sábado, 16 de março de 2013

Secretário da CPLP desloca-se à Guiné-Bissau para encontro sobre transição no país

Lisboa, (Lusa) - O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desloca-se na terça-feira à Guiné-Bissau para um encontro destinado a avaliar os próximos passos a dar no período de transição no país.

Em declarações à agência Lusa, Murade Murargy disse que se desloca a Bissau a convite do representante especial das Nações Unidas, o ex-Presidente timorense José Ramos-Horta, para "um encontro de todas as organizações parceiras da Guiné-Bissau" (CEDEAO, CPLP, ONU, União Africana e União Europeia).

"Vamos avaliar o que fazer na sequência da cimeira da CEDEAO", afirmou, em alusão a uma reunião de Chefes de Estado e de Governo de países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental que decorreu no final de fevereiro na Costa do Marfim.

Essa cimeira decidiu prolongar o período de transição na Guiné-Bissau até 31 de dezembro de 2013.

Na sequência do golpe de Estado de abril de 2012, as autoridades regionais tinham instituído um período de um ano para que a Guiné-Bissau organizasse eleições. Esse período iria até maio deste ano, mas as eleições, inicialmente projetadas para abril, não se realizam na data prevista por ainda não terem sido criadas condições para tal.

"Esta cimeira chegou a acordo quanto a três pontos com os quais nós estamos de acordo: um período de transição que vai até 31 dezembro, um Governo inclusivo que deve ser formado em maio e o roteiro da transição", afirmou o diplomata moçambicano.

"Vamos saber se a parte interna guineense já concluiu o roteiro e o chamado pacto de transição, vamos avaliar se esses instrumentos já foram aprovados ou não e a sequência a dar ao processo. Não podemos parar porque em maio tem de ser formado um Governo inclusivo de transição de forma a preparar a transição até às eleições de dezembro", acrescentou o embaixador, que falava à margem do 2.º Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono, que decorre até sexta-feira em Lisboa.

Murade Mugargy, presidente do Congresso, afirmou, na sessão de abertura, esperar que os trabalhos conduzam a "decisões portadoras de impactos positivos no processo de desenvolvimento sustentável dos Estados-membros" da CPLP.

"O processo de desenvolvimento dos Estados-membros da CPLP, particularmente nos países africanos e Timor-Leste, por serem os que ascenderam à independência há menos tempo, tem sido caraterizado pela rapidez do crescimento populacional nas zonas urbanas, o que tem produzido situações de alguma fragilidade", afirmou, apontando problemas ligados "à exclusão social, ao caos urbanístico, à insegurança, à falta de habitação digna e à degradação ambiental".

EO // VM

Lusa

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