terça-feira, 10 de abril de 2012

Em comunicado de imprensa Estado Maior-General das Forças Armadas justifica ordem de expulsão da MISSANG na Guiné-Bissau

Para ouvir conferecia de imprensa

Bissau – O Director do Gabinete do Chefe do Estado Maior-General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Daba Na Walna, falou esta segunda-feira, 9 de Abril à imprensa para esclarecer a opinião pública sobre as circunstâncias em que o Chefe do Estado Maior-General das Forças Armadas António Indjai ordenou a retirada da Missão Angolana de Apoio a Reformas nos sectores de Defesa e Segurança (MISSANG) no país.

Num comunicado, distribuído à imprensa, o Estado Maior-General das Forças Armadas refere que «refuta o que considerou de infantilismo com que este assunto está a ser tratado na imprensa, através de notas de imprensas do Governo e até de certos partidos políticos que se posicionaram sobre o assunto, numa clara e desesperada tentativa de arrastar a sociedade castrense para o terreno político eleitoral».


Nesta perspectiva, Daba Na Walna disse estar consciente da sua missão constitucional, por isso, sublinha que vai declinar qualquer convite de carácter eleitoralista, resistindo às manobras da fútil diversão político partidária na Guiné-Bissau.


«Assunto como este merece ser tratado no fórum próprio e não na imprensa, através de comunicados ou notas de imprensa, como tem vindo a ser o caso», refere a classe castrense.


O Estado Maior-General disse que a primeira reacção de António Indjai em relação ao assunto MISSANG aconteceu numa reunião convocada pelo Presidente da República Interino, Raimanundo Pereira, num ambiente restrito, na presença de alguns membros do Governo.


Depois destes encontros, o gabinete de António Indjai informou que este nunca se pronunciou sobre o fim da MISSANG. «Em ambas as reuniões não se soltou e nem se ouviu da boca do Chefe do Estado Maior-General das Forças Armadas o pronunciamento da palavra fim da MISSANG», esclareceu.


Entre outros aspectos referidos nesta reunião consta ainda um encontro com o Embaixador de Angola, que disse estar a preparar um eventual golpe de Estado na Guiné-Bissau.


Os militares guineenses denunciaram ainda que, em 2011, o Governo angolano enviou «secretamente» para MISSANG sem, conhecimento do Executivo e das Forças Armadas, um lote de materiais de guerra, composto por 12 carros de combate, morteiros, armas antiaéreo de calibre médio (ZGU 1) montadas em viaturas.


As denúncias não ficaram por aí, de acordo com as Forças Armadas da Guiné-Bissau, depois dos acontecimentos de 26 de Novembro 2011, Angola reforçou com meios bélicos a sua missão em Bissau, com três tanques de combate, assim como substituiu os efectivos da MISSANG, enviando forças especiais equipadas com Coletes anti-balas, o que considerou de uma clara demonstração de força e prontidão de guerra.


Outro aspecto denunciado neste comunicado prende-se com uma alegada resistência por parte da MISSANG em entregar às Forças Armadas guineenses esses meios bélicos.


Por último, o documento refere que já foi aberta uma estrada desde a Guine-Conacri até à proximidade da povoação de Beli, Leste da Guiné-Bissau, região de Gabu, sem que os militares da Guiné-Bissau e da Guarda Nacional tenham sido informados da operação em causa.


Sumba Nansil

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