sábado, 29 de outubro de 2011

«Manipulação política» PRS recusa participar na Conferência Nacional de Reconciliação

DGuinee

Bissau – Na semana em que se completaram os trabalhos de consulta e audições, no quadro da preparação da Conferência Nacional para a Paz e Reconciliação, surgiu uma posição política a contrariar os promotores desta iniciativa.

O Partido de Renovação Social (PRS) anunciou, em comunicado de imprensa, a sua recusa em integrar a Comissão de Reconciliação, justificando que a mesma está a ser dirigida por um líder, do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que pretende aproveitar-se da iniciativa para se encobrir dos «crimes de sangue».


Apesar desta recusa, o PRS reconhece que a iniciativa é nobre, mas sublinha que só uma organização isenta podia contar com a sua participação. P PRS considera que há «manipulação política e promiscuidade evidenciada» a volta da acção e afirma que o PAIGC pretende ser juiz em causa própria.


«Este posicionamento já foi formalmente manifestado numa missiva endereçada, a 28 de Outubro de 2010, a Manuel Serifo Nhamadjo, vice-presidente da referida comissão e, simultaneamente, primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular e membro do Bureau Político do PAIGC, com conhecimento do Presidente da República, do Governo, do representante da UNIOGBIS, do representante da União Africana, da União Europeia e da Sociedade Civil», refere ainda o comunicado.


O PRS afirma que, enquanto maior partido da oposição, nunca porá em causa a sua credibilidade nem se deixará alinhar na incoerência de ajudar o PAIGC a patrocinar e organizar uma diligência dessa natureza.


«O PRS recusa, desde já, a sua parte de responsabilidade no fracasso da iniciativa desta organização», reafirmou o PRS.

O comunicado termina advertindo que só haverá paz e estabilidade com a promoção de uma verdadeira justiça, através da instituição de acções concretas desenvolvidas em Comissões de verdade, justiça e reconciliação, que serviram como exemplo em vários países do mundo, incluindo países africanos.


«Acções isoladas de reconciliação fomentadas e patrocinadas por quem deve ser julgado não levam a nada, antes pelo contrário, só vão servir para alimentar ódio e violência, em vez da unidade e coesão nacionais necessárias», conclui o comunicado.


Sumba Nansil

Director Executivo da ONU contra a Droga e o Crime visita a Guiné-Bissau

«Tráfico põe em causa valores fundamentais da humanidade»

Bissau – O Director Executivo do Escritório das Nações Unidas contra a
Droga e o Crime, Yury Fedotov, chegou, esta quinta-feira, 27 de Outubro, à Guiné-Bissau, para uma visita oficial.

A deslocação de Yury Fedotov enquadra-se no âmbito das comunicações já efectuadas, uma missão à África Ocidental, a qual incluiu encontros em Dakar, Senegal.


As questões ligadas ao tráfico de estupefacientes e à criminalidade organizada na África Ocidental, com particular atenção aos esforços das autoridades nacionais no combate à droga são, entre outros, assuntos agendados durante esta visita.


Yury Fedotov irá reunir com o Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, o Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, o Representante Especial das Nações Unidas em Bissau, Joshef Mutaboba, e terá ainda encontros com alguns membros do Governo.


O Director Executivo do Escritório das Nações Unidas em Viena também faz parte da delegação.


Na reunião do Comité do Programa do WACI, em Bissau, o ministro da Justiça, Adelino Mano Queta, disse que o país se sente mais encorajado na luta contra o tráfico de drogas e o crime organizado transnacional, contando com o apoio da comunidade internacional.


«A dimensão do fenómeno que põe em causa os valores fundamentais de toda humanidade, tais como a segurança, a paz e a ordem pública, indispensáveis ao progresso de cada povo, exige de todos uma acção mais concertada», disse Adelino Mano Queta.

Neste sentido, o governante sublinhou que nenhum país, isoladamente, consegue resultados na luta contra o tráfico de drogas e o terrorismo, tendo em conta o nível estrutural das pessoas e organizações envolvidas nestas actividades.


Por outro lado, o responsável pela pasta da Justiça destacou que a Guiné-Bissau tem sido apontada como estando na rota de tráfico de drogas transatlântico.


«A ser assim, isto deve-se, em grande medida, à sua condição de país pós-conflito com períodos de fragilidade institucional e à instabilidade política», referiu Adelino Mano Queta.


Foi neste sentido que o governante revelou que, estatisticamente, a utilização do território nacional da Guiné-Bissau para o tráfico de droga reduziu consideravelmente devido ao empenho do Governo com o apoio da comunidade internacional.


Sumba Nansil

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Altos representantes das Nações Unidas em Bissau para discutir combate ao narcotráfico

Mercado de Bissau

         Mercado de Bissau

Altos representantes das Nações chegam amanhã a Bissau para reforçar o combate contra o narcotráfico e o crime organizado na região oeste-africana.

Durante a deslocação os altos responsáveis das Nações Unidas, o Representante Especial do Secretário-Geral da Guiné-Bissau e o Chefe do UNIOGBIS, têm encontro marcado com as autoridades do país, nomeadamente, com o Presidente da República e com o Primeiro-ministro. Estes encontros vão assegurar o apoio da organização à Guiné-Bissau no combate ao narcotráfico e crime organizado, e ainda em outros planos nacionais relevantes.

Manuel Pereira, responsável pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes- UNODC, reconhece que desde 2008, altura em que a Guiné-Bissau começou a beneficiar do apoio da Comunidade Internacional e da UNODC, o país deixou de registar grandes apreensões de droga.

O responsável das Nações Unidas contra Drogas e Crimes reconhece, no entanto, que houve uma tentativa de desviar as rotas de narcotráfico ao tentaram voltar-se para as ainda existentes fraquezas do território nacional em matéria de aplicação da lei.

Manuel Pereira falou do projecto Unidades de Crimes Transnacionais, um projecto que existe já em quatro países, Guiné-Bissau, Serra Leoa, Libéria e Costa do Marfim, e que tem como objectivo o combate ao narcotráfico que ainda existe na região.

Manuel Pereira, responsável pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime- UNODC
(01:28)
 
 

Caboverdiana vinda do Brasil é condenada por tráfico de cocaína

É a primeira condenação por narcotráfico pronunciada pela justiça de Guiné Bissau desde a descoberta em 2005 de uma rede de tráfico de cocaína procedente de América Latina.

BISSAU, 26 Out 2011 (AFP) -Uma caboverdiana que carregava três quilos de cocaína em uma mala foi condenada nesta quarta-feira a quatro anos de prisão por um tribunal de Guiné Bissau, informou uma fonte judicial.

A mulher, proveniente do Brasil, passou por Lisboa antes de ser detida em Bissau em agosto, indicou a mesma fonte.

A droga estava escondida no fundo falso de sua mala quando foi detida no aeroporto de Bissau.

É a primeira condenação por narcotráfico pronunciada pela justiça de Guiné Bissau desde a descoberta em 2005 de uma rede de tráfico de cocaína procedente de América Latina.

Imprensa abdica da cobertura das comemorações do Dia das Nações Unidas

Bissau – A imprensa guineense renunciou, segunda-feira, 24 de Outubro, à cerimónia de cobertura jornalística referente às comemorações do Dia das Nações Unidas, que se assinalou a 24 de Outubro.

Em causa está o convite do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) aos representantes dos diferentes órgãos de Comunicação Social, para assinatura de um termo de compromisso no qual consta que, em caso de acidente de viação, o UNIOBIS não seria responsabilizado sobre as consequências do sinistro.


À excepção da RTP África, que se deslocou ao local com a sua própria viatura e da emissora católica guineense – Rádio «Sol Mansi», por ter um dos seus estúdios em Mansoa, nenhum outro órgão fez a cobertura do evento.


O acto central das comemorações desta data teve lugar em Mansoa e Mansabà, ambas cidades no norte do país, região de Oio.
Do encontro, participaram representantes de diferentes agências das Nações Unidas em Bissau, bem como o representante do Governo da Guiné-Bissau, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mamadu Saliu Djalo Pires.


Perante esta situação, o Oficial de Informação do UNIOGBIS disse à PNN que a representação do Gabinete de Ban Ki Moom, em Bissau, vai lavar a cabo uma campanha de informação e de esclarecimento junto das direcções de diferentes órgãos sobre os procedimentos da ONU em Bissau.


Não é a primeira vez que esta situação se verifica mas, quase por unanimidade, os representantes de órgãos públicos, imprensa privada e rádios comunitárias declinaram o convite das Nações Unidas.


Em Dezembro de 2005, dois jornalistas morreram e vários ficaram feridos num acidente de viação, na estrada que liga Gabù a Bafatà,quando se dirigiam para uma conferência a convite do Secretariado Nacional de Luta Contra Sida.


O caso foi para a Justiça, onde esta instituição foi condenada à indemnização de vítimas, o que até esta data ainda não aconteceu.


Sumba Nansil

"Toca-toca a aprender" erradica analfabetismo da função pública

Bissau,(Lusa) - O analfabetismo está erradicado da função pública da Guiné-Bissau, depois da escolarização de 1094 pessoas, as últimas das quais receberam hoje os diplomas em Quinhamel, arredores de Bissau.

O programa de alfabetização abrangeu a totalidade dos cerca de 10 por cento de funcionários públicos que não sabiam ler nem escrever, e foi financiado pela União Europeia com 6,5 milhões de euros, distribuídos através do PARAP - Programa de Apoio à Reforma da Administração Pública.

De todos os funcionários que não sabiam ler nem escrever 636 eram de Bissau e 458 do resto do país, explicou à Lusa a coordenadora do projeto, Graça Pombeiro.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Portugal vai ter em 2015 a segunda pior taxa de fecundidade do Mundo, revela relatório da ONU

Portugal vai ter nos próximos quatro anos a segunda mais baixa taxa de fecundidade do Mundo, com apenas 1,3 filhos por mulher, apenas ultrapassado pela Bósnia-Herzegovina (1,1), de acordo com um relatório hoje divulgado pelas Nações Unidas. 

Em contrapartida, apresenta o 11 melhor lugar na mortalidade até aos cinco anos de vida, com 3,7 crianças falecidas em cada mil que nascem, ainda  segundo o Relatório sobre a Situação da População Mundial 2011.

O estudo do Fundo das Nações Unidas para a População indica que também  na esperança de vida o país surge com um dos mais elevados valores entre  os 188 estados da tabela, com uma previsão de 83 anos para as mulheres e  77 para os homens que nasçam até 2015.

Em relação à fecundidade, Portugal tem indicadores iguais à Áustria  e Malta, seguindo-se a Hungria, Japão, Coreia do Sul, Macedónia, Polónia,  Roménia e Eslováquia, com 1,4 filhos por mulher com idade entre os 15 e  os 49 anos. Alemanha, Albânia, Bulgária, Bielorrússia, Geórgia, Itália e República Checa surgem depois, com uma taxa de 1,5.

Na China, país mais populoso do mundo, a taxa de fecundidade situa-se entre os valores baixos que caracterizam os países ocidentais (1,6), enquanto a Índia, o segundo país com mais habitantes, apresenta uma taxa bastante superior (2,5).

A tabela é liderada pelo Níger (6,9), seguida da Somália e Zâmbia (6,3), Mali (6,1) e Malauí e Afeganistão (6).

Quanto à taxa de mortalidade infantil, o primeiro lugar da tabela pertence à Suécia e a Singapura, com 2,8 crianças falecidas até aos cinco anos entre  cada mil nascimentos, seguindo-se no pódio a Islândia e a Eslovénia (3)  e, em terceiro lugar, a Finlândia (3,2). O Japão e a Noruega vêm depois  com 3,3, a Grécia com 3,4, Chipre, a República Checa com 3,5 e Portugal  com 3,7.

No lado oposto da tabela, o Chade apresenta o pior indicador - 209 crianças  mortas em cada mil -, antes da República Democrática do Congo e Afeganistão  (198,6), Guiné-Bissau (192,6), Serra Leoa (192,3) e Mali (191,1).

Outro valor onde Portugal surge bem colocado é na esperança de vida  feminina, apenas atrás de 13 países onde se prevê uma longevidade superior  aos 83 anos calculados para as mulheres portuguesas nascidas até 2015.

À frente está o Japão (87 anos), seguindo-se a França, Espanha, Itália  e Suiça (85), Singapura, Coreia do Sul, Israel, Islândia, Suécia, Áustria,  Austrália e Martinica (84). Portugal está a par da Finlândia, Bélgica, Canadá,  Grécia, Irlanda, Luxemburgo, Holanda, Nova Zelândia, Noruega e Eslovénia.

O Lesoto é o país onde a esperança de vida das mulheres é mais baixa  (48 anos), seguido do Afeganistão, Suazilândia e Serra Leoa (49), Guiné-Bissau  e Zâmbia (50) e Botsuana, República Centro Africana e República Democrática  do Congo (51).

No universo masculino, Portugal está numa posição menos destacada, já  que há 22 países onde a esperança de vida para os homens é superior aos  77 anos apontados para os portugueses. 

O primeiro lugar da tabela inclui seis países: Suécia, Suíça, Austrália,  Islândia, Japão e Israel têm uma esperança de vida de 80 anos para homens.

No outro extremo da lista, com uma previsão de vida de quase metade,  está a Guiné-Bissau e a República Democrática do Congo (47 anos), antecedido  pela República Centro Africana e Serra Leoa (48), Chade, Zâmbia e Afeganistão  (49).

Com Lusa

Três países lusófonos entre os piores mortalidade infantil

Três países lusófonos -- Guiné-Bissau, Angola e Moçambique -- estão entre os que têm a pior taxa de mortalidade infantil, de acordo com o relatório sobre a Situação da População Mundial relativo a 2011 hoje divulgado.

Segundo o relatório do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), em cada 1.000 nascidos vivos, morrem 192,6 na Guiné-Bissau (só ultrapassada por Afeganistão e Chade), 160,5 em Angola e 141,9 em Moçambique.

Entre os países de língua portuguesa, seguem-se São Tomé e Príncipe, com 77,8 crianças, e Timor-Leste, com 56,4. Mais abaixo, surgem Cabo Verde, com 27,5, e Brasil, com 20,6. Portugal apresenta uma taxa de 3,7.

Lusa

A luta pela independência da Guiné-Bissau no DocLisboa

Pelas 19:00 do dia 25 de Outubro, a sala três do Cinema São Jorge, apesar de ter umas quantas cadeiras vazias, contava com uma plateia atenta e interessada, da qual faziam parte o realizador Tobias Engel e Josefina Cabral, viúva de Luís Cabral – guia do movimento pela libertação e um dos responsáveis pela criação do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde).

“Labanta Negro!”, do italiano Piero Nelli, filmado em 1966, e “No pincha!”, dos franceses Tobias Engel, René Lefort e Gilbert Igel, filmado em 1970, debruçam-se ambos sobre a luta armada pela libertação dos territórios nas antigas colónias portuguesas na Guiné-Bissau.
São diários cinematográficos que retratam o combate contra o colonialismo e pela independência e que dão a conhecer uma perspectiva de uma experiência marcante não só para a Guiné-Bissau como também para a história do povo português.

No primeiro documentário da sessão, “Labanta Negro!”, são mencionados diversos aspectos da vida dos africanos que sofrem as consequências do colonialismo. Fala-se do analfabetismo (que chegava aos 99% naquela altura), das mortes durante as greves (devido ao facto de não ser concedido o direito a reivindicações sindicais), dos ferimentos em civis provocados por balas ou minas, e da convivência lado a lado entre o ambiente de guerra e a actividade militar e a tentativa de reestruturação de uma sociedade civil. Mas, mais do que isso, este filme demonstra que a exploração colonial já não era vivida passivamente.

Seguiu-se o documentário “No Pincha!” – obra recuperada pela Cinemateca Portuguesa – que mostra a posição da Europa em relação à luta na Guiné-Bissau e clarifica o facto de que, para o povo guineense, a questão não se tratava de combater contra os portugueses, mas sim acabar com a dominação colonial, lutando pela paz e pelo progresso. E nesse povo até uma criança percebe que a felicidade advém da liberdade e o tamanho da importância de ser dono das suas próprias coisas. “Nós não odiamos nem ensinamos a odiar os portugueses, mas queremos independência”, é uma das frases que marcam neste filme.

Nestes dois documentários as imagem têm uma força desmedida e transportam, aliadas à história que contam, um forte carga emocional. A certa altura em “Labanta Negro!” ouvimos dizer algo como “a guerra também é cansaço, é cansaço de viver mal, é cansaço de ganhar coragem” e esses sentimentos são transpostos para fora da tela. São dois documentários sobre coragem, tenacidade e esperança.

Rita Areias

Início

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Secretário-geral da ONU defende prolongamento da missão na Guiné-Bissau até final de 2012

Nova Iorque, 25 out (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas quer que o Conselho de Segurança prolongue o mandato da operação da organização na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) por mais um ano, até ao final de 2012, para prosseguir os esforços de estabilização do país.

O mandato da UNIOGBIS expira a 31 de dezembro de 2011, e após consultas recentes com o Governo, Ban Ki-moon recomenda ao Conselho de Segurança, em relatório a que a Lusa teve acesso, a continuação da missão por mais um ano para "continuar a implementar a sua agenda de pacificação, em apoio dos esforços nacionais para alcançar uma estabilidade de longo prazo".

"Se o seu mandato for prolongado, a UNIOGBIS continuará a trabalhar de perto com as autoridades da Guiné-Bissau e parceiros internacionais, com foco particular na aceleração da implementação de reformas nos setores de Defesa, Segurança e Justiça", refere Ban Ki-moon.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Luxemburgo pede apoio à Guiné-Bissau para entrar no Conselho de Segurança da ONU

Bissau – O Luxemburgo precisa do apoio da Guiné-Bissau para integrar o Conselho de Segurança das Nações Unidas, nos anos 2013 e 2014. O vice-Primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo encontram-se na capital guineense para uma visita de trabalho.

A deslocação de Jean Asselborn tem também o objectivo de discutir com as autoridades da Guiné-Bissau assuntos da actualidade internacional, em particular, a questão das reformas nas Nações Unidas.


Segundo uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros guineense, à qual a PNN teve acesso, os dois países estão analisar a redefinição da política da cooperação bilateral nas áreas das finanças, agricultura, transportes, educação, saúde e recursos naturais.


Neste sentido, de acordo com a diplomacia guineense, as autoridades nacionais vão propor ao Luxemburgo que adopte o modelo da cooperação, à semelhança de outros que se verificaram, nos últimos anos, entre os países da África.


A intervenção destes países junto da União Europeia e a tão falada a questão de reformas nos sectores de defesa e segurança foram, entre outros, assuntos discutidos durante na visita.


As audiências com o titular da pasta dos negócios estrangeiros, Mamadu Saliu Djalo Pires, a ministra da Presidência, Adiato Djalo Nandigna, em substituição do Primeiro-ministro ausente do país, bem como com o Presidente da República, Malam Bacia Sanhá, marcaram última etapa da visita de Jean Asselborn à Guiné-Bissau.


Sumba Nansil

Manuais vertidos para o português

Responsáveis das Alfândegas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Fotografia: DR

Os directores-gerais das Alfândegas da CPLP, reunidos em Bissau, congratularam-se na sexta-feira com o facto de vários textos normativos da Organização Mundial das Alfândegas (OMA) escritos noutras línguas estarem agora traduzidos para português.


A declaração foi feita à Lusa por Domenico Sanca, director-geral das Alfândegas da Guiné-Bissau, presidente da 26ª reunião de directores-gerais das Alfândegas da CPLP, encerrada na sexta-feira em Bissau, após cinco dias de trabalhos.


"Todos os pontos discutidos são importantes, mas gostaria de destacar o ponto sobre a promoção da língua portuguesa no seio da OMA. Tem a ver com as traduções dos diversos instrumentos das Alfândegas para o português e a posição que a CPLP assumiu em dizer à OMA que não pode pagar as traduções desses instrumentos para o português", declarou Domenico Sanca.


A OMA quer cobrar as traduções das convenções escritas em francês ou inglês, o que os directores das Alfândegas negaram ao representante da instituição presente na reunião de Bissau, fazendo ver a Alain Harrison que tal pretensão ia limitar aos operadores económicos do espaço lusófono o acesso aos instrumentos jurídicos internacionais.


O secretário-geral da conferência dos directores-gerais das Alfândegas da CPLP, o português Francisco Currinha, sublinhou o entendimento a que se chegou sobre a necessidade de os oito países lusófonos passarem a trocar, através da internet, informações importantes sobre matéria aduaneira.


Neste aspecto destaca-se ainda o compromisso assumido pelos directores-gerais de, a partir de agora, passarem a publicar, no sítio da internet da CPLP denominado alfândegas, as informações sobre o transporte de dinheiro líquido no espaço lusófono, a contrafacção e a pirataria, entre outros assuntos, com vista a melhorar o controlo daquele tipo de situações.


Francisco Currinha disse que os directores-gerais consideraram também que a questão do transporte líquido de dinheiro é um problema, mediante, por exemplo, a legislação europeia que autoriza apenas o transporte de até 10 mil euros em dinheiro.

Um outro ponto do compromisso assumido pelos responsáveis das Alfândegas da CPLP é a disponibilização de meios financeiros por parte de todas as direcções-gerais dos oito países lusófonos para financiar acções do PICAT (Programa Integrado de Cooperação e Assistência Técnica), um financiamento até aqui suportado por Portugal.


Os directores-gerais compreenderam que Portugal, com a crise económica que atravessa, não podia continuar a financiar sozinho o PICAT.


A próxima reunião de directores-gerais das Alfândegas da CPLP terá lugar em 2012, em São Tomé e Príncipe.

A vida dupla de George Wright

Histórias

Fugiu da prisão nos EUA. Em Portugal vendeu frangos, foi pintor e até barman na NATO em Oeiras

                Regresso a casa, no último dia 14, em prisão domiciliária

Por:José Carlos Marques e Marta Martins Silva

Há qualquer coisa de cinematográfico na casa pintada a branco e amarelo, com nome escrito em azulejo, na pequena localidade de Casas Novas, em Colares, Sintra. Foi ali, por entre o chilreio dos pássaros e os latidos dos cães da vizinhança, com a neblina em pano de fundo, que o americano George Wright, procurado há 41 anos pelo FBI, (re)nasceu José Luís Jorge dos Santos há mais de 20 anos.

Por ali, onde era chamado de senhor Jorge e se pensava que tinha nascido na Guiné-Bissau, viveu mais de duas décadas com a mulher, portuguesa, e viu nascer os filhos, que desconheciam o seu passado. Por ali, era comum vê-lo vestido com trajes africanos. Por ali, os vizinhos conheciam-no como pintor, "sempre à procura de trabalho porque os negócios em que se metia não corriam bem", "homem esforçado e conhecedor de plantas que tratava da horta com afinco".

A vizinha Fernanda Graciete, empregada doméstica a braços com a doença do marido, foi vê-lo depois de ter regressado a casa em prisão domiciliária. "Dei-lhe 20 euros e ele chorou abraçado a mim, é uma óptima pessoa que sempre se preocupou connosco".

JORGE, O PORTUGUÊS

Jorge, o português, foi pintor da construção civil, teve um quiosque de artesanato onde vendia almofadas e demais objectos, foi dono de um take-away de frangos e de um outro restaurante. "Era ele que assava os frangos e tudo mas as contas eram difíceis" - recorda Vítor Louçada, o vizinho que lhe arranjou um dos primeiros empregos, como pintor numa obra. Aliás, sempre que um emprego corria mal via-se obrigado a regressar à construção civil.

Mais tarde, George haveria de criar uma empresa, que ainda se encontra on-line, de pintura decorativa, e ser vendedor de uma marca de cosméticos a julgar pelo perfil de um blogue onde publicitava os produtos.

"Algures entre 2007 e 2008 esteve, inclusive, a trabalhar na base da NATO em Oeiras, como barman. Agora que penso nisso não posso deixar de achar graça, sendo o sítio que é, com sistemas de alta segurança e com tantas altas patentes militares onde para entrar ao serviço é preciso deixar lá as impressões digitais. Não ficou muito tempo mas não sei porque saiu" - recorda o pastor Eddie Fernandes, que conheceu George em 1999 na Igreja Internacional Riverside, que fundou em 1996, uma comunidade cristã popular entre os estrangeiros em Portugal e que tem ligação a outras igrejas em vários países do Mundo.

"Veio ter connosco porque se identificava com a forma como encaramos a religião - mais aberta, sem ostracizar ninguém. Era muito empenhado na comunidade, participativo e atento. Fui eu que o baptizei em Carcavelos, no mar, em 2002, bem como à mulher, a Rosário, que vinha sempre com ele. Nas Escrituras diz que quem for baptizado será salvo dos pecados".

Por seguir a Bíblia à letra, Eddie considera que "depois do baptismo, depois de se tornar cristão, tinha sido a altura ideal para George se entregar às autoridades, para enfrentar" a Justiça. "Ele não podia ter vivido mais na mentira, com uma falsa identidade e toda uma vida de engano e duplicidade, como nova criatura em Cristo tinha de ter escolhido a verdade. Quem vai estar um dia diante de Deus: é o George Wright ou o Jorge dos Santos?" - questiona o pastor.

No mesmo ano do baptizado, Eddie também renovou os votos do casal, uma espécie de segundo casamento. Na sua página pessoal de Facebook, George tem como actividades de eleição ‘namorar com a mulher' e ‘ler livros'. As suas bandas de eleição são os Pink Floyd e a cantora Alicia Keys também é presença na aparelhagem. "Eram um casal unido. Também demos emprego à mulher dele na secretaria da igreja, numa altura que eles não tinham trabalho e precisavam de sustentar a família", recorda.

De lá saíram em 2006 depois de "uma divisão dolorosa que ocorreu na Igreja, seguindo o grupo que deu origem a tal ruptura, a Grace Communitty", uma Igreja sem espaço físico. Pelo caminho esteve envolvido em projectos comunitários, de recuperação das cidades, com os Christians Surfers Portugal [os surfistas cristãos], uma tribo urbana que frequenta quer a Igreja Riverside quer a Grace.

"Ele não surfava mas prestou vários serviços à comunidade junto connosco. No fundo trata-se de dar o bom exemplo, visto que somos discípulos de Jesus" - conta Zaca Sobral, que o conheceu nesse contexto e o viu pela última vez no domingo antes de ser preso numa celebração. "Estive com ele na Grace, que faz as congregações [missas] normalmente em sítios diferentes; na praia, em casa das pessoas, é uma igreja ilíquida, mas pouco falámos" - conclui.

GEORGE, O AMERICANO

De George, o americano, o que se sabe é mais nebuloso. Ausente dos Estados Unidos desde 1972, o processo de Wright caiu no esquecimento até que, em 2002, se formou uma comissão com elementos do sistema prisional de New Jersey e da força policial US Marshals. O caso de Wright foi reaberto. Os investigadores voltaram a entrevistar testemunhas relacionadas com o crime que o condenou a uma pena de prisão de 15 a 30 anos, em 1963.

No dia 23 de Novembro do ano anterior, George, então com 19 anos, e Walter McGhee assaltaram uma bomba de gasolina em Wall, New Jersey. Durante o golpe, McGhee disparou contra o dono da bomba, Walt Patterson, um veterano da II Guerra Mundial. Patterson morreu, deixando órfãs duas filhas adolescentes. Detidos dois dias depois, George, Walter e mais dois membros de um gang suspeito de vários assaltos à mão armada tiveram um julgamento rápido.

Em 1963, George entrou na prisão de Leesburg, New Jersey para cumprir a pena. Matt Schuman, do Departamento Correccional de New Jersey, explicou à Domingo como é que Walter escapou da prisão, sete anos depois da condenação: "Era uma prisão de segurança mínima. George e outros três reclusos conseguiram iludir a segurança e aceder ao carro de um dos guardas. Fizeram uma ligação directa e fugiram". George terá então rumado a Detroit, onde se juntou ao grupo político radical Black Liberation Army (Exército Negro de Libertação) com George Brown - seu companheiro de fuga da prisão. Estávamos em 1970.

Em Outubro de 1972, George, o amigo Brown, as suas companheiras de então, um outro homem e três crianças (uma delas filha da companheira de George) desviaram um avião comercial que viajava de Detroit para Miami. George estaria vestido de padre, com uma arma escondida dentro de uma Bíblia. Tripulação e passageiros foram mantidos sequestrados no aeroporto de Miami, enquanto o grupo pedia um resgate de um milhão de dólares. A quantia foi entregue por agentes do FBI vestidos apenas com fatos de banho - uma exigência dos sequestradores para evitar que os negociadores trouxessem armas. Soltos os passageiros, o grupo obrigou os pilotos a levá-los para Boston, onde o avião foi reabastecido.

A viagem acabou na Argélia, país conhecido por conceder asilo político a vários radicais americanos. Detidos durante poucos dias, os sequestradores foram libertados e separaram-se. Os parceiros de George seriam detidos em Paris em 1976. As autoridades perderam o rasto de George. Terá sido na Guiné-Bissau que George se passou a chamar José Luís Jorge dos Santos. Fez-se português pelo casamento com Rosário Valente, educadora de infância na Guiné.

A ‘task-force' criada em 2002 para desvendar casos antigos deu frutos. A vigilância a familiares de Wright na América terá levado à intercepção de uma chamada telefónica de Sintra para uma irmã de George. A cooperação do FBI com a PJ permitiu chegar a Wright. "Estiveram em Portugal dois agentes americanos a trabalhar com as autoridades portuguesas", confirma Matt Schuman. Tanto o FBI como o Department of Corrections escusam-se a comentar as hipóteses de o pedido de extradição ser bem sucedido. "Vamos esperar para ver como é que o caso se resolve", diz Matt Schuman.

JACK, NA GUINÉ

George e José Luís são uma e a mesma pessoa, unidas pelo sangue e separadas pelo bilhete de identidade. Mas na equação também entra Jack, como era conhecido nos tempos da Guiné, pelos camaradas do basquetebol, desporto que também jogou em Portugal, mas aqui como amador. "Foi meu treinador quando eu tinha 16 anos. Um miúdo de 16 anos não pergunta ao treinador de onde ele é e de onde vem. Até porque nessa altura ele já falava um português perceptível - George terá estado em Portugal no fim dos anos 70 antes de ir para África, altura em que conheceu Rosário - e marcou o meu percurso", lembra Paulo Monteiro, que o conheceu "no início dos anos oitenta".

"O Jack foi meu treinador da equipa do Banco Nacional da Guiné, antes de ir como jogador e treinador para o Benfica de Bissau. Nessa altura já namorava com a Rosário, terão ido para a Guiné como experiência de vida. Há cerca de quatro anos reencontrámo-nos em Portugal, foi ele que me procurou, e recuperámos a amizade. Fomos visita da casa um do outro, conheço a família, estou solidário com a dor". Tanto que Paulo é um dos organizadores de um torneio de basquetebol que hoje se realiza em Queluz e que tem como objectivo angariar fundos para ajudar a família de George".

Na internet, em blogues e no Facebook criado para apoiar a causa - onde, concretamente, se pede a não extradição de George Wright - os amigos que o foram conhecendo ao longo da vida vão deixando testemunhos. Além do torneio haverá jantares e sessões de cinema com o objectivo de juntar dinheiro para ajudar a família. Uma família criada em Sintra.

"Lembro-me de ele chegar aqui, da mulher andar grávida, dos meninos crescerem. Na altura, quando a casa foi vendida, dizia-se que vinha para cá um americano, mas depois veio ele e nunca mais pensámos no assunto, porque achámos que era africano", lembra a vizinha Fernanda.

"A gente o que ele fez não sabe, mas que para nós sempre foi boa pessoa, foi", precisa Adelaide Tomás, umas quantas portas mais à frente. Cláudia Carolino , da porta ao lado, ofereceu-se para fazer as compras sempre que a família precisar. "Estou a pensar como os posso ajudar de qualquer forma. Acho que eles merecem, estão a passar um mau bocado".

Talvez não seja afinal a casa que remeta para a Sétima Arte mas sim a vida de um dos homens mais procurados da América que escolheu a idílica Sintra para se refugiar de um passado que queria esquecer, argumento à altura de qualquer ficção, cujo ‘The End' [o fim] surgiu em letra grande nas páginas dos jornais no final do mês de Setembro. Embora o caso esteja, ainda, longe de terminar.

BAPTIZADO "PARA LIMPAR PECADOS" EM 2002

George Wright, de 68 anos, dirigiu-se à Igreja Internacional Riverside em 1999 onde, juntamente com a mulher, fez um curso de iniciação cristã. O baptismo chegou em 2002, na praia de Carcavelos, "um ritual emocionante que deixou todos os presentes sensibilizados", lembra o pastor Eddie Fernandes, que além da Riverside pertence aos Motards Cristãos.

Na Igreja, com escritório nas Fontainhas, em Cascais, e auditório num centro comercial em São Pedro do Estoril, George "era muito interventivo. Participou, inclusive, em acções de apoio a orfanatos e em torneios de basquetebol solidários". Na memória do pastor Eddie também está a festa africana, onde "o Jorge cozinhou comida da Guiné-Bissau".

sábado, 22 de outubro de 2011

Governo quer reforçar cooperação com a China ao nível empresarial -- ministra Maria Helena Nosolini Embaló.

0,c14aa7d2-6985-427e-ab09-115bda1b940b[4] Macau, China, (Lusa) - A Guiné-Bissau está apostada em atrair mais investimento direto estrangeiro e, por isso, quer que a cooperação com a China seja reforçada ao nível empresarial com parcerias entre empresas guineenses e chinesas.

"Hoje há um novo paradigma da cooperação [com a China] que queremos lançar que é a cooperação empresarial", afirmou em entrevista à agência Lusa em Macau a ministra guineense da Economia, Maria Helena Nosolini Embaló.

Ao salientar que a "Guiné-Bissau já desenvolve relações com a China há muito tempo, mesmo antes de ser um Estado independente", a governante constatou que a "cooperação tem sido mais institucional, com a China a conceder apoios importantes no domínio das infraestruturas, construção de grandes obras e pescas".

"Mas também queremos atrair investimento direto estrangeiro, que haja empresas que se instalem [no país], se desenvolva uma relação de cooperação e se lancem 'joint-ventures' entre empresas guineenses e chinesas", apontou.

Para Maria Helena Embaló, "há todo um conjunto de oportunidades, que agora fazem muito mais sentido neste contexto internacional, em que as economias emergentes começam a ter um interesse muito grande em países" como a Guiné-Bissau.

A ministra considera que o seu país "está a criar as condições que permitem atrair investimento estrangeiro", ao sublinhar que, apesar de a Guiné-Bissau "depender de muitos apoios externos", tem feito um "esforço enorme, que tem valido a pena", pois está "menos dependente da ajuda externa".

"Queremos então mostrar ao mundo e aos países que connosco interagem que estamos a criar condições que permitem atrair investimento estrangeiro e queremos atrair uma cooperação empresarial com a China e os outros países que também fazem parte da plataforma de cooperação [do Fórum Macau]", afirmou.

A agricultura, pescas, minerais e o turismo são alguns dos setores que a governante destaca para o desenvolvimento da cooperação com a China e a lusofonia, pois são aqueles em que a Guiné-Bissau "tem maior potencial".

"Há todas essas potencialidades que estão pouco valorizadas e hoje a estabilidade do quadro macroeconómico e as melhorias que estamos a realizar no ambiente de negócios podem ser contributos para que levem as empresas a se instalarem no nosso país", sustentou.

Quanto a projetos que poderão contar com o apoio da China, Maria Helena Embaló destacou a construção e exploração da barragem do Saltinho, ao referir que foi "já assinado um memorando de entendimento com uma empresa chinesa".

Está também previsto o "desenvolvimento de um eixo económico que poderá consistir em atrair o investimento da China, além dos que já existem, nomeadamente de Angola, para a construção do porto de Buba e as linhas férreas que farão a ligação com os países do Mali e da sub-região que não disponham de um porto", acrescentou.

Relativamente à privatização da Guiné Telecom, Maria Embaló disse que já há manifestações de interesse que serão analisadas, ao salientar que a empresa "estará aberta à possibilidade da entrada de empresas chinesas ou outras".

Por outro lado, "há também empresas privadas [da China] que já têm investimentos no país e, à medida que vamos dando mais garantias e criando um quadro mais favorável aos investimentos, virão certamente outros investidores chineses", concluiu.

Quanto ao fundo de 1.000 milhões de dólares anunciado pela China para o reforço da cooperação com a lusofonia, a ministra considera que aquele "poderá ser uma alavanca para incrementar as relações comerciais", esperando que "venha a beneficiar mais os países que não estão no pelotão da frente", como a Guiné-Bissau.

PNE.

Lusa/Fim

Mundo Aqui funde culturas em Ponta Delgada - Açores

 

Mundo Aqui funde culturas em Ponta Delgada

Ponta Delgada recebe entre 4 e 6 de novembro a quarta edição do festival Mundo Aqui.

Organizada pela AIPA, associação de imigrantes dos Açores, a iniciativa decorre nas Portas do Mar e pretende dinamizar pontes culturais no Atlântico, aproveitando a música e a gastronomia das diferentes comunidades que hoje vivem nos Açores.

Seis bandas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau Ucrânia e Moçambique animam este festival que terá igualmente uma tenda para servir almoços e jantares com comida de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Macau.

Estão agendados um workshop de Kizomba, um concurso de pintura " À descoberta de talentos”, e o Espaço Criança.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

PR guineense prudente no comentário sobre a morte de Kadhafi

O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, disse hoje à Agência Lusa que desconhece a morte de Muammar Kadhafi, mas afirmou a sua tristeza caso venha a confirmar-se o desaparecimento do líder líbio deposto.

"Eu não sei. Estou a ouvir isso agora da sua boca", disse Malam Bacai Sanhá, a margem das cerimónias do início da reabilitação do Palácio da República, danificado pela guerra civil de há 12 anos.

Perante a insistência da Lusa em obter o comentário de Bacai Sanhá, um conhecido amigo de Kadhafi, o chefe de Estado guineense mostrou-se prudente.

"É triste e da forma como acontece. Mas gostaria de não fazer comentários", declarou o Presidente guineense.

O ex-líder líbio é considerado pelos dirigentes guineenses um amigo da Guiné-Bissau devido aos apoios que deu ao país a nível financeiro, político e material, sobretudo equipamentos, viaturas e géneros alimentícios para as Forças Armadas.

Muammar Kadhafi visitou Bissau, durante algumas horas, em março de 2009, dias depois dos assassínios do então Presidente guineense, 'Nino' Vieira, e do então Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagmé Na Waié.

O destino do ex-líder líbio também foi motivo de polémica entre a presidência guineense e o Governo recentemente, quando o gabinete do chefe de Estado se distanciou da posição do executivo que, segundo o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, anunciou a possibilidade de Kadhafi se exilar na Guiné-Bissau caso quisesse.

As autoridades guineenses tratavam Muammar Kadhafi por "guide" isto é, o guia.

Nos primeiros meses do levantamento armado contra Kadhafi, realizaram-se varias manifestações de apoio ao ex-líder líbio em Bissau.

A Guiné-Bissau ainda não reconheceu formalmente o Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão que de facto dirige a Líbia).

A embaixada da Líbia em Bissau não tem nenhuma bandeira hasteada, isto depois de o Governo ter ordenado a retirada da bandeira do CNT que, entretanto, tinha sido hasteada.

Guiné-Bissau continuará a juntar Portugal e Brasil na ONU

Interesse na estabilidade no país africano é tido como um dos elos da parceria, quando Portugal se prepara para dirigir o Conselho de Segurança e o Brasil deve cessar do mandato no órgão da ONU.


A Guiné-Bissau será tema da parceria Brasil-Portugal após cessação do mandato brasileiro no Conselho de Segurança, disse o embaixador de Portugal José Filipe Moraes Cabral.


O país europeu prepara-se para assumir a presidência rotativa do órgão, em Novembro, após ter sido eleito membro não-permanente para o biénio 2011-12 . No final deste ano, o Brasil deixa o Conselho de Segurança.

Instabilidade Política


Nos últimos anos, a Guiné-Bissau foi marcada pela instabilidade política, que culminou com o assassinato do então presidente João Bernardo Vieira em 2009. O Brasil preside a estratégia da ONU para a consolidação da paz no país de expressão portuguesa da África Ocidental.
O diplomata português disse à Radio ONU, em Nova Iorque, que temas como a Guiné-Bissau e Timor-Leste devem justificar a articulação entre os dois países.


Articulação

“Temos mantido com o Brasil, como é natural, uma estreita articulação com o no tratamento de diversas matérias.Questões como a Guiné-Bissau e Timor-Leste são, obviamente, questões às quais (interessam) o Brasil e Portugal no Conselho e segurança e fora dele. Mantemos em estas áreas uma coordenação.

Não nos esqueçamos que o Brasil mantém a presidência da Configuração da PBC sobre a Guiné-Bissau. Temos mantido em todas estas áreas um contacto estreito e uma coordenação com o Brasil e continuaremos a mantê-la independentemente do facto de o Brasil já não estar, no ano que vem, no Conselho de Segurança”, explicou.


Durante a presidência portuguesa do Conselho de Segurança, Timor-Leste deve ser levado à debate para a discussão do formato da presença internacional que deve substituir a missão da ONU no país, Unmit, que no fim deste ano cessa o respectivo mandato.


Para José Filipe Moraes Cabral, o primeiro ano de Portugal no órgão foi de acção, participação e contribuição para estabelecer pontes e formar consensos.

China reconstrói Palácio da República


A obra tem a duração prevista de treze meses

Bissau – O Governo da Guiné-Bissau assinou, no dia 23 de Setembro, um acordo com a República Popular da China, com o objectivo de reconstruir o Palácio da República, danificado durante o conflito de 7 de Junho de 1998.

José Antonio Cruz de Almeida, ministro das Infra-estruturas, revelou que o referido acordo consiste na edificação de uma nova construção de raiz, na parte traseira do Palácio da República, assim como na recuperação do edifício principal pela empresa chinesa, a Corporação de Engenheira e Construções de Fujian.


A referida obra tem a duração prevista de treze meses, numa área total de 4.425,5 metros quadrados e é estimado em mais de 7 milhões de dólares.


Nesta perspectiva, de acordo com ministro das Infra-estruturas, o referido contrato estipula noventa dias depois da assinatura deste memorando para início trabalhos, de forma a permitir que a empresa mobilize a chegada dos materiais, bem como o próprio serviço preparativos da reabilitação do Palácio da República.


«É um motivo de orgulho ver este espaço reabilitado, depois de tantos anos voltarmos a ter o Palácio da República reconstruído. Quero agradecer as nossas relações de cooperação com a República Popular da China», destacou José Antonio Cruz de Almeida.


Sobre estas obras já em curso, em fase inicial, este responsável informou que todas partes do imóvel que não tenham consistências vão ser demolidas e recuperadas.


«A face principal do edifício vai continuar tal como existiu desde a época colonial, assim como o seu espaço interior, vamos manter o estilo original», informou o ministro das Infra-estruturas.


Na outra perspectiva, relativamente à Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria e Estrada QG e Antula, o ministro das Infra-estruturas revelou que a cerimónia de inauguração destas rodovias terão lugar a 16 de Novembro. A data foi já comunicada ao Presidente da República, Malam Bacai Sanhà, e ao Chefe do Governo, Carlos Gomes Júnior.

As referidas obras foram executadas pela empresa AREZKY, cujos tempos de construção levaram pouco mais de um ano. No que diz respeito à Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria, trata-se de uma via com 7,5 quilómetros, que faz a ligação entre o aeroporto internacional Osvaldo Vieira e o centro da cidade.


Quanto às estradas do interior do país, o governante informou à PNN que ainda no decurso do mês de Outubro, o Governo vai lançar um concurso público para a construção da estrada Mansoa Farim, na região de Oio.


Também está previsto o início dos trabalhos de construção da estrada Buba Catió, na região de Tombali, sul do país.

Embaixador americano em Bissau fala de segurança e drogas

Com residência em Dakar, o chefe da representação diplomática norte-americana para a Guiné-Bissau, que recentemente entregou as cartas credenciais ao presidente da República, realçou o valor da cooperação entre Bissau e Washington:


“Espero que durante os dois anos que vou servir como embaixador para a Guiné-Bissau possa trabalhar bem com o governo para reforçar os laços de cooperação entre os dois países na implementação da reforma do sector de segurança e também nas relações civil-militares."


Palavras de Lewis Lukens, traduzidas por uma das suas colaboradoras. O facto aconteceu depois de uma audiência com a Ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Adianto Djaló Nandigna, que substituiu o chefe do Governo, Carlos Gomes Júnior, ausente do país. Foi nesta ocasião que o diplomata norte-americano revelou que Washington está a trabalhar com outros parceiros a forma de continuar ajudar o processo da reforma em curso no sector de segurança:


“Estamos a trabalhar em sinergia com outros parceiros como podemos apoiar o processo de reforma de segurança.”


Se na verdade, o nível de tráfico de droga tem diminuído nos últimos tempos, conforme indicadores das entidades envolvidas no combate, Os Estados Unidos de América não desarmam e vão continuar apoiar as autoridades nacionais para fazer face aos narcotraficantes que utilizam a Guiné-Bissau nas suas operações:


“Continuamos preocupados com o facto de a Guiné-Bissau ser um ponto de trânsito do tráfico de drogas, mas estamos a trabalhar no sentido de apoiar a Guiné-Bissau na luta contra esse flagelo.”


Estados Unidos de América avaliam o nível de tráfico de droga na Guiné-Bissau como uma das evidentes preocupações por ultrapassar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Portugueses em viagem Umanitária a Guiné - Rota de Ingoré


Pedimos desculpa pela qualidade deste video, mas não foi possivel fazer  melhor 
Novas da Guiné

Palácio da República será reconstruído em breve

Bissau - O Palácio da República da Guiné-Bissau, danificado durante a guerra civil de 1998/99, vai ser reabilitado dentro de 13 meses e a fachada, ainda na época colonial, será mantida, disse o ministro das Obras Públicas. 


José António Almeida explicou que as obras devem começar no próximo mês de Novembro. O contrato entre a empresa chinesa que irá reabilitar o imóvel e o Governo guineense foi assinado desde o mês de Setembro último.


As obras de reabilitação do palácio serão executadas por uma empresa privada chinesa mas o financiamento, no valor de 7,5 milhões de dólares (5,4 milhões de euros), será garantido pelo Governo chinês, frisou o ministro das Obras Públicas guineense.  
José António Almeida sublinhou que o palácio será reabilitado mas é determinação do Governo manter intacta a estrutura do edifício tal como foi construída ainda na época colonial.

"A estrutura do edifício será mantida, mas as partes sem consistência serão demolidas para serem erguidas novamente. A fachada principal tem que ser mantida tal como foi construída na época colonial", destacou o governante.


No quintal do velho palácio será erguido um novo edifício que servirá de apoio às estruturas da Presidência da República, disse o ministro das Obras Públicas.

O mais emblemático edifício público da Guiné-Bissau ficou danificado depois de ter sido bombardeado durante a guerra civil que opôs as forças da então Junta Militar e o governo do então Presidente 'Nino' Vieira.

Os revoltosos acreditavam que 'Nino' Vieira estaria entrincheirado no palácio situado no 'coração' de Bissau. Desde o dia 07 de Maio de 1999 o edifício deixou de ser ocupado pelos presidentes guineenses.

Hoje, o edifício apresenta vestígios do seu passado imponente, mas apenas serve de abrigo a mendigos, criminosos ou animais ou então de local de curiosidade de pessoas que ali se deslocam sobretudo para tirar fotografias de recordação ou de ilustração dos sinais da guerra civil de há 12 anos.

Violação da lei contra mutilação gential levada pela primeira vez à justiça

Bissau, 18 out (Lusa) - Seis mulheres da região guineense de Bafatá são suspeitas de ter violado a lei que proíbe a mutilação genital feminina, tornando-se no primeiro caso do género no país a ser levado à justiça, disse hoje à Lusa fonte oficial.

De acordo com Fatumata Djau Baldé, presidente do Comité Nacional de Luta contra Práticas Nefastas à Saúde, o caso ocorreu na semana passada em Bafatá, leste da Guiné-Bissau, e relaciona-se com uma denúncia de que seis mulheres conhecidas localmente por 'fanatecas' teriam submetido quatro crianças à excisão.

A responsável, antiga ministra dos Negócios Estrangeiros guineense, contou que quando chegou a Bafatá foi alvo da ira da população e até os chefes tradicionais e os próprios deputados do parlamento eleitos na região se manifestaram incomodados com os contornos do caso.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Movimentos de Libertação em destaque no doclisboa 2011

O IX Festival Internacional de Cinema arranca esta quinta-feira em Lisboa e assinala os 50 anos da Guerra Colonial com o ciclo "Movimentos de Libertação em Moçambique, Angola e Guiné-Bissau (1961-1974)". Ana Glogowski, directora do doclisboa, diz que "nunca mais se fez cinema assim".

De 20 a 30 de Outubro, o doclisboa volta a trazer à capital uma selecção de documentários. Serão mais de 180 filmes em exibição na Culturgest, Cinemateca, Cinemas São Jorge e Londres e Teatro do Bairro. Mas também as habituais masterclasses gratuitas, encontros informais com realizadores e retrospectivas do trabalho de Jean Rouch e Harun Farocki.

O programa deste ano oferece também uma uma retrospectiva histórica de filmes sobre as guerras de libertação das colónias portuguesas em África. Segundo o programa do festival, trata-se de "um resgate das obras cinematográficas mais significativas filmadas junto dos Movimentos de Libertação, cuja raridade e dispersão prometem reflexão, descobertas e emoção".

Para a directora do Festival, o ponto comum aos 15 filmes deste ciclo é “uma espécie de presença por trás das fronteiras da guerrilha” que mostra “a guerra de dentro”. “Filmavam em condições de trabalho muito difíceis. Iam sozinhos, com câmaras muito mais pesadas do que as de hoje, com som separado”, recorda Anna Glogowski em declarações à agência Lusa.

“Hoje as coisas são muito mais imediatas. Você filma com qualquer coisa. Com um objecto pequeno você pode quase fazer um filme”, destaca, comparando com os cineastas que "partiam para o outro lado do mundo, com equipamento em película, e depois só viam aquilo que tinha sido filmado quando voltavam para casa".

“Foi muito complicado conseguir reunir esses filmes, porque foram filmados em 16 milímetros, em formato totalmente diferente, há umas cópias que estavam estragadas”, sublinha Anna Glogowski. “Têm um arzinho meio antiquado”, mas ao mesmo tempo lembram à juventude de hoje um contexto de “ditaduras e guerras”, acrescentou a directora do doclisboa 2011.

Ana Glogowski também defendeu a existência de uma lei do cinema em Portugal, uma vez que  “todos os países onde há legislação são países onde se produzem mais filmes”. E deu o exemplo do seu país de origem, o Brasil, que se inspirou no modelo legislativo francês para a área do cinema e onde hoje “existe todo um sistema de captação de recursos e o cinema brasileiro levantou voo”.

Quanto à possibilidade levantada pelo Governo de passar a existir uma relação directa entre as receitas de bilheteira e o apoio aos filmes, a directora do doclisboa entende que “tem que se impor primeiro uma política de distribuição e difusão”, uma vez que “é muito difícil, quando há tão poucos filmes e não há uma política de promoção sistemática das obras dos cineastas portugueses, determinar de antemão que os subsídios vão estar directamente ligados a um número de entradas”. 

Exposição fotográfica evoca percurso de comunidade judia

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“A História de Cristina” é o título da exposição de fotografia de  Mikael Levin  que está patente ao publico, entre 18 e 28 de outubro de 2011 no Centro Cultural Português - Instituto Camões em Bissau.

A exposição, composta por fotografias tiradas entre 2003 e 2005, evoca o percurso de uma parte da família de Mikael Levin, da qual Cristina é descendente, durante quatro gerações. Esta desenrola-se desde meados do século XIX até aos nossos dias, partindo de Zgierz, na parte central da Polónia, passando por Lisboa e chegando à Guiné-Bissau.

A cada um desses três lugares, fotografados entre 2003 e 2005, corresponde uma história que cruza a biografia das personagens e os acontecimentos históricos aos quais ela se encontra ligada.

Referimos algumas considerações de Mikael Levin sobre esta ideia: “ Conheci Cristina da Silva-Schwarz em 2003, na Guiné-Bissau. Quatro gerações antes, o nosso antepassado Isuchaar Szwarc, um célebre erudito judeu, vivia em Zgierz, na parte central da Polónia. Durante a sua vida, assistiu à transformação daquela pequena vila medieval, sob a influência da industrialização. Morreu quando os nazis apertavam o cerco em torno da comunidade judia. O filho mais velho de Isuchaar, Samuel, instalou-se em Portugal durante a Primeira Guerra Mundial. Tendo-se tornado engenheiro de minas, viveu aí as últimas décadas da época colonial.

A filha de Samuel, Clara, nasceu em Lisboa, e partiu para a Guiné portuguesa em 1947. Aí, ela e o marido desempenharam um papel importante no movimento anticolonialista. Desde a independência que Carlos, o seu filho, se dedica, enquanto agrónomo, ao desenvolvimento agrícola do seu país. Cristina é a filha mais velha de Carlos. Há muito tempo que ouvia falar da história deste ramo da minha família.”

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Directores-gerais das alfândegas da CPLP reúnem em Bissau

Bissau – A 26ª reunião dos Directores-gerais das alfândegas da Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realiza-se entre 17 e 21 de Outubro, na capital guineense.

Durante o encontro, vão ser discutidos, entre outros temas, o impacto da implementação do sistema aduaneiro automatizado (Sydonia ++), na Guiné-Bissau, a integração do país no espaço da Comunidade Económica de Desenvolvimento da África Ocidental (CEDEAO) e na União Económica Monetária Oeste Africana (UEMOA).

Serão também abordados assuntos relativos à importação de veículos automóveis, controlo e saída de dinheiro líquido nos países membros da CPLP, bem como a acção brasileira para o combate à fraude e defesa da competitividade na CPLP.


A importância deste encontro foi descrita à PNN, pelo Director-geral das alfândegas da Guiné-Bissau, Demónico Sanca, como «um encontro de suma importância para o país, tendo em conta é uma retoma da credibilidade do mesmo junto das comunidades internacionais».


O representante do secretário-geral da Organização Mundial das Alfândegas, Allan Aricson, também vai participar no encontro.
Refira-se que esta é a terceira vez que a Guiné-Bissau acolhe este evento.


Sumba Nansil

domingo, 16 de outubro de 2011

Ministro da Defesa alerta para "intrigas" entre os militares - Dirigentes das forças armadas reafirmam subordinção ao poder político

Por Lassana Cassamá | Bissau

"Esta-se a criar novamente um clima de intriga entre o general António Ndjai e o almirante Bubo na Tchuto"

Destacadas entidades do poder militar da Guiné- Bissau defenderam a subordinação dos militares ao poder político.


Isto ao mesmo tempo que o ministro da defesa lançava um aviso que novas "intrigas" entre os militares ameaçam o país.


Numa cerimónia para assinalar o aniversário do regresso de  Bubu Na Tchutu ao comando da Armada guineense, o chefe de estado-maior geral das forças armadas da Guiné- Bissau, António Indjai, reafirmou a subordinação dos militares ao poder político.


Bubu Na Tchutu regressou á marinha mercê de uma revolta militar, em consequência do desentendimento entre António Indjai, então vice-Chefe de Estado-maior e Zamora Induta,então chefe de estado maior general e  hoje em casa. 


"Continuaremos a defender a subordinação ao poder político," disse também o proprio Bubo na Tchuto.


Á margem da cerimónia, a Voz de América ouviu o novo Ministro da Defesa e dos Combatentes da Liberdade da Pátria, Baciro Dja falou daquilo que devem ser as Forcas Armadas guineenses.


"É preciso que haja um entendimento no seio das forças armadas e que se assumam responsabilidades  de uma missão republicana das forças armadas," disse o ministro para quem "a instabilidade" que tem existido entre os militares se deve a "algumas intrigas dentro das forças armadas".


"As intrigas fazem parte da nossa cultura," disse ainda o ministro da defesa afirmando que os assassinatos de Amilcar Cabral, Nino Vieira e Tagma na Wae tinham sido o resultado de "intrigas".


"Esta-se a criar novamente um clima de intriga entre o general António Ndjai e o almirante Bubo na Tchuto," acrescentou.
"Eu enquanto ministro penso que terei a capacidade de fazer uma pedagogia para que isso não venha a acontecer porque isso poderá criar condições que possa por novamente o país em perigo," disse o ministro da defesa.

UE lança projecto de 5,7ME para fornecer energia às populações rurais

Bissau - A delegação da União Europeia na Guiné- Bissau lançou um projecto orçado em 5,7 milhões de euros para fornecer energia renovável às populações das regiões de Bissorã (norte) e Gabu (leste) no âmbito da luta contra a pobreza naquelas zonas.  

O secretário de Estado da Energia guineense, Wasna Papai Danfá, disse que as duas regiões, das mais populosas do país além de Bissau, são também das zonas em que o Estado tem "imensas dificuldades" no fornecimento de energia às populações.

  
O  governante explicou igualmente que o acesso à energia "é um problema real" na Guiné-Bissau sobretudo no interior, onde vive cerca de 70 porcento da população. Apenas dois porcento das zonas rurais da Guiné-Bissau têm energia eléctrica, acrescentou Papai Danfá.

   
Para alterar esta situação, o secretário de Estado avançou que o Governo pretende apostar num programa de electrificação rural descentralizado baseado na produção de energias renováveis que, na sua opinião, são abundantes na Guiné-Bissau.

 
"O país possui um potencial gigantesco no que toca às energias renováveis mas que explora pouco", notou Papai Danfá, sublinhando que tal se deve ao elevado custo dos equipamentos.  

O delegado da União Europeia na Guiné-Bissau, Joaquim Gonzalez-Ducay explicou que a intervenção europeia no projecto de fornecimento de energia renovável às populações rurais vai contribuir para a erradicação da pobreza e promover o desenvolvimento sustentável daquelas populações.

O embaixador dos "27" em Bissau sublinhou igualmente o facto de o projecto ter em conta a produção de "energia limpa" que defenda o ambiente e combata as mudanças climáticas.

Presidente mauritano recebe representante da Guiné-Bissau

O ministro de Estado da Presidência da Guiné-Bissau para os Assuntos Africanos, Omar Moctar M’Ballo, levou a Nouakchott uma mensagem de Malam Bacai Sanhá.

Nouakchott – O Presidente mauritano, Mohamed Ould Abdel Aziz, recebeu esta quinta-feira em audiência, no Palácio da República, o ministro de Estado da Presidência da Guiné-Bissau para os Assuntos Africanos, Omar Moctar M’Ballo, enviado especial do chefe de Estado, Malam Bacai Sanhá, informou a agência Panapress.


O emissário do Presidente da Guiné-Bissau, que se fez acompanhar do secretário-geral da Presidência, Mamadou Chérif Diakhité, entregou uma mensagem do Presidente Malam Bacai Sanhá ao seu homólogo mauritano.


Segundo ele, o encontro permitiu balancear a cooperação bilateral, examinar as vias e os meios de a reforçar e analisar a situação da sub-região e do continente.


O emissário do Presidente Sanhá lembrou, por outro lado, que o chefe de Estado mauritano assume a Presidência rotativa do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPS/UA), daí a utilidade de o consultar a este título.

Grandes alianças necessárias para combater violência contra crianças nos países lusófonos

A representante especial do secretário-geral da ONU, Marta Santos Pais, aponta a mutilação genital feminina, o trabalho infantil e o tráfico de crianças como principais agressões contra crianças nos países lusófonos, e apela a "grandes alianças" para as combater.

"Encontramos, infelizmente, casos de violência contra crianças em muitos países lusófonos, mas no quadro da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] temos de encontrar uma estratégia comum", disse à Agência Lusa, em entrevista em Nova Iorque, a portuguesa representante de Ban Ki-moon para a violência contra crianças.

Casos de mutilação genital feminina são frequentes em países africanos, e, entre os lusófonos, a Guiné-Bissau é dos mais afetados.

Outras violações frequentes dos direitos universais das crianças são o trabalho infantil, nomeadamente na agricultura, e o tráfico de menores, em que também a Guiné-Bissua tem estado em foco.

Registam-se também casos de superstição, em que algumas características das crianças, como o facto de serem albinas, leva a que sejam acusadas de "trazerem má sorte para a comunidade e abrirem a porta a calamidades", o que leva a que sejam frequentemente alvo de maus tratos, sublinha Marta Santos Pais.

"Temos de promover alianças com comunidades e famílias onde estas práticas são perpetradas, sem ser assim não é possível. Precisamos de grandes alianças a nível local", adiantou.

Nomeada representante especial de Ban Ki-moon em maio de 2009, Marta Santos Pais esteve ligada à UNICEF desde 1997, primeiro como diretora de Avaliação, Políticas e Planeamento e, mais tarde, como diretora do Centro de Investigação Innocenti.

Diretor escola portuguesa explica discrepância na média dos exames dos alunos

Bissau, (Lusa) - O diretor da escola portuguesa da Guiné-Bissau, Wilson Barbosa, apontou o desinteresse dos alunos em relação aos exames nacionais como a causa da discrepância nos resultados registados entre as notas dos exames nacionais e as avaliações internas.

Em declarações à Agencia Lusa, em Bissau, Wilson Barbosa comentou os resultados do desempenho dos alunos da escola portuguesa da Guiné-Bissau, que se saldou numa diferença entre a média dos exames nacionais (corrigidos em Portugal) com as notas das avaliações internas da escola.

A média das notas internas dos alunos da escola portuguesa de Bissau foi de 12,8 enquanto a média dos exames nacionais foi de 5,7, isto é, registou-se uma diferença de 7,1 por cento entre a avaliação feita na Guiné-Bissau e aquela feita em Portugal.

Exames/Secundário: Só três em sete escolas portuguesas no estrangeiro com médias positivas

Lisboa,  (Lusa) - Só três das sete escolas portuguesas no estrangeiro tiveram médias positivas nos exames nacionais do Secundário, com a Escola Portuguesa de Macau no topo com uma média de 11,7 valores em 114 exames realizados.

A escola portuguesa de Moçambique (9,7 valores em 20 com 302 exames feitos) e a escola de Luanda (9,7 valores em 274 exames) foram os outros estabelecimentos em que se verificou uma média positiva.

O último lugar da tabela, composta inteiramente por estabelecimentos privados, é ocupado pela Escola Portuguesa da Guiné-Bissau, que não foi além dos 5,7 valores em 13 exames feitos.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Guiné-Bissau fala de implementação gradual do Acordo Ortográfico

arton53055 Primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, disse que apesar de desafios, país está implementando “pouco a pouco” as mudanças ortográficas e reforçando o uso do idioma no país.


O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, disse que a cooperação com Brasil e Portugal está a apoiar o reforçar o ensino do português nas escolas do país.


Numa entrevista à Rádio ONU, em Nova Iorque, o chefe do governo guineense afirmou que a parceria também está a ajudar à Guiné-Bissau a implementar o Acordo Ortográfico.
Documento


“A Guiné-Bissau adoptou o Acordo Ortográfico. Foi promulgado. Com a ajuda do Brasil e de Portugal está sendo implementado pouco a pouco. A Guiné-Bissau é um país carente, com dificuldades, mas nós estamos tendo apoio do governo brasileiro e do governo português para a implementação do português em todas as nossas escolas. E para a implementação do Acordo Ortográfico que é um documento mais técnico, seja de facto uma realidade.”


Os países-membros que apoiam a Guiné-Bissau já implementam as novas regras da escrita. O Brasil iniciou no 1º de Janeiro de 2009. Após aprovar a adopção do Acordo, Portugal está a introduzir as mudanças nas escolas neste ano de 2011.


Em outros países de língua portuguesa, a implementação está a ser analisada por governos locais.


De acordo com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, o Acordo Ortográfico ajuda a apresentar o português, em nível internacional, de forma mais unificada. Até então, o idioma convivia com duas ortografias: a portuguesa e a brasileira.

Cidadão guineense respondeu no Tribunal de Loures por conduzir com carta da Guiné-Bissau

Bissau – Um cidadão de nacionalidade guineense, Samba Seidi,  respondeu em tribunal,  a 6 de Outubro, em Loures,  por conduzir em Portugal com carta de condução da República da Guiné-Bissau.

A notícia foi avançada pelo próprio infractor, que disse ter sido detido numa esquadra da policia em Portugal.


Samba Seidi foi acusado pelas autoridades portuguesas de ter
cometido um «crime» ao utilizar a carta de condução da Guiné-Bissau em Portugal.


«Fui abordado pela polícia, que me perguntou se eu tinha conhecimento que, utilizar da carta de condução da Guiné-Bissau em Portugal é um crime. Eu respondi que não», referiu Samba Seidi.


Nesta condição, o alegado infractor reconheceu ter travado uma discussão com os agentes, uma vez que, no seu entendimento, os guineenses são tratados de forma injusta comparativamente com os cidadãos de outras nacionalidades que vivem em Portugal.


Samba Seidi foi ainda mais além informando que, actualmente, muitos cidadãos da Guiné-Bissau encontram-se detidos em Portugal e alguns a cumprirem pena de trabalho por terem utilizado cartas de condução do seu país de origem em Portugal.


Indignado com esta situação, Samba Seidi questionou a razão das cartas de conduções de outros países tais como Mali, Senegal e Cabo Verde serem aceites em Portugal e a utilização da licença da Guiné-Bissau ser considerada um crime.


O cidadão guineense já solicitou a intervenção do Governo de
Bissau, e não poupou duras críticas ao funcionamento da Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal.


«Estive recentemente na Austrália, onde encontrei cinco pessoas
de nacionalidade nigeriana com passaportes da Guiné-Bissau. Estes documentos foram adquiridos a partir da nossa Embaixada em Portugal», denunciou Samba Seidi.


O alegado transgressor continuou, dizendo que «os documentos são vendidos aos estrangeiros na Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal, mesmo que a pessoa não saiba falar crioulo e muito menos português».


Face a estes factos, Samba Seidi disse ainda que, quando os indivíduos com estas características são encontrados nestas situações de irregularidades acabam por ser identificados como nativos da Guiné-Bissau, o que de uma forma geral prejudica o país.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

BOAD financia fornecimento de luz eléctrica para a capital

«Já chegámos a acordo»

Bissau - O Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD) garantiu financiamento para o fornecimento de luz eléctrica na capital guineense, a partir de 2012.

O anúncio foi feito esta quarta-feira, 5 de Outubro, pelo Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, depois da visita à Central Eléctrica de Bissau.


«Já chegámos a acordo com o BOAD. Em 2012 vamos aumentar a nossa capacidade de produção em cerca de 15 megas para a capital guineense», comunicou o Chefe do Governo.


Em relação ao abastecimento de luz para as regiões, Carlos Gomes Júnior disse que está em curso um estudo neste sentido, tendo anunciado a introdução, para breve, do sistema pré-pago, para que os clientes da EAGB possam beneficiar de uma forma equitativa de corrente eléctrica.


«Os técnicos estão a trabalhar neste sentido. Não queremos avançar e recuar. O nosso objectivo é ficar para servir a nossa população em termos de fornecimento de luz no interior», sublinhou o Chefe do Governo.


A compra destes grupos foi feita pelo Governo da Guiné-Bissau, num valor estimado em mais de 1 milhão e 250 mil euros.


Na opinião do Director-geral da Empresa de Electricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB), a capital guineense precisa de uma potência de 20 megas.


Actualmente, a capacidade de produção da Empresa corresponde apenas a 35% da necessidade dos habitantes de Bissau.


Com a entrada em funcionamento destes novos grupos, a empresa disse acreditar que, gradualmente, a qualidade de fornecimento da energia em Bissau vai melhorar.


«Não podemos garantir que vamos fornecer luz 24 horas por dia à cidade de Bissau mas vamos melhorar os nossos serviços», garantiu Director-geral da EAGB.


Sobre os critérios de fornecimento de luz eléctrica nos últimos na capital, o responsável máximo da Empresa de Electricidade e Águas da Guiné-Bissau respondeu que a organização tem sido confrontada com a iluminação da via pública, cujo consumo ronda cerca de 1 mega, razão pela qual está em análise a reformulação ao nível da distribuição de luz aos habitantes.


Sumba Nansil

Instituições guineenses sem capacidade para combater droga e crime

ONU: Instituições guineenses sem capacidade para combater droga e crime. "Verdade núa e crua" aponta insuficiencias a todos os níveis
Lassana Cassamá, VOA

O gabinete das Nações Unidas de combate á droga e crime organizado, ONUDC, apresentou hoje o relatório-diagnóstico sobre as necessidades de formação específica das agências policiais e dos ministério da Justiça Defesa e do Interior.


O documento aponte enormes insuficiencias em todos os sectores relacionados com o combate ao crime e foi descrito por Manuel de Almeida Pereira como "a verdade núa e crua".


Durante apresentação do documento uma das consultoras disse que os serviços da Guarda Fronteiras da Guiné-Bissau, que na sua opinião é uma estrutura importante no combate ao tráfico de droga e seres humanos, não dispõe de quaisquer meios para impedir ou atenuar tais fenómenos.


A consultora disse que os memberos daquelas instituição têm vontade, mas não dispõe de quase nada, desde as instalações até materiais de funcionamento.


O novo Ministro do Interior, Fernando Gomes, presente no acto cujo pelouro foi um dos pontos de Estudo e com sinais de funcionamento algo sombrio, disse que o relatório trata-se de um relatório que vai ajudar o Governo na execução da sua política de lidar com os problemas existentes nos respectivos ministérios.


Fonte: VOA

Tio espanca sobrinho até à morte por roubar três litros de mel

Segundo a polícia de Quinhamel, o caso ocorreu na passada terça-feira à noite quando um tio, a quem foi confiada a guarda de um sobrinho, descobriu que o menino de onze anos seria o “ladrão de três litros de mel” que tinha guardado em casa.

              Espancamento foi uma forma de repreender a criança

O tio terá dito à polícia que estava a tentar repreender o sobrinho, já que ele lhe tinha roubado “no mesmo dia 200 francos CFA”, e resolveu repreender o rapaz.

Relatos de familiares citados pela polícia referem que o homem amarrou o sobrinho com cordas num quarto onde, depois de espancar o rapaz, deixou-o durante várias horas sem comunicação com o resto da família.
Quando o irmão mais velho alertou o tio de que o menino “estava a passar mal”, o tio apressou-se a libertá-lo, mas já era tarde uma vez que o rapaz acabou por falecer minutos depois.

Obrigado pela família a ir entregar-se à polícia, o homem dirigiu-se ao comando da polícia em Quinhamel, mas no meio do caminho da Ponta Brandão para a sede de administração estatal, desapareceu no mato.

Em contacto com familiares através do telemóvel o homem terá dito que não era sua intenção matar o sobrinho. A família receia que se suicide.

Um caso de violência familiar de extremos está a abalar a pequena localidade de Ponta Brandão, nos arredores da capital da Guiné-Bissau, onde um tio espancou até à morte um sobrinho por ter alegadamente roubado três litros de mel.

Correio da Manhã

Quinta-feira, 13 de Outubro de 2011 - 17:52

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Fome: Três Países Africanos de Língua Portuguesa melhor

A Guiné-Bissau, Angola e Moçambique registaram melhorias no combate à fome, refere o relatório de 2011 do Instituto Internacional de Pesquisa sobre alimentação (IFPRI), disponível no «site» da instituição.

De acordo com o documento, a Guiné-Bissau surge como o País Africano de Língua Portuguesa (PALOP) melhor classificado no Índice Global da Fome (GHI), cotado no nível «grave» com 19,5, depois de ter abandonado o nível «alarmante» onde se encontrava em 2001 (22,8).

Angola, por seu turno, passou da situação de «extremamente alarmante» para «alarmante», tendo descido de 33,4 para 24,2, um pouco mais do que o índice atribuído a Moçambique (22,7), que em 2001 era de 28,4.

Lusa

País visa «alcançar o Estado de direito desejado» Portugal forma 50 oficiais da segurança guineense

Bissau – Cinquenta elementos da Policia de Ordem Pública e da Guarda Nacional estão envolvidos nesta acção de formação, uma nova orgânica no âmbito da reforma em curso no sector da segurança.

Serão necessários três dias para quadros superiores da Guarda Nacional Republicana e da Policia de Segurança Publica de Portugal ministrarem temas como o dos Direitos fundamentais, Direito Processual e Penal, Planeamento Operacional, Administração e Logística, Organização Policial e Lei de Investigação Criminal.


Em discussão, nas palestras programadas, vão estar também os módulos centrados nas áreas da violência doméstica, imigração e asilo.


Para o Ministro do Interior, Fernando Gomes, só com acções deste género é que o país pode alcançar o Estado de direito desejado. É por isso que acontecem numa altura em que está em marcha o processo da reforma no sector de Segurança, que prevê agora a implementação das medidas legislativas recentemente aprovadas pelo Parlamento.


Fernando Gomes referiu ainda que apenas «pode existir a cidadania, se os direitos dos cidadãos forem, não só respeitados, mas também defendidos».


A referida acção insere-se no quadro do Projecto Técnico-Policial entre a Guiné-Bissau e Portugal, para o ano 2011. Projecto que assenta na cooperação bilateral e em vários outros domínios.


Foi nesta perspectiva que o Embaixador de Portugal, António Ricoca Freire, destacou as vantagens desta cooperação entre Bissau e Lisboa.


«Este ano espera-se a formação de trezentos elementos das forças de segurança em acções de formação», referiu António Ricoca, acrescentando que, nos dois últimos anos, muito foi feito no âmbito das acções de formação para os elementos da polícia guineense.


Lassana Cassamá

País merece uma oportunidade - CPLP

Lisboa, (Lusa) -- O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Domingos Simões Pereira, recomendou hoje que se dê uma "oportunidade" à Guiné-Bissau, referindo que este país "não pode ser reduzido a adjetivos pejorativos".

Durante uma intervenção no Instituto de Defesa Nacional, no fim de uma conferência de dois dias sobre os conflitos em África, Domingos Simões Pereira afirmou que "existem problemas estruturais na sociedade" guineense, mas as "diferentes etnias e línguas não podem ser colocadas de lado nas soluções, porque sempre lá existiram".

Na sua comunicação, centrada no tema "Processo de Consolidação da Paz na Guiné-Bissau", alertou para as "vulnerabilidades da linha de fronteira, que são reais", e a "necessidade de ultrapassar o sentimento de que o outro é que tem a culpa" dos problemas internos do país.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Polícia desmantela rede de assaltantes à mão armada que aterrorizava comerciantes em Bissau

Bandeira da Guiné - Bissau

Bissau - A polícia da Guiné-Bissau desmantelou no fim-de-semana uma rede de assaltantes à mão armada que se dedicava ao roubo nas lojas de comerciantes em Bissau, sobretudo propriedade de cidadãos da mauritanianos .

Segundo o comissário-geral da polícia de ordem pública, general Bitchoufula Na Fafé, o grupo capturado em flagrante delito, é constituído por nove jovens, todos com menos de 30 anos de idade. 
A maioria dos elementos do grupo, de acordo com o general Na Fafé, estava na posse de armas de fogo. Algumas armas são de  uso exclusivo das Forças Armadas.

Um jovem integrante do grupo, que diz ter 19 anos de idade e ser estudante do 11.º ano, contou aos jornalistas que teria sido convencido pelos amigos a levar a pistola da sua mãe, que é polícia.

"É um azar que me aconteceu. Os meus amigos convenceram-me para trazer a pistola, que é da minha mãe. Eu sou estudante, nunca tinha feito nada disso na minha vida", disse o jovem, banhado em lágrimas quando o comissário da polícia autorizou os jornalistas a falarem com os assaltantes.  ~

De acordo com o comissário da polícia, o grupo actuava durante a noite e atacava sobretudo as lojas dos 'Nares', nome pelo qual os cidadãos da Mauritânia são conhecidos na Guiné-Bissau.

Bitchoufula Na Fafé contou aos jornalistas que só na madrugada de quinta para sexta-feira o grupo atacou e roubou sete lojas de comerciantes mauritanos. Estes chegaram mesmo a ameaçar fechar os seus estabelecimentos caso não houvesse medidas da polícia.

Segundo a mesma fonte, o grupo, que se encontra na prisão da segunda esquadra em Bissau, se fazia  transportar em táxis alugados e uma vez dentro da loja ameaçava abater o comerciante a quem pediam dinheiro, os telemóveis ou cartões de recarga de telemóveis.

O comissário da polícia frisou, no entanto, que o grupo não se limitava apenas a atacar as lojas dos mauritanianos e que foi surpreendido quando tentava assaltar a sede do Projecto de Apoio à Segurança Alimentar, do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Sociedade Civil guineense saúda distinção de Pedro Pires com prémio Ibrahim

Ex- PR de Cabo Verde, Pedro Pires

Bissau- O Movimento Nacional da Sociedade Civil da Guiné-Bissau, organização que reagrupa mais de cem organizações, saudou hoje (segunda-feira) a distinção do
ex-Presidente cabo-verdiano Pedro Pires com o prémio Ibrahim, destacando os seus feitos como "estadista e governante". 

Em declarações à Agência Lusa, o vice-presidente e porta-voz  do Movimento, Mamadu Quetá, disse que a distinção de Pedro Pires é um exemplo a seguir.

"É um exemplo para os estadistas africanos. Gostaríamos de um dia ver um governante guineense a ser distinguido com esse prémio", defendeu o porta-voz do Movimento, que também se dedica às questões da promoção da boa governação, democracia e paz na Guiné-Bissau. 

O dirigente considerou ainda que Pedro Pires mereceu o prémio "por ter saído da presidência de Cabo Verde de forma digna",  sem deixar factos pelos quais poderá ser acusado no futuro. 

"É uma recompensa merecida, um reconhecimento de alguém que fez muito pelo seu país. Vale a pena sair a bem do que sair e mais tarde lhe ser apontado o dedo pela má governação", disse.

Por isso, felicitam o Presidente Pedro Pires, acrescentando que o prémio reflecte a personalidade que ele é enquanto líder  africano, Presidente e governante de Cabo Verde".

"Ao longo dos anos que esteve como governante de Cabo Verde, não só como Presidente, mas também como primeiro-ministro, demonstrou sapiência na condução da governação, respeitando os princípios democráticos", afirmou Mamadu Quetá. 

O responsável do Movimento da Sociedade Civil guineense destacou ainda o facto de Pedro Pires ser o segundo líder de países da expressão portuguesa a ser galardoado com o prémio Ibrahim, depois do ex-Presidente do Moçambique Joaquim Chissano.

Joaquim Chissano, ex-presidente de Moçambique, que governou entre 1986 e 2005, recebeu a primeira edição do prémio Mo Ibrahim, a 22 de Outubro de 2007.

Para Mamadu Quetá  "é um grande feito para a Lusofonia e para a África em geral". 

Pedro Pires foi hoje galardoado com o prémio Ibrahim, que distingue com quase quatro milhões de euros ex-chefes de Estado ou de Governo africanos que tenham promovido uma boa governação.  

Primeiro-ministro durante os primeiros 16 anos da independência (1975/91) e chefe de Estado nos últimos dez  (2001/2011), Pedro Pires saiu da vida política há apenas um mês, quando Jorge Carlos Fonseca lhe sucedeu como Presidente da República em setembro.  

Entretanto, Mo Ibrahim, fundador da empresa de telecomunicações africana Celtel International, nasceu no Sudão em 1946, é considerado um modelo do cidadão africano, bem sucedido, que privilegiou uma gestão ética do negócio.  

Ibrahim vendeu a empresa em 2005, sete anos depois de a ter  criado, a um operador do Kuwait por 3,4 mil milhões de dólares, fortuna que financia a Fundação e o prémio.  

O Prémio lançado pela Fundação Mo Ibrahim visa distinguir o Sucesso na Liderança Africana e reconhecer líderes africanos que tenham dado provas de excelência na liderança política.

Festival da Lusofonia de Macau decorre entre 20 a 30 de Outubro

O Festival da Lusofonia de Macau vai decorrer entre 20 e 30 de Outubro e vai contar com uma feira de artesanato, uma apresentação gastronómica, exposições e desfiles.


O restaurante da Torre de Macau vai apresentar a gastronomia portuguesa, feita por 10 chefs lusófonos, que ficarão na região até ao final do festival, escreve a imprensa macaense.


A feira vai decorrer na zona do Carmo, na Taipa, e o evento vai contar ainda com apresentações de artistas da Guiné Bissau, Timor Leste, música e dança de Portugal, da província chinesa de Jilin, Brasil, Cano Verde, Angola, Goa, Damão e Diu, Guiné-Bissau, Moçambique e Macau.


O festival vai ser combinado com a semana cultural de países falantes de chinês e português.

domingo, 9 de outubro de 2011

Em Biombo o turista já pode assistir às cerimónias sagradas da etnia Papel

Bissau, 09 set (Lusa) -- Na região de Biombo, norte da Guiné-Bissau, a partir de agora o turista pode passear no campo, andar de caiaque e assistir às cerimónias ancestrais sagradas da etnia Papel, desde que respeite o simbolismo das coisas da população.

A iniciativa ocorre no âmbito do projeto Turismo Socialmente Responsável (TSR), desenvolvido pela organização não governamental guineense Artissal, em parceria com o Instituto Marquês do Valle Flor, com os apoios financeiros da União Europeia e do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD).

A ideia, segundo Mariana Ferreira, da Artissal, é levar o turista a visitar a região de Biombo, conhecer os costumes ancestrais, adquirir os produtos confecionados na região, e ainda desfrutar da natureza daquela zona, sem no entanto, ofender os costumes e os valores do povo Papel.

Angola derrota Guiné-Bissau 2-0 e está apurada para o CAN

Lito Vidigal levou Palancas Negras ao CAN (foto ASF)

O que parecia milagre transformou-se em realidade. Angola venceu na Guiné-Bissau por 2-0 e beneficiou do empate a zero do Uganda, em casa, frente ao Quénia, garantindo dessa forma a presença na fase final do Campeonato Africano das Nações, que se realiza em 2012 no Gabão e Guiné Equatorial.


A missão de Angola era tremendamente difícil, mas os Palancas Negras começaram cedo a fazer o seu papel, com Manucho a marcar o primeiro da tarde logo aos oito minutos.


Seguiu-se uma forte pressão da Guiné-Bissau, mas os angolanos conseguiram resistir e ampliaram a vantagem aos 70 minutos, com Mateus a aproveitar um excelente passe de Djalma Campos.


No final do jogo houve sofrimento, até que chegou a mais aguardada de todas as notícias...para os Angolanos, o Uganda empatou mesmo e Angola segue em frente.

sábado, 8 de outubro de 2011

CPLP - Guiné-Bissau apresenta grandes problemas de segurnça alimentares

Lisboa -- A Guiné-Bissau é dos países da CPLP que apresenta grandes problemas no que se refere à segurança alimentar, sobretudo pela fragilidade das suas instituições públicas, disse um responsável da Associação para a Cooperação e o Desenvolvimento (ACTUAR), ONG que tem sede em Coimbra.

    "A Guiné-Bissau é um país muito problemático (no âmbito da segurança alimentar), porque tem uma fragilidade por parte do seu Estado e das suas instituições públicas", disse o responsável da ACTUAR, João Pinto. 

    João Pinto falou à Agência Lusa à margem do colóquio internacional "Políticas e Cooperação para a Soberania Alimentar na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa", que se realizou na sexta-feira, em Lisboa.

    Para Carlos Rui Ribeiro, representante da Rede da Sociedade Civil para a Segurança Alimentar e Nutricional da Guiné-Bissau (RESSAN), um dos grandes problemas da Guiné-Bissau é a "extrema dependência do país da produção de castanha de caju", o que leva à importação de parte dos alimentos, sobretudo o arroz, base da alimentação dos guineenses, para além da instabilidade política no país. 

    João Pinto referiu ainda que, entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), São Tomé e Príncipe é o único membro que ainda não tem uma estratégia nacional de segurança alimentar, o que é preocupante.

    Maria Odete Aguiar, representante da Rede da Sociedade Civil para a Segurança Alimentar e Nutricional de São Tomé e Príncipe (RESCSAN), disse durante o colóquio que a RESCSAN tem promovido capacitação e informação de líderes comunitários nas zonas rurais, ajudando na melhoria das infraestruturas e na transformação dos produtos locais. 

    A responsável revelou ainda que "a modificação dos hábitos alimentares locais tem gerado, recentemente, a subnutrição em crianças são-tomenses."

    Em Moçambique, segundo Pedro Messias -- da Rede de Organizações para Soberania Alimentar de Moçambique/ROSA -, há quatro milhões de pessoas que sofrem com a insegurança alimentar, resultantes do conflito de terras, da falta de acesso ao crédito agrícola, do problema das infraestruturas e do acesso aos recursos naturais como a água. 

    Messias acredita que, apesar dos esforços do Governo nesta área, é ainda necessário "uma concertação das instituições públicas, da sociedade civil, do sector privado para se decidir onde, quando, como e o que se deve concentrar esforços" para garantir a segurança alimentar dos moçambicanos. 

    Para Belarmino Jelembi, da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), em Angola a agricultura familiar foi preterida em relação às grandes propriedades agro-industriais e o plano de segurança alimentar do Governo angolano, apesar das melhorias que produziu, continua com muitas falhas, sendo ainda o êxodo rural uma realidade no país. 

    Jelembi referiu que dados estatísticos de 2009 revelam que "36,6 por cento da população vive na pobreza extrema, sendo que 58,3 por cento destas pessoas estão a viver no campo". 

    As ONG presentes no colóquio em Lisboa entregaram, na quinta-feira, um documento ao secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, com sugestões para a estratégia regional de segurança alimentar da CPLP. 

    Entre as sugestões estão a inclusão de outros segmentos agro-alimentares a serem apoiados, como a pesca, a pecuária e o extrativismo; a garantia de um papel definido da sociedade civil neste plano, a introdução de um orçamento definido para a implementação dessa estratégia, e o reforço do papel da mulher como elemento fundamental neste contexto. 

    A estratégia para a segurança alimentar e nutricional da CPLP, coordenada pelo ministro da Agricultura de Angola, Afonso Pedro Canga, será apresentada a 18 de Outubro no Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, pelo governante angolano, que será acompanhado por Domingos Simões Pereira.