconhecido, que é a Líbia, com quem o país tem relações e que nada mudou. "Se hoje há um conflito a nosso ver isso não nos deve levar a pensar que acabou o Estado líbio. O conflito que se vive hoje é para corrigir o passado, para dar passos que possam fazer o povo líbio viver em paz".

E depois: "O nosso reconhecimento ao Estado líbio mantem-se e as nossas relações com quem está no poder na Líbia serão desenvolvidas na medida do possível".

Chegado recentemente do Senegal, onde foi fazer exames médicos, o que levou mais uma vez a população a especular sobre o real estado de saúde do Presidente, Malam Bacai Sanhá diz acreditar que estará em condições de dirigir o país "e que nada acontecerá".

Mas sempre vai dizendo: "E se acontecer há regras estabelecidas constitucionalmente".

Vários oficiais-generais prontos para a reforma, incluindo CEMA, diz PR da Guiné-Bissau

Bissau, 23 set (Lusa) -- O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, garantiu hoje que "a estabilidade veio para ficar" no país e revelou que vários oficiais-generais estão prontos para se reformarem, incluindo o chefe do Estado Maior da Armada, Bubo Na Tchuto.

Num encontro com a imprensa hoje em Bissau, a propósito dos 38 anos de independência do país, que se comemoram sábado, Malam Bacai Sanhá disse que "não passam de rumores" as notícias que têm saído sobre ser o chefe do Estado Maior da Armada contra a reforma na defesa que está em curso.

A Guiné-Bissau está a preparar uma reforma das forças de segurança e defesa, que implica a passagem à reforma de militares, sendo para isso necessário dinheiro. Organizações como a CPLP ou a ONU, entre outras, já disseram que iam contribuir

Brasil inaugura primeiro centro gratuito de Internet, em Bissau

Bissau, 23 set (Lusa) -- A embaixada do Brasil na Guiné-Bissau inaugurou  na capital do país um centro com 16 computadores para disponibilizar acesso gratuito à Internet, estando projetada a abertura de mais dois centos idênticos em breve.

A partir de hoje, explicou o embaixador do Brasil, Jorge Kadri, o centro disponibiliza Internet gratuita, durante a manhã, para os cerca de 800 alunos do Curso de Língua Portuguesa e Cultura Brasileira, e durante a tarde para a população em geral.

O primeiro acesso à Internet situa-se dentro do Centro Cultural Brasileiro, na capital, e o segundo será inaugurado até ao final do ano e situa-se no Centro de Formação Profissional Brasil-Guiné-Bissau, num dos bairros da capital. O terceiro centro só deve entrar em funcionamento no próximo ano e ficará em João Landim, a pouco mais de uma dúzia de quilómetros de Bissau.

Estudante de Guiné-Bissau é morto a socos e pontapés em Mato GrossoPM's Brasil - Dois policiais militares e um empresário foram indiciados

 
Dois PM são acusados de ajudar empresário a espancar estudante Toni (dest.) até a morte

O estudante Toni Bernardo da Silva, 27, foi morto a pancadas, na noite de quinta-feira (22) na pizzaria Rola Papo, no bairro Boa Esperança, em Cuiabá. Toni é natural de Guiné Bissau, país na costa ocidental da África, e fazia intercâmbio no Brasil. Cursava Letras na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).


Logo após o crime, a Polícia Militar prendeu o empresário Sérgio Marcelo da Silva, 27, e os policiais militares Higor Marcell Mendes Montenegro e Wesley Fagundes Pereira, ambos de 24 anos. Os três são acusados de terem espancado o estudante até a morte.


Sérgio tentou fugir do local, mas foi localizado pela PM. Ele alegou que iria se dirigir até o Pronto-Socorro, para buscar atendimento.
Segundo informações da PM, a briga começou quando o estudante se aproximou da esposa do empresário, identificada como Cláudia Rocha, e pediu R$ 10. A mulher teria negado o dinheiro e o estudante a teria puxado pelo braço, exigido o dinheiro.


Nesse momento, o empresário teria começado a agredir o jovem, os policiais Higor e Wesley entraram na briga. Eles não estavam em horáro de serviço. Higor está na PM há três anos e passou no último concurso para o Curso de Formação de Oficiais (CFO).

"Matando jacaré a socos"

Testemunhas revelaram que o estudante levou muitos chutes e socos na cabeça, caiu no chão e continuou a ser agredido pelo trio. Um policial militar que atendeu a ocorrência disse que as cenas foram fortes, havia muito sangue no local. "Parecia que estavam matando jacaré a socos", revelou o policial militar.


Devido às pancadas que recebeu, Toni teve traumatismo craniano e morreu no local. Há informações, não confirmadas, de que o jovem seria usuário de entorpecentes.


Atualmente, 19 estudantes africanos fazem intercâmbio na UFMT, 17 estudam no campus de Cuiabá e 2 em Rondonópolis. A maioria deles faz o curso de Letras.


O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Cerimónias fúnebres de Aristides Pereira marcadas para a próxima segunda-feira em Cabo Verde

As cerimónias fúnebres de Aristides Pereira, o primeiro Presidente de Cabo Verde, que faleceu hoje em Portugal, terão lugar na Assembleia Nacional na próxima segunda-feira, disse hoje o porta-voz do Conselho de Ministros cabo-verdiano.

Citado pela Inforpress, Rui Semedo, também ministro dos Assuntos Parlamentares,  referiu que, a pedido de Aristides Pereira, e mediante o consentimento da  família, o corpo será sepultado no dia seguinte, 27, na sua terra natal,  a ilha da Boavista, com honras de Estado.

O porta-voz do Conselho de Ministros, que hoje se reuniu extraordinariamente  para tratar dos procedimentos relativos às cerimónias fúnebres do primeiro  Presidente da República de Cabo Verde, adiantou que estas estão a ser preparadas  em articulação com todos os órgãos da soberania.

Rui Semedo indicou que o ministro das relações Exteriores (MIREX) cabo-verdiano,  Jorge Borges, vai deslocar-se a Lisboa para acompanhar o corpo de Aristides  Pereira, que será trasladado para a cidade da Praia possivelmente no mesmo  dia.

Em relação à morte de Aristides Pereira, numa altura em que os presidentes  da República e da Assembleia Nacional, bem como o primeiro-ministro, estão  ausentes do país, Rui Semedo disse que todos os titulares estão devida e  legalmente substituídos e que não haverá vazio no país.

Por outro lado, o Governo cabo-verdiano, acrescentou, decretou luto  nacional por um período de cinco dias, a partir de hoje, para render a "merecida  homenagem" a Aristides Maria Pereira.

O primeiro Presidente da República de Cabo Verde faleceu hoje nos Hospitais  da Universidade de Coimbra (HUC). Aristides Pereira, de 87 anos, estava  em Portugal desde início de agosto, tendo sido operado em Coimbra na sequência  de uma fratura no colo do fémur, agravada pela condição de diabético.

Afastado da vida política há mais de 20 anos, Aristides Pereira já tinha  sido internado em setembro de 2010 nos HUC devido a uma fratura idêntica.

Lusa

Fodé Cassama adverte políticos

Bissau – O Secretário de Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria, Fodé Cassama, esta quarta-feira, fez uma advertência aos políticos para não instrumentalizarem os militares para alcançarem o poder.

Por ocasião do «Rali di Cidadania», inserido no conjunto de actividades comemorativas do Dia Internacional da Paz, Cassama pediu aos militares que denunciem os políticos que recorram a meios ilícitos para atingirem os seus objectivos.


Sob o patrocínio do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) as jornadas comemorativas têm envolvido militares, paramilitares e representantes de partidos políticos e da comunidade Internacional

Morreu Aristides Pereira, primeiro Presidente de Cabo Verde (1924-2011) com Videos

Aristides Pereira, primeiro Presidente da República de Cabo Verde, estava afastado da vida política há mais de 20 anos

Aristides Pereira morreu hoje nos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde estava internado desde agosto na sequência de uma fratura do colo do fémur. Tinha 87 anos.Aristides Pereira, primeiro Presidente da República de Cabo Verde, estava afastado da vida política há mais de 20 anos

O primeiro Presidente da República de Cabo Verde Aristides Pereira morreu hoje nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), avançou à Lusa a ministra da Saúde daquele país, Cristina Fontes Lima. Estava afastado da vida política há mais de 20 anos.

Considerando a morte de Aristides Pereira como "uma perda maior para a nação cabo-verdiana", a ministra adiantou que o Governo está a preparar as cerimónias fúnebres "para garantir as exéquias nacionais com a dignidade que o Presidente da Republica merece", que deverão ser anunciadas nas próximas horas.

"Claro que consideramos que é uma perda maior para a nação cabo-verdiana", afirmou, acrescentando que "o Governo de Cabo Verde inclina-se perante a memória de Aristides Maria Pereira que, desde de sempre e ao lado de Amílcar Cabral, conduziria estas ilhas à independência nacional".

Aristides Pereira, de 87 anos, estava em Portugal desde o dia 3 de agosto, tendo sido operado em Coimbra na sequência de uma fratura do colo do fémur, após uma queda, situaçáo agravada pela condição de diabético.

Em setembro de 2010 já tinha sido internado nos HUC devido a uma fratura idêntica, do lado direito, tendo-lhe sido colocada uma prótese.

Co-fundador do PAIGC

O primeiro presidente cabo-verdiano começou a sua vida profissional a trabalhar como radiotelegrafista, onde chegou a chefe dos serviços de Telecomunicações, na Guiné-Bissau.

A partir dos anos 40, Aristides Pereira envolveu-se na luta pela independência de Cabo Verde. Juntamente com Amílcar Cabral, fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em 1956, assumindo o cargo de secretário-geral, em 1973.

Com a conquista da independência, em 1975, Aristides Pereira tornou-se o Presidente da república de Cabo Verde.

Em 1981, o PAIGC cabo-verdiano mudou de nome, passando a designar-se Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV). Aristides Pereira permaneceu na Presidência da República até 1991.

Em 1991, e após eleições democráticas, Aristides Pereira perdeu para António Mascarenhas Monteiro. 

 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

ONU celebra Dia Internacional da Paz a ouvir preocupações dos jovens guineenses

Bissau - O representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau reuniu-se hoje, Dia Internacional da Paz, com líderes das associações dos jovens guineenses de quem pretende ouvir as suas preocupações sobre os caminhos para a paz no país, anunciou a Lusa. 

  No discurso de abertura do encontro na sede das Nações Unidas em Bissau, Joseph Mutaboba apelou aos jovens guineenses para terem um papel "muito mais activo na defesa da democracia e do Estado de direito" no país. 

   O representante do secretário-geral das Nações Unidas quer ainda que os jovens guineenses sejam "mais interventivos no combate à impunidade e na implementação das grandes reformas em curso" na Guiné-Bissau.  

Mutaboba referia-se às reformas no setor da Defesa e Segurança e da administração pública. 

   "Os jovens guineenses sempre tiveram um papel activo nos debates e causas nacionais e esse hábito deve continuar e ser reforçado. Façam com que a vossa voz seja ouvida e atuem de forma positiva para contribuir para a mudança da imagem do vosso país", disse Joseph Mutaboba. 

   O jovem Vladimir Quadé, representante do Conselho Nacional da Juventude (CNJ, plataforma das organizações da juventude) disse que vai aproveitar a reunião com Joseph Mutaboba para transmitir a visão dos jovens guineenses sobre o processo da consolidação da paz na Guiné-Bissau. 

  O encontro entre o representante do secretário-geral da ONU e os líderes associativos da juventude ocorre no âmbito das auscultações dos diferentes setores da sociedade guineense promovidas pela comissão organizadora da conferência nacional "Caminhos para a consolidação da paz e desenvolvimento", que deve ter lugar na Guiné-Bissau em 2012. 

    Também no âmbito do Dia Internacional da Paz, a rede de crianças e jovens jornalistas produziu um jornal de parede que se encontra afixado na entrada do edifício das Nações Unidas em Bissau. 

  Num dos cartazes desenhados ou escritos pelos jovens da rede dos jornalistas pode-se ler que a paz pode significar: progresso, amor e zelo.

Guiné vai ter fundo de 10 milhões para PME

OJE/Lusa

A Guiné-Bissau vai ter em breve um Fundo de promoção de pequenas e médias indústrias de transformação (FUNPI), dotado já com uma verba superior a sete mil milhões de francos CFA (10,6 milhões de euros).


Os estatutos do FUNPI foram hoje apresentados em Bissau pela Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau e a verba já disponível provém de uma taxa criada pelo governo sobre o caju, principal produto de exportação do país.


Em Abril o governo instituiu uma taxa de 50 francos CFA (0,07 cêntimos) por cada quilo de caju exportado, com a qual muitos empresários não concordaram mas que teve o aval da Câmara de Comércio. A taxa, justificou o executivo, destina-se a melhorar a fileira do caju e a fomentar acções empresariais.


Hoje, o presidente da Câmara de Comércio, Braima Camará, explicou que o dinheiro resultante dessa taxa está em quatro bancos e totaliza 7,5 mil milhões de francos.


O FUNPI "pode ser um instrumento útil para o aumento da competitividade do país" e através dele a pequena e média indústria pode assegurar "a geração de valor acrescentando" no caju, que actualmente é praticamente todo exportado em bruto.


Na área do caju, acrescentou, a industrialização e a investigação são lentas e há necessidade também de regular "o espaço dos intervenientes principais".


A Guiné-Bissau exportou este ano 174 mil toneladas de caju, um recorde do principal produto do país que rendeu cerca de 156 milhões de euros.

Presidente da República defende a continuidade do processo de reformas

Bissau – O Presidente da República Malam Bacai Sanhá defendeu, esta segunda-feira, 19 de Setembro, a necessidade fundamental de responder às prioridades estabelecidas pelo Governo, no processo de reformas em curso nas áreas de Defesa, Segurança e Administração Pública.

O Chefe de Estado afirmou, na cerimónia de tomada de posse de novos membros do Governo, que estas reformas são indispensáveis para a construção e a consolidação da paz e estabilidade, rumo ao desenvolvimento socioeconómico.


Por outro lado, Malam Bacai Sanhá referiu que cada remodelação governamental é portadora de novas expectativas junto do povo guineense, que anseia por melhores condições de vida resultantes de um clima de paz, justiça e estabilidade na Guiné-Bissau.


«Espero que esta remodelação possa trazer mais-valias no desempenho de cada acção governativa, com o objectivo de cumprir o programa do Governo», sublinhou o Presidente da República.


Estiveram ausentes, em missão de serviço, quatro membros do Governo, nomeadamente Mamadu Saliu Djalo Pires, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Adelino Mano Queta, Ministro da Justiça, Botche Candé, Ministro do Comercio e Tomás Gomes Barbosa, Secretário de Estado das Pescas.


Sumba Nansil

FMI revê em alta crescimento económico para 5,3 por cento

Bissau, 20 set (Lusa) -- O FMI prevê um crescimento económico do PIB (Produto Interno Bruto) da Guiné-Bissau, em 2011, de 5,3 por cento, reavaliando em alta em mais de um ponto percentual a avaliação que fizera há seis meses.

A previsão foi hoje avançada em Bissau, no final de uma missão ao país, que começou dia 08, a terceira no quadro do Instrumento de Crédito Alargado (ECF, um apoio do FMI para países com poucos recursos).

A próxima missão do FMI à Guiné-Bissau será em dezembro, altura em que a instituição deverá desembolsar para o país mais 3.658 milhões de dólares (2.673 milhões de euros).

Éder rejeita a Guiné-Bissau para jogar por Portugal

O avançado da Académica Éder, de 23 anos, recusou uma convocatória da Guiné-Bissau porque “tem o sonho de vir a representar a selecção portuguesa”.

O segundo melhor marcador da Liga portuguesa de futebol, com quatro golos, está a ser seguido por vários clubes estrangeiros e a imprensa britânica adianta que o Tottenham pode avançar com uma proposta de 2,5 milhões de euros pelo jogador que está no último ano de contrato com a Académica.


Em declarações à rádio Renascença Hélder Fontes, treinador adjunto da selecção guineense, afirmou que Éder foi convocado, mas pediu um tempo.

“Já fizemos o nosso trabalho, tendo em conta a qualidade que o Éder tem decidimos convocá-lo, mas o Éder teve uma atitude muito humana e muito responsável, explicando que tem o sonho, até pela idade que tem, de vir a representar a selecção portuguesa.

Continuamos a apostar nele, a tentar que no futuro ele represente a selecção da Guiné, mas ele pediu-nos para ter paciência, aguentar um bocadinho”, afirmou Hélder Fontes.

Militares da Marinha Nacional envolvidos em confrontos com a segurança do Presidente da República

Bissau – Cerca de cinco militares do Estado-maior da Marinha Nacional estiveram envolvidos, esta segunda-feira, 19 de Setembro, em confrontos violentos com armas brancas, com elementos da segurança do Presidente da República, Malam Bacai Sanhá.

A notícia foi avançada à PNN por uma fonte com acesso a informações da Presidência da República, que relatou a recusa de um dos elementos da marinha do «Welbonh», em abandonar a residência pertencente aos efectivos da segurança Presidencial.


A situação não terá agradado o militar, que solicitou reforços da parte dos seus colegas, tendo-se evolvido em conflitos com a segurança da Presidência, a poucos metros da residência de Malam Bacai Sanhá.


Esta notícia foi também comprovada por um alto oficial do Batalhão da Presidência da República e do Estado-maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau.


Contactado pela PNN, José Bubo Na Tchuto Chefe do Estado-maior da Força Armada, desmentiu a existência de agressões físicas entre as partes, justificando o acontecimento através da ordem de retirada do «Welbonh» da residência, tendo havido apenas troca de insultos verbais.


Foi fundamental a intervenção de António Indjai, que se fez deslocar à residência do Presidência da Republica e do Chefe do Estado-maior da Armada, José Américo Bubo Na Tchuto, para se informar acerca do ocorrido.


De acordo com a fonte da PNN, a residência do militar em causa é frequentemente visitada por alguns dirigentes de partidos políticos da oposição.


Este é um dos vários actos de violência perpetuados por elementos da Marinha nacional sem que, no entanto, tenha havido alguma iniciativa no sentido de pôr fim a estas práticas.

Presidente Malam Bacai Sanhá empossa novo governo

O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá empossou hoje os novos membros do Governo na sequência de uma remodelação proposta pelo primeiro-ministro em agosto.


No seu discurso, Malam Bacai Sanhá disse esperar que a remodelação, que acontece praticamente a um ano das eleições legislativas, "traga mais-valias no desempenho do Governo", para que este possa cumprir o que prometeu ao povo nas últimas eleições.

"Cada remodelação governamental é portadora de novas expetativas junto do nosso povo que anseia por melhores condições de vida, resultante de um clima de paz, justiça e estabilidade que se possa instaurar no país", defendeu o Presidente guineense, dirigindo-se particularmente ao primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Angola detém cerca de 60% do total Dívida dos PALOP a Portugal, que está próxima de 1800 milhões de euros

A dívida dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) ao Estado português registou, no ano passado, o maior crescimento em 15 anos, aumentando para 2407 milhões de dólares (1764 milhões de euros, à taxa de câmbio actual) no final de 2010.

<p>Dívida directa ao Estadoportuguês diminuiu em 13 milhões de euros</p>

    Dívida directa ao Estadoportuguês diminuiu em 13 milhões de euros

Face ao ano anterior, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe somaram mais 201 milhões de euros em dívida a Portugal, ou seja, mais 12,9%, mostram dados hoje revelados pelo Banco de Portugal (BdP) num documento sobre a evolução das economias nos PALOP e em Timor Leste.


Já a dívida directa ao Estado caiu, no ano passado, 13 milhões de euros, uma tendência que já se verificou em 2009.


Angola é, dos cinco países, aquele com a maior fatia da dívida, cerca de 60%, equivalente a 1056 milhões de euros. O aumento foi de 62 milhões de euros.


Cabo Verde, o terceiro dos PALOP com maior percentagem de dívida a Portugal, foi o que registou o maior crescimento real, em 72 milhões de euros face a 2009, “um novo e significativo aumento” – nota o supervisor bancário no relatório – que fez o total da dívida subir para 196 milhões de euros.


Moçambique é o segundo país com o maior valor total de dívida ao Estado português. De 2009 para 2010, registou um aumento de 65 milhões de euros. Este crescimento resulta da utilização de linhas de crédito acordadas em 2008 e 2009 para financiamento de projectos de investimento e infra-estruturas no país, explica o BdP.


Guiné-Bissau não registou “qualquer desembolso ou amortização”, tendo-se observado apenas uma redução de sete milhões de euros graças à apreciação do dólar face ao euro.


A dívida oficial de São Tomé e Príncipe aumentou em 12 milhões de euros, para 49 milhões de euros.

Guiné-Bissau recebe apoio da UNESCO

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) anunciou, através de um comunicado divulgado na sexta-feira, em Nova Iorque, que vai apoiar a educação sexual nas escolas da Guiné-Bissau.


No comunicado, a agência ONUSIDA sublinha a sua vontade de apoiar os esforços do Ministério guineense da Educação nesta área.


“A educação sexual a favor dos jovens tornou-se uma necessidade primordial na luta contra o VIH/Sida. Segundo um estudo realizado em 2010, apenas 13 por cento dos jovens na Guiné-Bissau podem identificar correctamente os modos de transmissão do VIH, apesar de 21 por cento deles já terem tido uma experiência sexual desde os 15 anos de idade”, sublinha a UNESCO.

Malam Bacai Sanhá, regressou hoje ao país após mais de duas semanas em tratamento médico no Senegal

O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, regressou hoje ao país após mais de duas semanas em tratamento médico no Senegal, mas à chegada ao aeroporto de Bissau não prestou declarações a imprensa.

Malam Bacai Sanhá deslocou-se a Dakar, por sugestão dos seus médicos, para realizar alguns exames de rotina, segundo fontes da presidência guineense, que não podem ser feitos na Guiné-Bissau, devido à falta de equipamentos.

À chegada ao aeroporto, oriundo de Dakar num avião da força aérea senegalesa, Bacai Sanhá foi recebido pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, membros do Governo, chefias militares e alguns representantes da comunidade internacional sedeados em Bissau.

Diário Digital / Lusa

CPLP: III Assembleia Parlamentar decorre entre quarta e sexta-feira pela 1º vez em Timor-Leste

A III Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai decorrer entre quarta e sexta-feira pela primeira vez em Díli, Timor-Leste.


No encontro participam delegações parlamentares de Portugal, Cabo Verde, Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.


Os trabalhos das jornadas parlamentares começam terça-feira com reuniões dos representantes parlamentares da CPLP com as comissões especializadas do parlamento de Timor-Leste e com o encontro da rede de mulheres parlamentares daquela organização.

Género: Angola tem dos piores rácios na mortalidade infantil e Moçambique na feminina - Banco Mundial

Lisboa, 19 set (Lusa) -- Angola, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial estão entre os 15 países com maiores taxas de mortalidade infantil e Moçambique regista uma das piores taxas de mortalidade feminina na vida adulta, aponta um relatório do Banco Mundial hoje divulgado.

Em Angola, uma em cada 29 mulheres morre durante o parto (dados de 2008), o que, sem surpresas, contrasta com as estatísticas da Suécia, onde esse rácio é de apenas uma em 11.400 mulheres, segundo o relatório anual sobre o desenvolvimento, cuja edição deste ano é subordinada ao tema da igualdade de género.

No que se refere à mortalidade infantil (até aos cinco anos), Angola tem o segundo pior desempenho, apenas atrás do Afeganistão. A Guiné-Bissau surge em nono lugar e a Guiné Equatorial a 14.ª taxa mais elevada.

Governo da Guiné-Bissau vai definir com PR posição sobre pedido de adesão às Nações Unidas

Bissau, 18 set (Lusa) -- O Governo da Guiné-Bissau ainda vai discutir que posição a tomar quanto à intenção da Palestina de solicitar a adesão às Nações Unidas na Assembleia-Geral deste mês, mas lembra que sempre apoiou a causa palestiniana.

Questionado pela Agência Lusa, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, disse que ainda não teve "orientação" do Presidente da República e que assim que a tenha o tema será discutido e analisado e será tomada uma posição em conjunto.

Ainda assim, lembrou Carlos Gomes Júnior, a Palestina é um parceiro importante para a Guiné-Bissau, que sempre a defendeu no conflito com o Estado de Israel.

"Nós na Guiné-Bissau, concretamente o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder), sempre estivemos ao lado do povo da Palestina, desde o tempo de Yasser Arafat. Sempre apoiámos o povo da Palestina e naturalmente com as novas autoridades a Guiné-Bissau vai continuar a ter essa relação", disse Carlos Gomes Júnior.

Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse também à Agencia Lusa que "desta vez o país vai ter que tomar uma posição" por se tratar de uma matéria "que requer o posicionamento claro de todos os Estados".

De acordo com a fonte, a Guiné-Bissau por ser membro da OCI (Organização da Conferencia Islâmica) tem vindo a ser solicitada, por diversos países da comunidade muçulmana, para que apoie a iniciativa da Palestina durante a Assembleia-Geral da ONU, mas também Israel já formalizou um pedido de apoio à sua causa.

"É um dilema, que as nossas autoridades vão ter que resolver. Recebemos solicitações de apoios de países como Argélia, Marrocos, Egito e outros. Pedidos de apoios de países com os quais partilhamos o espaço OCI, mas já fomos contactados pelo primeiro-ministro de Israel sobre a tese deles. E temos boas relações com Israel", disse a fonte do MNE, que pediu para não ser citada.

De acordo com a fonte, até à data da Assembleia-Geral, que começa na próxima terça-feira, o país "devia ter uma posição clara" sobre qual das partes irá apoiar, ou a causa da Palestina ou a posição de Israel.

MB/FP.

Lusa/Fim

Dia da Independência da Guiné Bissau celebrado na Moita-Portugal

Dia da Independência da Guiné Bissau celebrado na Moita<br>
Amílcar Cabral nasceu em Bafatá na Guiné Portuguesa   . Miterrand evitou extradição de Amílcar Cabral

A Associação de Imigrantes Guineenses e Amigos a Sul do Tejo, promoveu uma sessão evocativa do Dia da Independência da Guiné- Bissau, no decorrer da qual foi apresentado o livro «Amílcar Cabral – Vida e Morte de um revolucionário Africano», de Julião Soares Sousa.
Amílcar Cabral “deu um dos maiores contributos ao Direito Politico Internacional” quando proclamou a independência da Guiné – Bissau, sublinhou o jurista José Luis Hopher.

A Associação de Imigrantes Guineenses e Amigos a Sul do Tejo, promoveu no Pólo do Vale da Amoreira da Biblioteca Municipal da Moita, uma sessão evocativa do Dia da Independência da Guiné- Bissau, no decorrer da qual foi apresentado o livro «Amílcar Cabral – Vida e Morte de um revolucionário Africano», de Julião Soares Sousa, obra que contribui para pôr fim à polémica sobre o sitio de nascimento de Amílcar Cabral.


A sessão contou com a presença de José Luis Hopher, jurista, Eduardo Monteiro, presidente da direcção da Associação de Imigrantes Guineenses e Amigos a Sul do Tejo, e, também do 1º Secretário da Embaixada da Guiné Bissau.


Amílcar Cabral nasceu na Guiné


Julião Soares Sousa, autor da obra apresentada, recordou as divergências que existem em sectores intelectuais da Guiné Bissau sobre os local de origem do nascimento de Amílcar Cabral.


Recordou que chegou a circular uma informação acerca de uma “certidão forjada” sobre o nascimento, que Julião Soares Sousa, sublinhou “é um absurdo”.


Nesta sua obra, esclareceu, é colocado ponto final nessa polémica, pois, aqui, está divulgada a Certidão de Baptismo de Amílcar Cabral, que foi realizado na Cidade da Praia.


Na Certidão, sublinhou, pode ler-se claramente que em 24 de Dezembro de 1929, foi baptizado na Igreja Paroquial da Srª da Graça, o menino Amílcar Cabral, nascido em Bafatá, na Guiné Portuguesa.


Crioulo linguagem que estabeleceu a unidade entre a Guiné e Cabo Verde Julião Soares Sousa, recordou as influências a mãe de Amílcar Cabral na sua formação, e, salientou que o revolucionário africano – “não seguiu a influência do pai do ponto de vista politico”.


Na sua intervenção, comentou, igualmente, diversos aspectos sobre a fundação do PAIGC, que remonta ao ano de 1957, por influência de estudantes africanos que estudavam em Paris.


Salientou, no entanto, que ao nível da investigação – “não há consenso sobre a fundação do PAIGC”, porque há dúvidas sobre a sua fundação “informal” ou “formal”.


Por outro lado, sublinhou que ao longo da história do PAIGC, está clarificado que existiram processos de “cisões internas”.


Julião Soares Sousa, referiu que em todo o processo prevaleceu a unidade geográfica, histórica e linguística, salientando a importância do “crioulo” como linguagem que estabeleceu a “unidade entre a Guiné e Cabo Verde”.


Inovação do direito politico internacional


José Luis Hopher, jurista, salientou o contributo jurídico e teórico de Amílcar Cabral ao nível da «concepção da independência», inovando o direito politico internacional, ao declarar que “a Guiné Bissau não era uma colónia, era sim um país ocupado no seu território por uma potência estrangeira”.


“Amílcar Cabral legitimou a independência” – sublinhou, e, desta forma “deu um dos maiores contributos ao Direito Politico Internacional”.


José Luis Hopher salientou que, mesmo nos dias de hoje, ainda há países que procuram fundamentar o seu direito à independência com base nas concepções apontadas por Amílcar Cabral, referindo como exemplo a Palestina.


Miterrand evitou extradição de Amílcar Cabral


Um jovem no debate interrogou, como conseguia Amílcar Cabral viajar pelo mundo sendo constantemente vigiado pela PIDE, e, esta perguntou motivou a referência a diversos episódios e a ser recordada a sua prisão em Paris, no ano de 1958, donde, não foi extraditado para Portugal, devido à influência de políticos dos países do Norte de África e também de Miterrand.


Guiné é pertença de todos os que querem ser Guineenses
No decorrer do debate, a propósito da polémica sobre as origens de Amílcar Cabral, foi recordado que este facto, ao longo dos anos, foi usado em campanhas de calúnias, ao ponto de acusarem o revolucionário africano de receber “dinheiro de Salazar” e ter “casado com uma sobrinha de Salazar”.


Julião Soares Sousa, salientou que a polémica sobre o nascimento, na sua opinião, já está esclarecida na sua obra, mas, referiu que tem pouca importância saber se um individuo nasceu neste ou naquele sitio, o importante é saber que esse individuo se afirma como um homem que quer “ser Guineense”.


“A Guiné é pertença de todos os que querem ser Guineenses” – sublinhou.

domingo, 18 de setembro de 2011

O jogo entre as selecções nacionais da Guiné-Bissau e de Angola, da fase de apuramento à Taça de África das Nações- CAN’2012, disputa-se em 8 de Outubro, às 15h00, em Bissau.

O jogo entre as selecções nacionais  da Guiné-Bissau e de Angola, da última jornada do grupo J da fase de apuramento à Taça de África das Nações- CAN’2012, disputa-se em 8 de Outubro, às 15h00, em Bissau.


A Confederação Africana de Futebol noticiou, ontem, no seu site, que 16 dos 22 encontros para o campeonato africano, que se realiza no Gabão e na Guiné Equatorial, são disputados em 8 de Outubro e os restantes a 7 e 9.

Com nove pontos na segunda posição do grupo, liderado pelo Uganda com mais um, os “Palancas Negras” dependem de terceiros, pois ainda que vençam devem “esperar” por um desaire dos ugandeses que, no mesmo dia, defrontam o Quénia, terceiro classificado com sete pontos. A Guiné ocupa o último posto da série, com três pontos.
Caso termine atrás do Uganda, Angola tem de aguardar por uma repescagem do melhor segundo classificado dos 11 grupos, numa “corrida”, em que se contabiliza o maior número de pontos e quoeficiente de golos entre as selecções que ficarem nesta posição.

Presidente demarca-se da possibilidade admitida pelo Governo de acolher Kadhafi

A presidência da Guiné-Bissau demarcou-se hoje, em comunicado, da possibilidade admitida pelo Governo guineense de acolher o ex-líder líbio, Muammar Kadhafi, no país caso este o solicitasse.

No comunicado, a que a agência Lusa teve acesso, a Presidência afirma que o chefe de Estado guineense, Malam Bacai Sanhá "não acompanha" o posicionamento do Governo assumido pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior que já admitiu publicamente acolher o ex-líder Líbio na Guiné-Bissau.

O documento, sem assinatura de nenhum responsável, mas com o carimbo da Presidência da República, está datado de 15 de setembro, mas só hoje foi tornado público.

No sábado passado, o primeiro-ministro guineense, admitiu que o país estava disponível para receber Muammar Kadhafi se este decidisse vir a exilar-se na Guiné-Bissau.

"Kadhafi, durante o seu mandato, sempre apoiou a Guiné-Bissau, as obras, e o apoio que ele deu estão visíveis, não escondemos nada", afirmou o primeiro-ministro, em declarações no aeroporto de Bissau, quando regressou da Cidade da Praia, onde participou na cerimónia de tomada de posse do novo Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.

Gomes Júnior acrescentou que a Guiné-Bissau é solidária com o povo líbio. "Mas o Presidente Kadhafi merece todo o respeito", sublinhou.

"Não estamos com o mandado internacional emitido pelo Tribunal Penal Internacional, não aderimos à Convenção de Roma, portanto somos livres, enquanto Estado, para acolher os nossos amigos", frisou o primeiro-ministro guineense.

Sobre este aspeto a Presidência guineense esclarece que o país "está fortemente empenhado" em ultimar os procedimentos internos para "a adoção plena dos tratados e convenções" a que aderiu e assinou.

O comunicado não faz referência explícita ao Tribunal Penal Internacional, que quer julgar Kadhafi.

A Presidência sublinha ainda que o país está disponível para intensificar o diálogo com as novas autoridades líbias "por forma a fomentar as profícuas relações bilaterais e cimentar os laços de fraternidade e irmandade que unem o povo líbio e o da Guiné-Bissau".

Na Embaixada da Líbia na Guiné-Bissau, a bandeira do Conselho Nacional de Transição (CNT), coordenado pelos rebeldes, chegou a ser hasteada, mas o governo de Carlos Gomes Júnior mandou que fosse retirada.

Lusa 

ONU apoia luta contra o Sida

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Eleutério Guevane, VOA


Mais de 50 docentes do país foram formados na iniciativa para lutar contra a propagação da doença.


Encerrou hoje na Guiné-Bissau um programa de capacitação de professores para uma maior intervenção desses profissionais na prevenção do HIV/Sida nas escolas.


Na ocasião, Rebecca Otero, da Organização da ONU para Educação Ciência e Cultura, Unesco, os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP, devem investir mais na capacitação de professores na abordagem do HIV/Sida nas escolas.


Otero integrava um grupo de cinco formadores brasileiros, que dirigiu um seminário para apoiar as autoridades guineenses na implementação de programas de educação sexual abrangente no ensino primário e secundário.


Mais de 50 docentes do país foram formados na iniciativa cujo objectivo é melhorar o papel do sector da educação na prevenção de doenças de transmissão sexual, violência de género e gravidez na adolescência.


Falando à Rádio ONU, a partir de capital da Guiné-Bissau, Rebecca Otero disse que o Brasil, que também foi atingido pela epidemia, tem muito a dar no processo de troca de informação.


“Estamos fazendo um pouco essa troca de experiências, entre Bissau e o Brasil. Os professores locais têm muito a ensinar, traz também a sua experiência com metodologias participativas, que consideramos interessantes para trabalhar o tema da sexualidade, que é difícil de ser abordado pelo professor”, sublinhou.


De referir que apenas 13% dos jovens na Guiné-Bissau pode identificar as formas de transmissão do HIV. Destes, cerca de 21% já tiveram relações sexuais antes dos 15 anos.


O oficial de ligação da Unesco em Bissau, Gorka Gamarra, disse à Rádio ONU, da capital guineense, que barreiras culturais à prevenção do HIV podem ser abordadas com este tipo de intercâmbio.


“Há que fazer um grande trabalho em relação aos tabus, temos que assegurar que se possa saber responder o que é a Sida e como se faz a sua transmissão. Há que falar abertamente do problema, lutar um pouco contra tabus culturais e certo misticismo em relação ao problema”, explicou.


De acordo com a Unesco, o projecto, apoiado pelo Japão, prevê analisar currículos, apoiar o desenvolvimento curricular e avaliar as necessidades institucionais dos países.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Primeiros medicamentos "made in" Cabo Verde chegam ao país

Bissau, 15 set (Lusa) -- A Guiné-Bissau começou este mês a consumir produtos farmacêuticos importados de Cabo Verde, cujo laboratório espera chegar ao fim do ano com um volume de vendas superior a 200 mil euros.

Nos últimos dias chegou à Guiné-Bissau o primeiro lote de medicamentos, com um valor de cerca de 50 mil euros, e há já encomendas para mais cerca de 100 mil euros de produtos farmacêuticos, explicou o diretor comercial da empresa Inpharma, Fernando Gil Évora, à Agência Lusa em Bissau.

A farmacêutica cabo-verdiana, com o apoio da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços da Guiné-Bissau, reuniu-se quarta-feira em Bissau com médicos, farmacêuticos e responsáveis do setor da Saúde, um encontro destinado a mostrar a produção e o controlo de qualidade que é feito no país vizinho.

O governo da Guiné-Bissau inaugurou o primeiro porto de pesca no país e cria 5 mil postos de trabalho

Lusa

O governo da Guiné-Bissau inaugurou hoje o primeiro porto de pesca no país, uma infra-estrutura construída de raiz com fundos do Banco Africano do Desenvolvimento (BAD) no valor de cerca de 10 milhões de euros.


O novo porto de pesca tem capacidade para acolher a atracagem de quatro navios de grande porte. Cerca de cinco mil pessoas terão emprego directo nas novas infra-estruturas de pesca, sublinhou o primeiro-ministro guineense. Além de um cais de atracagem, o novo porto tem um mercado, câmaras frigoríficas, um laboratório e espaços para os empresários privados que queiram investir no sector das pescas.


A inauguração foi presidida pelo primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, para quem a infra-estrutura "é mais um instrumento para o combate à pobreza" no país.


"É uma infra-estrutura extremamente importante, um dos instrumentos importantes de que a Guiné-Bissau precisa no quadro do combate à pobreza", afirmou Carlos Gomes Júnior.


Segundo o primeiro-ministro guineense, além de "excelentes condições de trabalho e de higiene" o novo porto comercial de pesca vai permitir que "grandes arrastões" encostem em Bissau, de onde poderão exportar o pescado do país.


"Esperemos que brevemente a União Europeia dê ao país o certificado fitossanitário do pescado para que possamos passar a exportar para o mercado europeu", acrescentou o primeiro-ministro guineense.


Esta referência mereceu a concordância gestual do delegado da União Europeia, Joaquim Gonzalez Ducay, que se encontrava ao lado de Carlos Gomes Júnior quando este falava à imprensa.


O representante do Banco Africano do Desenvolvimento (BAD) na Guiné-Bissau, o guineense Ansumane Mané, defendeu que com o novo porto de pesca o país passa a dispor de "melhores condições" para negociar com os seus parceiros no sector.


Uma das exigências da União Europeia, um dos principais parceiros da Guiné-Bissau no sector da pesca, é que o país tenha um laboratório que possa certificar a qualidade fitossanitária dos produtos derivados do mar para que possam ser exportados para o mercado europeu.


O primeiro-ministro disse esperar que a União Europeia "com toda a naturalidade" ajude o país a pôr a funcionar o laboratório de controlo de qualidade do seu pescado.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Inaugurado hoje primeiro de quatro Centros de Acesso à Justiça

Bissau - O Governo da Guiné-Bissau e as Nações Unidas inauguraram hoje (terça-feira), em Bissau, o primeiro de quatro Centros de Acesso à Justiça, destinados a fornecer gratuitamente informação e apoio jurídico aos mais pobres, oticia a LUSA. 

O primeiro Centro foi inaugurado em Bissau e ainda hoje será inaugurado outro, no Bairro Militar, na periferia da capital. Na quarta-feira serão inaugurados mais dois, um em Mansoa e outro em Canchungo, no interior do país. 

Cada Centro terá técnicos de assistência jurídica e assessores da Liga Guineense dos Direitos Humanos, que tiveram uma formação específica nas áreas de acesso à justiça, resolução alternativa de disputas e direitos humanos. 

Os técnicos terão também como função visitar as comunidades, cabendo-lhes as primeiras orientações a eventuais vítimas. A prevenção e a formação das autoridades tradicionais será também tarefa dos Centros, tudo para facilitar o acesso dos cidadãos à justiça, consagrado na Constituição da Guiné-Bissau.

Apesar de reconhecer esse direito, o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnir afirmou, na inauguração do primeiro centro, que o Estado da Guiné-Bissau tem sido "pouco sensível à observância" desse direito "e portanto parco na criação de condições" para o seu exercício efectivo. 

Estudos recentes revelam indicadores bastante preocupantes quanto ao défice de informação e protecção jurídica dos cidadãos, bem como quanto à assistência jurídica e judiciária, nas suas diversas formas", disse Carlos Gomes Júnior. 

Acrescentou que até hoje ainda é notória na Guiné-Bissau a falta de tribunais em muitas zonas com aglomerados populacionais significativos e - o que é mais preocupante - em muitos casos onde há tribunais faltam magistrados e funcionários judiciais. De igual modo, regista-se, com grande preocupação, a ausência de escritórios de advogados nas regiões. 

Carlos Gomes Júnior justificou o investimento no acesso à justiça afirmando que hoje "não é possível uma governação democrática" onde o povo não é esclarecido e "só uma pessoa esclarecida e bem formada e informada é uma pessoa cidadã e só ela pode exercer os seus direitos sagrados de cidadania".

O projecto foi apoiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no âmbito do Programa de Fortalecimento do Estado de Direito e Segurança (FORTES). Um folheto em banda desenhada e em crioulo, chamado "Tudo Djinte tene diritu a justisa" está também a ser distribuído com o apoio da ONU.

Sindicato dos Magistrados exige melhores condições de trabalho - Cidadãos suportam custos das deslocações inerentes aos processos

Bissau - O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público exigiu, esta terça-feira, 13 de Setembro, a aprovação dos estatutos remuneratórios dos magistrados por parte do Governo, para que estes possam ser postos em prática no Orçamento de Estado para 2012.

Esta exigência por parte do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público está inserida num conjunto de diversas reivindicações. É uma das mínimas pré-condições impostas por esta organização para o arranque do novo ano judicial, que terá início a 1 de Outubro.


De acordo com Bacari Biai, Presidente da Associação Sindical dos Magistrados Judiciais, «enquanto o Estado guineense não se interessar pela justiça, os cidadãos vão continuar a disponibilizar o seu dinheiro para a deslocação de oficiais de forma a dar seguimento aos seus processos judiciais».


Os preços variam, segundo Bacari Biai, entre 2 mil e 10 mil F.cfa (3mil e 15 mil euros), ou ainda dependendo da possibilidade de cada interessado.


Estas informações foram cedidas à PNN pelo próprio Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministerio Público, que se mostrou impaciente com o incumprimento de acordos rubricados com o Governo, no que diz respeito à atribuição de viaturas de funções aos responsáveis dos tribunais regionais.


Este sindicalista é de opinião que os guineenses devem parar de suportar os custos das deslocações de oficiais de diligências junto dos tribunais.


«As viaturas que exigimos do Governo não são para uso pessoal mas sim para cumprimento da nossa missão. Como respondemos a um processo em que o indivíduo seja notificado numa determinada região?», referiu Bacari Biai, acrescentando que esta situação coloca em causa a imparcialidade e dignidade dos magistrados no exercício das suas funções.


O Presidente do Sindicato do Magistrados Judiciais acusou igualmente o Governo de falta de sensibilidade e de não se interessar pela justiça na Guiné-Bissau, considerando a situação de «má vontade» por parte do Executivo.


«Não sei como explicar o que está a acontecer. Os governantes exigem de nós a justiça e, ao mesmo tempo, pouco se mostram interessados nela. Estamos perante uma realidade aquém das expectativas dos guineenses», confessou Bacari Biai.

As reclamações dos magistrados acontecem numa altura em que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e o Governo guineense inauguram as instalações do gabinete de informação e consultas jurídicas, em Bissau, bem como os centros de acesso à justiça no país.


A iniciativa visa fornecer informação as camadas mais vulneráveis da sociedade sobre os seus direitos e sobre o sistema judicial, bem como promover acções de aconselhamento, assessorias e assistência jurídica de uma forma gratuita aos cidadãos com dificuldades.


Entre outros convidados, participam nesta cerimónia, o Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, membros do Governo e representantes de agências das Nações Unidas da Guiné-Bissau, nomeadamente o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD).


Além destes dois centros, que vão funcionar em Bissau, existem ainda mais dois no interior do país, em Canchungo e Mansoa.


Sumba Nansil

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Quartel de Tagma na Waie transformado em Centro de Formação

Bissau - Antigas instalações do Estado Maior das Forças Armadas da Guiné, onde Tagma na Waie foi morto há dois anos, vão ser remodeladas e transformadas num centro de formação das forças armadas, dentro de um ano.

O projeto é da cooperação brasileira, que vai gastar mais de 2,2 milhões de euros, explicou hoje à Lusa o embaixador do Brasil em
Bissau, Jorge Kadri, acrescentando que já está em Bissau um grupo de oficiais brasileiros, a avaliar as necessidades, passando-se depois à reparação do edifício, cedido temporariamente pelo governo da Guiné-Bissau.

"Se tudo correr conforme planeado iniciamos o treino em Outubro de 2012, de um pequeno grupo de 20 aspirantes a oficial, que terão
um curso de um ano e no final os melhores serão enviados para academias militares brasileiras", disse o embaixador.

Numa fase posterior o Centro (que comporta também uma missão técnica e uma espécie de "hotel de trânsito", onde ficarão alojados
os instrutores) deverá formar por ano até 40 oficiais.

Este projeto, em conjunto com outro de formação de forças de segurança, que começa já no próximo mês, faz parte de um total de cerca de 25 projectos que o Brasil tem na Guiné-Bissau, onde nos últimos três anos investiu mais de 10 milhões de dólares (7,3 milhões de euros).

"A cooperação com a Guiné sempre foi prioritária", disse o embaixador à Lusa, lembrando que depois de Moçambique é a Guiné-Bissau, em conjunto com Cabo Verde, onde a cooperação é mais intensa em África, na Guiné desde a independência mas de forma mais aprofundada após 2007.

Há dois anos, exemplificou, foi inaugurado um Centro de Formação Profissional, que forma anualmente 600 pessoas, de eletricistas a bombeiros ou marceneiros.

E no bairro de S. Paulo está já em construção uma escola, um projecto do Brasil e da UNESCO, que em conjunto com uma ONG (Gol de Letra, criada em 1998 pelos ex-futebolistas Raí e Leonardo) vai estar aberta todos os dias para 240 crianças (da primeira à sexta classe).

É um projecto de 1,3 milhões de dólares, inserido num bairro muito pobre, com iniciativas extracurriculares e gerido pela comunidade
nos fins de semana.

No Centro Cultural do Brasil, na parte mais nobre da capital, há também cursos gratuitos de 18 meses para 800 alunos, e a cooperação brasileira está igualmente pronta a ajudar na reconstrução da Universidade Amílcar Cabral.

Disse Jorge Kadri que também na área da saúde há diversos pequenos projectos, com o Brasil a apoiar o plano de registo de
nascimento, estando em Outubro uma missão brasileira no terreno para ajudar o governo de Bissau.

E o embaixador cita ainda outro projecto, do qual se sente, confessa, muito orgulhoso. Está a ser desenvolvido em conjunto com a Índia e a África do Sul  e consiste em criar melhores condições junto de famílias pobres das "tabancas" (bairros). Está já em 20 locais e passou de 500 mil dólares no início para os atuais dois milhões (1,4 milhões de euros).

E sem falar dos Telecentros, três locais com internet gratuita espalhados pela cidade, do treino de enfermeiros, da formação de
profissionais na área da agricultura, do apoio no combate à Sida, das centenas de estudantes guineenses que estudam atualmente no
Brasil.

Pelo passado comum (mesmo colonizador), pela língua em comum, o Brasil sempre teve "um olhar bastante carinhoso e afetuoso para com a Guiné-Bissau". Palavra de embaixador.

Apoio do PM a Kadhafi expressa sentimento da população

Bissau - O presidente da Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau, Luís Vaz Martins, considera que a disponibilidade do Governo em receber o ex-lider líbio, Muammar Kadhafi “tem a ver com o sentimento geral da população quanto à política incoerente” da comunidade internacional.

No passado sábado, ao chegar de Cabo Verde onde assistiu à posse do novo Presidente do país, o primeiro-ministro, Carlos Gomes
Júnior, disse que se Muammar Kadhafi quiser vir para Bissau “será muito bem-vindo”.

Lembrando que Kadhafi sempre apoiou a Guiné-Bissau, o primeiro-ministro referiu que o país não assinou a Convenção de Roma (sobre o Tribunal Penal Internacional) e que por isso é livre de acolher os amigos.

Em declarações à Agência Lusa, Luís Vaz Martins disse hoje entender a declaração de Carlos Gomes Júnior, mas também defendeu que o primeiro-ministro devia ter mais cautela, porque “a Guiné-Bissau é um país frágil, depende da ajuda internacional, e qualquer declaração pode ter consequências e pôr em causa o apoio de que necessita”.

Não escondendo que o líder líbio era um ditador, nem que apoiou a Guiné-Bissau em diversos momentos, Vaz Martins perguntou o que leva a comunidade internacional a não ter com a Síria a mesma postura que tem para com a Líbia.

“Há uma dualidade de critérios do Ocidente e da NATO, há uma ordem internacional muito injusta, baseada em interesses dos
estados mais poderosos e não em justiça. Esse é o sentimento geral da população”, disse o presidente da Liga dos Direitos Humanos.

Há “um sentimento de revolta” quanto a essa política, de censurar Kadhafi e não outros piores que ele, e é nesse contexto que se
entendem as declarações de Carlos Gomes Júnior, acrescentou Vaz Martins.

sábado, 10 de setembro de 2011

Kadhafi será muito bem-vindo, diz primeiro-ministro da Guiné-Bissau

Bissau mostra apoio a Muammar Kadhafi (foto AP)

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau afirmou este sábado que caso o coronel Muammar Kadhafi manifeste vontade em ir para aquele país «será muito bem-vindo».


«Kadhafi, durante o seu mandato, sempre apoiou a Guiné-Bissau, as obras e apoio que ele deu estão visíveis, não escondemos nada», declarou Carlos Gomes Júnior. Apesar de se mostrar solidário com o povo líbio, disse que o coronel «merece todo o respeito» de Bissau.


«Não estamos com o mandato internacional emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), não aderimos à convenção de Roma, portanto somos livres, enquanto Estado, de acolhermos os nossos amigos», salientou.


As declarações do governante foram proferidas no aeroporto de Bissau, depois de ter participado na cerimónia de tomada de posse de José Carlos Fonseca como presidente de Cabo Verde, em Praia.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Jorge Fonseca assume a Presidência de Cabo Verde

Jorge Carlos Fonseca, apoiado pelo MpD, partido na oposição, foi eleito com 54,16 porcento dos votos na segunda volta das presidenciais de 21 de agosto passado.

Praia – Jorge Carlos Fonseca foi empossado na manhã desta sexta-feira pelo presidente da Assembleia Nacional (Parlamento cabo-verdiano), Basílio Mosso Ramos, como quarto chefe de Estado da história de Cabo Verde, após Aristides Pereira (1975/1991), António Mascarenhas Monteiro (1991/2001) e Pedro Pires (2001/2011).
Para a sua eleição como o novo chefe de Estado, ele derrotou Manuel Inocêncio Sousa, que obeteve 45,84 porcento dos votos enquanto candidato do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder). Jorge Carlos Fonseca, apoiado pelo MpD, partido na oposição, foi eleito com 54,16 porcento dos votos na segunda volta das presidenciais de 21 de agosto passado.
Os presidente de São Tomé e Príncip, Manuel Pinto da Costa, e da Mauritânia, Mohamed Ould Abdel Aziz, estão presentes na cerimónia de tomada de Jorge Carlos Fonseca.
Estão igualmente presentes o Vice-Presidente da Gâmbia, Isatou Nije-Saidy, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné Bissau, Adelino Mano Queta.
Portugal faz-se representar pelo ministro do Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, e Angola está presente através do ministro da Indústria, Joaquim David, enquanto por Moçambique está o ministro do Comércio e Turismo.
O Brasil tem na cerimónia de posse o governandor do Ceará, Cid Gomes, e a CPLP tem a representá-lo o secretário-executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira.
Presente está também um ministro de Estado de Marrocos e um membro do Governo da Nigéria.
Alberto Ruiz Tiery, coordenador-executivo para a África, veio em nome da Internacional Democrata do Centro.
Em representação do Secretário-Geral das Nações Unidas (ONU) está a diretora regional para África da FAO (Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura), a cabo-verdiana Helena Semedo, enquanto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) está confirmada a presença do seu secretário executivo Domingos Simões Pereira.
Os presidentes dos países que integram com Cabo Verde a CPLP, designadamente José Eduardo dos Santos (Angola), Dilma Roussef (Brasil), Malam Bacai Sanhá (Guiné-Bissau), Armando Guebuza (Moçambique), Aníbal Cavaco Silva (Portugal), e José Ramos Horta (Timor-Leste), estão ausentes por razões diversas. As informações são da Panapress e Infirpress.

Caju aumenta receitas

Guiné-Bissau vai exportar, este ano, 174 mil toneladas da castanha do caju, o que deve render 226 milhões de dólares, disse, na terça-feira, em Bissau, o presidente da Comissão Nacional do Caju (CNC). A campanha do caju começou em Março do 2010 e a exportação um mês depois, mas os números devem rondar os avançados por André Nanque, que salientou o facto de este ano ter sido também o de melhor preço para o produtor (uma média de 333 francos CFA por quilo): “No preço de exportação conseguimos atingir 1.600 dólares por tonelada, embora a média esteja nos 1.300”, afirmou o presidente da CNC, sublinhando que no ano passado a Guiné-Bissau exportou 122 mil toneladas, um pouco mais do que em 2009, chegando às 135 mil toneladas, e não passando das 109 mil em 2008.


Na base do sucesso da presente campanha estiveram “as boas condições atmosféricas”, mas também os preços elevados, a fraca produção de outros países e a instabilidade na Costa do Marfim, o maior produtor de África, com quase 400 mil toneladas anuais, referiu. A importância de um bom ano é fundamental para a Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do mundo, cuja economia assenta, essencialmente, na castanha do caju.


Por falta de capacidade e de investimentos no sector, a Guiné-Bissau exporta quase toda a castanha de caju em bruto, pois nem 15 por cento consegue processar.


O presidente da Comissão Nacional,André Nanque, disse à agência noticiosa  Lusa, que o Estado vai arrecadar, este ano, 14 milhões de dólares só em receitas alfandegárias com a exportação de caju.