segunda-feira, 15 de julho de 2013

Guineenses dormem ao relento em Dakar

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Casa da Guiné-Bissau na capital senegalesa

Dakar - Várias pessoas de nacionalidade guineense estão a dormir ao relento junto à casa da Guiné-Bissau em Dakar, capital do Senegal. Esta situação deve-se à alegada compra e venda deste imóvel por uma das filhas de Amílcar Cabral, que assegura que o espaço pertence ao seu pai.

A PNN esteve no local este sábado, 13 de Julho, a acompanhar a situação, mais concretamente na Comuna de Dakar Plateau - Cité Cap Verdiense, 40 Rue Félix Eboué, onde registou as preocupações de Iaia Djalo, Presidente de Convergência de Jovens Patriota para Paz e Desenvolvimento no Senegal. O responsável afirmou que se trata de um assunto de longa data, que culminou com a expulsão dos guineenses do interior deste local.


De acordo com o jovem, o alegado comprador do imóvel nunca apresentou documentos legais da compra e venda do espaço destinado à Guiné-Bissau em Dakar. «A primeira informação que temos é que a filha de Amílcar vendeu o terreno», referiu. Djalo informou ainda que este processo aconteceu sem o conhecimento das autoridades guineenses, que tomaram as devidas diligências de reocupação do terreno.


Apesar desta falta de documentação, a PNN soube que o assunto já foi julgado no Tribunal Regional de Dakar, onde o novo inquilino foi dado como o legítimo requerente do terreno em litígio.


Maimuna Faty revelou que viveu mais de 20 anos na designada casa da Guiné-Bissau na capital do Senegal, considerando a acção de despejo como uma violação aos direitos humanos.

«Não fomos notificados por lei para abandonarmos este lugar. Fomos retirados à força pela polícia, deixados na rua e somos obrigados a pagar às pessoas para vigiar estas cargas», disse Faty.


Por seu lado, Mama Samba Balde disse que a vida é cara em Dakar, onde os homens são obrigados a passar a noite acordados, de modo a garantir a segurança das mulheres e crianças. A PNN constatou que este cidadão e outras pessoas dormem em barracas improvisadas. «Ficamos aqui, não temos garantia, nem para onde ir porque durante a noite pode haver um incêndio ou alguém nos fazer mal e pôr a vida das pessoas em perigo.»


No que se refere à alimentação, Samba Balde disse que a comida é obtida através de contribuições de cada pessoa, de modo a garantir refeições diárias para cada um.


A PNN constatou que o lugar já está em obras. Contudo, as pessoas cujos objectos se encontram na rua, continuam a sua vida em Dakar, embora algumas portas desta casa estejam encerradas.


A PNN tentou, sem sucesso, contactar o Embaixador da Guiné-Bissau no Senegal, Idrissa Embalo, para obter esclarecimentos sobre o assunto.

Fonte : PNN

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