sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Presidente cabo-verdiano "satisfeito" com libertação dos agentes detidos na Guiné-Bissau

O Presidente cabo-verdiano mostrou-se  satisfeito com a libertação dos dois polícias cabo-verdianos detidos na Guiné-Bissau, mas defendeu que o caso deve ser analisado para corrigir "eventuais falhas".

Os dois agentes cabo-verdianos que estavam detidos na Guiné-Bissau desde o dia 12 de julho, foram libertados na terça e, em declarações à Inforpress, Jorge Carlos Fonseca afirmou que a libertação foi feita "num espaço de tempo razoável".

"Imagino que para os próprios agentes, que estiveram sob regime de tensão, e para os seus familiares, isso será motivo de alegria, alívio e contentamento porque esta era uma situação que naturalmente não era muito agradável", acrescentou.

No entender de Jorge Carlos Fonseca, a libertação dos agentes foi conseguida "num espaço de tempo razoável", que demonstra que, quando todas as partes trabalham "de forma articulada, sistematizada, pondo acima de tudo o interesse de Estado, da Nação e dos cabo-verdianos" é possível conseguir "bons resultados".

"Agora iremos ter tempo para ponderarmos com serenidade e objetividade sobre o que é que aconteceu e aprendermos com esta situação, os factos, eventuais erros de modo a que, no futuro, estejamos mais bem apetrechados e habilitados a liderar com situações desta complexidade", considerou.

Instado sobre os reais motivos desta detenção, o Presidente da República limitou-se a dizer que o facto de o processo ter sido objeto de um arquivamento provisório "parece querer indicar que não haveria razões suficientes e relevantes para que houvesse a detenção".

"Mas isso não invalida a que, em processo dessa natureza depois de obtido o resultado que era o essencial, nós não nos debrucemos seriamente, com objetividade sobre como isso aconteceu, como foi possível acontecer e se chegarmos à conclusão que terá havido falhas ou erros da nossa parte devemos avaliá-los, corrigi-los para que no futuro não aconteçam casos deste género", alertou.

O Governo cabo-verdiano afirmou hoje em comunicado que os dois agentes já se encontram em Dacar, Senegal, e deverão chegar a Cabo Verde hoje às dez e meia da noite.

"O Governo regozija-se com este desfecho em que sempre acreditou, sublinhando a verdade e a boa-fé que presidiram à missão rotineira dos dois agentes que escoltaram uma cidadã guineense expulsa", refere o comunicado.

Para o executivo, para este desfecho contribuíram "os laços privilegiados existentes entre os povos da Guiné e de Cabo Verde e a confiança na capacidade das autoridades da Guiné-Bissau de, não obstante ruídos que tenham de uma forma ou de outra dificultado o processo, viabilizarem uma solução satisfatória da referida situação".

O Governo agradeceu ainda "os apoios políticos e diplomáticos de países e instituições da comunidade internacional representados na Guiné-Bissau, assim como o concurso da sociedade civil, cuja contribuição foi de inestimável valor na viabilização do diálogo que permitiu chegar à solução encontrada".

Os dois agentes cabo-verdianos foram detidos pelas autoridades guineenses no aeroporto de Bissau depois de terem acompanhado um caso de deportação de uma mulher guineense, que estivera presa em Cabo Verde.

Sem comentários:

Enviar um comentário