sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Primeiro-ministro deposto Carlos Gomes Júnior vai concorrer às presidenciais na Guiné-Bissau

O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau  disse hoje em Lisboa que vai apresentar a candidatura à Presidência do país.

"Vou ter um encontro com os jornalistas para dizer o nosso firme propósito  de regressar ao país", acrescentou Carlos Gomes Júnior afastado do poder  na sequência de um golpe de Estado organizado pelos militares em 2012. 

Gomes Júnior falava no final de uma reunião com o coordenador permanente  da Comissão Política Nacional e porta-voz do PSD, Marco António Costa, e  antes de uma conferência de imprensa marcada para o final da manhã em Lisboa.

As eleições gerais na Guiné-Bissau decorrem a 24 de novembro. 

O primeiro-ministro deposto referiu que pretende, com o seu retorno  à Guiné-Bissau "defender a democracia e as liberdades fundamentais do povo  guineense". 

"Eu retorno na legalidade constitucional, conforme foi exigido na resolução  do Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse Carlos Gomes Júnior,  sublinhando que Portugal teve, com a Comunidade do Países de Língua Portuguesa  (CPLP), "um papel muito importante" na defesa do seu Governo nas instâncias  internacionais. 

A Guiné-Bissau está a ser gerida por um Governo de transição, na sequência  do golpe militar que em abril de 2012 afastou do poder o Presidente, Raimundo  Pereira, e Carlos Gomes Júnior. 

Carlos Gomes Júnior agradeceu, em particular, ao "presidente do PSD,  o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, por todo apoio nos deram desde  quando ocorreu o golpe de Estado na Guiné-Bissau e o acolhimento que nos  foi reservado aqui em Portugal e a posição firme que o Governo português  sempre manteve na defesa dos direitos fundamentais na Guiné-Bissau". 

"Viemos para agradecer, não só ao PSD, mas ao Governo de Portugal e  ao povo português pelo acolhimento que nos deram", acrescentou, referindo-se  ainda à reunião com Marco António Costa. 

Carlos Gomes Júnior disse que o regresso à Guiné-Bissau depende de "questões  prévias", que foram colocadas a Marco Antonio Costa e ao Governo português,  que poderiam ajudar a serem defendidas junto do Conselho de Segurança das  Nações Unidas. 

"Para se fazerem eleições, é preciso que haja as liberdades fundamentais  do povo, que se possam manifestar, que os jornalistas possam circular livremente.  São estas as nossas preocupações que nós gostaríamos que o Governo português  continuasse a ajudar", indicou ainda. 

São já conhecidas outras duas candidaturas às presidenciais de 24 de  novembro: a do antigo ministro da Educação da Guiné-Bissau Tcherno Djaló  e a do antigo diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa  (CPLP), Hélder Vaz. 

O economista guineense Paulo Gomes já disse que até final do mês de  agosto decidirá se se apresenta como candidato às eleições gerais de 24  de novembro na Guiné-Bissau. 

Lusa

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