quarta-feira, 16 de maio de 2012

Apoiar Presidente interino da Guiné-Bissau é legitimar o golpe - analista Corsino Tolentino

Cidade da Praia,  (Inforpress) - O analista político Corsino Tolentino disse hoje que se for verdade o apoio dos EUA à nomeação de Serifo Nhamadjo como Presidente interino da Guiné-Bissau seria uma maneira de legitimar o golpe de Estado e complica ainda mais a situação.

Corsino Tolentino justificou a sua  posição, tendo em conta, segundo ele, que os Estados Unidos de América “não é um país qualquer”, além de ser um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.


Quanto à natureza da notícia, dando conta que o Governo de Washington apoia a designação de Nhamadjo como chefe de Estado interino da Guiné-Bissau, Corsino Tolentino disse que pôde verificar que as fontes são “muito vagas”.


Lembrou que dos países membros Conselho de Segurança não veio qualquer tomada de “posição clara” de  apoio à proposta da CEDAO no que respeita à escolha de Serifo Nhamadjo para presidir o período de transição e com a capacidade para formar o Governo.
Realçou ainda o facto  de a Comissão da União Africana ter feito circular uma lista de militares e civis guineenses que apoiam o golpe que serão sancionados.


A solução para o problema da Guiné-Bissau, prosseguiu o analista, terá que  passar pelo respeito da Constituição e das leis do país.
“Será muito prudente esperar pelo esclarecimento da parte do Governo americano”, notou Corsino Tolentino, que acredita ter havido alguma “má interpretação ou um balão de ensaio”.
Em seu entender, na própria notícia veiculada notavam-se “contradições brutais”, já que falava da necessidade de se respeitar a Constituição e dos direitos humanos.


Quando Corsino Tolentino fez essas declarações ainda não se conhecia a notícia de que o Departamento de Estado norte-americano havia recuado no reconhecimento de Serifo Nhamadjo como presidente interino da Guiné-Bissau.


LC
Inforpress/Fim

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