sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Ramos Horta: "O tráfico de drogas é um problema sério"

Rádio ONU: Qual é a sua mensagem ao Conselho de Segurança sobre a situação em Guiné-Bissau?

Ramos Horta: A minha mensagem é que há esperança. Houve alguns passos pequenos, as coisas estão voltando ao lugar desde a minha chegada. Estou trabalhando bem de perto com organizações regionais como a Cedeao, a União Africana, a Cplp, a União Europeia e os parceiros da ONU.

Estamos desenhando uma visão e estratégia conjuntas sobre como assistir a Guiné-Bissau neste rápido processo de transição para eleições, que esperemos, ocorra em Novembro. Tem que haver um governo mais inclusivo. Isso pode ocorrer nos próximos dias, uma semana ou duas. Isso ajudaria a estabelecer as bases para que a União Africana levantasse a suspensão da Guiné-Bissau como membro do bloco. Na verdade, a União Africana fez a coisa certa, assim como também foi o caso da União Europeia e da Cplp. Hoje, no século 21, não se pode dar um golpe de Estado e esperar que o resto do mundo não note, e que tudo continue do mesmo jeito.

Não. Houve uma reacção forte, e previsível, da União Africana. E isso deve ser louvável. Isso seria impensável 30 anos atrás. Havia tantos golpes de Estado na África. Mas hoje, há menos porque os africanos estão impondo padrões. Foi totalmente correto. Isso encorajou os líderes políticos na Guiné-Bissau, que não se envolveram no golpe militar; mas isso está levando a acelerar, a intensificar os esforços para o diálogo e promover discussões em todos os níveis para uma visão comum. Então, esperamos que haja um governo inclusivo, muito em breve, as eleições em Novembro.

Nem tudo é negativo ou crime organizado na Guiné-Bissau. Fora disso, existem as pessoas da Guiné-Bissau. É um país muito multiétnico, multi-religioso e multicultural. Nunca houve violência étnica na Guiné-Bissau, você nunca viu comunidades se matando, jovens saqueando prédios públicos e lojas, assassinatos, roubos. Os guineenses são pessoas fabulosas. E isso sempre me deixou maravilhado. Então, eu tenho esperança de que teremos uma Guiné-Bissau diferente no próximo ano.

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