quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Jornalista da RTP expulso de Bissau regressa a Portugal

Fernando Teixeira Gomes vai regressar temporariamente a Portugal, devido a condições de segurança, depois de ter sido expulso da Guiné-Bissau por ordem do governo de transição.

O diretor de informação da RTP, Nuno Santos, disse à Lusa que o delegado da estação pública em Bissau, Fernando Teixeira Gomes, vai regressar temporariamente a Portugal após uma avaliação das condições de segurança.

"Tomámos a decisão no final da semana passada" após uma avaliação transmitida pelo próprio jornalista, indicou Nuno Santos.

"Não estavam reunidas as condições de segurança ideais para ele e para a família", afirmou o diretor de informação da RTP, acrescentando que o regresso do jornalista e da respetiva família está previsto para esta sexta-feira.

"É uma situação que lamentamos. (...) A segurança é uma prioridade", reforçou o responsável, salientando que a situação será posteriormente avaliada.

Apesar do regresso do jornalista português, a delegação da RTP em Bissau "vai continuar a trabalhar e a produzir informação", garantiu Nuno Santos, referindo que a estação pública conta na capital guineense com mais duas equipas composta por jornalistas locais.

Indjai continua imparável. Bó na pupu tudo li nê kau!

 

by pasmalu

Com uma rapidez fora de série, a que o porta-voz Dahaba chama de "transparência" e a população de "opacidade", Indjai decidiu apresentar Pansau aos jornalistas em conferência de imprensa. O objetivo era o de recitar a cassete que ele tinha preparado sobre quem acusar na tal inventona: Cadogo, Zamora e os fiéis do PAIGC.

Decidiu chamar previamente os jornalistas para também os preparar sobre as perguntas que deviam e as que não deviam fazer.

E explicou que não toleraria nenhuma pergunta sobre a implicação de Pansau e ele próprio no assassinato de Nino Vieira, pelo que se os jornalistas não lhe obedecessem "Bó na pupu tudo li nê kau!".

Mais claro não podia ser.

Os jornalistas olharam uns para os outros, resmungaram entre-dentes e perante o burburinho que se gerou, Indjai decide na hora que não iria haver nenhuma conferência de imprensa.

Governo eleito quer inquérito internacional à violência dos últimos dias na Guiné-Bissau

Gomes Júnior diz que nunca se identificou com a violência

 

Gomes Júnior diz que nunca se identificou com a violência (PHIL MOORE/AFP)


O Governo da Guiné-Bissau liderado por Gomes Júnior, afastado por militares em Abril, pediu às Nações Unidas que criem uma comissão internacional de inquérito ao ataque, no domingo, a uma base militar dos arredores da capital.


Num comunicado divulgado esta quarta-feira, o gabinete de Gomes Júnior, exilado em Portugal, insiste no pedido ao Conselho de Segurança para a criação de um tribunal penal para a Guiné-Bissau e envio de uma força internacional para “estancar os desmandos e evitar mais atrocidades”. O executivo de Gomes Júnior declara que “nunca se identificou com a violência e a força como meios de resolução de qualquer diferendo”.


No domingo, o ataque a uma base perto de Bissau, alegadamente comandado por um capitão que terá estado nos últimos anos em Portugal, provocou a morte de seis ou sete pessoas. No dia seguinte, militares perseguiram, detiveram e espancaram oposicionistas.


O executivo instaurado após o golpe acusa Júnior de instigar o ataque, que apresentou como tentativa de contragolpe. A acção, diz, teria o apoio de Portugal e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.


Numa entrevista à Lusa, Fernando Vaz, ministro das autoridades instituídas pelos militares, repetiu que há “indícios” de que Portugal estaria envolvido. O Ministério dos Negócios Estrangeiros português recusou, no início da semana, comentar. Bissau exigiu também há dias a Portugal “a extradição urgente” de Júnior, para ser ouvido na investigação à morte de Hélder Proença, ministro assassinado em 2009, noticiou a agência.


Para o governo eleito, o que aconteceu nos últimos dias foi um “acto de clara demonstração do estado de desespero e desnorte em que se encontram os usurpadores do poder legítimo”, que teriam procurado “desviar as atenções” dos problemas do país e “atirar as culpas sobre terceiros”. Observadores têm igualmente defendido ao PÚBLICO a ideia de que se tratou de uma “encenação” do poder golpista.

Militares guineenses cancelam encontro com oficial detido para evitar julgamento na praça pública

Bissau - A imprensa da Guiné-Bissau foi  por duas vezes chamada ao Estado Maior General das Forças Armadas para ouvir declarações de Pansau N'Tchamá, acusado de liderar um ataque a um quartel, mas a iniciativa foi anulada. 

A Guiné-Bissau vive novamente dias de instabilidade desde o passado dia 21, quando um comando, alegadamente liderado pelo capitão Pansau N'Tchamá, atacou o quartel dos para-comandos. No ataque morreram seis pessoas 

O capitão foi capturado uma semana depois e encontra-se detido em Bissau.

Na segunda-feira os jornalistas chegaram a ser convocados para ouvir declarações de Pansau N'Tchamá mas o encontro foi anulado. Hoje voltaram a ser chamados por duas vezes e das duas vezes foram anuladas as declarações.

Daba Na Walna, porta-voz das Forças Armadas, explicou aos jornalistas que havia de facto vontade de alguns militares de colocar o capitão perante as câmaras e microfones, nomeadamente dos que participaram na busca e captura de Pansau. 

No entanto, acrescentou, o Estado Maior entendeu que Pansau N'Tchamá não pode ser julgado "em  praça pública" mas nas instâncias correctas, que é na justiça. 

Pansau será julgado num tribunal militar, porque os crimes de que é acusado se deram num quartel militar, de acordo com Daba na Walna, que no entanto não adiantou datas. 

Daba Na Walna disse que os jornalistas terão acesso a todas as informações quando for realizado o julgamento de Pansau N'Tchamá.

Bispo de Bissau considera a situação política do país preocupante

Bissau – O Bispo de Bissau considerou preocupante a situação político-militar que a Guiné-Bissau tem vivido nos últimos tempos.

Dom José Cam-na Na Bissing falou esta terça-feira, 30 de Outubro, depois do encontro que manteve com Presidente  Ilegítimo de transição, Manuel Serifo Nhamadjo.


O líder religioso disse haver necessidade de diálogo entre os guineenses, como forma de ultrapassar a crise que afecta o país.
«Acreditamos que a única e a melhor via para sairmos da situação em que nos encontramos é por todos guineenses na mesma mesa, discutir e resolver os nossos problemas internos com toda a camada da sociedade», disse o Bispo de Bissau.


A iniciativa é do Programa «Voz di Paz» que inclui outros líderes religiosos, cujo período máximo para o seu arranque foi estabelecido, por José Cam-na Na Bissing, para dentro de quinze dias.


Tal como o Bispo de Bissau, também o Representante da União Africana, Ovídio Pequeno, e Joseh Mutaboba foram recebidos, esta terça-feira, 30 de Outubro, pelo Presidente Ilegítimo de transição, Manuel Serifo Nhamadjo.


À saída desta reunião, ambos foram unânimes ao defender as políticas de inclusão e diálogo entre os guineenses, como forma de ultrapassar a atual crise político-militar na Guiné-Bissau.

Fome ameaça população de Boé, leste da Guiné-Bissau, diz governo local

A população do setor de Boé, local da proclamação da independência da Guiné-Bissau, está a ser ameaçada pela fome e o administrador local, Augusto Banjai, apela à intervenção urgente do Governo central.

Entrevistado pela Rádio Sol Mansi (da Igreja Católica), Augusto Banjai informou que a fome "ameaça as populações" de Boé e se nada for feito pelo Governo "a situação pode piorar e ser catastrófica".

O administrador (máxima autoridade política local) adiantou que Boé, localidade situada no extremo leste da Guiné-Bissau, já isolada devido à ma condição das estradas, ficou ainda mais pior pela ação das chuvas que caíram naquela região.

Os transportes públicos deixaram de ir para Boé, contou o administrador, acrescentando que a jangada que fazia a ligação fluvial entre Boé e a zona de Gabu está estragada.

"A situação é muito difícil. Nos últimos dias o setor está completamente isolado do resto do país. Nenhuma viatura vai para lá ou sai de Boé para Gabu. A jangada ou o pequeno bote que havia na travessia do rio estão com problemas", disse Augusto Banjai.

"A população passa fome, o que é muito lamentável. Mesmo tendo dinheiro não há uma única loja no setor para comprar o arroz", afirmou o administrador de Boé. O arroz é a base da dieta alimentar dos guineenses.

"Mesmo tendo dinheiro é preciso ir de bicicleta até Beli ou Lugadjol, ou então ir à cidade de Gabu, que dista a 90 quilómetros, para comprar arroz", observou Augusto Banjai, lançando apelos às autoridades.

"Apelo às autoridades para prestarem mais atenção à população de Boé que passa fome. Para complicar ainda mais a vida daquela gente há a questão da inundação às suas `bolanhas` (campos de cultivo do arroz) ao ponto de não conseguirem produzir nada", disse o administrador.

"É uma situação lamentável. Convido ao governo regional e nacional para que visitem o setor de Boé para que possam constatar as dificuldades", acrescentou Banjai.

A 24 de setembro de 1973, ainda decorria a luta armada, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) proclamou, de forma unilateral, a independência da Guiné-Bissau justamente em Boé.

Fonte RTP

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Guiné-Bissau: A realidade-ficção

Raúl M. Braga Pires, em Bissau (www.expresso.pt)

Capitão Pansau N'Tchama, a caminho do calabouço, já no interior da Fortaleza d'Amura, onde funciona o EMGFA, em Bissau.
Capitão Pansau N'Tchama, a caminho do calabouço, já no interior da Fortaleza d'Amura, onde funciona o EMGFA, em Bissau.
Google Imagens

Os acontecimentos na Guiné-Bissau, são de tal forma confusos, que, a confirmarem-se as suspeitas de que tudo não passa duma enorme encenação, é a prova de que a ficção ultrapassa em muito a realidade. Não sei como descalçar esta bota!

1) Parece que há uma "guerra" (vinganças) entre as étnias balanta e felupe;

2) Parece que uma balantização militar e política, com um provável regresso de Kumba Yalá à Presidência, haverá uma reacção por parte das restantes étnias/sociedade e a Guiné-Bissau mergulhará de novo e em breve, numa guerra civil;

3) Parece que o Almirante Zamora Induta esteve na Gâmbia a orquestrar uma tentativa de Golpe d'Estado na Guiné-Bissau;

4) Parece que o ex-PM guineense, Carlos Gomes Jr, Cadogo para os amigos, enviou sms's para os seus familiares em Bissau, a partir de Lisboa, a avisar para não sairem à rua na noite de 20 para 21 d'Outubro, porque algo se iria passar;

5) Parece que o Capitão Pansau N'Tchama, tentou um golpe de mão no quartel dos Para-Comandos em Bissau, com meia-duzia de djolas de Casamansa, que afinal parece que eram felupes;

6) Parece que o Capitão Pansau N'Tchama, que nunca teve estatuto d'asilado político em Portugal, afinal caiu no conto do vigário e regressou a Bissau a convite do General António Indjai, actual CEMGFA;

7) Parece que o Capitão Pansau N'Tchama, ex-braço direito do General António Indjai e ex-guarda-costas do Almirante Zamora Induta, é uma testemunha chave nos processos das mortes do ex-Presidente João Bernardo Nino Vieira, do General Tagme Na Wai e dos Deputados Baciro Dabó e Hélder Proença;

8) Parece que há nomes de políticos portugueses, de primeira linha, envolvidos na morte d'alguns destes homens, sobretudo do ex-Presidente Nino;

9) Parece que o Capitão Pansau N'Tchama assinou uma confissão na qual denuncia os cúmplices desta trama, que teria Portugal e a CPLP como principais apoiantes, procedendo-se de momento a uma caça às bruxas, a qual eliminará sobretudo, a "Ala Cadogo" do PAIGC;

10) Parece que nos comunicados efectuados pelo actual Governo Provisório, quando se refere o nome CPLP, se quer na verdade dizer Angola e também Cabo Verde;

11) Parece que estavam preparados 6 helicópteros angolanos na Gâmbia, prontos a levantar voo, caso o golpe de mão no quartel dos Para-Comandos tivesse êxito, bem como mais tropas que chegariam por via marítima;

12) Parece que este Governo Provisório está a renegociar os contractos d'exploração da bauxite e do fosfato, assinados pelo ex-PM Carlos Gomes Jr e a angolana GP Phosphates Mining, nos quais o Estado guineense apenas arrecadaria 10% e 2% respectivamente, no negócio da exploração;

13) Parece que este Governo Provisório está cheio de vontade de correr com a Galp do território guineense;

14) Parece que o Prof. Marcelo confortou os portugueses no domingo passado, dizendo que Portugal nada tem a ver com tudo isto;

15) Parece-me que este texto não ficará por aqui e que o irei actualizando à medida que for recolhendo mais informações;

16) Parece que lhe deixei um sorriso nos lábios e uma pulga atrás da orelha! Era mesmo essa a ideia.

Raúl M. Braga Pires escreve de acordo com a antiga ortografia


Cabo Verde desvaloriza declarações de porta-voz de Governo da Guiné-Bissau

"Perguntamos se a independência de Cabo Verde é verdade e de que país é que veio. Terá vindo de Portugal?", questionou Fernando Vaz, em declarações à imprensa, em Bissau, a propósito de declarações dos dirigentes cabo-verdianos a propósito dos últimos acontecimentos naquele país.

Praia - O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, disse, sexta-feira (26),  que a declarações do porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, insurgindo-se contra os comentários das autoridades cabo-verdianas a respeito da situação naquele país, "não merecem qualquer comentário do Governo de Cabo Verde".

O porta-voz do Governo de transição bissau-guineense, Fernando Vaz, considerou  "vergonhosas" as declarações do primeiro-ministro e do Presidente de Cabo Verde, José Carlos Fonseca, sobre a Guiné-Bissau e pediu que acabem as "faltas de respeito".

"Perguntamos se a independência de Cabo Verde é verdade e de que país é que veio. Terá vindo de Portugal?", questionou Fernando Vaz, em declarações à imprensa, em Bissau, a propósito de declarações dos dirigentes cabo-verdianos a propósito dos últimos acontecimentos naquele país.

Abordado pelos jornalistas depois de participar num ato oficial na capital cabo-verdiana, José Maria Neves escusou-se a tecer qualquer comentário sobre essas declarações, preferindo sublinhar que "o Estado de Cabo Verde é uma pessoa de bem, as instituições da República são legítimas" e que o arquipélago "é um Estado de Direito Democrático e tem uma grande confiança e prestígio no plano internacional".

O chefe do Executivo cabo-verdiano acrescentou  que Cabo Verde quer que a Guiné-Bissau encontre a paz, que a comunidade internacional preste atenção a esse "país irmão" porque ele "está a transformar-se num narco-Estado, onde não há respeito pelos direitos humanos, onde as instituições da República não funcionam e não há a submissão do poder militar aos poderes civis legitimamente constituídos".

Ele aproveitou ainda para realçar que Cabo Verde está, sobretudo, interessado em trabalhar para que se possa combater, com vigor, os tráficos, o desrespeito pelos direitos humanos e qualquer desvio em relação aos princípios dum Estado de Direito Democrático.

José Maria Neves instou a União Africana a ver com um "olhar atento" a situação da Guiné-Bissau, buscando consensos necessário com as Nações Unidas, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para o lançamento das bases visando a consolidação da democracia e o desenvolvimento daquele país oeste-africano.

Na sequência da tentativa de assalto a um quartel em Bissau, no passado domingo, na qual as autoridades de transição bissau-guineenses implicam Portugal e a CPLP, o primeiro-ministro de Cabo Verde  alegou que, de Bissau, "nem sempre as declarações políticas correspondem à realidade".

"Não devemos precipitar-nos em relação aos acontecimentos, nem às declarações que têm sido feitas e que nem sempre correspondem à realidade dos factos. São declarações que Cabo Verde não comenta", dissera José Maria Neves.

A propósito da situação em Bissau, o Presidente cabo-verdiano, José Carlos Fonseca, disse também que sem uma intervenção "firme, determinada e interessada" das Nações Unidas, a crise vigente na Guiné-Bissau "corre o risco de não ter solução".

ÚLTIMA HORA: Iancuba Indjai, raptado e espancado por militares, continua em estado crítico, internado na unidade de cuidados intensivos do hospital central de Dakar.


Clima de terror em Bissau  “Ditadura do Consenso

Sábado e domingo, com a desculpa de Tabaski, reuniram-se na casa do Lino, que usurpou o cargo de Director dos Correios, em Antula, varias figuras do PRS para a elaboração de uma lista de pessoas para ATERRORIZAR/MATAR/BATER/HUMILHAR e que posteriromente deverá ser remetida aos militares.


Nessa fatídica lista constam Manuel Saturnino da Costa (eliminação da liderança no PAIGC), Luís Sanca (pela sua frontalidade), Francisca Pereira (porque o Sory Djaló quer a casa dela de qualquer jeito), Fernando Borges (como sempre) e mais alguns que brevemente saberemos.

A intenção é colocar as culpas na Presidência actual e assim eliminam os opositores futuros. Como o próprio Kumba disse “Serifo Namadjo é PAIGC disfarçado”. Mas parece que nem todos concordam porque o complô vazou… Agora é esperar para ver se António Injai irá obedecer aos seus chefes

Fonte: D. Consenso

O Regresso do porta-voz dos Militares

A fantochada da Inventona continua. Para uma melhor encenação Indjai decidiu fazer regressar Dahba na Hana, antigo porta-voz a quem tinha insultado e humilhado há alguns meses atrás. O dito não se fez rogado. Abandonou por momentos a construção da enorme moradia, que começara a construir em Bissau, com dinheiro do golpe, vestiu a nova farda, agora mais larga porque entretanto engordou ainda mais, e preparou-se para afinar as mentiras que tão bem sabe dizer.

Na conferência de imprensa de ontem disse, claro e bom som, que não vira Pausau embrulhado na bandeira verde-rubro, quando essas fotos já circulam pelo mundo inteiro, logo ele que parece estar bem informado do que se diz na net. Certamente problemas de cataratas perturbaram-lhe a visão, fenómeno recorrente de muitos políticos do actual poder político.

Agradeceu à população de Bolama o contributo na "captura" de Pansau, esquecendo-se de dizer que em contrapartida os militares assassinaram no local 3 pessoas e que na hora da partida dispararam, a partir da barcaça, mais uma rajada de metralhadora para as pessoas que estavam no porto de cais a assistir à partida, tendo morto mais 3 jovens que foram atingidos e caíram ao mar.

A Inventona continuou esta noite na Base Aérea com o assassinato de mais um militar felupe, preparando-se o porta-voz para dizer vergonhosamente que ele se suicidou.

Com toda a evidência, com Indjai e Kumba, a Morte saíu à rua.

by pasmalu

Corpo do Presidente da CNE Desejado Lima da Costa é transladado hoje para Bissau

Lisboa - O corpo do presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Desejado Lima da Costa, falecido na semana passada, será transladado hoje para Bissau, informou fonte da família.  

Desejado Lima da Costa, de 56 anos, morreu a 22 de Outubro no Instituto Português de Oncologia, em Lisboa, onde se encontrava em tratamento há dois meses e meio.  

O velório decorre a partir das 12H30 horas locais de hoje (segunda-feira) na Igreja do Campo Grande, onde na terça-feira pela mesma hora será realizada uma missa do corpo presente, disse à agência Lusa Leopoldo Amado, sobrinho do falecido. 

O corpo de Desejado Lima da Costa segue ao início da tarde de terça-feira para o aeroporto, de onde será transportado num voo da TAP para Bissau, onde decorrerão as cerimónias fúnebres.  

Desde a semana passada que está aberto na Embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa um livro de condolências.  

Nascido a 31 de Janeiro de 1956, Desejado Lima da Costa, que chegou a exercer como locutor na Rádio Nacional da Guiné-Bissau, desempenhou durante vários anos o cargo de secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), central sindical.  

Em 2008 foi escolhido, enquanto deputado ao Parlamento, pelo partido maioritário, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), para liderar a Comissão Nacional de Eleições (CNE), tendo ficado a seu cargo a organização de eleições presidenciais que não foram concluídas devido ao golpe de Estado de 12 de Abril, justamente um dia antes do início da campanha eleitoral para a segunda volta.  

Com o golpe de Estado, Lima da Costa refugiou-se, juntamente com alguns elementos do Governo deposto, na sede da União Europeia em Bissau de onde só sairia passado cerca de um mês.  

Após ter retomado as funções de presidente da CNE, em Agosto passado viajou para Portugal em tratamento médico. 

Lima da Costa era membro do “bureau” político do PAIGC.

Militares acusam Gâmbia de envolvimento no ataque ao Quartel de Pára-comandos

Bissau - O Estado-maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, através do seu porta-voz Daba na Walna, acusou,  Domingo, 28 de Outubro, a República da Gâmbia de estar envolvida no ataque ao Quartel de Pára-comandos, que decorreu a 21 de Outubro.

Em conferência de imprensa realizada Domingo, 28 de Outubro, em Bissau, depois da captura de Pansau Ntchama, Daba na Walna informou que o território gambiano estará a ser utilizado por Zamora Induta, ex-chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, com o objetivo de eliminar António Indjai, actual chefe do Estado-maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau.


A nível interno, este responsável disse acreditar que muitas figuras políticas podem estar envolvidas nesta operação mas não avançou nomes.


Daba na Walna revelou que Pansau Ntchama vai ser julgado no Tribunal Militar, sobre o seu alegado envolvimento no ataque ao Quartel de Pára-comandos, em Bissau.


Além de Pansau Ntchama, alguns militares já foram detidos na sequência de suposta participação na mesma acção, de entre os quais de destaca Jorge Sambu, ex-vice-chefe de Estado-maior da Armada em 2010.

Oficial do Batalhão de Pára-comandos suicidou-se

Bissau – Um efectivo do Batalhão de Pára-comandos suicidou-se, segunda-feira, 28 de Outubro, junto ao Quartel desta instituição militar.

Baciro Ampa Sinabe tinha cerca de 30 anos e era natural de Susana, Sector de São-Domingos, região de Cacheu, norte do país. Era casado e tinha dois filhos.


Júlio Cabi, Comandante da brigada de Pára-Comandos (foto), lamentou o ocorrido e informou que se desconhece ainda o motivo que levou o jovem militar a cometer suicídio.


Baciro Ampa Sinabe fazia parte do grupo de etnia Felupe, acusado pelo Governo de transição de pretender derrubar atuais chefias militares da Guiné-Bissau, alegadamente com o apoio do Capitão Pansau Ntchama.


Trata-se de um grupo étnico do qual faz aparte o Secretário de Estado dos Antigos Combatentes do atual Governo, Mussa Djata, bem como o Presidente do Tribunal de Contas da Guiné-Bissau, Alberto Djedo.


Fontes em Bissau indicaram que as razões da morte de Baciro Ampa Sinabe podem estar relacionadas com as acusações de que a etnia Felupe vem sendo alvo nos últimos dias, sobre o alegado envolvimento na eliminação de militares balantas das Forças Armadas.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Indjai prepara nova Inventona

por pasmalu

Com a prisão de Pansau, o macabro plano de Indjai chega a meio.

Depois do simulacro do “golpe de estado falhado” do dia 21, onde toda a montagem caiu por terra – com assaltantes sem armas a atacar o quartel mais forte das forças militares, onde os assassinados foram mortos dentro de uma casa e depois levados para a montagem do cenário, os corpos queimados, mas as roupas não, onde todos os mortos são da etnia felupe (porque afinal se trata de uma vingança por um roubo de gado perpetrado, dias antes, no chão-dos-felupes e onde foram mortos 5 balantas que lá tinham ido roubar vacas) – agora Indjai e Kumba entram na fase 2.

A prisão ontem de Pansau –  afinal já tinha sido feita 2 dias antes (!!!) – está cheia de incoerências. Primeiro aparece todo barbeado como se não tivesse andado a ser perseguido durante uma semana, enrolado numa bandeira portuguesa mostrando em que direção irão as suas futuras declarações e finalmente vivo…ao contrário do que aconteceu aos outros supostos envolvidos no tal golpe.

O actual procurador-geral da República, Abdú Mané, mais preocupado em perseguir os alegados golpistas falhados, esqueceu-se de perseguir os vitoriosos golpistas assumidos de Abril de 2012. Afinal a justiça (com jota pequeno) só se aplica aos golpistas que falham (mesmo que não sejam golpistas). Hoje esfrega as mãos de contente. Vai ter muito serviço, logo que Pansau começar a “falar”, tanto mais que, segundo o próprio, já tem na sua posse uma lista detalhada com os nomes a abater, que já havia sido previamente elaborada.

Indjai tem agora na sua mão Pansau, aquele que o denunciou, sem nenhuma pressão de pistolas apontadas à cabeça, de ser o mandatário do assassinato de Nino Vieira. Sobre o assunto tem ele agora a certeza de que não voltará a falar, nem o procurador-geral da República sequer o quer ouvir.

A própria França que acendeu o fósforo, perdeu o fio à meada e está de saída. Outros que peguem na criança.

A CEDEAO essa, bem essa faz figura de corpo presente e de “deixa andar”.

Para o povo guineense tudo isto I SÓ PÓ!

Pansau N'Tchama nunca teve estatuto de asilado político

O capitão Pansau N'Tchama é acusado pelas autoridades da Guiné de ter liderado o ataque a Bissau

O capitão Pansau N'Tchama foi detido no sábado

O Governo português esclareceu hoje, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que o militar acusado pelo Governo de transição guineense de ter liderado um ataque em Bissau "não tem, nem nunca teve, o estatuto de asilo político em Portugal".

"Em relação a alegações recentemente efetuadas pelas entidades guineenses não reconhecidas internacionalmente de que o capitão Pansau N'Tchama teria tido estatuto de asilo político em Portugal, o Governo português esclarece que esse cidadão guineense não tem, nem nunca teve, o estatuto de asilo político em Portugal", disse à Lusa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), Miguel Guedes.

"O Estado português não se presta por isso, em nenhumas circunstâncias, a qualquer instrumentalização para efeitos de questões internas do poder militar em Bissau", acrescentou.

O Governo de transição guineense, formado na sequência do golpe militar de 12 de abril deste ano, exigiu hoje "uma explicação clara e justificada" de Lisboa sobre "a expedição terrorista do capitão Pansau N´Tchama à Guiné-Bissau", antes de "ser forçado a rever as suas relações com Portugal".

A exigência surgiu em forma de comunicado do Conselho de Ministros, após uma reunião extraordinária na sequência da prisão, no sábado, de Pansau N´Tchama, acusado pelas autoridades da Guiné-Bissau de ter sido o responsável por um ataque a um quartel no passado domingo, 21 de outubro, de que resultaram seis mortos.

Também hoje, o porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses, o tenente-coronel Daba Na Walna, afirmou que Portugal de forma "direta ou indireta sabia das movimentações" do capitão Pansau N'Tchama.

"Como é que um indivíduo que se encontrava em Portugal, com o estatuto que ninguém sabe ao certo se de residente ou se de exilado político, aparece aqui a atacar um quartel fortificado? Portugal não cuidou bem da vigilância ao Pansau", afirmou Na Walna.

O Governo de transição da Guiné-Bissau formado na sequência do golpe militar de 12 de abril não é reconhecido pela maior parte da comunidade internacional, incluindo Portugal, tendo o apoio da Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO).

Nas declarações à Lusa, Miguel Guedes recordou que Portugal "condenou firmemente" o golpe militar de 12 de abril, "que interrompeu pela força um processo eleitoral em curso, julgado livre e justo pela comunidade internacional", e as "movimentações militares" de 21 de outubro, "visto considerar que apenas pela via política pode a Guiné-Bissau voltar ao caminho do desenvolvimento e da melhoria das condições de vida da sua população".

O porta-voz do MNE disse também que a comunidade internacional e "sucessivos governos guineenses" têm reconhecido que "um dos principais bloqueios ao desenvolvimento da Guiné-Bissau é precisamente um excessivo peso militar face aos governos civis", situação que "tem conduzido a dificuldades no combate a um crescente narcotráfico".

"É, aliás, por isso que, infelizmente, a Guiné-Bissau tem hoje o problema de credibilidade internacional que todos conhecem", afirmou, acrescentando que os problemas entre os guineenses só podem ser superados no "estrito respeito pelos direitos humanos" e não pelo uso da força.

Fonte: Expresso

Guiné-Bissau insiste em associar Portugal a tentativa de golpe de Estado

O porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, Daba Na Walna, afirmou, este domingo, que Portugal de forma «direta ou indireta sabia das movimentações» do capitão Pansau N'Tchamá, alegado líder do ataque a um quartel em Bissau.

Em conferência de imprensa em Bissau, o tenente-coronel Na Walna referiu-se ao percurso do capitão Pansau N"Tchamá até à sua captura no sábado, na ilha de Bolama, salientando que o militar esteve entre Portugal e a Gâmbia.

Segundo o porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses, "Portugal não cuidou bem da vigilância ao Pansau", que apareceu em Bissau a liderar um ataque a um quartel militar.

"Como é que um indivíduo que se encontrava em Portugal, com o estatuto que ninguém sabe ao certo se residente ou se exilado político, aparece aqui a atacar um quartel fortificado? Portugal não cuidou bem da vigilância ao Pansau", afirmou Na Walna prometendo mais elementos assim que o capitão for apresentado à justiça militar.

Daba Na Walna disse ainda que o ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses Zamora Induta seria o orquestrador do ataque executado por Pansau N'Tchamá e que este contou com cúmplices internos, mas que a operação foi montada no exterior.

A 21 de outubro, o quartel dos para-comandos (uma força de elite do Exército guineense) foi atacado por um grupo de homens que, na versão das autoridades civis e militares, seriam comandados pelo capitão Pansau N'Tchamá.

Lusa

domingo, 28 de outubro de 2012

Capturado o capitão Pansau N"Tchama, que liderou ataque a quartel de Bissau

O capitão Pansau N"Tchama, que terá comandado um ataque a uma unidade de elite do exército guineense no passado domingo, foi hoje capturado e está a ser transportado para o Estado-Maior das Forças Armadas, disse fonte oficial à Lusa.

Pansau N"Tchama foi capturado na ilha de Bolama e está a ser transportado de barco para Bissau, disse à Lusa o porta-voz do Governo de transição, Fernando Vaz.

O suposto líder do ataque que no domingo provocou seis mortes junto ao quartel dos para-comandos, perto do aeroporto de Bissau, estava a ser procurado pelas Forças Armadas desde então.

O Governo de transição tem implicado Portugal e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no ataque ao quartel, pelo facto de Pansau N"Tchama viver nos últimos anos em Portugal, onde tinha pedido asilo político.

Governo Ilegítimo de transição condena espancamento de políticos

O Governo Ilegítimo de transição da Guiné-Bissau condenou hoje o espancamento por militares de dois líderes políticos do país e prometeu identificar e castigar os agressores.

Em conferência de imprensa em Bissau, o ministro da Presidência do conselho de ministros e porta-voz do Governo de transição, Fernando Vaz, afirmou que o executivo "é completamente alheio às detenções e espancamento" de Silvestre Alves e Iancuba Indjai, líderes do Partido da Solidariedade e Trabalho (PST) e do Movimento Democrático Guineense (MDG), respetivamente.

"Ao tomar conhecimento das detenções ilegais e do espancamento de políticos, nomeadamente dos doutores Silvestre Alves e Iancuba Indjai, o Governo de transição vem posicionar-se face aos graves atropelos que se têm verificado, violando flagrantemente um preceito constitucional que é a garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos", afirmou Fernando Vaz.

"O Governo de transição condena publicamente tais atos de atropelo da liberdade e da integridade física dos cidadãos no exercício dos seus direitos políticos consagrados na nossa Constituição da Republica", acrescentou o porta-voz do Governo.

Iancuba Indjai foram raptados segunda-feira por soldados, espancados e mais tarde largados no mato.

Os dois políticos foram recolhidos por populares e transportados para hospitais onde se encontram em tratamento médico. Ambos têm sido críticos em relação ao comportamento dos militares desde o golpe de Estado de 12 de abril passado.

O ministro da Presidência do conselho de ministros prometeu que o Governo irá identificar os agressores dos dois políticos e apresentá-los à justiça para serem responsabilizados pelos seus atos.

"O Governo exorta os órgãos competentes a prosseguirem com a investigação o mais urgente possível a fim de se apurar sobre os envolvidos que terão de responder pelos seus atos, pondo desta forma fim ao espírito de impunidade que tem caracterizado a justiça guineense", defendeu Fernando Vaz, realçando o desconhecimento do executivo pelo sucedido.

"O Governo informa que é totalmente alheio a este ato de brutalidade física e refuta-o com veemência", declarou ainda Vaz, classificando os espancamentos aos dois dirigentes como sendo um ato de instabilidade e de confusão no país.

Na madrugada de domingo, um grupo de homens armados tentou tomar pela força o quartel dos para-comandos, uma unidade de elite das forças armadas da Guiné-Bissau, tendo resultado seis mortos dos confrontos, todos do grupo assaltante.

A informação foi prestada pelo governo de transição, que diz que o grupo era comandado pelo capitão Pansau N´Tchama e acusa Portugal, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior, de envolvimento no ataque.

@Lusa

Guiné-Bissau, uma questão de perspetiva Os acontecimentos do ponto de vista de um português em Bissau.

Raúl M. Braga Pires, em Bissau (www.expresso.pt)

A interpretação dos acontecimentos do passado 12 de abril de 2012 depende da perspectiva de cada um, já que o que para uns foi um golpe, para outros, foi um contra-golpe. O mesmo se pode dizer dos acontecimentos da madrugada do passado domingo 21 de outubro, onde para uns o que se passou foi apenas uma inventona para se reforçarem poderes militares e blindar de alguma forma o frágil Executivo Provisório, para outros tratou-se de uma tentativa séria de desestabilização com contornos de conspiração à escala internacional.

 

Reformar as Forças Armadas

Quando abordei o Presidente Interino Manuel Serifo Nhamajo, sobre a reforma das Forças Armadas (FA), ele fez-me descer à terra, concordando com a premência da mesma, mas referindo que esta deverá começar a ser feita pelo básico, como a instalação d'água potável nos quartéis, a instalação de camas nas casernas, para além da reabilitação destas. De facto, deixemo-nos de grandes filmes, enquanto isto não for feito! Para o primeiro-ministro interino, Rui Duarte Barros, a reforma da administração pública deverá ser prioritária, face à das FA. É preciso aligeirar todo o processo burocrático para que se combata de forma eficaz os esquemas da economia paralela e obrigue o cidadão a pagar impostos e o Estado a recolhê-los de forma muito mais eficaz. É alias desta forma que se está a colmatar uma herança do Executivo anterior, os ordenados em atraso. São apenas oito meses para diplomatas e administrativos das Embaixadas e cinco para professores, médicos e enfermeiros.

 

Cortes prejudiciais

Esta pressão é ainda maior, quando o não reconhecimento por parte das instâncias internacionais, obriga ao corte dos financiamentos desde há quase sete meses. Segundo Daniel Gomes, o actual ministro dos Recursos Naturais e de Energia, o qual está a começar a introduzir a energia fotovoltaica no país, afirma que estes cortes, os quais incluem a retirada de viaturas, vêm colocar em causa a viabilidade de projectos locais cujas populações estão a ser as principais prejudicadas ao serem, por exemplo, privadas da distribuição de água potável.Ainda na esteira dos recursos naturais, este Executivo, por provisório que seja, tenta fazer o óbvio. Renegociar os contratos d'exploração da bauchite e dos fosfatos, dos quais para o Estado apenas revertiam 10% e 2%, respectivamente. É tudo uma questão de perspectiva e de números.

Fonte: Expresso

Primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau rejeita violência e declara-se homem de bem

O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau declarou hoje à Lusa que rejeita atos de violência, é homem de bem e terá de reagir a quem o acusa de envolvimento no assassínio de políticos ou ataques militares.

Carlos Gomes Júnior, que se encontra na África do Sul desde quarta-feira, disse à agência Lusa, em contacto telefónico a partir de Lisboa, que desconhece a existência de uma carta rogatória que as autoridades de Bissau informaram ter enviado a Portugal no passado dia 10 para que seja ouvido no âmbito do processo de Helder Proença, ex-ministro da Defesa guineense, assassinado em 2009.

Face à carta, que segundo fonte do gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República portuguesa ainda não entrada na instituição, Gomes Júnior não hesita em afirmar que os seus advogados tratarão de seguir o processo.

"Sou pessoa de bem. A minha família nunca foi conhecida em atos de violência, nem assassinatos", referiu, alertando que se alguém quer fazer a sua promoção política, utilizando o seu nome, pode fazê-lo, mas também terá de aguardar consequências.

"Naturalmente que eu (depois) terei de reagir", afirmou Carlos Gomes Júnior.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Bubo Na Tchuto i sinta i na sucuta…

Bubo assiste à distância e sem se envolver às aventuras de Indjai, prometendo vingar-se das várias traições e acusações que lhe foram feitas pelo CEMGFA.

Para já assumiu-se como o protetor dos felupes das Forças Armadas, contra as perseguições de que estes estão a ser alvos por parte da dupla Kumba-Indjai. Pretende assim ganhar um aliado de peso no combate a Indjai.

Em relação às tropas balantas, está sempre a chamar a atenção para o papel que Indjai e Papa Camará estão a desempenhar como chefes do tráfico de droga, não sobrando trocos para mais ninguém. Sendo isso do conhecimento de todos os militares, é um dos aspetos em que Indjai é mais posto em causa dentro da instituição militar.

O próprio cerco ao bairro de Antula (maioritariamente balanta) visava também recuperar armas de populares apoiantes de Bubo e que Indjai mais teme numa sublevação que ele tem a certeza que Bubo está a preparar contra ele e que tudo indica ocorrerá antes do final do ano.

Bubo está sempre a afirmar que Indjai, com a conivência da CEDEAO, o mandaram há tempos para Dakar para “tratamento” médico, mas que ele descobriu que era para o matarem no hospital. Por isso é que regressou rapidamente ao país.

Agora, está à espera que os sucessivos erros de Indjai criem as condições para ele se chegar à frente...

Fonte: Pasmalu

Guiné-Bissau: No país do narcotráfico do (Jornal Expresso das Ilhas)

24-10-2012


"Como a cocaína transformou uma pequena nação Africana" é um olhar da Time sobre o problema do narcotráfico e consumo de droga na Guiné-Bissau, publicado este mês, antes dos acontecimentos do passado domingo. A revista norte-americana aponta como o país se tornou uma base para o tráfico de cocaína entre a América Latina e Europa, como o consumo de crack se instalou e como as autoridades parecem impotentes para combater o fenómeno.

"Há sete anos atrás, quase ninguém na Guiné-Bissau poderia imaginar que apenas um grama de um pó branco com aparência inofensiva pode valer mais do que seu salário médio mensal".

A Time relata uma história passada na aldeia de Biombo, em 2005. Os habitantes encontraram centenas de pacotes que con­tinham um pó branco, que deram à costa quando um navio de carga, de aparência simples, encalhou ao tentar chegar a terra. Alguns aldeões, conta a revista, pensaram tratar-se de Glutamato monossódico (MSG) e usaram o pó nos seus molhos de cozinha. Um homem usou-o como cal para cobrir a casa. Muita gente pensou tratar-se de fertilizante, mas as dúvidas surgiram quando, em vez de revigorar as plantas, o pó parecia estar a matá-las. Coube a um homem, guineense, que havia sido deportado da Europa, perceber que o pó era na realidade cocaína. Quando esse homem viu cabaças cheias de produto, começou a comprá-lo por alguns dólares o quilo, e a enviá-lo para Bissau.

Entretanto, uma das moradores da aldeia, conhecida pelo nome de Joy, tele­fonou para a rádio Cidade da Guiné-Bis­sau FM, contou-lhes a história dos sacos de pó e pediu-lhes que contactassem o Ministério da Agricultura. Foi então que um grupo de nigerianos chegou à aldeia e começou a tentar tomar posse de toda a substância que restava.

Só meses depois da descoberta do pó é que a população e a polícia locais deram conta do que de facto se estava a passar: estavam no meio de uma nova rota de tráfico de droga entre a América Latina e a Europa.

Em 2004-05, conta a Time, os cartéis de droga da América latina aperceberam-se que o mercado norte-americano estava saturado e voltaram as suas atenções para a Europa.

Hoje, os EUA estimam que 30 tonela­das de cocaína passem anualmente pela Guiné-Bissau, numa rota que atravessa o Atlântico.

Na Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do mundo, e um dos mais pe­quenos (com uma população de apenas 1,6 milhões) "a droga permeia a nação inteira, da elite militar e política, que facilita a sua passagem, aos mais pobres e vulneráveis, que estão a desenvolver uma dependência crescente", diz a Time.

Há sinais evidentes de tráfico - como os carros caríssimos que se vêem nas ruas e um jacto de traficantes abandonado no aeroporto-, mas o negócio continua a ser feito em silêncio.

Malam, 35 anos, traficante internacio­nal, revelou à Time que tem impunidade total devido às suas relações com um ex-presidente. "A polícia é inútil. Eles estão nos bolsos de todos", diz.

Ele próprio consome algum do seu produto e considera-se sortudo. Os guineenses mais jovens e mais pobres consomem um derivante da cocaína mais barato e mais viciante: o crack.

Dormem em grupos nas ruas, e con­somem crack por menos de um dólar por dose.

Ninguém se aproxima deles, nem sequer a polícia, porque estão a "tornar-se cada vez mais perigosos", conta Peter Correia, um profissional de saúde do governo.

Há apenas uma clínica em toda a Guiné-Bissau que trata problemas de dependência de droga. O centro de saúde mental de Quinhámel que fica situado a uma hora de distância da capital, Bissau.

José Belenta chegou ao centro há nove meses. Antes de ficar viciado em crack, tinha sido carpinteiro. Hoje, já reabilitado, trabalha como voluntário nesta clínica que é gerida por um pastor evangélico.

Muitas histórias são parecidas à sua. Tudo começou em 2009. Alguns amigos seus tinham dinheiro e ele ajudava-os a transportar as drogas, conta. Belenta estima que, neste momento, 20 a 30% dos jovens de Bissau estejam a consumir crack.

Também um representante da Orga­nização Mundial da Saúde, que não quis ser identificado, afirma que o valor será próximo do que Belenta aponta. Não há provas, mas o número de pessoas com doenças mentais tem aumentado o que, considera essa fonte, mostra um aumento do uso de drogas.

Um trabalhador da saúde europeu, que também solicitou anonimato, acres­centou que são necessários médicos e enfermeiros especializados na área da psiquiatria.

No entanto, conforme frisa o artigo, neste momento há poucas esperança para que tal aconteça. As ajudas internacionais foram cortadas depois do golpe de esta­do de Abril - "que muitos observadores acreditam ter sido, pelo menos em parte, motivado por uma luta relacionada com o tráfico de drogas".

O Governo não admitiu que os 60 pacientes admitidos no hospital Na­cional Simão Mendes, em Setembro, com diarreia severa tinham cólera. E o problema da cocaína, "um negócio do qual o Estado é cúmplice, é um assunto ainda mais rodeado de tabu. "Ninguém vai falar sobre isso. Assim sendo, como o poderemos resolver?", questiona Correia, o profissional de saúde. "Não há controle estatal sobre isso".

Num país onde a média de idade ronda os 19 anos, "se a juventude entrar nesse fenómeno, nunca mais conseguire­mos sair dele", avalia, por seu lado, Allen Yero Embalo, um antigo apresentador de rádio.

Afinal, o pó branco tornou-se um fertilizante, diz. A corrupção política e a instabilidade social que trouxe, explica à Time, "é um fertilizante para os cri­minosos".

Foto: Marco Vernaschi para a Time

24-10-2012, 22:56:42
Expresso das Ilhas

Governo de Ilegítimo transição da Guiné-Bissau considera "vergonhosas" declarações de dirigentes cabo-verdianos

Bissau, 25 out (Lusa) - O porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, considerou hoje "vergonhosas" as declarações do primeiro-ministro e do Presidente de Cabo Verde sobre a Guiné-Bissau e pediu que acabem as "faltas de respeito".

"Perguntamos se a independência de Cabo Verde é verdade e de que país é que veio. Terá vindo de Portugal?", questionou Fernando Vaz, em declarações à RTP África, em Bissau, a propósito de declarações do primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves.

Na sequência da tentativa de assalto a um quartel em Bissau, no passado domingo, na qual as autoridades de transição implicam Portugal e a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), o primeiro-ministro de Cabo Verde remeteu para posteriormente um comentário mais consistente, alegando que, de Bissau, nem sempre as declarações políticas correspondem à realidade.

Situação na Guiné-Bissau exige intervenção africana

Angola pediu ao Conselho de Paz e Segurança da União Africana informações sobre a Guiné-Bissau, principalmente as acções para repor a ordem constitucional naquele país.


A interpelação, de acordo com a Angop, que cita o secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, foi feita durante a reunião ministerial do Conselho de Paz e Segurança da União Africana sobre a aplicação dos acordos entre o Sudão e o Sudão do Sul e a situação no Mali. Para Manuel Augusto, a situação na Guiné-Bissau está cada vez mais preocupante e urge a necessidade da União Africana e todos os envolvidos trabalharem unidos para ajudar a encontrar uma solução de paz.

O comissário para a Paz e Segurança da União Africana fez uma exposição sobre a situação na Guiné-Bissau e os passos a dar com vista à reposição da ordem constitucional e a normalidade da vida no país.


O secretário de Estado das Relações Exteriores elogiou o trabalho positivo que o Conselho de Paz e Segurança da União Africana tem feito para solucionar as crises que ainda perturbam o ritmo do desenvolvimento do continente.


Sobre a crise entre o Sudão e o Sul do Sudão, o diplomata disse que se registaram avanços significativos, durante os acordos rubricados no passado dia 20 do corrente em Adis Abeba, Etiópia. Lembrou que persiste algum impasse no que toca à região de Abey, rica em petróleo. Quanto ao Mali, afirmou que os membros do Conselho de Paz e Segurança da União Africana decidiram pelo levantamento da suspensão deste país junto da organização continental. Os 15 membros do Conselho de Paz e Segurança decidiram pelo fim da suspensão, voltando o Mali a assumir o seu lugar de pleno direito junto da União Africana. Sob responsabilidade do grupo de acompanhamento da situação no Mali, ficou a responsabilidade de se trabalhar com a União Africana no que toca à decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre uma intervenção militar.

Fonte: Jornal de Angola

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Amnistia Intenacional (Comunicado Imprensa)

IANCUBA NDJAI acaba de ser evacuado para Dakar num avião fretado pela CEDEAO

 

Fonte: Ditadura do Consenso

Eid al-Adha : Thompson diz que o Islão é “poderoso promotor da paz na Guiné Bissau”

Peter Thompson, representante do grupo parlamentar do Reino Unido para a Guiné-Bissau, encontrou-se com a Comunidade Islâmica da Guiné-Bissau, numa antecipação às celebrações do Eid al-Adha.


Na sexta-feira, dia 26 de Outubro, Thompson irá testemunhar o sacrifício tradicional de uma cabra na área de Mansoa, a convite dos líderes locais.


Desde o golpe de Estado em Abril, quando Thompson chefiava a delegação da missão do Reino Unido às eleições presidenciais na Guiné-Bissau, Peter Thompson tem desenvolvido esforços no sentido de promover o diálogo entre as partes no âmbito da Reconciliação Nacional. Thompson foi o delegado internacional para a Conferência de Reconcialiação Nacional, adiada em Janeiro, e tem mediado conversações que se destinam a um novo processo de reconciliação não partidário com uma ”Estratégia de Futuro Partilhada”. 


Na quinta-feira, dia 25 de Outubro, Thompson manteve um encontro com o Conselho Superior Islâmico em Bissau. Em declarações aos jornalistas, após este encontro, Peter Thompson afirmou ter “uma enorme admiração pela força da Fé da comunidade Muçulmana na Guiné-Bissau”, tendo aproveitado igaulmente a oportunidade para “congratular o Conselho Superior e o Conselho Nacional pelo trabalho tremendo que têm feito em prol das populações empobrecidas e marginalizadas de todo o país”. 


Acrescentou ainda: “A fé religiosa é um meio incomparável para encontrar soluções pacíficas para problemas políticos, como o nosso próprio processo de paz na Irlanda do Norte mostrou ao mundo. Na celebração do Eid-al-Adha, esta mensagem deve ser uma inspiração para todos os políticos. Apesar de professar a religião cristã, Thompson tem vindo a trabalhar de perto com a Comunidade Islâmica em Bissau no processo de Reconciliação Nacional há mais de dois anos.

França decidiu hoje encerrar a sua Embaixada em Bissau.

Cada dia maior isolamento internacional

Face aos últimos acontecimentos registados por estes dias e que mostram a consolidação de um regime de barbárie, chefiado por Kumba e Indjai, acolitado por Nhamadjo, Rui Barros e outros oportunistas, a França decidiu hoje encerrar a sua Embaixada em Bissau.

Já há poucos dias atrás, os Estados Unidos da América, que haviam dito que iriam reabrir a sua Embaixada, decidiram anular esta decisão e reportá-la para daqui a 2 anos, esperando que este regime caia por si.

Com a CEDEAO a coçar a cabeça, quem vai aguentar estes facínoras?

Fonte: Pasmalu

Organização Mundial de Saúde “Confirma cólera na Guiné-Bissau”

A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou nesta quinta-feira a existência de um surto de cólera na Guiné-Bissau, que já causou nove mortos entre cerca de duas mil pessoas afectadas.

A Guiné-Bissau começou a ser atingida em agosto por um surto que as autoridades locais consideram ser de diarreia aguda, lançando apelos às populações sobre os cuidados a ter com o saneamento básico e com os alimentos.

A pedido das autoridades sanitárias guineenses, a Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou análises que revelaram que o surto inclui diarreias e cólera.

Fonte do Ministério da Saúde Pública da Guiné-Bissau disse à agência Lusa que "como a OMS diz, há cólera", o que não significa que os cerca de dois mil infectados tenham sido atingidos pela doença.

"Não negamos que haja cólera. Poucos casos. Mas dizer que as pessoas que têm sido atingidas pela diarreia aguda têm todas cólera, isso não podemos admitir, porque sabemos que a cólera mata rápido se não for bem tratada", disse a fonte.

A fonte do ministério da Saúde confirmou que até terça-feira foram registados 1.807 casos de diarreia aguda, que resultaram na morte de nove pessoas, sete das quais na capital, Bissau.

"Temos de admitir que algumas dessas pessoas terão falecido devido a cólera, mas há um surto declarado de diarreia no país", observou a fonte da Saúde Publica guineense, lembrando que na última epidemia de cólera registada no país em 2008 "em poucos dias" morreram mais de 200 pessoas.

A fonte oficial enfatizou que as diarreias são frequentes na Guiné-Bissau na época das chuvas (entre de Maio e Novembro) sobretudo em Bissau "devido às péssimas condições de higiene e saneamento", apontando situações em que as latrinas ou as casas de banho são construídas ao lado de poços de água.

Júlio Nhate, sobrinho de António Indjai, E o lider do Esquadrão da Morte

CEDEAO Foronta!

A CEDEAO anda de cabeça perdida com aquilo a que chamam de “incompetência” do Governo e do Poder Político dos golpistas. Dizem que “não acertam uma”. Cada medida, cada asneira.

A simulação do “golpe” de estado de domingo passado, terá ultrapassado tudo o que eles tinham pensado que não se devia fazer. Tanto mais que sabem que isso lhes vai cair em cima da cabeça, agora que os especialistas ocidentais, depois de analisarem com pormenor as fotografias do referido “golpe”, chegaram à conclusão que os corpos dos supostos revoltosos foram mortos a sangue frio e nunca em combate (uns com bazucas e outros com armas ligeiras). Aliás, basta ver a inexistência de armas junto dos corpos para perceber que foram assassinados e levados para aquela casa, onde foram apresentados à comunicação social.

A perseguição étnica contra os felupes está agora bem evidente e são os próprios senegaleses a dizer que não se tratam de “rebeldes casamansenses”, mas de guineenses felupes. A ignorância do “sociólogo” Fudut Imbali, agora a vestir a pele de ministro, de que são diolas e não felupes, releva da pura ignorância antropológica, pois são uma e mesma coisa. É como dizer que os “fulas”, como na Guiné-Bissau os chamamos, não constituam a mesma etnia a que os senegaleses chamam de “peuls”.

Esta perseguição (e há fortes probalibilidades) pode acabar por degenerar numa guerra civil que alastrará aos países vizinhos, que não estão dispostos a carregar com mais este problema.

Como se tudo isto já não fosse pouco, o agora general quatro estrelas António Indjai, para sacar mais dinheiro às Finanças, decidiu montar uma enorme operação de barragens militares nas estradas de todo o país que, para além de tentarem prender os oposicionistas, vão roubando a população em geral, que cada vez suportam menos estes abusos. A paciência nem sempre é de santo!

Os funcionários do Ministério das Finanças entram todos os dias em pânico cada vez que os vêem chegar, pois sabem que vão ter que desabotoar os 200, 300 ou 400 milhões de CFA que desviam à custa desta operação. O que é certo é que esse dinheiro fica nos bolsos de Indjai e apaniguados, e os soldados que tiverem sorte comemkuntangu.

A CEDEAO, agora não sabe como livrar-se de uma situação (a juntar á do Mali) que ela criou e de que é a única responsável.

Fonte pasmalu

Presidente de Cabo Verde defende intervenção "firme e determinada" da ONU na Guiné-Bissau

Cidade da Praia, 24 out (Lusa) - O presidente de Cabo Verde defendeu hoje, na Cidade da Praia, que sem uma intervenção "firme, determinada e interessada" das Nações Unidas, a Guiné-Bissau corre o risco de não ter solução.

Falando à agência Lusa e à RTPÁfrica, à margem de uma reunião dos presidentes dos Tribunais de Contas lusófonos, Jorge Carlos Fonseca considerou "lamentáveis e inaceitáveis" os acontecimentos de domingo de manhã em Bissau, onde um alegado ataque a um quartel provocou seis mortos.

"Estamos a acompanhar os acontecimentos e a tentar perceber a sua real dimensão e efetivo significado. É muito lamentável e inaceitável que se continuem a registar atos de violência, que haja continuidade da intervenção de forças militares no processo político", afirmou Jorge Carlos Fonseca.

Fonte: Visão

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Governo Ilegítimo de transição da Guiné-Bissau fala de tempos difíceis e avisa que sem dinheiro não se fazem eleições

Bissau, 24 out (Lusa) - Os 150 dias do Governo de transição da Guiné-Bissau foram "extremamente difíceis", mas foi possível pagar salários com receitas conseguidas na capital, disse hoje à Lusa o porta-voz do executivo, que avisou: sem dinheiro não se fazem eleições.

O Governo de transição, na sequência do golpe de Estado que a 12 de abril derrubou o Governo de Carlos Gomes Júnior, foi anunciado a 22 de maio. Cinco meses depois, num balanço à Agência Lusa, o porta-voz do executivo, Fernando Vaz, fala de dificuldades, mas deixou também um rol de críticas ao anterior Governo.

Dificuldades em conseguir dinheiro para pagar os salários da função pública, aliadas a uma "conjuntura não favorável na exportação" do principal produto do país, o caju, à suspensão do acordo de pescas com a União Europeia e a "uma desaceleração da atividade económica".

"Mesmo assim, conseguimos honrar os compromissos com os salários", salientou, frisando que as receitas são provenientes apenas de Bissau, "porque as receitas do resto do país estão hipotecadas com dívidas que Carlos Gomes Júnior deixou na banca".

Mas as maiores acusações a Carlos Gomes Júnior ainda estavam para vir: "Encontrámos contratos assinados que são autênticos crimes a este país", disse, referindo-se aos contratos de exploração de bauxite, na zona sul do país, e de fosfatos, na zona de Farim, a norte.

"Os governos anteriores viviam numa teia enorme de corrupção e de banditismo político e de Estado. O que aconteceu foi que guineenses foram capazes de hipotecar o nosso bauxite, dando 90 por cento aos angolanos e deixando 10 por cento para o país", acusou.

De acordo com o responsável, o contrato assinado com a Bauxite Angola envolvia um investimento da empresa de três mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros) em infraestruturas do porto de Buba e em caminhos-de-ferro e na própria mineração.

"No contrato de 25 anos, seis anos depois a Guiné-Bissau pagava os três mil milhões com a bauxite e ficava 19 anos a receber 10 por cento", disse, acrescentando que o contrato está a ser renegociado com a empresa angolana e que se não for possível chegar a um acordo "há muita gente que quer a bauxite", de chineses a canadianos ou norte-americanos.

Em relação aos fosfatos, a Guiné-Bissau só recebia dois por cento, disse Fernando Vaz, adiantando que também neste caso está a haver negociações.

Críticas à parte, Fernando Vaz queixou-se da falta de dinheiro e avisou que sem dinheiro não é possível fazer eleições.

"Não houve nenhuma eleição financiada internamente, foram sempre financiadas pelos parceiros de cooperação. Neste momento, temos a União Europeia que não nos reconhece, temos a União Africana que não nos reconhece, temos uma série de países que não nos reconhece e que estão por fora a exigir que façamos eleições a tempo e horas. Ninguém disse que vai dar dinheiro a não ser a CEDEAO, mas a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) não pode financiar tudo", disse.

Segundo o ministro, acabaram esta semana os trabalhos de cartografia do país e é necessário agora lançar o concurso para se fazer o recenseamento biométrico. "Para isso, é preciso dinheiro, temos os americanos que nos prometeram e esperamos que nos apoiem para tentar fazer (as eleições) dentro do ano, mas não havendo condições não podemos fazer milagres e a comunidade internacional tem de entender isso, não é só pôr-se na posição de exigir. A realidade é esta e eles conhecem-na e se a quiserem ignorar o problema é deles", disse.

Sobre a greve dos professores, que decorre há mais de um mês, Fernando Vaz disse ter sido criada uma comissão chefiada pelo ministro das Finanças para dialogar com os sindicatos e adiantou que "as negociações estão no bom caminho", admitindo que as aulas comecem em breve.

Também não correu bem a exportação do caju, visto que permanecem 36 mil toneladas por vender, reconheceu. Mas, segundo Fernando Vaz, o Governo "recebeu propostas que estão a ser negociadas".

E sobre o fornecimento de energia o ministro disse acreditar que o Governo de transição vai conseguir resolver "um problema que o PAIGC (partido no poder até 12 de abril) não resolveu em 40 anos". Neste momento, disse, estão instalados sete megawatts e na semana passada o Governo assinou um contrato para a construção de uma central de energia solar que chegará, por fases, aos 10 megawatts.

Fernando Vaz garantiu que o Governo tem feito uma gestão de rigor e que vai continuar a pagar ordenados até ao final do mandato. E diz: "é difícil de gerir sem nenhuma ajuda externa, tirando a ajuda que a Nigéria deu, de 10 milhões de dólares, que representam dois meses de ordenados".

Fonte: Lusa

COMUNICADO do Governo Legítimo da República da Guiné-Bissau

REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU

Gabinete do Primeiro-Ministro

Governo Legítimo da República da Guiné-Bissau

COMUNICADO

O Governo Legitimo da República da Guiné-Bissau, foi surpreendido com os acontecimentos ocorridos no passado dia 21 de Outubro que ceifaram vidas humanas e voltaram a colocar toda a população guineense num estado de sobressalto e profunda inquietação, pelo que, condena com toda a veemência e repúdio, este ato ignóbil e inqualificável.

Movido pela nobreza de espírito que subjaz e sempre orientou a forma de atuação do governo legitimo, não só como políticos com princípios e valores, mas também como pessoas, comunicar a todo o povo guineense e à comunidade internacional que nunca se identificou com a violência e a força como meios de resolução de qualquer diferendo, mas sim o diálogo e o bom senso.

Desde o golpe de estado de 12 de abril passado, o Governo Legitimo, imbuído de alto sentido de Estado e de responsabilidade perante o povo da Guiné-Bissau, elegeu a diplomacia ativa como instrumento das suas ações, alertando a comunidade internacional sobre a real situação interna do país, denunciando e informando nas instâncias internacionais competentes os verdadeiros propósitos dos militares golpistas e seus comparsas.

Todas as diligências, com o apoio das forças democráticas e amantes da paz, foram promovidas junto de instâncias internacionais autorizadas e competentes como as Nações Unidas, União Africana a União Europeia, a CPLP e a CEDEAO, o que proporcionou ganhos políticos e diplomáticos incomensuráveis, levando a que a comunidade internacional reforçasse o isolamento por via do não reconhecimento dos golpistas e das autoridades ilegitimamente impostas.

Foi com preocupação acrescida que se registou o sinal dado no dia 21 deste mês, através de um ato de clara demonstração do estado de desespero e desnorte em que se encontram os usurpadores do poder legitimo que, na vã tentativa de branquear, justificar ou tentar desviar as atenções sobre o caminho da bancarrota e de implosão interna a que estão conduzindo a nação, forjam “um mano military” atirando as culpas sobre terceiros (Portugal, CPLP e Carlos Gomes Jr.), cuja conduta não compadece com atuações desta natureza.

Por esta, se alerta da clara intenção de branqueamento pois, apesar da menção explícita e repetida nas declarações veiculadas pelo Governo ilegítimo, de que a «inventona» seria encabeçada pelo Capitão Pansau Intchama, omite-se de forma deliberada tratar-se de uma testemunha vital do assassinato do Presidente João Bernardo Vieira, aliás com afirmações contundentes de sua participação a mando do atual Chefe de Estado Maior das Forças Armadas.

Por tudo isto, se reitera de forma comprometida ao povo guineense e à comunidade internacional e a todas as forças amantes da paz e defensoras dos ideais da democracia e do Estado de direito democrático, a firme determinação na luta pelo restabelecimento da legalidade constitucional na Pátria de Amílcar Cabral e:

1. Condena veementemente os sequestros, perseguições e espancamentos de dirigentes e responsáveis políticos que se opõem firmemente ao golpe de estado, nomeadamente Inacuba Indjai e Silvestre Alves;

2. Condena e repudia os atos de invasão e vandalização da sede do PAIGC;
3. Solicitar às Nações Unidas a criação de uma Comissão Internacional de Inquérito sobre os acontecimentos do passado dia 21 de Outubro e a consequente responsabilização dos seus autores materiais e morais;

4. Reitera o pedido formulado ao Conselho de Segurança das Nações para urgente necessidade de constituição de um Tribunal Penal para a Guiné-Bissau;
5. Reafirma a imperiosa necessidade de uma força internacional para a Guiné-Bissau, com amplo mandato de, entre outras, estancar os desmandos e evitar mais atrocidades e mais derramamento de sangue.


Lisboa, 23 de Outubro de 2012

O Governo Legítimo da República da Guiné-Bissau