segunda-feira, 2 de julho de 2012

(A verdade da mentira) “Golpes de Estado continuam a ser um grande desafio para CEDEAO”

 

 

 

 

 

Líderes da CEDEAO aquando de um encontro regional em Abril

Situação no Mali e na Guiné-Bissau.

Desde a sua fundação, a CEDEAO estatuiu uma série de protocolos e um deles preconizou “tolerância zero” àqueles que ilegalmente assumam ou permaneçam no poder, tal como em Bamako.

Os confrontos da semana passada entre os grupos armados no norte do Mali vão, de certeza, pressionar a CEDEAO a enviar uma força militar - que há meses se vem debatendo - para a região. Alguns malianos no norte do país estão a pedir a intervenção, mas especialistas questionam a eficácia militar da CEDEAO contra os grupos terroristas no deserto.

Este é um de vários desafios que a organização regional enfrenta, depois de sucessivos golpes de Estado no Mali e na Guiné-Bissau. A CEDEAO – Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental – foi criada em 1975 e tem como membros 15 países. As crises políticas que têm pairado sobre a região têm adiado a almejada integração económica, e a organização viu-se obrigada a ter que se dedicar à gestão de conflitos e segurança.

Desde a sua fundação, a CEDEAO estatuiu uma série de protocolos, e um deles preconizou “tolerância zero” àqueles que ilegalmente assumam ou permaneçam no poder. Quando as forças armadas assumiram o poder, no Mali, a 22 de Março, e a 12 de Abril, na Guiné-Bissau, no ano em curso, os líderes da organização regional reiteraram a política de “tolerância zero” como guia para a busca de soluções a estas duas crises políticas. Mas, como sempre, o desafio está na sua implementação, dada a complicação de circunstâncias no terreno.

Até agora, há hesitações em relação ao desempenho da junta militar no Mali. Houve uma mudança de posição da CEDEAO, desde a assinatura do acordo, com a junta militar, no qual reconheceu que os líderes do golpe tinham um papel a desempenhar na transição, mas, dois meses mais tarde, veio anunciar que já não reconhecia a junta.

Sunny Ugoh é director de comunicação da CEDEAO e diz que a junta maliana é responsável pela perda de confiança que nela se tinha depositado. “Estamos a tentar o engajamento com pessoas de confiança no Mali. Se nos comprometermos com pessoas sem crédito, que são imprevisíveis e que não cumprem os seus compromissos, será difícil para nós continuarmos no mesmo caminho. É esta a realidade no Mali.”

Analistas afirmam que a posição da CEDEAO em relação à junta na Guiné-Bissau pode ser resumida numa palavra: Angola.

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