terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O que diz a Imprensa Internacional dos incidentes em Bissau

Jornal de Negócios

Portugal

Guiné-Bissau próxima de golpe de Estado?

A Guiné iniciou o dia com um forte tiroteio entre as forças armadas, o que obrigou o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, a refugiar-se numa embaixada.

De acordo com testemunhas e fontes diplomáticas, citadas pela Reuters, o forte tiroteio que se sentiu hoje na Guiné-Bissau levou o primeiro-ministro a refugiar-se numa embaixada.
Alguns residentes na capital relataram à agência Reuters a ocorrência de disparos de armas automáticas e rockets na zona da base militar de Santa Luzia, mais especificamente no quartel-general das Forças Armadas. Segundo o site “Bissau Digital”, a capital da antiga colónia portuguesa está em “estado de sítio”.
“Aparentemente, trata-se de um atrito entre o chefe militar e o chefe da marinha”, explicou um diplomata que pediu anonimato. “O primeiro-ministro procurou refúgio numa embaixada estrangeira”, explicou a mesma fonte.
Luís Vaz Martins, porta-voz do Movimento Sociedade Civil da Guiné-Bissau que se encontra na capital, revelou que há uma “situação anómala” nas ruas, com “grupos em contenda”, sendo que “não se sabe quem está de um lado ou do outro”. Quanto ao primeiro-ministro, a mesma fonte garante que está “seguro, em casa, protegido pelas autoridades”, de acordo com a TVI24.
Os confrontos terão tido início há 10 dias, após a aterragem de uma avioneta de altas patentes militares suspeita de servir para o tráfico de droga. O chefe do Estado Maior das Forças Armadas, António Indjai, e o chefe de Estado Maior da Armada, Bubo Na Tchuto, já se denunciaram e acusaram mutuamente de serem os responsáveis pela operação de narcotráfico.
Fontes internas da Guiné declararam que o tiroteio teve início depois de António Indjai ter sido detido por ordem de Bubo Na Tchuto. Indjai foi depois libertado pelas suas forças, porém Tchuto nega ter dado qualquer ordem para a detenção de Indjai.
Já o presidente guineense, Malam Bacai Sanha, encontra-se a recuperar de uma cirurgia em Paris. O Ministério dos Negócios Estrangeiros português está a acompanhar a situação através da sua embaixada e irá emitir mais tarde um comunicado sobre a situação.

Guiné-Bissau: Indjai chega ao Ministério da Defesa para reunião com o Governo

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, chegou hoje, sob fortes medidas de segurança, à sede do Ministério da Defesa para uma reunião com o Governo guineense, na sequência de conflitos entre militares.

Indjai vai reunir-se com os ministros da Defesa Nacional, Baciro Djá, da Educação, Artur Silva, e do Interior, Fernando Gomes.

O chefe militar chegou vestido à civil e acompanhado de cerca de 50 militares armados com kalashnikov e lança-rockets.

Diário Digital

 

Chefe da Marinha detido por ordem do chefe de Estado Maior

Disputa entre militares volta a agitar Guiné-Bissau

26.12.2011 - 20:19 Por João Manuel Rocha

Movimentações militares confirmam instabilidadeMovimentações militares confirmam instabilidade (Luc Gnago/Reuters-Arquivo)

O chefe da Marinha da Guiné-Bissau, Bubo Na Tchuto, é um dos oficiais detidos por forças fiéis ao chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, por suspeita de envolvimento numa tentativa de revolta.

As confusas movimentações militares esta segunda-feira voltam a evidenciar a instabilidade do país. Fonte militar que pediu à Reuters para não ser identificada disse que foi morta uma pessoa, várias foram feridas e cerca de três dezenas detidas.
A situação estava , ao fim do dia, sob controlo do chefe de Estado Maior, António Indjai, que, em Abril do ano passado se sublevou, destituiu o seu antecessor no cargo, Zamora Induta, e chegou a ter sob detenção o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, durante algumas horas.
O comandante Samuel Fernandes, porta-voz da chefia militar, disse à AFP que o “levantamento” de segunda-feira foi inspirado por Na Tchuto e que outro dos detidos é o general Watna na Lai, conselheiro de Indjai e ex-chefe do Exército. A Reuters noticiou que, além de Na Tchuto, foram detidos dois generais.
António Indjai, que a meio da tarde se reuniu com os ministros da Defesa, Educação e Interior, disse aos jornalistas que “um pequeno grupo de militares” tentou “mudar a ordem no seio do Exército e do Governo”, mas que a situação estava controlada. O chefe da estrutura militar do país disse que “homens armados” atacaram a sede do Estado Maior e duas unidades da periferia Sul da capital. O objectivo seria retirarem armas dos paióis.
Carlos Gomes Júnior, a cuja casa se terão dirigido militares revoltados, ao início da manhã, chegou a estar refugiado na embaixada angolana, frente à sua residência. Até ao fim da tarde não se conhecia a sua situação nem a posição do Governo sobre as confusas movimentações militares e não havia informações seguras sobre o paradeiro do chefe do executivo. O Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, eleito em 2009, está em tratamento médico em Paris, desde final de Novembro.
O dia começou com tiros em Bissau. Residentes e uma fonte diplomática citada pela Reuters disseram ter ouvido disparos de armas automáticas e rockets numa base militar. As primeiras informações indicavam que Indjai teria sido detido por ordem de Bubo Na Tchuto, sendo depois libertado por forças que lhe são fiéis.
“Aparentemente, é uma fricção entre o chefe das Forças Armadas e o chefe da Marinha”, disse à agência fonte diplomática que pediu o anonimato. Em Novembro, o ministro da Defesa, Baciro Dja, disse que se estava a criar um “clima de intriga” entre Indjai e Na Tchuto que poderia pôr o país em perigo.
Em algumas zonas de Bissau, militares chegados de Mansoa ergueram barricadas, reclamando, segundo informações da AFP, aumento de salários. “É um problema puramente militar, não temos nenhuma intenção de tomar conta do Estado”, disse fonte dos envolvidos.
Horas antes de a sua detenção ter sido anunciada, Na Tchuto, personalidade controversa, cujo nome é referido em relatórios como estando envolvido em tráfico de droga, convocou os jornalistas para declarar nada ter a ver com as acções militares. “O meu nome é sempre associado a confusão. Mas posso dizer ao país que não tenho nada a ver com o que se está a passar. Foi o próprio chefe de Estado-Maior que me ligou, esta manhã, a perguntar se seriam os meus homens que tentaram atacar o paiol, ao que lhe respondi que não”, afirmou, citado pelo site da rádio Voz da América.

 

(AFP)

Premiê da Guiné Bissau diz que tentativa de golpe fracassou

(AFP) – Há 15 horas

BISSAU — Um ataque a alvos militares na Guiné-Bissau nesta segunda-feira foi uma "tentativa de golpe" que fracassou, disseram o primeiro-ministro Carlos Gomes Junior e um porta-voz do governo.

Tanto o premiê quanto o porta-voz Adiatou Djalo Nandigna usaram o termo "tentativa de golpe", em seus primeiros comentários públicos sobre o ataque depois de um encontro com legisladores.

"Nesta manhã, soldados atacaram os quartéis e roubaram armas. Como eu disse, muitas pessoas foram presas, incluindo a maioria dos líderes da tentativa de golpe", disse Nandigna, sem especificar quantas pessoas estavam sob custódia ou quantas foram detidas.

Gomes disse não saber se políticos estavam envolvidos na tentativa de golpe. "As investigações vão nos dizer", completou.

Comemorando o retorno à calma, o premiê disse que "houve um distúrbio esta manhã, mas tudo está claro. Continuaremos a trabalhar".

O chefe do Exército da Guiné Bissau disse que as tropas interromperam uma tentativa de golpe de manhã no oeste do país africano, e que prenderam o chefe da Marinha, o contra-almirante José Américo Bubo Na Tchuto, acusado de ser o "cabeça do levante".

O chefe do Exército, o general Antonio Indjai, disse que homens armados atacaram a sede do Estado Maior das Forças Armadas no bairro de Bissau-Velho (centro da cidade) e duas unidades militares situadas na periferia, no sul da capital. Os ataques aconteceram enquanto o presidente Malam Bacai Sanha estava em tratamento médico na França.

"Um pequeno grupo de soldados tentou derrubar a cúpula do Exército e do governo, mas fracassou", disse o general Indjai. "A situação já está sob controle do exército e do governo"

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