quinta-feira, 17 de maio de 2012

Pacto de Transição Política assinado sem a presença do maior partido (PAIGC) prevê eleições no máximo de um ano

Partidos políticos e Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau assinaram hoje na capital do país um Pacto de Transição  Política, mas sem a presença do PAIGC que institui a realização de eleições presidenciais e legislativas no máximo de um ano a partir de hoje.

O Pacto foi assinado num hotel de Bissau pelo presidente em exercício  da Assembleia, Sori Djaló, e por partidos políticos legalmente constituídos  mas sem a presença do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné  e Cabo Verde), maior partido e no poder até ao golpe de Estado de 12 de  abril.

O Pacto é constituído por seis artigos e o último diz que produz efeitos  imediatamente após a assinatura, e constitui "o quadro legal para a condução  do país à normalidade constitucional". 

No documento aceita-se que seja Serifo Nhamadjo o Presidente da República de transição, durante um ano e em funções até à posse do Presidente eleito,  gozando até lá "dos direitos e regalias inerentes ao cargo de Presidente  da República eleito". 

A presente legislatura da Assembleia Nacional Popular (ANP), que devia  terminar em novembro, "é prorrogada até à posse dos novos deputados" e durante  o período de transição as votações dos diplomas devem obedecer às normas  constitucionais e regimentais, diz também o documento. 

O primeiro-ministro será escolhido por consenso dos partidos e nomeado  pelo Presidente, e o governo, de 12 meses, "será constituído de base alargada".

Segundo o artigo 5º do Pacto de Transição, o que nao estiver contemplado  no Pacto hoje assinado aplica-se o exposto na Constitituicao, o que for  acordado politicamente entre partidos ou as recomendacoes da Comunidade  Económica dos Estados da África Ocidental. 

O Pacto, que será depositado no Supremo Tribunal de Justiça, estabelece  também que nem o Presidente nem o primeiro-ministro se podem candidatar  nas eleições presidenciais e legislativas seguintes. 

Assistiram à assinatura do Pacto, além de militares e políticos, representantes  dos Estados Unidos, China, Líbia, Nigéria, Senegal, Rússia, Gambia, Mauritânia,  União Africana e CEDEAO. 

O presidente da Republica de transição, Serifo Nhamadjo, que presidiu  ao ato, disse que a partir de hoje "estão criadas as condições para que  se faça uma transição segura". 

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