terça-feira, 12 de junho de 2012

Muitas lágrimas no adeus a Bissau

Na hora da partida os militares da MISSANG sentiram o carinho e o reconhecimento dos guineenses

Fotografia: Rogério Tuti

O último grupo da missão das FAA na Guiné-Bissau (MISSANG) deixou domingo aquele país com destino a Luanda, em dois aviões da Força Aérea Nacional e um “boeing” da Sonair. A despedida ao contingente foi feita num antigo hotel de Bissau que em breve vai ser a sede da Embaixada de Angola.


No adeus às tropas angolanas estava o embaixador de Portugal, António Freire, e o encarregado de negócios da Embaixada de Angola, Luís dos Santos. Mas a despedida comovente foi feita pelo povo de Bissau. A nossa reportagem viu lágrimas no rosto de muita gente que quis mostrar aos nossos valorosos militares a sua gratidão pela cooperação que deram ao seu país, durante o tempo que durou a missão.


Os militares da MISSANG foram para a Guiné-Bissau a pedido do legítimo governo do país, no âmbito das “relações históricas” com Angola e nos laços de cooperação que sempre existiram.


Os elementos da missão angolana estavam empenhados num projecto de reestruturação das forças armadas e de segurança.
O Estado Angolano disponibilizou 13 milhões de dólares no projecto e até ao momento da saída do último soldado, já tinham sido aplicados mais de nove milhões.


O comandante da missão, tenente general Gildo dos Santos, disse na hora da despedida, que todos os militares deixavam Bissau com o sentimento do dever cumprido. A despedida da população confirmou essa realidade. Os guineenses que se foram despedir da MISSANG agradeciam aos militares angolanos e corriam lágrimas em muitos rostos.


Nas eleições, a nossa reportagem captou imagens de festa e alegria. No sábado, o sentimento era de profunda tristeza.

“Os nossos irmãos vieram por bem, ajudaram-nos muito e agora partem sem acabar a sua missão. A nossa terra ainda precisa deles, não deviam partir”, disse à nossa reportagem uma mulher lavada em lágrimas.

Os militares da MISSANG estavam empenhados numa missão “de amizade e cooperação” mas os acontecimentos políticos que interromperam as eleições presidenciais na Guiné-Bissau provocaram a sua retirada prematuramente. Angola deu a mão a um país irmão. Os angolanos que foram cumprir tão honrosa missão, deram o seu melhor. O povo da Guiné-Bissau sabe que fazer mais era impossível.

Os membros do Governo legítimo que pediram ajuda a Angola também sabem que a resposta pronta para ajudar a reestruturar as forças de defesa e segurança foi determinada pelos laços fraternos que nos unem.

Fonte: 

Jornal de Angola Online

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