quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Primeiro-ministro deposto sem segurança adicional do Estado - governo de transição

Bissau, 13 ago (Lusa) - O porta-voz do governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, negou hoje a possibilidade de ser disponibilizada segurança adicional ao primeiro-ministro deposto, Carlos Gomes Júnior, quando este voltar ao país.

Fernando Vaz falou aos jornalistas à saída da Assembleia Nacional Popular e foi a primeira voz do governo de transição a comentar as declarações de Carlos Gomes Júnior prestadas em conferência de imprensa, em Lisboa, na quinta-feira.

O governante deposto anunciou que vai regressar à Guiné-Bissau, sem anunciar data, para concorrer à Presidência da República nas eleições gerais marcadas para 24 de novembro.

Carlos Gomes Júnior encontra-se exilado em Portugal na sequência de um golpe de Estado a 12 de abril de 2012, num momento em que também concorria ao cargo de Presidente e em que já tinha vencido a primeira volta das eleições, cujos resultados foram contestados por cinco candidatos.

"Garantimos a segurança, como já o dissemos várias vezes, como o Estado garante a qualquer cidadão", referiu hoje Fernando Vaz.

"Carlos Gomes Júnior não é um cidadão diferente: é igual a todos os cidadãos nacionais", ou seja, "é-lhe garantida a mesma segurança que é garantida aos outros", acrescentou o também ministro da presidência do Conselho de Ministros.

Para Fernando Vaz, o governo de transição não se deve pronunciar sobre a anúncio do regresso ao país feito por Carlos Gomes Júnior, mas diz-se preocupado por o primeiro-ministro deposto ter já antecipado aos jornalistas que vai ganhar as eleições com 80 por cento de votos.

Na conferência de imprensa, em Lisboa, Carlos Gomes Júnior, manifestou-se confiante: "Eu não vou ganhar as eleições com 49 por cento, vou ganhar com 80 por cento desta vez", referiu, por comparação com o resultado que tinha conseguido na primeira volta de 2012.

"A questão é que ele já sabe que vai ganhar com mais de 80 por cento: penso que isso é um mau prenúncio, penso que as coisas devem ser transparentes, não deve haver um ganhador antecipado", destacou Fernando Vaz.

O porta-voz do Governo de transição diz mesmo que a comunidade internacional devia condenar as declarações de Carlos Gomes Júnior.

"Se há uma pessoa que sabe antecipadamente que vai ganhar as eleições, não vale a pena irmos a eleições", frisou o porta-voz do Governo e recentemente eleito presidente da União Patriótica Guineense (UPG), partido sem representação parlamentar.

MB/LFO // PJA

Lusa

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