segunda-feira, 30 de julho de 2012

Proposto encontro de alto nível para discutir crise da Guiné Bissau na ONU

No relatório apresentado no Conselho de Segurança, o Secretário-Geral insta a comunidade internacional a trabalhar em conjunto para restaurar a ordem constitucional na sequência golpe de Estado ocorrido há quase quatro meses.


Nova York - As Nações Unidas devem realizar um encontro de alto nível para definir uma estratégia comum para resolver a crise na Guiné-Bissau. A proposta foi lançada, quinta-feira, pela embaixadora do Brasil junto das Nações Unidas, Maria Luiza Ribeiro Viotti.

Após uma reunião sobre o país, no Conselho de Segurança, a diplomata falou à Rádio ONU na qualidade de presidente da Estratégia de Paz para a Guiné-Bissau, no âmbito da Comissão de Consolidação da Paz da ONU.

"Este encontro seria uma oportunidade para que os parceiros internacionais da Guiné-Bissau pudessem participar e chegar a uma estratégia comum. A Cedeao, a Cplp, a União Africana e a União Europeia –  é preciso que todos estejam unidos em torno de uma plataforma para apoiar neste momento. Embora haja um consenso, de certa forma, que foi expressado nas resolução do Conselho de Segurança e nas determinações da União Africana, de que é preciso trabalhar para restauração da ordem constitucional, estabilidade e desenvolvimento do país, ainda não há uma estratégia comum", referiu.

No relatório apresentado no Conselho de Segurança, o Secretário-Geral insta a comunidade internacional a trabalhar em conjunto para restaurar a ordem constitucional na sequência golpe de Estado ocorrido há quase quatro meses.

Ao ler o documento, o representante especial do Secretário-Geral, Joseph Mutaboba, disse que o país está politicamente dividido entre apoiantes do governo de transição e dos líderes depostos pela junta militar a 12 de Abril.

Em declarações à Rádio ONU,  o embaixador da Guiné-Bissau junto das Nações Unidas, João Soares da Gama, pediu "consenso real" de organizações internacionais quanto à questão da estabilização do país.

"É uma crise muito complexa cuja solução não pode vir de apenas uma organização, não! Devemos estar todos de acordo. Há também uma outra questão, acho que os atores internos devem estar de acordo com o que está a ser feito. Portanto, o Paigc, que é o partido do país, com quase dois terços deputados não pode ser afastado da solução da Guiné-Bissau".

O período da realização da Assembleia-Geral, em Setembro, foi avançado para acolher o encontro internacional, a ser presidido pelo Secretário-Geral.

O informe de Ban Ki-moon pede ações concretas para combater a impunidade e que seja garantido que os responsáveis por assassinatos politicamente motivados e de outros crimes graves sejam levados à justiça.

Mutaboba referiu-se, igualmente, ao aumento do tráfico de drogas ilícitas e de atividades relacionadas com violações da ordem constitucional.

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