quarta-feira, 17 de julho de 2013

Cimeira CEDEAO vai discutir situação na Guiné-Bissau e no Mali

Os chefe de Estados e de Governo da CEDEAO) reúnem-se na quarta-feira em Abuja, Nigéria, para discutir a transição democrática na Guiné-Bissau e a situação no Mali antes das eleições presidenciais de 28 de julho.

Na sua 43.ª cimeira ordinária, que decorre entre quarta e sexta-feira na capital nigeriana, os responsáveis políticos dos 15 países membros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) vão também analisar a questão da integração económica na sub-região, bem como a reestruturação da Comissão, que será alargada dos atuais sete para 15 comissários, entre outros.

Tendo as crises político-militares na Guiné-Bissau e no Mali como pano de fundo, outra das prioridades do encontro passará por reexaminar os "mecanismos de resposta regional de combate as causas estruturais da instabilidade" que afetam vários países membros, segundo anunciou na segunda-feira o atual presidente da Comissão, burquinabé Kadré Désiré Ouedraogo.

De acordo com este responsável, a "complexidade" das crises na África Ocidental, como as que se vivem no Mali e na Guiné-Bissau, requer a reavaliação desses mecanismos.

"Temos que reexaminar a estrutura regional de paz e segurança em relação à diplomacia preventiva, regime de sanções, e as capacidades de resposta e estratégias de transporte", defendeu Ouedraogo durante abertura da 30ª reunião do Conselho mediação e de segurança da CEDEAO, que teve lugar na segunda-feira em Abuja.

O presidente da Comissão congratulou-se com os progressos alcançados tanto na Guiné-Bissau como no Mali, salientando que esses avanços permitiram a CEDEAO concentrar-se noutras questões que colocam em risco a segurança da região, como o extremismo e terrorismo, a pirataria marítima ou tráfico de drogas e de seres humanos.

Kadré Ouedraogo salientou ainda que a fixaçao das eleições presidenciais para 24 de novembro de 2013 na Guiné-Bissau foi um passo importante e marcou o fim da primeira fase do processo de transição que está a ser facilitado pela CEDEAO.

O novo ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Fernando Delfim da Silva, deverá participar na cimeira.

Na sequência do golpe de Estado de abril de 2012, as autoridades regionais tinham instituído um período de um ano para que a Guiné-Bissau organizasse eleições.

A CEDEAO divulgou a 21 de junho um comunicado em que reitera o apoio à transição na Guiné-Bissau e salienta que um "processo inclusivo e participativo" que envolva todas as partes é "indispensável para uma transição bem-sucedida e para a consolidação da democracia e da boa governação".

A CEDEAO exorta por isso as autoridades de transição guineenses, líderes políticos e todas as forças dinâmicas da sociedade, militares e civis, a "manterem um nível de diálogo permanente".

Isto porque a realização de eleições na Guiné-Bissau vai "pavimentar o caminho para o aprofundamento das reformas políticas, económicas e de segurança necessários para o desenvolvimento do país".

Na mesma nota, a organização congratula-se ainda com a tomada de posse de Augusto Mendes como presidente da Comissão Nacional de Eleições.

A CEDEAO é composta por Cabo Verde, Guiné-Bissau, Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Serra Leoa, Senegal e Togo.

Sem comentários:

Enviar um comentário