sexta-feira, 16 de março de 2012

Eleições:Guineenses em Cabo Verde esperam estabilidade e paz

Cidade da Praia, (Inforpress) – Paz e estabilidade para a Guiné-Bissau são dois dos principais desejos expressos pelos guineenses residentes em Cabo Verde para depois das eleições presidenciais antecipadas deste domingo, 18 de Março, com 10 candidatos na corrida.


Em declarações à Inforpress, vários guineenses em Cabo Verde de diferentes extractos sociais têm os mesmos desejos: “paz e estabilidade” com o candidato que venha a ocupar o cargo de chefe de Estado em substituição de Malam Bacai Sanhá eleito em 2009 e que faleceu em Janeiro deste ano em Paris, por doença.


Lionel Sambel, engenheiro industrial e mestre em Informática em Cabo Verde há 16 anos, espera que a campanha eleitoral que termina esta sexta-feira continue a decorrer com “normalidade” e que nas eleições aconteça o mesmo.


“Esperamos que qualquer candidato que venha a ganhar essas eleições possa manter-se na mesma linha de estabilidade do país”, disse lamentando que a diáspora não possa votar para dar a sua contribuição para a escolha do Presidente da República.


Segundo Lionel Sambel, esse desejo é justificado sobretudo agora quando o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que a Guiné-Bissau vai crescer 5,3 por cento em 2013.


“Espero que o candidato que ganhar possa garantir a estabilidade e a paz no país que é um factor importante na Guiné-Bissau, que tem como problemas crónicos a falta da justiça e da ordem, assim como o fraco desenvolvimento económico”, frisou Alfa Djaló, professor do ensino secundário.
Para aquele docente, depois das eleições, deve haver uma reforma no país no sector da justiça para garantir essa estabilidade.


Por sua vez, Alimatu Bangurá, cabeleireira e residente em Cabo Verde há um ano e meio, apesar de não poder votar, a sua aposta é que um dos candidatos mais jovens possa ter “sorte” e vencer as eleições.


“Gostaria de ir à minha terra para votar, mas não tenho cartão de residência e estou triste porque o meu sonho era ter documento para ir e voltar quando quiser. Espero que o próximo Presidente da República possa fazer algo em relação a esse problema”, afirmou.


Na opinião de Idrissa Djaló, que é ajudante de pedreiro e guarda-nocturno, a sua aspiração é poder voltar um dia à sua terra com a certeza de que a paz “tomou conta do país”.


São candidatos às eleições presidenciais antecipadas na Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, apoiado pelo partido no poder, PAIGC, Kumba Ialá, do maior partido da oposição, PRS, Baciro Djá, actual ministro da Defesa e candidato independente, o presidente interino do Parlamento Serifo Nhamadjo, também independente, e Afonso Té, antigo vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.


O independente, Henrique Rosa, Luís Nancassa, presidente do Sindicato dos Professores, Serifo Baldé, fundador do Partido Democrático Socialista de Salvação Guineense (PDSSG), Ibraima Jaló, líder do Congresso Nacional Africano (CNA), e Vicente Fernandes, líder da Aliança Democrática (AD), são outros candidatos ao sufrágio deste domingo.


Os 800 mil boletins de voto que foram impressos em Portugal destinados aos 600 mil eleitores já estão na Guiné-Bissau.

Inforpress/Fim

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