domingo, 18 de setembro de 2011

Presidente demarca-se da possibilidade admitida pelo Governo de acolher Kadhafi

A presidência da Guiné-Bissau demarcou-se hoje, em comunicado, da possibilidade admitida pelo Governo guineense de acolher o ex-líder líbio, Muammar Kadhafi, no país caso este o solicitasse.

No comunicado, a que a agência Lusa teve acesso, a Presidência afirma que o chefe de Estado guineense, Malam Bacai Sanhá "não acompanha" o posicionamento do Governo assumido pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior que já admitiu publicamente acolher o ex-líder Líbio na Guiné-Bissau.

O documento, sem assinatura de nenhum responsável, mas com o carimbo da Presidência da República, está datado de 15 de setembro, mas só hoje foi tornado público.

No sábado passado, o primeiro-ministro guineense, admitiu que o país estava disponível para receber Muammar Kadhafi se este decidisse vir a exilar-se na Guiné-Bissau.

"Kadhafi, durante o seu mandato, sempre apoiou a Guiné-Bissau, as obras, e o apoio que ele deu estão visíveis, não escondemos nada", afirmou o primeiro-ministro, em declarações no aeroporto de Bissau, quando regressou da Cidade da Praia, onde participou na cerimónia de tomada de posse do novo Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.

Gomes Júnior acrescentou que a Guiné-Bissau é solidária com o povo líbio. "Mas o Presidente Kadhafi merece todo o respeito", sublinhou.

"Não estamos com o mandado internacional emitido pelo Tribunal Penal Internacional, não aderimos à Convenção de Roma, portanto somos livres, enquanto Estado, para acolher os nossos amigos", frisou o primeiro-ministro guineense.

Sobre este aspeto a Presidência guineense esclarece que o país "está fortemente empenhado" em ultimar os procedimentos internos para "a adoção plena dos tratados e convenções" a que aderiu e assinou.

O comunicado não faz referência explícita ao Tribunal Penal Internacional, que quer julgar Kadhafi.

A Presidência sublinha ainda que o país está disponível para intensificar o diálogo com as novas autoridades líbias "por forma a fomentar as profícuas relações bilaterais e cimentar os laços de fraternidade e irmandade que unem o povo líbio e o da Guiné-Bissau".

Na Embaixada da Líbia na Guiné-Bissau, a bandeira do Conselho Nacional de Transição (CNT), coordenado pelos rebeldes, chegou a ser hasteada, mas o governo de Carlos Gomes Júnior mandou que fosse retirada.

Lusa 

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