segunda-feira, 20 de maio de 2013

Reunião Diáspora guineense em Londres para discutir "soluções" para o país

Diáspora guineense em Londres para discutir soluções para o país

A iniciativa partiu de antigos membros do Texas 80, um grupo de jovens formado na época dos anos 1980 em Bissau, conhecido por organizar atividades culturais na capital guineense e que continuou ativo em Lisboa devido à emigração por parte dos seus membros.

Um núcleo destes guineenses encontra-se atualmente em Londres, pelo que a capital britânica foi escolhida para acolher o encontro "Elo" de Gerações, que se espera juntar participantes do Reino Unido, Portugal, França e EUA.

"A maioria dos membros do grupo [Texas 80] estão agora nos 40, quase 50 anos, mas manteve-se em contacto e, 20 anos depois, decidiu juntar-se dada a situação na Guiné", disse Juliano Nunes, um dos organizadores, à agência Lusa.

O programa inclui uma exposição de arte, intervenções e debates sobre associativismo, o papel da diáspora no desenvolvimento do país, sobre questões como o turismo, saúde e saneamento, o papel da mulher na sociedade guineense e ainda discussões sobre poesia, literatura e história.

Juliano Nunes salientou que não pretendem fazer política, mas "debater, confraternizar e pensar a Guiné-Bissau de forma positiva".

À noite, além de gastronomia guineense, haverá a atuação de vários grupos musicais e uma "noite dançante" que se prolongará até às 05:00, com um "discurso de encerramento".

"Queremos abranger tudo o que fizemos como novos, mas o evento não é só a parte cultural. Queremos arranjar soluções para encontrar a estabilidade de outros PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa]", vincou Juliano Nunes.

Muitos destes guineenses, explicou este técnico informático, pensam em regressar, incluindo ele próprio.

"Já estou nos 40 anos e quero voltar, mas enquanto [o país] estiver assim ninguém pode regressar ou investir. Eu não quero ir para a Guiné velho, quero ser útil", acrescentou.

Juliano Nunes não soube quantificar a dimensão da diáspora guineense, estimando apenas que serão cerca de 50 mil em Londres.

"Somos poucos, mas muito unidos sem divisões de etnia ou cor", garante.

Em abril de 2012, a Guiné-Bissau viveu mais um golpe de Estado e desde então o país é gerido por um Governo de transição, estando em discussão a possibilidade de realizar eleições em novembro deste ano.

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