quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Um grupo de 74 sírios retidos no aeroporto de Lisboa pedem asilo político a Portugal

Tentaram pedir asilo em Bissau, mas foram mal recebidos e obrigados a entrar num avião da TAP em direção a Lisboa

A crise síria bate à porta do Aeroporto de Lisboa e pode traduzir um novo incidente diplomático com um país lusófono. A TAP terá sido obrigada pelas autoridades da Guiné-Bissau a transportar para Lisboa 74 cidadãos sírios, alegadamente com passaportes falsos. De acordo com o “Diário de Notícias”, o caso foi analisado pelo Governo português.


O Ministério dos Negócios Estrangeiros Português pretende o envolvimento da União Europeia numa tomada de posição, por considerar um incidente diplomático “muito grave” e “delicado”.


O jornal avança esta quarta-feira que as autoridades da Guiné Bissau terão obrigado a tripulação de um voo da TAP com destino a Lisboa a embarcar nacionais sírios com documentos ilegais. Entre o grupo há 20 menores, inclusive algumas crianças de colo, e uma mulher grávida.

O grupo terá saído da Síria em direção a Marrocos e dali viajaram para a Guiné. Já em Bissau, tentaram pedir asilo, mas foram mal recebidos e obrigados a entrar à força no avião da TAP, rumo a Portugal.


Todos afirmam ter nacionalidade síria e alguns apresentaram mesmo fotocópia da página biográfica de passaportes sírios. No grupo há 38 homens, 15 mulheres e 21 crianças, a mais nova com apenas 3 meses.


«São setenta e quatro cidadãos estrangeiros, que compõem várias famílias, e que solicitaram asilo político a Portugal», revelou o SEF em comunicado esta noite.


«Os agora requerentes de asilo vão entrar em território nacional e ficar alojados em instalações disponibilizadas pela Segurança Social enquanto decorre o período de instrução dos respetivos pedidos», pode ler-se ainda.


Esta manhã o SEF informou, através de comunicado, que tinham sido detetados 74 «cidadãos estrangeiros portadores de passaportes com fortes indícios de falsificação. «No âmbito das suas competências e no estrito cumprimento da lei, o SEF prossegue todas as diligências necessárias no sentido de avaliar e decidir relativamente à situação destes passageiros», acrescenta o comunicado.


O voo TP202 da TAP proveniente de Bissau, na Guiné-Bissau, chegou a Lisboa às 06:33.


Autoridades de Bissau nada detetaram nos passageiros
Entretanto, as autoridades da Guiné-Bissau disseram, hoje, não ter detetado nada de errado nos 73 passageiros.


Mamadu Cassama, diretor-geral adjunto do SEF guineense, confirmou que se trata de portadores de passaportes turcos.


Mamadu Cassama disse que chegaram a Bissau em dois grupos, há alguns dias, oriundos de Marrocos, país em que 20 deles obtiveram visto de entrada na Guiné-Bissau.


Os restantes não tinham visto, alegando estar em trânsito (sem poder sair do aeroporto) em Marrocos, pelo que pediram vistos de turista ao chegar a Bissau, os quais lhes foram concedidos.


Segundo Mamadu Cassama, não havia nada que «os impedisse de entrar» no país. Na segunda-feira «quiseram sair de novo».


«Verificámos que os passaportes estavam legais» e que «já tinham feito o "check-in" para o voo da TAP através da Internet», referiu, remetendo outras responsabilidades para a companhia aérea.


Mamadu Cassama reconhece que a Guiné-Bissau faz o controlo de entradas e saídas com «limitação de meios», mas recusa falar de «fragilidades» no sistema. «Nós fazemos o nosso controlo devidamente como qualquer país no mundo», concluiu.

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