domingo, 28 de outubro de 2012

Governo Ilegítimo de transição condena espancamento de políticos

O Governo Ilegítimo de transição da Guiné-Bissau condenou hoje o espancamento por militares de dois líderes políticos do país e prometeu identificar e castigar os agressores.

Em conferência de imprensa em Bissau, o ministro da Presidência do conselho de ministros e porta-voz do Governo de transição, Fernando Vaz, afirmou que o executivo "é completamente alheio às detenções e espancamento" de Silvestre Alves e Iancuba Indjai, líderes do Partido da Solidariedade e Trabalho (PST) e do Movimento Democrático Guineense (MDG), respetivamente.

"Ao tomar conhecimento das detenções ilegais e do espancamento de políticos, nomeadamente dos doutores Silvestre Alves e Iancuba Indjai, o Governo de transição vem posicionar-se face aos graves atropelos que se têm verificado, violando flagrantemente um preceito constitucional que é a garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos", afirmou Fernando Vaz.

"O Governo de transição condena publicamente tais atos de atropelo da liberdade e da integridade física dos cidadãos no exercício dos seus direitos políticos consagrados na nossa Constituição da Republica", acrescentou o porta-voz do Governo.

Iancuba Indjai foram raptados segunda-feira por soldados, espancados e mais tarde largados no mato.

Os dois políticos foram recolhidos por populares e transportados para hospitais onde se encontram em tratamento médico. Ambos têm sido críticos em relação ao comportamento dos militares desde o golpe de Estado de 12 de abril passado.

O ministro da Presidência do conselho de ministros prometeu que o Governo irá identificar os agressores dos dois políticos e apresentá-los à justiça para serem responsabilizados pelos seus atos.

"O Governo exorta os órgãos competentes a prosseguirem com a investigação o mais urgente possível a fim de se apurar sobre os envolvidos que terão de responder pelos seus atos, pondo desta forma fim ao espírito de impunidade que tem caracterizado a justiça guineense", defendeu Fernando Vaz, realçando o desconhecimento do executivo pelo sucedido.

"O Governo informa que é totalmente alheio a este ato de brutalidade física e refuta-o com veemência", declarou ainda Vaz, classificando os espancamentos aos dois dirigentes como sendo um ato de instabilidade e de confusão no país.

Na madrugada de domingo, um grupo de homens armados tentou tomar pela força o quartel dos para-comandos, uma unidade de elite das forças armadas da Guiné-Bissau, tendo resultado seis mortos dos confrontos, todos do grupo assaltante.

A informação foi prestada pelo governo de transição, que diz que o grupo era comandado pelo capitão Pansau N´Tchama e acusa Portugal, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior, de envolvimento no ataque.

@Lusa

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