sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Crise diplomática com Cabo Verde : LGDH apresenta prova de vida da cidadã dada como morta

Bissau - A cidadã guineense que está no centro da última crise diplomática entre as autoridades de transição da Guiné-Bissau e o Governo cabo-verdiano, dada como morta pelo Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai, declarou publicamente que está «sã e salva», esta terça-feira, 27 de Agosto.

O testemunho de Enilde Tavares Soares da Gama foi conhecido esta terça-feira, através da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), que confirmou que a cidadã está bem de saúde e se encontra na Guiné-Bissau. Estas declarações contrariam o discurso do Chefe de Estado-maior General das Foras Armadas, António Indjai, que deu a cidadã como morta sem, no entanto, ter citado o autor do crime.


Julgada e condenada em Cabo-verde e, mais tarte, expulsa daquele país, a cidadã guineense foi acompanhada, em Julho, por dois agentes da Polícia Nacional cabo-verdiana. Enide Soares da Gama esteve na origem da última crise diplomática registada na relação entre Bissau e a Praia, depois da polémica captura de José Américo Bubo na Tchuto, antigo Chefe de Estado-Maior da Armada guineense, pelas autoridades norte-americanas.


Preocupada com a sua segurança, Enide Tavares Soares da Gama solicitou uma maior protecção ao Estado guineense, esta terça-feira, e apelou à serenidade entre as autoridades de transição da Guiné-Bissau e o Governo cabo-verdiano.


«Eu vivia em Cabo-verde, presa, e voltei à minha terra. Em consequência houve polémica, envolvendo o meu país e o Governo cabo-verdiano, por minha causa. Informo, entretanto, que estou viva e graças a Deus estou bem de saúde. Peço ao Estado que me proteja e que cesse a polémica entre os dois países», referiu a cidadã guineense.


Enide Soares da Gama foi expulsa de Cabo Verde em Julho. Os dois agentes da Policia Nacional cabo-verdianos que a escoltaram foram presos pelos Serviços de Informação do Estado, sob a acusação de crimes contra a Segurança Interna e Externa do país.


A libertação dos dois oficiais aconteceu depois de uma intervenção político-diplomática, adicionada à defesa jurídica para que o Ministério Público arquivasse o processo, alegando falta de provas.

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