quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Deficientes da Guiné-Bissau pedem atenção dos serviços públicos

deficientes

A Federação de Pessoas Portadoras de Deficiência na Guiné-Bissau está sensibilizando as instituições públicas para que os seus direitos sejam tidos em conta na elaboração de políticas sociais, acabando com tabus e rituais.

Fransual Dias, presidente da federação, revelou  à agência Lusa que o objetivo é fazer com que as autoridades passem a ter na agenda as "preocupações" das pessoas portadoras de deficiência.

"Não há estratégia nacional, não há uma política de inclusão. São pessoas entregues à sua sorte. Muitos deficientes nem podem sair às ruas porque as vias estão completamente esburacadas", acrescentou.

Jurista formado pela Faculdade de Direito de Bissau, atualmente a exercer como advogado, Fransual Dias, também ele portador de deficiência motora, explicou que "ainda persistem tabus" na sociedade guineense em relação aos deficientes.

"Ainda se assiste no nosso país a situações em que crianças que nascem com deficiência congénita são alvo de rituais ancestrais", observou Fransual Dias, apontando igualmente situações de descriminação protagonizadas pelo Estado. 

O presidente da Federação de Pessoas Portadoras de Deficiência diz que a estrada principal da capital, que liga o aeroporto de Bissau ao centro da cidade, "é o paradigma da discriminação".

O tema foi discutido na segunda-feira numa audiência que Fransual Dias manteve com o ministro de transição das Infra-estruturas Públicas.

"Tanto a estrada como as passagens superiores para peões não contemplam nada que possa facilitar a vida aos deficientes. É como se não existíssemos. Foi isso que fomos dizer ao ministro, para que se tenha em conta essa realidade no futuro", assinalou.

De acordo com o presidente da federação, dados do último recenseamento geral da população de 2009 indicam que existem de pelo menos 13 mil pessoas portadoras de deficiência na Guiné-Bissau.

Angop

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