sexta-feira, 30 de setembro de 2011

(A saga continua) António Indjai fala sobre ameaça por parte dos balantas

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Bissau – O Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, António Indjai, disse à Comunicação Social que a sua missão não é servir os balantas mas sim os guineenses.

«Eu estou à frente das Forças Armadas para servir os guineenses e não os balantas», referiu António Indjai, na última edição do jornal militar guineense, «O Defensor», 13ª edição, de 28 de Setembro.

A publicação cita várias revelações sobre a situação nos quartéis da Guiné-Bissau, como rumores de destituição do Presidente da República e do Governo através de um golpe militar.


O jornal adianta que esta conjuntura obrigou à deslocação do Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, António Indjai, entre 8 e 12 de Setembro, às unidades militares da capital, com objectivo de esclarecer a mensagem que circula nos quartéis, que alega que o chefe máximo das Forças Armadas teria recebido, das mãos do Primeiro-ministro, dinheiro para o manter no poder.


De acordo com o jornal, António Indjai terá sido ameaçado, a 5 de Setembro, por um indivíduo numa cerimónia fúnebre, que alegadamente se dirigiu para ele interrogando-o: «você é António Indjai? Quando chegou ao poder, nós pensávamos que iria descansar os balantas mas afinal vai virar-lhes as costas. Mas a sua vez chegará».


Sobre estas ameaças, conforme descreveu o jornal, António
Indjai terá respondido dizendo que até podem matá-lo mas não adiantará de nada pois não fará o que pedem.


Foram publicadas ainda muitas revelações sobre os rumores que circulam nos quartéis, acerca de certos elementos das Forças Armadas, que estarão alegadamente a planear destabilizar novamente a Guiné-Bissau, o que culminaria com o afastamento do Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior do poder.


Sobre esta intenção, prossegue o jornal, António Indjai informou os militares, aquando da sua digressão aos quartéis no início de Setembro, que constitucionalmente ele não tem competência para destituir o Presidente da República e o Governo, como pretendem os que desejam chegar ao poder por esta via.


«A destituição das figuras públicas ou de qualquer outro membro do Governo pelos militares é um golpe de Estado» referiu António Indjai.
Neste sentido, o Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas reafirmou que, por meio de armas, a conduta das Forças Armadas seria, mais uma vez, posta em causa.


«Os camaradas devem ficar quietos nos quartéis de forma a evitarem perturbações, para que o Estado possa criar condições de atender às preocupações de classe castrense», referiu António Indjai.
Sem citar nomes, António Indjai terá ameaçado transferir os militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado para a unidade de Guarda Fronteiriça, advertindo que, qualquer desobediência neste sentido dará origem ao cancelamento do vencimento.


Nestas revelações, pela primeira vez na história da classe castrense, citou-se  igualmente o assunto das reformas nas Forças  Armadas,fomento de sentimento tribal, assim como o tão falado golpe de Estado.


Sobre este ultimo aspecto, José Américo Bubo Na Tchuto, chefe do Estado Maior da Armada, declarou que a sua unidade não tem intenções contrárias como tem sido dito. «O passado é passado», referiu.


Neste sentido, ele solicitou a António Indjai que, sempre que tiver alguma informação que lhe diga respeito, o convoque para falarem do
assunto.


Sumba Nansil

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