segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Fim de ano na dor e recolhimento após drama de Bolama

Mapa da Guiné Bissau

Os guineenses continuam a chorar os seus mortos do drama do naufrágio duma canoa que fazia a ligação marítima entre Bolama e Bissau. É o ano de 2012 que termina na dor e no sofrimento num país dilacerado por dramas humanos e conflitos militares.

O ano na Guiné Bissau chega ao fim com o povo guineense a viver mais um drama humano, com o naufrágio ao largo de Bissau e a morte de 24 pessoas e centenas de feridos e desaparecidos..

Fontes oficiais guineenses anunciaram vinte e quatro mortos, mas ainda ninguém sabe com rigor quantas pessoas a embarcação levava a bordo.

O que se sabe, segundo vários testemunhos, nomeadamente de sobreviventes do naufrágio de sexta feira, é que a piroga estava superlotada e que o número dos seus ocupantes oscilaria entre as 100 e mais de 200 pessoas.

As autoridades guineenses decretaram, este sábado, dois dias de luto nacional, mas o facto é que 2012 foi um ano de crise militar que termina em tragédia humana.

NAUFRÁGIO EM BISSAU / CPLP SOLIDARIZA-SE COM GUINÉ-BISSAU

MAPUTO, 30 DEZ (AIM) – A Presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) manifestou a sua solidariedade para com o povo da Guiné-Bissau, na sequência do trágico naufrágio ocorrido sexta-feira naquele país da costa ocidental de África.


No episódio fatal, segundo dados da imprensa guineense, 23 pessoas morreram e 74 outras sobreviveram na embarcação que levava pouco mais de 120 passageiros a bordo, quando a mesma naufragou ao largo de Bissau.


Num comunicado de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC) recebido hoje pela AIM, “a CPLP expressa a sua consternação pela perda de dezenas de vidas humanas, na sequência do naufrágio ocorrido na República da Guiné Bissau”.
Neste momento de pesar, segundo o comunicado, a CPLP associa-se à dor e sofrimento das famílias enlutadas e de todo povo guineense e reitera a sua solidariedade à Guiné Bissau.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Autoridades tentam recuperar corpos das vítimas do naufrágio

As autoridades portuárias da Guiné-Bissau lançaram  hoje operações de busca com intenção de resgatar corpos de pessoas que terão  morrido no naufrágio ocorrido sexta-feira quando vinham da ilha  de Bolama para Bissau. 

A agência Lusa esteve no cais do porto comercial de Bissau quando cerca  de uma dezena de vedetas rápidas da Marinha de Guerra e pirogas se faziam  ao mar em direção à zona onde, na sexta-feira, uma piroga naufragou matando,  até ao momento, 24 pessoas. 

Fontes da direção da capitania dos portos da Guiné-Bissau, disse à Lusa  que as operações de busca serão difíceis "justamente porque não se sabe  quantas pessoas seguiam na piroga naufragada".  

Oficialmente a capitania dos portos de Bolama tem registado 107 pessoas  como sendo aquelas que compraram a passagem para a viagem, mas os passageiros  sobreviventes admitem que a piroga, de 18 toneladas, poderia estar a transportar  entre 150 e 200 pessoas. 

As autoridades portuárias evitam falar de salvamento já que cerca de  24 horas após o naufrágio seria difícil encontrar pessoas com vida. 

Na mesma altura em que se faziam ao mar as embarcações de busca de corpos,  um navio, fretado pelo Governo, também se preparava para remover os cadáveres  das vítimas originárias da ilha de Bolama. 

O porto de Bissau era um local de tristeza e de lamentos, com várias  famílias a prestarem homenagens aos mortos. 

No local a Lusa ainda tentou obter reações dos elementos do Governo,  mas todos se mostraram indispostos para falar. 

Consternação também é o ambiente que se vive no hospital Simão Mendes,  sobretudo, junto à morgue onde varias famílias continuam sentadas a espera  de notícias sobre os seus entes que poderão ter morrido no acidente. 

"Estamos aqui sentados com esperança de sabermos pelo menos se os corpos  dos nossos familiares que estavam naquela canoa, que pensamos terão morrido,  foram encontrados", disse à Lusa, Júlio Candé, que tinha na piroga três  membros de família mas de cujos paradeiros ainda não sabe. 

A direção do hospital colocou na vitrina duas listas, uma com os nomes  de mortos confirmados e outra com os nomes de pessoas sobreviventes e assistidas.

São 24 mortos (23 confirmados no hospital) e 74 sobreviventes. Destes  apenas uma pessoa ainda continua nos cuidados intensivos do Simão Mendes,  contou à Lusa, o medico Waldires Jaló. 

A Lusa apurou também que o proprietário da piroga naufragada, um cidadão  da Gâmbia, mas que vive na Guiné-Bissau há vários anos, já se encontra sob  custódia da Policia Judiciaria para apuramento de responsabilidades. 

Lusa

sábado, 29 de dezembro de 2012

Guiné-Bissau de luto nacional por causa do naufrágio

O Governo de transição da Guiné-Bissau decretou dois dias de luto nacional em memória das cerca de duas dezenas de pessoas que morreram no naufrágio de uma piroga ao largo de Bissau na sexta-feira, avançou a TSF citando um decreto do executivo de transição a que a Lusa teve acesso.

O balanço mais recente do naufrágio, referido pela mesma rádio, apontava para a morte de 24 pessoas. As autoridades locais continuam as buscas para encontrar três pessoas desaparecidas. Na embarcação seguiam dois médicos da Assistência Médica Internacional (AMI), que sobreviveram ao acidente.

O luto nacional teve início neste sábado e termina na noite de domingo. Durante as 48 horas, a bandeira nacional está a meia haste nos edifícios públicos e ainda nas embaixadas e nas representações diplomáticas no estrangeiro, adiantou ainda a Lusa.

Os dois portugueses a bordo da piroga são a chefe da missão local da AMI e um finalista de medicina em estágio, disse no final do dia de sexta-feira, ao PÚBLICO, o presidente desta organização, Fernando Nobre. O relato que lhe chegou sobre o naufrágio foi que a embarcação, sobrelotada e sobrecarregada, começou a ser inundada devido ao mau tempo e à dimensão das ondas, o que fez com que as pessoas se assustassem e algumas se atirassem à água.

Ver Video Em: http://www.publico.pt/v8151

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ultima Hora: Dois médicos Portugueses sobrevivem a naufrágio

naufrágio, Guiné-Bissau, vítimas

Dois médicos Portugueses portugueses estão entre os sobreviventes no naufrágio de uma embarcação na costa da Guiné-Bissau.


Esta manhã, a embarcação onde seguiam, uma piroga com capacidade entre 100 e 120 pessoas, afundou-se. Pelo menos 22 pessoas morreram e 59 escaparam com vida, estando a ser assistidas no Hospital Simão Mendes, em Bissau.


Os dois médicos portugueses, a chefe da missão médica da Assistência Médica Internacional em Bolama e um estagiário, terão conseguido nadar até à margem.


O presidente da AMI, Fernando Nobre, confirmou ao JN que os dois clínicos estão bem.


A embarcação, uma espécie de canoa de 50 metros de comprimento, transportava 81 pessoas, ainda que tivesse capacidade para mais. Segundo Nobre, o motivo do naufrágio estará, entre outras causas, associado à sobrecarga de mercadorias: «[As pirogas] são usadas com muita regularidade, mas nem sempre com grande rigor no controlo do peso, numa zona onde os mares se levantam sem pré-aviso.»


Fernando Nobre reconheceu que em 12 anos de missão na região nunca aconteceu nada parecido e adiantou que vai proibir que os operacionais em missão utilizem este tipo de transporte.

Ultima Hora: Vinte e cinco mortos em naufrágio ao largo da Guiné-Bissau

LUSA

O balanço «é provisório» e aponta agora para 25 mortos e 59 sobreviventes de um naufrágio de piroga ao largo da Guiné-Bissau

De acordo com o diretor e médico no Hospital Simão Mendes, Lassana N'Tchassó, as pessoas resgatadas com vida estão a receber tratamento «estando quase todas fora de perigo». Os corpos já se encontram todos na morgue do hospital, acrescentou.

Um sobrevivente, que a família pediu para não ser identificado, disse à Lusa que a piroga, com capacidade para transportar entre 100 a 120 pessoas, afundou-se porque começou a meter água e os passageiros atiraram-se ao mar.

«Saímos de Bolama por volta das 09:00 , que saíram ilesos do acidente por se terem atirado ao mar e, a nado, conseguiram chegar à costa de Bissau, contou o sobrevivente.

O pessoal da organização não-governamental Afectos com Letras, que esta tarde ia dar um lanche às crianças internadas no Simão Mendes, também está a prestar socorro aos náufragos.

N'Tchassó destacou as ajudas que o hospital tem estado a receber do pessoal médico, mesmo dos que não estavam de serviço, mas também criticou a concentração de pessoas no hospital.

Forças Armadas guineenses prometem "luta intransigente" contra o tráfico de droga em 2013

Coronel Daba na Walna, porta-voz das Forças Armadas da Guiné-Bissau

Coronel Daba na Walna, porta-voz das Forças Armadas da Guiné-Bissau

O Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau procedeu hoje a um inédito balanço do desempenho do chefe do Estado-Maior, António Indjai.

Depois de enumerar os principais acontecimentos militares ocorridos no país, audiências de trabalho, missões e visitas realizadas pelo Chefe do Estado-Maior, o general António Indjai, o porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses, coronel Daba Na Walna disse que, no computo geral, o desempenho em 2012 foi bastante positivo, embora tenha ficado muita coisa por realizar.

Daba Na Walna anunciou para 2013 as grandes linhas de actuação do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau.

Coronel Daba na Walna, porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau

Ouvir (01:04)

 


Tal foi anunciado como perspectivas do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, numa reunião de balanço geral das realizações levadas a cabo em 2012, na qual estiveram presentes as chefias militares da Guiné-Bissau.

Guarda Nacional acusa Edmundo Mendes de porte ilegal de arma de fogo

Bissau - O 2.º Comandante das Operações da Guarda Nacional acusou o ex-procurador-geral da República Edmundo Mendes de porte ilegal de arma de fogo.

Num encontro com jornalistas, esta quarta-feira, 26 de Dezembro, em resposta à conferência de imprensa de Mendes no último fim-de-semana, Samuel Fernandes disse que a arma em causa não é de conhecimento das autoridades de transição, quer do Ministério do Interior, assim como do Ministério da Defesa.


De acordo com Samuel Fernandes, a arma foi exibida na povoação de Capo, a 12 quilómetros da cidade de Cacheu, região com o mesmo nome, quando este se envolveu em cenas de pancadaria com elementos de Guarda Nacional num «restaurante tradicional» a 22 de Dezembro.


Por outro lado, Samuel Fernandes desmentiu ainda ter havido perseguição contra Edmundo Mendes, justificando que este estava a ser abordado pela arma de fogo que havia mostrado antes de chegar a Cacheu. «Isto não corresponde à verdade, pela nossa parte nós agimos em defesa dos cidadãos», disse.


Neste sentido, o oficial informou da soltura recentemente da viatura, encontrada sem matrícula e sem despacho de alfândegas.
A terminar, Samuel Fernandes criticou aquilo que considera ser um lugar inapropriado para o convívio de um ex-procurador-geral da República.

O balanço de um ano difícil feito por Dom José Lampra, Bispo-Auxiliar de Bissau

O ano de 2012 foi bastante difícil para a Guiné-Bissau, muito marcado pelo golpe de Estado de Abril último e todas as suas consequências. A partir de Bissau fala-nos Dom José Lampra, Bispo Auxiliar de Bissau confessando, aos microfones da Radio Vaticano, que 2012 até podia ter sido pior. Este depoimento foi recolhido por Filomeno Lopes.

Ouça aqui... RealAudioMP3

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Segurança da embaixada de Portugal garantida, Rotação dos GOE na Guiné-Bissau em Janeiro

A Polícia de Segurança Pública disse à Lusa que a rotação de parte dos elementos do Grupo de Operações Especiais (GOE) na Guiné-Bissau será feita em Janeiro, confirmando que não ocorreu em Dezembro, como é habitual.

Em declarações à agência Lusa, o director do gabinete de Imprensa e Relações Públicas da PSP não adiantou o motivo dos constrangimentos que inviabilizaram a partida dos elementos para a Guiné-Bissau, salientando que será garantida a segurança das instalações da embaixada de Portugal no país.

A rotação prevista para Dezembro, adiantou Paulo Flor, será assim feita em Janeiro.

A Rádio Renascença avançou, na segunda-feira à noite, que os elementos do GOE que iam substituir os camaradas destacados na Guiné-Bissau, para que estes viessem passar o Natal em Portugal, foram impedidos de entrar no país, por não terem os respectivos vistos.

Entretanto, o ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) numa nota enviada hoje à Lusa negou que existam problemas com os vistos dos elementos do Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP, presentes na Guiné-Bissau, sem esclarecer se regressaram a Portugal para passar o Natal.

O porta-voz do MNE, Miguel Guedes, negou problemas com os vistos dos elementos do GOE que estão em Bissau, sem mais explicações, já que as "informações sobre segurança externa do Estado português são (...) reservadas" e a política de rotação das equipas do GOE que estão ao serviço das embaixadas portuguesas "obedece a estritas considerações legais e de segurança".

Segundo a Rádio Renascença, "em causa está o facto de o Governo português não reconhecer o actual executivo de transição na Guiné".

O porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, disse à emissora católica: "se o executivo português não concede visto ao encarregado de negócios guineense, então o Governo de transição também não passa vistos para os elementos do GOE, que fazem a segurança da embaixada portuguesa".

O porta-voz do MNE também não esclareceu se o executivo português concedeu visto ao diplomata, afirmando apenas que este se encontra "em funções" desde a altura que o embaixador da Guiné-Bissau em Lisboa se ausentou de Portugal e "entregou uma nota verbal" designando um Encarregado de Negócios.

A agência Lusa pediu mais esclarecimentos ao porta-voz do MNE, sem sucesso.

Ajuda a caminho da Guiné-Bissau - País - Notícias - RTP


São oito toneladas de ajuda que seguem hoje para a Guiné. Material médico-hospitalar e alimentos que foram reunidos pela Organização não-Governamental "Afectos com Letras". É já a sétima missão do género desta associação que tem sede em Pombal.




Nigéria quer devolver a paz Guiné-Bissau "a todo custo"

Bissau,  (Lusa) - A ministra da Defesa e do Estado da Nigéria, Erelu Olusola Obada, que fez hoje uma visita de algumas horas à Guiné-Bissau, disse que o seu país irá fazer tudo "para devolver" a paz à Guiné-Bissau

"A Nigéria vai trabalhar a todo custo para devolver a paz a este país", disse a ministra da Defesa, em breves declarações à imprensa, momentos após ter-se reunido com o contingente nigeriano da missão da Ecomib, que se encontra em Bissau.

A Ecomib é uma força de alerta, composta por mais de 600 soldados oriundos de alguns países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

A Nigéria tem mais de 300 homens integrados nessa força, entre militares e polícias.

A governante nigeriana, acompanhada do ministro da Defesa do Governo de transição na Guiné-Bissau, Celestino de Carvalho, disse que, além de intervir no processo de pacificação da Guiné-Bissau, a Nigéria irá ajudar na formação de militares guineenses.

A ministra Erelu Olusola Obada, que se deslocou à Bissau num avião presidencial do seu país, passou em revista as instalações onde se encontram os elementos do contingente nigeriano, no antigo quartel general do exército guineense, antes de seguir para a Libéria.

"As instalações e a situação dos nossos homens aqui, de modo geral, são boas, mas, dentro de duas semanas, serão transferidos para um aquartelamento próprio", afirmou Erelu Obada.

Fonte do exército guineense disse à Lusa que o contingente nigeriano da Ecomib será transferido para os arredores de Bissau, sem, contudo, indicar o local exato.

Mais de 600 soldados e polícias do Burkina Faso, do Togo, da Nigéria e do Senegal, fazem parte da Ecomib, tendo como mandato garantir a segurança das autoridades de transição, instituídas com o golpe de Estado de 12 de abril passado.

A Ecomib substituiu a missão angolana de apoio ao processo de reforma das Forças Armadas da Guiné-Bissau (Missang), que retirou os últimos militares do país, no início do passado mês de junho.

MB // MAG.

Lusa

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A Liga Guineense dos Direitos Humanos disse, ontem, que a Guiné-Bissau caminha para o abismo

A Liga Guineense dos Direitos Humanos disse, ontem, que a Guiné-Bissau caminha para o abismo sem que as autoridades de transição façam algo para mudar o cenário.


Em comunicado, a Liga relata factos ocorridos nos últimos dias no país, nomeadamente o espancamento, por militares, do antigo Procurador-Geral da República, Edmundo Mendes, e do antigo administrador da região de Gabu, José Carlos Monteiro.

“A Liga Guineense dos Direitos Humanos regista com enorme apreensão os actos de violência reiterada que têm sido perpetrados pelos indivíduos afectos às Forças de Defesa e Segurança”, lê-se no comunicado.


“Por motivos injustificáveis num estado de direito e democrático, o cidadão Edmundo Mendes, ex-Procurador-Geral da República, anunciou publicamente a perseguição e agressão física de que foi vitima no dia 22 de Dezembro de 2012, supostamente por elementos das Forças de Defesa e Segurança”.

Elementos dos GOE sem visto para entrarem na Guiné-Bissau e que fazem a segurança da embaixada portuguesa.

O governo da Guiné-Bissau diz que não é retaliação. Elementos do Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP foram impedidos de entrar na Guiné-Bissau, por não terem os respetivos vistos. Os elementos do GOE deviam ir substituir os camaradas destacados na Guiné-Bissau, que viriam a Portugal passar o Natal.

O porta-voz do governo de transição da Guiné- Bissau, Fernando Vaz, considerou que, se o executivo português não concede visto ao encarregado de negócios guineense, então o governo de transição também não passa vistos para os elementos do GOE, que fazem a segurança da embaixada portuguesa. 
Fernando Vaz frisou que não se trata de "retaliação", mas sim de "reciprocidade em relação aos atos do governo português". 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

APGB - As mordomias

Antigo Procurador-Geral da República diz ter sido agredido por militares


Bissau, (Lusa) - O antigo Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau Edmundo Mendes disse hoje ter sido agredido fisicamente no sábado a noite, na cidade de Cacheu, por militares e elementos da Guarda Nacional Guineense.
Em conferência de imprensa na sua residência, Edmundo Mendes, que exerceu o cargo de Procurador-Geral guineense entre agosto de 2011 e agosto de 2012, afirmou que tem sido "alvo de perseguições" desde que deixou o cargo de Procurador.
"Quando deixei o cargo de (Procurador) prometi a mim mesmo não falar publicamente e não tenho estado a falar, mas desde o dia a seguir em que fui exonerado tenho sido alvo de perseguições permanentes e cada vez com mais intensidade", notou Edmundo Mendes.

É o momento mais maravilhoso do ano

domingo, 23 de dezembro de 2012

Chefe da missão internacional diz que visita à Guiné-Bissau foi "extremamente importante"

Bissau, (Lusa) - O chefe da missão conjunta da comunidade internacional que esteve de visita à Guiné-Bissau, Ghassim Wane, afirmou que ter sido "extremamente importante" os contactos com as autoridades de transição e outros atores da vida guineense.

Diretor do departamento de paz e segurança da União Africana (UA), Ghassim Wane dirigiu a missão conjunta da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), União Africana, União Europeia (UE) e Nações Unidas, que visitou a Guiné-Bissau entre o dia 16 e hoje.

Com o objetivo de auscultar os diferentes atores da vida do país e formular propostas para a saída de crise gerada pelo golpe de Estado de 12 de abril, a missão partiu esta madrugada de Bissau.

"Pensamos que foi extremamente importante escutarmos os diferentes atores da Guiné-Bissau, foi também importante ouvir o Presidente (de transição), as suas perspetivas. Pudemos discutir o processo de transição, da reforma do setor de Defesa e Segurança, as próximas eleições, enfim os diferentes desafios com os quais a Guiné-Bissau está confrontada a longo prazo", disse Ghassim Wane, num balanço preliminar da visita.

O responsável da UA não quis entrar em pormenores, limitando-se a afirmar que o processo de transição em curso na Guiné-Bissau merece todo o interesse da comunidade internacional.

"Seguimos (a transição) com muito interesse, prova disso é a nossa vinda aqui. Queremos saber de forma ajustada como podemos conciliar as visões das nossas organizações. Foi importante podermos falar, escutar, as autoridades da Guiné-Bissau, o Presidente, o primeiro-ministro, os partidos políticos, os atores sociais, para desta forma ajudarmos melhor o país, enquanto parceiros que somos", disse ainda Ghassim Wane.

"O resultado que tiramos desta nossa missão é de que a Guiné-Bissau está confrontada com desafios enormes, mas também é claro que a Guiné-Bissau precisa de apoios de todos os parceiros que lhe possam ajudar a superar esses desafios. Pensamos que esta visita vai ajudar-nos a reiterar o nosso compromisso de apoiar a Guiné-Bissau", defendeu Wane.

Por seu lado, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do Governo de transição disse à Lusa que a missão conjunta "levará uma outra realidade do país", o que para Fernando Vaz, irá ajudar a mudar a ideia que se tem do atual processo de transição.

"Estamos convencidos que a missão veio ver a realidade do país. Não escondemos nada. A missão falou com toda gente, atores políticos e sociais, agora esperamos que transmita aquilo que é a realidade constatada", pediu Fernando Vaz.

"Que não haja politização de novo daquilo que é a realidade da Guiné-Bissau", frisou o governante guineense.

Lusa

Governo de transição considera «normal» fim de parceria comercial com EUA

As autoridades de transição guineenses consideram normal a posição dos Estados Unidos de retirar a Guiné-Bissau e o Mali da sua lista de parceiros comerciais privilegiados, devido ao recuo na democracia após o golpe de Estado de abril passado.

A posição do Governo guineense foi transmitida à Agência Lusa por Fernando Vaz, ministro da Presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do executivo de transição.

«É absolutamente normal em estados onde haja golpes de estado, em que haja alteração da ordem democrática, e foi o que aconteceu na Guiné e no Mali», disse Fernando Vaz, acrescentando que «os Estados Unidos, naturalmente, teriam que tomar esta posição», uma vez que «têm como principio não apoiar golpes de estado».

Lusa

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Obama retira estatuto de parceiros ao Mali e à Guiné Bissau por recuos democráticos

Washington, 20 dez (Lusa) - O presidente norte-americano, Barack Obama, retirou hoje ao Mali e à Guiné-Bissau o estatuto de parceiros comerciais privilegiados, uma sanção contra o que considera serem recuos democráticos naqueles países africanos, anunciou a Casa Branca.

Obama optou por conceder o estatuto de parceiro ao Sudão do Sul, o mais jovem estado africano, no âmbito da revisão anual da lista do programa de crescimento e oportunidades para África, imposta por lei, e que tem em conta o estado das democracias africanas.

A versão atual da lista foi instaurada pelo Congresso americano em 2000 e estabelece um regime de cooperação económica e comercial com o continente africano até 2015, facilitando as exportações africanas para os Estados Unidos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A ARTE DO FIM DO MUNDO EM 2012 NOVA IORQUE.

Ícone para Post # 8915

uma obra de arte colaborativa por Emanuel Dimas de Melo Pimenta, com 71 artistas visuais e performativas, filósofos e poetas de 11 países


No próximo dia 21 de dezembro, à meia-noite em Londres e em Lisboa, nove horas da noite no Brasil, o Streaming Museum de Nova Iorque  estará lançando o projeto O Fim do Mundo, criado por Emanuel Dimas de Melo Pimenta, que reúne setenta e um artistas, músicos, fotógrafos, filósofos  e poetas de onze países. Pimenta, que trabalhou com John Cage e Merce Cunningham ao longo de vários anos, e que tem mais de cinquenta livros e cds
lançados em todo o mundo, iniciou o projeto O Fim do Mundo no segundo semestre de 2012.

"Muito inspiradas nas profecias Maias, as pessoas começaram a falar sobre um possível fim do mundo; então, eu pensei que poderia ser um momento muito interessante para unir mentes criativas de diversos países, de diversas sociedades.


O resultado final é uma espécie de imagem do zeitgeist, do espírito da época". Entre os parti! cipantes estão grandes personalidades como Augusto de Campos, Marco  Bagnoli, Roy Ascott, William Anastasi, Maria Bonomi ou o cineasta francês Didier Feldman.

Os artistas convidados souberam apenas do título da obra, e não tiveram qualquer contato entre si. Depois, Pimenta elaborou um sistema matemático, baseado no princípio vigesimal Maia, que orientou a montagem das peças num filme de quarenta minutos que será apresentado à meia-noite, no horário de Londres, para todo o mundo, através do site do Streaming Museum.

A fundadora e diretora do Streaming Museum, Nina Colosi, considera este um trabalho pioneiro num novo cenário da arte contemporânea.

O Streaming Museum é um museu criado em Nova Iorque que atua não apenas na Internet e em grandes salas de cinema, mas também em grandes espaços públicos em todo o mundo, como o Time Square em Nova Iorque, ou a Piazza do ! Duomo em Milão entre muitos outros.

"Depois, certamente teremos a edição de um livro, exposições ou até mesmo um DVD,  mas inicialmente estamos concentrados no lançamento do projeto, em dezembro de 2012", conta Pimenta, para quem  a razão de se fazer um projeto dessa natureza coincidindo com a profecia Maia deve-se "ao fato de estarmos vivendo um momento de grande transformação planetária.

Vemos cada vez mais o mundo mais controlado e vigiado, como temia H. G. Wells, um aumento do antisemitismo, aumento da pobreza  na Europa, nos Estados Unidos, da violência no Brasil, dos conflitos na China. Sou uma pessoa otimista, mas tudo isso parece indicar estarmos diante de profundas mudanças".


Mais informações em:
http://www.emanuelpimenta.net/endoftheworld/ http://www.streamingmuseum.orghttp://www.emanuelpimenta.net

Apoiantes da transição na Guiné-Bissau querem eleições gerais "devidamente preparadas"

Bissau: Os guineenses que apoiam as autoridades de transição pediram hoje à comunidade internacional para que deixem o país preparar devidamente as eleições gerais e em tempo certo.

A posição foi defendida por Aliu Cassamá, presidente do movimento de cidadãos que apoiam a transição, no final de uma reunião com os elementos da missão conjunta da comunidade internacional que se encontra de visita à Guiné-Bissau.

A missão, composta por elementos da União Africana (UA), da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), das Nações Unidas e da União Europeia, tem como objetivo auscultar os atores da vida do país e formular propostas para a saída de crise iniciada com o golpe de Estado de 12 de abril passado.

Para Aliu Cassamá, a comunidade internacional e os próprios guineenses deviam trabalhar "com calma" para preparar as eleições gerais e no devido tempo realizá-las "sem pressas"

"Dissemos aos elementos da missão que de facto precisamos de umas eleições livres, justas e transparentes, mas umas eleições bem trabalhadas. Já realizámos várias eleições, duas vezes após períodos de transição, mas no nosso entender nestas duas ocasiões o país foi empurrado para eleições de forma precipitada", defendeu Aliu Cassamá.

"Pedimos à comunidade internacional que nos ajudem a preparar as próximas eleições com toda tranquilidade para que os resultados não venham ser contestados por ninguém. Essa é a nossa preocupação principal", afirmou o presidente do movimento de cidadãos que apoiam a transição politica em curso na Guiné-Bissau.

Aliu Cassamá aproveitou a audiência com os elementos da missão conjunta para apelar à comunidade internacional para que suspenda as sanções impostas contra o país e algumas figuras políticas e militares guineenses.

"Essas sanções não ajudam o país, só servem para complicar a situação geral do povo", observou Cassamá.

A delegação da comunidade internacional reuniu-se hoje também com o presidente do parlamento, Sori Djaló, com o ministro da Justiça do Governo de transição, Mamadu Saído Baldé e com o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Rui Nené.

O presidente da CNE disse aos jornalistas que pediu apoios financeiros e técnicos à comunidade internacional para que o país possa realizar um recenseamento biométrico de raiz dos potenciais eleitores e logo de seguida preparar as eleições gerais em 2013.

Lusa

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

PRS em rampa inclinada

Com o congresso do PRS, o que já se sabia, ficou confirmado.

Existem várias fraturas dentro deste agrupamento, fruto da queda de Kumba Ialá, que foi acusado nos corredores e na sala de "assassino", "estragar e denegrir o nome dos balantas", "roubar o património do PRS" e "desviar fundos do partido".

Ler mais: http://novasdaguinebissau.blogspot.pt/p/canal-livre-opiniao.html

Embaixador estadunidense descarta intervenção militar na Guiné-Bissau

O embaixador dos Estados Unidos da América na Guiné-Bissau, Lewis Lukens, disse hoje (terça-feira) que não existe solução militar para o problema do país e afirmou ainda ser uma evidência o contínuo tráfico de droga, noticia a LUSA.

Em conferência de imprensa no escritório onde funciona a representação norte-americana em Bissau, já que a embaixada foi transferida para Dakar, capital do Senegal desde a guerra civil de 1998/99, Lewis Lukens fez uma "radiografia" completa da situação da Guiné-Bissau sobretudo a partir do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012.

O embaixador americano, que visita Bissau pela terceira vez desde que está no cargo, disse saudar os esforços em curso no país, nomeadamente o trabalho do Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, e a recente retoma das sessões no parlamento.

"Não existe solução militar para os problemas da Guiné-Bissau. Só se pode chegar à estabilização através do processo de transição consensual, inclusivo e nacionalmente apropriado com base no diálogo genuíno, posto em prática pela Resolução 2048 (das Nações Unidas) e posto em prática pela CEDEAO" (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), notou Lewis Lukens.

Quanto ao tráfico de entorpecentes na Guiné-Bissau, o embaixador dos Estados Unidos diz que existem provas que apontam para o envolvimento de dirigentes civis e militares no negócio.

"É uma evidência o contínuo envolvimento de alguns líderes civis e militares no tráfico de entorpecentes. O Governo dos Estados Unidos apela a todos os oficiais para que cessem essa atividade criminosa", afirmou Lukens, sem contudo citar nomes.

Questionado sobre se o seu Governo reconhece as autoridades de transição, o diplomata americano frisou que, por norma, os Estados Unidos não apoiam governos saídos de golpes de Estado, mas mesmo assim encoraja os esforços da CEDEAO, a única organização internacional que aceita as autoridades saídas da intentona.

Para o Governo americano "é fundamental que as autoridades de fato em Bissau" trabalhem para levar o país a realizar eleições "livres e credíveis", brevemente, e a partir daí voltar a merecer a confiança dos Estados Unidos.

O embaixador Lukens sublinhou também que o seu Governo está preocupado com "relatos de violações de direitos humanos", pelo que apela à liderança do país a demonstrar "o seu compromisso pela defesa das obrigações internacionais" nessa matéria.

Missão da Comunidade Internacional reúne com Governo de transição

Bissau - O Chefe da Missão da Comunidade Internacional esteve reunido esta terça-feira, 18 de Dezembro, com o Governo de transição, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Faustino Imbali.

À saída do encontro, El Ghassim Wane, diretor da Paz e Segurança da União Africana e chefe da delegação da comunidade internacional, disse à PNN que a missão visa reunir o ministro dos Negócios Estrangeiros, as associações, a sociedade civil e os partidos políticos.


O responsável revelou que os trabalhos vão desenvolver-se com base nos factos apurados no terreno, a fim de se poder analisar e elaborar propostas sobre a situação.


El Ghassim Wane recordou que a Guiné-Bissau enfrenta vários problemas, desafio que já conheceu alguma evolução tendo em conta que a comunidade, enquanto parceiro da Guiné-Bissau, deve trabalhar em comum.


A ocasião serviu para Faustino Imbali desmentir o seu colega, membro do Governo, que afirmou que não seriam concedidos vistos de entrada no país aos elementos da delegação provenientes dos países da CPLP.

«Não houve nenhum problema e não haverá. Não sei porque haveria problemas, dado que esta é uma missão exploratória ao país, que no final poderá deixar algumas recomendações desejáveis», referiu Faustino Imbali.


«Temos muitas expectativas com a comunidade Internacional. Muitas das vezes as informações não correspondem à verdade. Para nós, este encontro pode ajudar a compreender o que se passa no terreno», concluiu o ministro dos Negócios Estrangeiro.

Este encontro deveria ter tido início a 17 de Dezembro mas foi adiado devido à ausência da delegação da CEDEAO.


Relativamente ao programa dos trabalhos, o grupo tem agendado para esta terça-feira, 18 de Dezembro, um encontro com os partidos políticos e os representantes da comunicação social.

Primeira mulher eleita para dirigir um clube de futebol na Guiné-Bissau

A jornalista Maria da Conceição Évora será a primeira mulher a dirigir um clube de futebol na Guiné-Bissau, depois de ter sido eleita presidente do Atlético Clube de Bissorã, atual campeão do país.

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Antiga jornalista da Radiodifusão Nacional, Conceição Évora, mais conhecida no país por São Évora, disse que este é ''um desafio enorme''. 

''É um desafio enorme para mim, mas também uma responsabilidade porque serei o rosto das mulheres guineenses neste desafio de liderar um clube de futebol'', afirmou Conceição Évora, de 48 anos, eleita no domingo. 

A primeira tarefa de São Évora, enquanto presidente do Atlético Clube de Bissorã, será preparar a equipa sénior para o jogo da Supertaça da Guiné-Bissau, a 27 de dezembro, diante do Desportivo de Mansabá. 

A responsável diz que vai falar primeiro com o seu antecessor no cargo, Manuel Nascimento Lopes, atual presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, e só depois concentrar-se na preparação do jogo da Supertaça. 

Após 63 anos de existência, o Atlético Clube de Bissorã sagrou-se campeão da Guiné-Bissau na época 2010/11, última vez que se realizou o campeonato por motivos organizacionais. 

Em 2007, após a saída do então treinador, a responsável pela cozinha do clube, Domingas Helena, mas conhecida por Mana Mingas, treinou a equipa de Bissorã durante algumas jornadas, sendo na altura a primeira mulher a treinar uma equipa de futebol sénior na Guiné-Bissau.

Banco Mundial retoma cooperação com Guiné-Bissau

O Banco Mundial vai retomar a cooperação com a Guiné-Bissau, continuando o apoio a projetos sociais que já estavam em curso, anunciou ontem em Bissau a diretora de operações da instituição para o país, Vera Songwe.

Após uma reunião com o primeiro-ministro de transição, a responsável lembrou aos jornalistas que o Banco Mundial tinha parado os apoios à Guiné-Bissau na sequência do golpe de Estado de 12 de abril.

"Constatámos que havia muitos programas no país que são programas sociais e decidimos recomeçar o nosso envolvimento. Não são novos projetos mas sim continuar os que já existem e que envolvem cerca de 18 milhões de dólares" (13,6 milhões de euros), disse Vera Songwe.

A responsável, que justificou a decisão com a difícil conjuntura internacional e a vontade de o Banco Mundial estar ao lado da população guineense, explicou que se tratam de projetos em áreas como a biodiversidade, a pesca, e infraestruturas ligadas à Saúde e à Educação.

O ministro da Economia, José Biai, destacou aos jornalistas os benefícios diretos para a população decorrentes do apoio do Banco Mundial, em áreas como o abastecimento de água potável, Educação, Saúde e Agricultura.

"Para o governo de transição a retoma do desembolso de projetos em curso não deixa de ser importante na retoma da cooperação com os parceiros de desenvolvimento em geral e com o Banco Mundial em particular", disse José Biai.

Lusa

domingo, 16 de dezembro de 2012

Missão internacional na Guiné-Bissau

Uma missão de representantes de várias organizações internacionais chega amanhã à Guiné-Bissau para se inteirar da situação naquele país, anunciou o representante permanente da União Africana.


Ovídeo Pequeno disse que a missão é constituída por representantes da CPLP, Comunidade Económica de Desenvolvimento da África Ocidental (CEDEAO), União Africana, União Europeia e Organização das Nações Unidas. O objectivo da missão, cujo envio foi decidido numa reunião da comunidade Africana, em Addis Abeba, afirmou, é analisar com as autoridades , sociedade civil e povo em geral a situação do país e apresentar recomendações que possam servir de base a um trabalho harmonizado da comunidade internacional. A Guiné-Bissau tem há oito meses “um governo e um presidente de transição” designados na sequência do golpe de Estado militar de 12 de Abril.

A comunidade internacional, com excepção da CEDEAO, não reconhece as novas autoridades provenientes do golpe militar.

Comissão Eleitoral

O novo presidente da Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau já tomou posse, apesar da polémica suscitada por alguns partidos que contestam a nomeação.


Rui Nené, que substitui Desejado da Costa, falecido recentemente em Portugal vítima de doença, disse que “a crítica em democracia é normal, desde que seja bem fundamentada”.

Os partidos que contestam a nomeação de Rui Nené entregaram no Supremo Tribunal de Justiça um pedido de impugnação, com o argumento que a eleição, decidida no Parlamento, “não obedeceu aos critérios contemplados nem pacto de transição, nem no acordo político que rege o período de transição.


O Parlamento afirmou que a eleição de Rui Nené “obedeceu a critérios legais” e que “vai prosseguir o excelente trabalho desenvolvido por Desejado Lima da Costa”.

Alberto Nambeia é o novo presidente do PRS

Alberto Nambeia é o novo presidente do Partido da Renovação Social, o segundo maior partido da Guiné-Bissau.  A eleição aconteceu no quarto congresso do PRS marcado pela desistência do líder histórico, Kumba Ialá.

O novo presidente do partido nasceu há 48 anos na região de Mansoa e foi um dos fundadores do PRS, chegando a ser presidente interino da estrutura, quando Kumba Ialá foi Presidente da República. É deputado e membro da Comissão Permanente da Assembleia Nacional. 

Alberto Nambeia, deputado da Assembleia Nacional, obteve 562 votos. Num universo de 801 delegados, Baltazar Cardoso obteve 123 votos, Sola N´Quilin 70 votos e Aladje Sonco 22 votos.O quarto congresso do PRS elegeu também Florentino Mendes Teixeira como secretário-geral do partido com 334 votos.

No seu discurso de vitória, o novo presidente do PRS afirmou que umas das suas prioridades será  "unir a família PRS" mas também "unir a família guineense", e teceu vários elogios a Kumba Ialá.O novo secretário-geral, Florentino Teixeira, disse que a democracia saiu reforçada na Guiné-Bissau, que o congresso desmentiu "especulações" à volta do PRS, e prometeu melhorar a imagem e o diálogo no partido.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Kumba Ialá desiste de disputar liderança do PRS

Guiné-Bissau: Kumba Ialá desiste de disputar liderança do PRS

O ex-presidente da Guiné-Bissau e fundador do Partido da Renovação Social (PRS), segunda maior força política do país, desistiu da disputa da liderança do partido, reunido no seu quarto congresso, disseram à agência Lusa fontes partidárias.

De acordo com as fontes, que assistem ao congresso que junta 801 delegados, Kumba Ialá comunicou aos participantes que «é chegada a hora de deixar a liderança do partido» ficando na posição «da retaguarda do PRS».

Inicialmente um dos cinco candidatos à presidência da PRS, Kumba Ialá deu liberdade de voto aos delegados ao congresso para escolherem entre Sola N'Quilin, Alberto Nambeia, Baltazar Cardoso e Aladje Sonco o novo líder dos renovadores guineenses.


Na hora de se escolher o novo presidente do Partido da Renovação Social (PRS), eis que Kumba Yalá, fundador do partido, decidiu desistir da presidência desta força política. Esta notícia não deixa de surpreender, mas para os analistas, é uma estratégia para preparar as próximas eleições do Presidente da República

Investigação especial a não perder

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

ONU admite identificar narcotraficantes e criminosos na Guiné-Bissau

O Conselho de Segurança das Nações Unidas admitiu hoje desencadear meios de identificação e recolha de informação sobre narcotraficantes e criminosos internacionais operacionais na Guiné-Bissau.

A informação consta de uma declaração pública do Conselho, divulgada hoje nas Nações Unidas, cuja versão inicial foi circulada no início da semana por Portugal entre os restantes membros, após um 'briefing' pelo representante cessante do secretário-geral em Bissau, Joseph Mutaboba.

Na mesma linha do último relatório secretário-geral da ONU, a declaração expressa «séria preocupação» com indicações de aumento de tráfico de droga no país desde o golpe de Estado em abril, apelando aos líderes militares para demonstrarem «maior compromisso com os esforços internacionais» anti-narcotráfico, em particular assegurando o «total funcionamento» das agências responsáveis.

Os países-membros declaram a sua «disponibilidade para considerar formas de garantir a recolha de dados adicionais sobre a identidade e atividade dos envolvidos no tráfico de droga e crime organizado na Guiné-Bissau».

No seu último relatório sobre a situação na Guiné-Bissau depois do golpe de Estado, Ban Ki-moon reitera o pedido ao Conselho para que seja estabelecido um painel de peritos para investigar a atividade e identidade dos envolvidos no tráfico de droga e crime organizado, face ao agravamento da situação.

Conselho de Segurança saúda a partida de grupo internacional para Guiné-Bissau

Em comunicado de imprensa, órgão refere estar seriamente preocupado com progressos com vista ao retorno da ordem constitucional; Estados-membros defendem solução consensual e inclusiva.

Conselho de Segurança nas Nações Unidas

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.


O Conselho de Segurança saudou, esta quinta-feira, a decisão de várias entidades internacionais de enviar uma missão conjunta para avaliar a situação política e de segurança na Guiné-Bissau.

Em comunicado, o órgão diz esperar que grupo possa facilitar a proposta de recomendações sobre a melhor forma de apoio ao país da África Ocidental. A comitiva deve chegar este fim de semana à capital guineense.

Nova Dinâmica

Falando com a Rádio ONU, de Bissau, o embaixador da União Africana na Guiné-Bissau, Ovídio Pequeno, abordou a necessidade de se acompanhar a nova dinâmica no país.

Participam no grupo as Nações Unidas, a União Africana, a Comunidade Económica do Estados da África Ocidental, Cedeao,  a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp,  e a União Europeia.

Preocupação

"Esta missão, concluído o trabalho aqui no terreno, poderá preparar um relatório a ser submetido às instâncias que vai permitir a agenda da forma como a comunidade internacional poderá ir atrás dos problemas com que se confronta a Guiné-Bissau", explicou.

O Conselho de Segurança expressa "séria preocupação" com a falta de progressos na restauração da ordem constitucional na Guiné-Bissau.

Ao deplorar o aumento de tráfico de drogas desde o golpe de Estado de 12 de Abril, o documento pede maior compromisso das lideranças civil e militar no combate ao fenómeno. O Conselho manifesta vontade de  considerar "formas de recolher dados adicionais para o combate o tráfico e os envolvidos no crime organizado."

Base de Bissalanca

O documento condena incidentes ocorridos recentemente, citando alegadas mortes como resultado do ataque à Base Militar de Bissalanca a 21 de Outubro.

Os 15 estados-membros expressaram profunda preocupação com os relatos de mortes e graves violações de direitos humanos, além de constantes restrições à liberdade de opinião e de informação na sequência dos ataques.

Diálogo

O Conselho refere que estabilização só pode ser alcançada através de um processo de transição consensual e inclusivo comandado pela nação. O processo deve ser "baseado no diálogo genuíno e na supervisão civil eficaz sobre os militares."

O Conselho defende que as áreas incluem a reforma do setor da segurança, a promoção e o respeito pelo Estado de direito, a criação de um ambiente propício para o controlo reforçado sobre as forças de segurança e a luta contra a impunidade.  Estão igualmente contemplados o  combate ao tráfico de drogas e a promoção da justiça social para o desenvolvimento económico.

Um ano para esquecer na Guiné-Bissau

Bissau, 14 dez (Lusa) - A Guiné-Bissau voltou a viver mais um ano de instabilidade e, apesar de a palavra "paz" ter sido a mais pronunciada, o país termina 2012 num clima de incerteza e sem soluções visíveis para a crise atual.

Com 2013 à vista, o parlamento critica o Governo, os partidos criticam o parlamento, a imprensa fala de mau clima entre as Forças Armadas e as forças da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), o executivo critica o representante da ONU, e a CEDEAO e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) continuam a não se entender quanto à Guiné-Bissau.

No final do ano passado, nada fazia prever que em 2012 a Guiné-Bissau teria um golpe de Estado e que a sua economia cairia a pique. O fim deste ano só prenuncia o desconhecido.

"O ano de 2012 começou como um momento de grandes promessas e largas esperanças de o país crescer", disse à Lusa o analista político guineense Rui Landim.

Assim parecia de facto, apesar de uma alegada tentativa de golpe de Estado a 26 de dezembro. Mas 2012 começou mal para a Guiné-Bissau: o Presidente Malam Bacai Sanhá morreu a 09 de janeiro, o que levou a eleições presidenciais antecipadas.

Raimundo Pereira, presidente da Assembleia Nacional Popular e por isso Presidente interino, marcou a votação para 18 de março e Carlos Gomes Júnior, até então primeiro-ministro e presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), candidatou-se.

As polémicas estalaram aí: sobre a legalidade da candidatura do primeiro-ministro a Presidente, depois a propósito dos resultados das eleições - cuja primeira volta Gomes Júnior ganhou -, contestados por cinco candidatos, um deles Kumba Ialá, presidente do Partido da Renovação Social (PRS, segundo maior partido) e segundo candidato mais votado.

"As grandes convulsões começaram com a morte do Presidente da República e depois as eleições antecipadas complicaram mais o país. Havia um primeiro-ministro que estava a levar a cabo reformas e depois protagonizou uma possível rotura constitucional", disse Rui Landim.

A 12 de abril, véspera do início da segunda volta das presidenciais, militares, chefiados pelo chefe das Forças Armadas, António Indjai, prenderam Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira, libertados duas semanas depois e desde então em Portugal.

Com o país sem rumo, com os militares nas ruas, os pequenos partidos e o PRS juntaram-se numa Plataforma e assinaram um Pacto de Transição, que o PAIGC recusou. Com o beneplácito da CEDEAO, formou-se em maio um Governo de transição e foi nomeado Presidente de transição Serifo Nhamadjo, vice-presidente do parlamento e também um militante do PAIGC que concorrera nas eleições à revelia da direção do partido.

Com o parlamento parado, perseguições, espancamentos e assassínios políticos pelo meio, o resto do ano foi gerido pelas autoridades de transição, que a esmagadora maioria da comunidade internacional não reconhece.

Sem apoios internacionais, com uma desastrosa campanha do caju (principal produto do país), a economia caiu e as previsões de crescimento diminuíram também para metade.

A 21 de outubro, uma suposta tentativa de contragolpe mergulhou de novo a Guiné-Bissau em dias de insegurança. Seis mortos foi o balanço oficial de um alegado ataque a um quartel.

A ONU fala ainda de aumento de tráfico de droga no país e de "graves violações dos direitos humanos e atos de intimidação cometidos por militares".

Nas palavras de Rui Landim, o país foi "para o fundo do poço". E o analista não augura nada de bom para 2013. "A Guiné-Bissau, que começou com prenúncios bons, vive hoje uma crise com proporções incalculáveis", diz o analista, que conclui: "2012 é um ano para esquecer".

FP // HB

Lusa/fim

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Concerto a favor das vítimas do furacão Sandy em Nova York

Veja mais:

Grande parte do concerto nesta Página do Blogue

http://novasdaguinebissau.blogspot.pt/p/videos-atualidades.html

Presidente do Parlamento diz que o país não está em campanha eleitoral

Bissau - O Presidente do Parlamento guineense, Ibarima Sory Djalo, advertiu os partidos políticos signatários da carta de transição dizendo que a Guiné-Bissau ainda não se encontra em campanha eleitoral.

«Assim que terminar a transição, todos são livres de fazerem a campanha pela respetivas formações políticas, porque estamos trabalhar para que o mundo perceba o que estamos a afazer», referiu o Presidente do Parlamento.


Ibarima Sory Djalo fez estas declarações no encerramento da sessão da Assembleia Nacional Popular (ANP), aconselhando os deputados a não se preocuparam com as alegadas ameaças de que estão a ser alvo mas não especificou que tipos de ameaças e a quem foram dirigidas.


«Fomos eleitos pelo povo, facto de que nos devemos orgulhar e colocar os interesses da Guiné-Bissau acima de todas as coisas», disse o Presidente da Assembleia guineense.


Durante o seu discurso, Sory Djalo dirigiu varias críticas aos seus colegas do mesmo campo político, frisando que as pessoas que não foram alvos do golpe de Estado a 12 de Abril estão a exigir mais, esquecendo os atingidos pelo golpe, que abraçaram o presente colocando de lado o passado.


Neste encontro, Sory Djalo falou da inclusão de todos, tendo acusado os seus colegas da «marcha de oposição democrática» de estarem fazer confusão sobe o funcionamento dos trabalhos da ANP.
«Só vamos chegar a entendimento quando dissermos a verdade aos nossos colegas», referiu o responsável parlamentar, que tornou a reclamar a legalidade no país.


De referir que Ibarima Sory Djalo foi apoiante «congénito» do golpe de Estado, tendo participado em várias marchas que culminaram no acto de 12 de Abril.

ÚLTIMA HORA: Morreu a D. Berta.

O Blogue  Novas da Guiné-Bissau apresenta à família, as mais sentidas condolências,  que a sua alma descanse em paz.

Primeiro-ministro deposto guineense indisponível para depor em Bissau

Os advogados do primeiro-ministro da Guiné-Bissau deposto informaram esta semana o tribunal de Bissau que Carlos Gomes Júnior não vai a Bissau depor num processo em que é arguido, disse hoje à Lusa fonte judicial.

Missão conjunta vai medir o "pulso" da Guiné-Bissau

Murade Murargy, secretário executivo da CPLP

 

Deutsche Welle

Na próxima semana a Guiné-Bissau recebe uma missão que avaliará a situação política no país depois do golpe de Estado de abril último. A missão integra representantes de várias organizações internacionais.

A missão conjunta, acordada em setembro passado em Nova Iorque, composta pelos representantes da CEDEAO, CPLP, União Europeia, Nações Unidas e União Africana, deverá chegar à capital guineense no próximo domingo (16.12.), e permanecer até ao dia 21.

Os peritos das Nações Unidas, União Africana, União Europeia, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ficam cinco dias no país para avaliar a situação interna, à luz dos termos de referência acordados entre as partes na reunião do dia 1 deste mês em Addis-Abeba, capital da Etiópia.

Carlos Gomes Júnior, primeiro ministro deposto do país, reivindica a reposição da legalidade. Ele tem o apoio da CPLP Carlos Gomes Júnior, primeiro ministro deposto do país, reivindica a reposição da legalidade. Ele tem o apoio da CPLP

Primeiro auscultar
Segundo o secretário-executivo da CPLP a missão conjunta vai verificar "in loco" o que se passa no terreno com vista a criar condições para os passos que devem ser dados a seguir.

Isaac Murade Murargy enumera: "Inclusão, eleições, reformas das forças armadas. Estas são questões-chaves para que haja eleições transparentes, justas e democráticas."

O diplomata moçambicano que fez declarações à imprensa nesta quarta-feira (12.12.) na capital portuguesa, garantiu ainda que a missão vai reunir-se com todas as partes, sem qualquer exclusão: "A missão vai entrevistar o Governo de transição, as forças políticas, os militares para avaliar a situação."

Mas Murargy deixou claro o seguinte: "Apesar de conversarmos com o Governo de transição não significa que o reconhecemos."

De recordar que a CPLP entrou em clivagem com a CEDEAO depois de um grupo de países desta organização regional africana ter apadrinhado o Governo de transição e o Presidente da República interino empossados na sequência do golpe de Estado de 12 de abril, violando as normas e princípios internacionais.

Relativamente a este ponto o secretário-executivo da CPLP também fez questão de lembrar que nada mudou: "Nós CPLP estamos unidos nessa questão, e defendemos o princípio. Não só entre nós, mas também com as Nações Unidas, com a União Africa e com a União Europeia, com exceção da CEDEAO, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental."

Reconhecendo o seu estatuto no seio da União Africana, Isaac Murargy reafirma que a CEDEAO exerceu mal o direito de organização regional vocacionada para a resolução de conflitos.

A CEDEAO reconhece o Governo de transição e as suas posições chocam com as da CPLPA CEDEAO reconhece o Governo de transição e as suas posições chocam com as da CPLP

CPLP aponta o dedo acusador à CEDEAO

O executivo da Comunidade de Língua Portuguesa adianta que tem mantido contacto permanente com a Guiné-Bissau e assegura que existe um clima favorável à realização desta missão.

E por isso Murargy acredita que no país já não há interesse em prolongar a situação, mas prefere ser cauteloso: "Vamos ver, temos de avaliar e ver o que é preciso fazer. O que a CPLP quer é ver os guineenses encontarem o seu caminho."

Antes do debate no Conselho de Segurança da ONU, a missão conjunta deverá produzir um relatório, o qual ajudará a definir numa reunião de alto nível os passos seguintes a dar para a normalização da vida política na Guiné-Bissau.

Paulo Portas, ministro dos Negócios Estangeiros de Portugal. As relações entre Bissau e Lisboa estiveram tensas nos últimos mesesPaulo Portas, ministro dos Negócios Estangeiros de Portugal. As relações entre Bissau e Lisboa estiveram tensas nos últimos meses

Comunidade internacional tem responsabilidades
Na primeira entrevista que concedeu à DW África em outubro passado, após assumir o cargo em Lisboa, Murargy disse que a comunidade internacional deve criar condições para o estabelecimento de um diálogo direto entre os guineenses que conduza a uma estababilidade efetiva.

Para isso, sublinhou, o aperto de mão em Nova Iorque no encontro entre o Presidentes interino, Raimundo Pereira, e o actual Presidente em exercício, Serifo Nhamadjo, foi já um sinal positivo.

Já no mês passado, o ministro português dos Negócios Estrangeiros defendia que "a única maneira de garantir o desenvilvimento num país como a Guiné-Bissau é garantir a estabilidade que acabe com o ciclo dos golpes de Estado."

De forma diplomática, Paulo Portas distanciou-se assim das acusações feitas pelas autoridades do Governo de transição que exigiram explicações a Lisboa por alegada associação ao suposto contra-golpe de 21 de outubro, a propósito da chamada expedição terrorista do capitão Pansau N´Tchama, que gozou do estatuto de exilado político há vários anos em Portugal.

Autor: João Carlos (Lisboa)
Edição: Nádia Issufo/António Rocha

Cooperação: Professores portugueses na Guiné-Bissau recebem preparação sobre mutilação genital feminina

conf_violencia_mulheres.jpgOs professores portugueses que são colocados na Guiné-Bissau em apoio ao sistema educativo daquele país de língua oficial portuguesa frequentam um módulo sobre mutilação genital feminina no âmbito da preparação que recebem, declarou esta quinta-feira Francisco Almeida Leite, vogal do Conselho Diretivo do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua.

O objetivo é «dar a conhecer» àqueles docentes a existência da prática da mutilação genital feminina (MGF) e «preparar» os técnicos para «as questões que, eventualmente, lhes venham a ser colocadas no terreno», acrescentou o responsável do Camões IP, que falava em nome do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Brites Pereira, no encerramento da Conferência Internacional Sobre o Combate a Todas as Formas de Violência Contra as Mulheres, que teve lugar a 5 e 6 de dezembro na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Almeida Leite lembrou o apoio que a cooperação portuguesa tem prestado à Guiné-Bissau, «um dos países onde esta prática [da MGF] atinge números preocupantes, continuando a provocar mortes, e cujas consequências físicas e psicológicas acompanham as mulheres vítimas de mutilação até aos seus últimos dias».

O vogal do Camões IP recordou que o ex-juiz do Supremo Tribunal da Guiné-Bissau Kafft Kosta referiu na conferência de Lisboa que a prática da MGF, «não obstante ser punível por lei, continua a perpetuar-se em quase todo o território bissau-guineense».

Enquadrando a questão, Francisco Almeida Leite indicou que «a defesa dos Direitos Humanos constitui uma das linhas mestras das intervenções que a cooperação portuguesa vem vindo a desenvolver nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e em Timor Leste».

Nesse sentido, destacou «o apoio às licenciaturas em Direito, na perspetiva de um contributo fundamental para o estabelecimento de Estados democráticos onde impere o respeito pelo outro e a discriminação e os preconceitos ultrapassem a barreira do que muitas vezes se pretende justificar como diversidade cultural».

«Quando temos conhecimento de comportamentos condenáveis e que muitos tentam legitimar com o perpetuar de heranças socioculturais a preservar, devemos estar atentos e agir, porque ajudar no desenvolvimento de outros países passa também por pensar em conjunto na melhor forma de melhorar comportamentos sociais degradantes para qualquer ser humano», considerou o vogal do Camões IP.

ONU : Guiné-Bissau exemplo de democracia minada por redes criminosas, diz Portas

Numa intervenção num debate sobre operações de manutenção de paz, que marcou a recta final do mandato de Portugal no Conselho de Segurança, Paulo Portas lembrou o "papel particularmente perverso que as organizações criminosas internacionais desempenham", desestabilizando países frágeis.

"Efectivamente minam governos legítimos, derrubam processos eleitorais democráticos e promovem ao poder os seus clientes protegidos, por meios violentos, como é o caso na Guiné-Bissau", disse o ministro português.

"Devido às crescentes capacidades de organizações criminosas internacionais, é preciso ter particular cuidado em prevenir que o sucesso no combate ao crime num país não resulte em transferir a ameaça para os países vizinhos, e, por isso, a abordagem regional é crucial", adiantou.

O último relatório do secretário-geral da ONU sobre a Guiné-Bissau dá ainda conta de violações de direitos humanos, aumento do tráfico de droga e crime organizado.

Indicações positivas dadas esta semana ao Conselho de Segurança pelo representante local da ONU foram a retoma dos trabalhos do parlamento guineense e a vontade da comunidade internacional, nomeadamente das organizações regional (CEDEAO), lusófona (CPLP), União Africana e ONU, de juntarem esforços para ultrapassar os problemas, em particular com o envio de uma missão conjunta a breve trecho.

O chefe da diplomacia português esteve hoje de manhã reunido com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, com quem discutiu as situações no Médio Oriente e em países lusófonos, como Guiné-Bissau e Timor-Leste.

Saúde pública da Guiné-Bissau inicia greve geral de sete dias

O sector da Saúde pública da Guiné-Bissau iniciou esta quarta-feira uma greve de sete dias para reclamar o pagamento de seis meses de salários em atraso, disse à agência Lusa Domingos Sami, presidente do Sindicato de Técnicos da Saúde (STS).

De acordo com o sindicalista, a greve iniciada esta quarta-feira e que vai durar até à próxima quarta-feira "está a ter uma grande adesão", porque nas primeiras horas estava a ser cumprida por mais de 90 por cento dos técnicos da saúde.

Domingos Sami adiantou que todos os hospitais e centros de saúde do país "estão praticamente paralisados", embora prestem serviços mínimos. O presidente do STS disse que não havia outra solução que não a de ir para a greve já que o Governo deixou de pagar os salários ao pessoal da saúde há mais de cinco meses.

"Desde o mês de Junho que não recebemos salário até hoje. Entregámos um pré-aviso de greve e não houve reacção. Hoje decidimos entrar em greve de sete dias", afirmou Domingos Sami.
O sindicalista alertou, contudo, para os perigos de uma greve geral no sector da saúde num momento em que o país é assolado por uma epidemia de cólera.

"Neste momento que o país é assolado por uma epidemia de cólera é complicado, mas infelizmente não temos outra saída a não ser fazer esta greve", frisou, explicando os perigos que podem advir de falta de atendimento aos doentes.

"Imaginem que chegam ao hospital Simão Mendes quatro doentes afectados pela cólera e no centro de reabilitação só estão dois técnicos. Vai ser complicado salvar a vida dessas pessoas em tempo útil. Em condições normais estão lá 10 técnicos mas devido à greve só lá devem estar dois elementos", explicou Sami.

O presidente do STS disse que para já há indicações de que o Governo quer resolver o problema mas garantiu que a greve só é levantada mediante o cumprimento de algumas condições.

"Ontem (terça-feira) fui chamado pelos responsáveis do Ministério das Finanças. Querem saber qual é o valor da dívida em causa. São neste momento 381 milhões de francos CFA (581 mil euros), de Julho a Novembro, isto sem contar com o mês de Dezembro que já venceu", disse Domingos Sami.

Além do pagamento dos salários em atraso o sindicalista afirmou que a greve só será levantada se o Governo pagar os salários aos novos ingressos (técnicos de saúde recém-formados), cumprir com a última actualização salarial efectuada para o sector da saúde e ainda efectivar outros técnicos recém-formados que prestam assistência mas que não recebem por ainda não terem vínculos com o Estado.

"A sensação com que ficamos é a de que só recebemos o salário se fizermos greve. Isso é triste mas é a realidade. Se até ao final do dia de hoje não houver um sinal da parte do Governo vamos entregar um novo pré-aviso de greve de uma semana para observar logo após ao término desta greve", avisou Domingos Sami.

Paralelamente, o presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sinaprof), Luís Nancassa, deu ao Governo um prazo até quinta-feira para resolver problemas de salários em atraso, ameaçando recomeçar uma greve no ensino público.

Presidente de Moçambique e Pedro Pires analisam situação na Guiné Bissau

Maputo - O Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, recebeu, ontem terça-feira (11), em audiência, o ex-presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, que está de visita a Moçambique, como convidado da Conferência Africana da Juventude sobre Democracia e Boa-Governação.

No encontro com Pedro Pires, que ainda este ano esteve no país por ocasião da cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), os dois dirigentes passaram em revista vários assuntos de interesse da comunidade e fizeram uma radiografia sobre a situação política.

No final da audiência, o ex-presidente cabo-verdiano disse a imprensa que a ocasião serviu para discutir com o estadista moçambicano assuntos de interesse comum, em particular a situação na Guiné Bissau.

"É necessária uma intervenção de fórum político capaz de contribuir para solucionar a crise na Guiné Bissau que agudiza com os golpes de Estado", disse o ex-presidente.

Palco de uma forte instabilidade política e plataforma para o narcotráfico, a Guiné-Bissau sofreu o seu último golpe de Estado a 12 de Abril último, quando foram depostos o Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o Presidente interino, Raimundo Pereira, entre as duas voltas das eleições presidenciais.