terça-feira, 13 de agosto de 2013

Liga Guineense dos Direitos Humanos alerta para caso de jovem casada à força

O caso de uma jovem de 19 anos sujeita a um casamento forçado a 27 de julho foi hoje evocado pela Liga Guineense dos Direitos Humanos numa vigília que serviu para assinalar o 22. aniversário  da organização.

Cerca de duas dezenas de ativistas da Liga, de vários pontos do país,  reuniram-se durante cerca de uma hora para denunciar situações de "violência  doméstica e impunidade", disse à agência Lusa o presidente da organização,  Luís Vaz Martins. 

Entre elas está a situação de uma rapariga que foi obrigada a casar  com um homem de mais de 50 anos, na aldeia de Dajabadá-Porto, sul da Guiné-Bissau, e que o Novas da Guiné notíciou

"Apesar das diligências das autoridades ainda não foi possível resgatar  a menina desse pretenso casamento, que ela não quer", explicou Luís Vaz  Martins, para quem o caso se configura como um caso de "sequestro" levado  a cabo pelo "pretenso marido". 

De acordo com o ativista da Liga dos Direitos Humanos, a jovem "está  em parte incerta", presumindo-se que não tenha deixado a zona da aldeia  de Djabadá-Porto. 

"A Polícia Judiciária tem tentado resgatá-la, mas sem sucesso", referiu.

"Sabe-se que o pretenso marido é um oficial da Marinha de Guerra nacional  e simplesmente desrespeitou a ordem das autoridades para a libertar", afirmou  Vaz Martins. 

O presidente da Liga diz que a organização decidiu realizar a vigília  em sinal de solidariedade com a jovem de Djabadá-Porto, mas também para  chamar a atenção para a situação de "várias outras mulheres vítimas de violência  doméstica". 

Luís Vaz Martins realçou que, apesar de aprovada a lei que criminaliza  a violência doméstica (que aguarda promulgação pelo presidente de transição),  tem sido recorrente a prática de casamentos forçados ou precoces na Guiné-Bissau.

Segundo a Liga, são apresentados diariamente 15 casos de denúncias de  violência doméstica aos órgãos de justiça e, de acordo com um inquérito  do Governo guineense, levado a cabo pelo PNUD (Programa das Nações Unidas  para o Desenvolvimento), 41 por cento das mulheres casadas no país são-no  contra a sua própria vontade. 

Lusa

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