terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Governo anuncia implementação de programas de desenvolvimento

Bissau – O Primeiro-ministro da Guiné-Bissau elegeu o ano 2015 como o ano do início da implementação do programa de desenvolvimento para a Guiné-Bissau.



Em conversa com os jornalistas, momentos antes da última reunião do Conselho de Ministros referente ao ano 2014, Domingos Simões Pereira destacou os eixos definidos para apresentação dos resultados da governação que para além do empenho do seu Governo, incluem também melhorias das infra-estruturas, industrialização do país e desenvolvimento urbano da Guiné-Bissau.

Como exemplo, o Chefe do executivo anunciou que a cidade de Bafatá leste, as cidades de Bolama no Sul do país e a cidade de Cachéu no norte serão objecto de investimentos importantes para a transformação do meio urbano que prevê saneamento básico, promoção imobiliária, transportes e equipamentos colectivos, escolas e hospitais. “2015 pode e deve ser decisivo para concretização do programa do Governo e do desenvolvimento. Será fundamental dar sinais concretos de resultados que vão reestruturar a economia nacional”, disse Simões Pereira.

O primeiro-ministro disse também que tendo em conta a importância destes desafios será necessário um amplo consenso nacional para que o país possa mobilizar investimentos estrangeiros de vulto, por esse motivo a fiscalidade interna vai merecer uma atenção especial o que vai igualmente dispensar um acompanhamento de capacidade de compra da população através de controlo dos preços dos produtos da primeira necessidade.

“A Guiné-Bissau este ano vai precisar de particular atenção e de um empenhamento determinado de todos os seus filhos, mais trabalhos, mais empenho, mais produtividade, mais disciplina, mais rigor, mais controlo e mais Guiné-Bissau”, frisou chefe do Governo guineense.

Simões Pereira lançou também um apelo a todos os órgãos de soberania para melhorarem a coordenação dos esforços de forma a atingir os objectivos de combate a pobreza e promover o desenvolvimento.

O primeiro-ministro anunciou ainda operacionalizar o programa de governação e a Carta Política Sectorial, convocar e realizar as reuniões de Conselhos de Ministros sectoriais, elaborar e aprovar os programas de desenvolvimento regional, criar plataforma de comunicação do Governo e a divulgação de todos os elementos de interesses público, assim como operacionalizar o domínio superior da Guiné-Bissau na internet (gw), como forma de identificação de todas comunicações oficiais do estado.

Simões Pereira reconheceu algumas dificuldades sentidas em 2014, assim como o processo das eleições Gerais que tive lugar no país assim como o Congresso de Cachéu que ditou a sua eleição ao cargo do presidente do Partido Africano da Independência da Guine e Cabo Verde (PAIGG).

Obama repõe Guiné-Bissau no programa de livre comércio dos EUA com África

Sinal de normalização das relações da Guiné-Bissau com a comunidade internacional, dois anos depois de o país ter sido afastado de relações económicas e diplomáticas
Presidente Barack Obama e a Primeira-dama Michelle Obama com José Mário Vaz, Presidente da República da Guiné-Bissau, e a Primeira-dama Rosa Teixeira Goudiaby Vaz, na Sala Azul por ocasião do jantar na Casa Branca, pela Cimeira Estados Unidos/ Líderes AfrPresidente Barack Obama e a Primeira-dama Michelle Obama com José Mário Vaz, Presidente da República da Guiné-Bissau, e a Primeira-dama Rosa Teixeira Goudiaby Vaz, na Sala Azul por ocasião do jantar na Casa Branca, pela Cimeira Estados Unidos/ Líderes Africanos
O Presidente americano, Barack Obama, decidiu recolocar a Guiné-Bissau no programa de livre comércio dos Estados Unidos da América com África.

A partir de 1 de Janeiro, a Guiné-Bissau está de volta ao programa AGOA - African Growth Opportunity Act -, que permite que produtos de alguns países africanos, que cumprem normas boa governação, tenham acesso livre de tarifas ao mercado dos Estados Unidos.

Em Janeiro deste ano a Guiné-Bissau tinha sido excluída do grupo de 47 países convidados a participar na Cimeira Estados Unidos - África, devido à "preocupação com a subversão da ordem democrática" no país.

Esta readmissão no AGOA representa para a Guiné-Bissau um importante passo, surgindo numa altura em que o país se prepara para um ano decisivo de colheita de caju, o principal produto de exportação e fonte de divisa país.

Por outro lado, a entrada no AGOA é também um sinal de normalização a nível diplomático.

Agricultura e pescas são prioridades na Guiné-Bissau diz Presidente José Mário Vaz

José Mário Vaz, Presidente da Guiné-BissauNo seu discurso de fim do ano, o No seu discurso de fim do ano, o Presidente José Mário Vaz criticou a forma como têm sido geridas as receitas da exploração dos recursos naturais, que não se refletem no Orçamento Geral do Estado.criticou a forma como têm sido geridas as receitas da exploração dos recursos naturais, que não se refletem no Orçamento Geral do Estado.

O Presidente José Mário Vaz citou o caso da areias pesadas de Varela (norte da Guiné-Bissau) exploradas por uma empresa russa, cuja gestão não tem sido transparente "ninguém sabe quantas toneladas foram extraídas, quanto foi pago de taxa e quanto foi exportado...apesar de na prática assistirmos ao movimento de camiões, não sabemos onde estão as taxas, uma vez que não estão reflectidas no Orçamento Geral do Estado".

José Mário Vaz voltou a insistir no facto de a Guiné-Bissau não estar ainda preparada, para iniciar a exploração dos seus recursos minerais, por falta de quadros e de legislação adequada e defendeu que a prioridade deve ser o desenvolvimento dos sectores das pescas e da agricultura.

Presidente da ANP destaca importância da comunicação social

Bissau – O Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, destacou esta segunda-feira, 29 de Dezembro, a importância da imprensa como um serviço de interesse público.

Em declarações, durante um encontro que manteve com os representantes de órgãos de comunicação social, Cipriano Cassamá sublinhou ainda a importância de todos os trabalhadores da imprensa na difusão de informação e conhecimento contribuindo para o aprofundamento da democracia e progresso social, formação de uma opinião pública informada e esclarecida, promoção de diálogo entre o poder público e a população.

O responsável da ANP disse também que não há democracia sem liberdade de expressão. “Não há democracia sem verdadeira liberdade de expressão em todas as suas manifestações e é esta liberdade de expressão que é potenciada pelos órgãos de comunicação social, pelo profissionalismo e pela vigilância dos jornalistas, pela fidelidade das linhas editoriais de cada órgão de comunicação social aqui presente”, disse Cassamá.

Em relação à independência dos órgãos de comunicação social, Cassamá disse que não se pode falar da liberdade de imprensa sem a sua independência face as instituições políticas e outros poderes da sociedade guineense.

Durante o encontro, intitulado “aproximação entre casa parlamentar e a classe jornalística”, o responsável da ANP informou que a reunião não se justificou apenas por se tratar de uma quadra festiva que marca o fim do ano, apelando a todos para que em conjunto observem o que foi o ano político que agora termina. “Este olhar não deve apenas ser de aprovação, mas deve ser também de críticas, o que pretendo que não seja feito neste encontro de convívio”, disse.

Foi o primeiro encontro desta natureza entre a imprensa com Presidente da Assembleia Nacional Popular guineense.

Destaque : Governo homenageia mais de 70 personalidades

O Governo da Guiné-Bissau distinguiu no domingo mais de 70 personalidades da música, desporto, artes, ciências, cinema, moda e comunicação social, numa iniciativa que o primeiro-ministro do país diz ser para continuar nos próximos anos.

Governo da Guiné-Bissau homenageia mais de 70 personalidades

Domingos Simões Pereira afirmou que a homenagem que fez aos guineenses dos mais diversos ramos de atividades "é o primeiro passo para a mudança em termos de valorização daqueles que se destacam" na sociedade.

O primeiro-ministro, que prometeu estudar ao nível do Governo a institucionalização da data de 28 de dezembro para homenagear "os melhores" guineenses, disse que a consagração serve também para demonstrar o outro lado do país, "que não é só de conflitos".

Entre os premiados na primeira gala nacional da 'Guineendadi' (expressão do crioulo que quer dizer originalidade, autenticidade guineense), estão o sociólogo, economista e investigador Carlos Lopes, secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África, homenageado com o prémio de carreira e mérito internacional.

A mesma distinção também foi dada ao estilista Armando Cabral, à atriz Jacqueline Camará, ao médico Plácido Cardoso, ao músico Manecas Costa, ao sociólogo Carlos Cardoso, à médica Magda Cruz, quadro sénior da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao futebolista Bocundji Cá e ao economista Paulo Gomes.

A banda musical Tabanka Djaz recebeu também o prémio de carreira e mérito internacional, bem como Nolam Sampa, considerado estudante revelação no Brasil em 2014.

Os músicos Binhan e Karyna Gomes receberam o prémio de intérpretes de destaque, enquanto os artistas Justino Delgado, Dulce Neves e Sambala Kanuté, entre outros, receberam prémios de mérito, bem como o antigo árbitro Gregorio Badupa, o antigo futebolista Armando Miranda (Machissa) e a escritora e atual ministra Odete Semedo.

A rádio da Igreja Católica Sol Mansi foi considerada a emissora de destaque nacional assim como a sua jornalista, Anabela Bull.

A estilista Conceição Carvalho, o realizador Rui Gomes, o hotel Azalai bem como os lutadores Quintino Ntip, Augusto Midana e Jacira Mendonça, assim como a judoca Tacina Baldé, também foram premiados.

Desde a independência do país, em 1973, esta é a primeira vez que por iniciativa do Governo são agraciados os guineenses que se destacaram, defendeu Vicente Fernandes, secretário de Estado do Turismo, uma das entidades organizadoras do gala que decorreu num hotel de Bissau.

CARTA ABERTA À MINISTRA DA EDUCAÇÃO de Ocante Té

Para todo e qualquer cidadão Guineense que se preze é inconcebível que tenha sido em vão o sangue derramado em nome de uma mudança, tantas vidas ceifadas para que hoje a velha pratica de compadrio e oportunismo venha à tona.

Existem entidades que desempenham cargos públicos, não para servirem a Nação mas sim os seus próprios interesses.

E sabido que sem educação e ensino nunca haverá progresso, questiono-me sobre o método aplicado no Ministério da Educação, senão vejamos :

1- Foi realizada  uma Formação designadamente para professores universitários, que decorreu de 05 a 18 de Novembro de 2014,  os verdadeiros beneficiados e selecionados pela tutela foram na realidade os amigos da Senhora Ministra que por incrível que pareça nem professores universitários são, com qual objetivo terão participado, parece que fica claro e por demais evidente que teria sido o objetivo financeiro.

2- A nomeação de directores e responsáveis das instituições que este ministério tutela, fez-se evidentemente dentro do circulo intimo de amigos da Senhora Ministra e do seu marido, como bem frisou no dia da investidura e passo a citar ‘ este é o amigo do meu marido e este é o meu ou a minha amiga de longa data’ sem fazer qualquer alusão aquilo que normalmente é exigido para o desempenho de um cargo publico que são as habilitações requeridas  e a competência.

3- A Senhora Ministra tinha sido nomeada como reitora da universidade Amílcar Cabral, durante todo esse tempo a universidade não abriu as suas portas, a razão prende-se pelo facto de carência de idoneidade.

4- A vida publica necessita de competência, credibilidade e pleno sentido de responsabilidade, já chega de eu quero, posso e mando, mesmo obstruindo os interesses superiores da Nação.

5- Um organismo reputado como a  UEMOA mandou realizar um trabalho na perspectiva de melhorar o ensino superior da Guiné-Bissau, trabalho esse que foi feito com competência e rigor, mas que até agora continua na gaveta, obviamente que a evolução do ensino superior não faz parte das prioridades do ministério.

Quando se assume um posto publico, no mínimo  espera-se que seja para fazer avançar e não para entravar, como é o que se constata actualmente.

A ilustrar temos como exemplo o secretário de estado do ensino superior o Senhor Fernando Gomes Dias, desde que tomou posse os seus discursos batem sempre na mesma tecla, ao invés de envidar esforços no sentido de inovar com projetos que impulsionem o ensino superior que é o motor de desenvolvimento e que o nosso país muito carece.

6- O Diretor geral do ensino superior ao participar no debate radiofónico, defendia o encerramento das instituições privadas, dizendo que não têm condições para continuarem a funcionar, estamos perante a maior contradição porque existe uma instituição que é a faculdade de medicina gerida pelos cubanos que funciona  desde há anos sem preencher os requisitos não possuindo nem material necessário para as aulas praticas  que essas instituições privadas possuem e no entanto nunca foi alvo de ameaças de encerramento, o que prova que temos dois pesos e duas medidas, só se inquieta aqueles com quem a Senhora Ministra não tem afinidade .

No decorrer do debate e depois da afirmação do Diretor  geral do ensino  superior o Senhor Fodé Mané, os outros participantes discordando da sua visão, o que muito o exaltou, ao ouvir dizerem-lhe que não é encerrando instituições de ensino como era a sua intenção que se desenvolve o país, antes pelo contrario é deixando trabalhar aqueles que dão provas de que o fazem com a devida competência, que a qualidade do ensino superior  poderá melhorar, aliás é mesmo esse o objetivo da UEMOA.

  No encontro  de ministros do ensino superior  e  investigação em Ouagadougou no Burkina Faso em 16 de outubro de 2014, salientaram a importância das instituições privadas para a evolução do ensino superior, encorajando os Estados membros a dar o devido apoio a estas instituições que têm um rolo primordial para  melhorar e facilitar o acesso ao ensino superior  para assim se atingir os objetivos do desenvolvimento em geral e da Educação para todos em particular, colmatando os efeitos nefastos do insucesso da planificação nas instituições públicas.

Realça-se que o ritmo escolar no ano letivo de 2013-2014, foi completamente desordenado pela actual ministra que decidiu prolongar o ensino publico até Janeiro de 2015, sabendo-se que o ensino superior se iniciou em Outubro privando assim os alunos de ingressarem no ensino superior, ou então esta à espera dos planos curriculares que exigiu a todas as instituições privadas talvez para plagiar e adaptar na universidade que nunca conseguiu pôr a funcionar, mas é preciso cuidado porque poderá ser acusada com o seu staff de plágio  e terem de responder em tribunal, ao que a Senhora Ministra já vem estando habituada, porque já tem um processo no tribunal por levantamento abusivo de dinheiro no valor de trezentos milhões de FCFA  durante o governo de transição antes do golpe de doze de Abril de 2012.

Ocante Té

sábado, 27 de dezembro de 2014

Fundo Mundial doa mais de 30 milhões de euros para tratamento da malária e tuberculose

O Fundo Mundial vai apoiar a Guiné-Bissau com mais de 30 milhões de euros com vista ao tratamento da malária, tuberculose e SIDA, informou o presidente da Comissão de Coordenação Multissectorial (CCM) de combate a estas enfermidades.Fotografia de arquivo (foto D.R.)


«O Fundo Mundial (FM) requer a participação de todos os beneficiários, incluindo os doentes, a fim de preencher as lacunas existentes nas áreas de intervenção e reforçar a capacidade de supervisão e acompanhamento», explicou Mamadú Bá, em declarações à ANG, à margem da conferência «Diálogo Nacional» sobre a Nota Conceptual da Malária e Apreciação do Plano Estratégico Nacional (PEN) e Tuberculose, acrescentando que para a obtenção deste fundo, o governo deve investir dois milhões de euros em infra-estruturas sanitárias.

Mamadú Bá considerou ainda que a Guiné-Bissau, apesar de ter quadros e técnicos suficientes na área da saúde, debate-se com a falta de enquadramento.

«Se o sistema de avaliação da CCM for negativo e o governo não demonstrar vontade de participar, então o país não beneficiará do apoio financeiro prometido pelo FM para tratamento e seguimento dos doentes de SIDA, malária e tuberculose», disse.

UE doa 8 milhões de euros para apoiar grávidas e crianças

A União Europeia anunciou  disponibilizar oito milhões de euros, para apoiar o acesso a cuidados de saúde a mulheres grávidas e crianças em cinco das nove regiões da Guiné-Bissau, durante um período de vinte e sete meses.

O encarregado de negócios da União Europeia em Bissau, Hannes Hauser, assinou com o governo guineense um protocolo para permitir a compra de medicamentos e o fornecimento de serviços básicos em 50 centros de saúde na Guiné-Bissau, onde durante 27 meses, mulheres grávidas e crianças serão gratuitamente atendidas, em regiões remotas que distam de mais de 5 kms dos centros de saúde.

Esta iniciativa visa ajudar a Guiné a cumprir em termos de saúde os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), dado que actualmente menos de metade dos partos têm lugar em estruturas adequadas, apenas uma em cada três crianças que vive em zonas rurais tem acesso a antibióticos em caso de suspeita de pneumonia, o que contribui para a importante taxa de mortalidade materno-infantil no país.

Por decisão recente do governo guineense as consultas médicas às grávidas e crianças são gratuitas, mas os custos dos medicamentos e de transporte são elevados, o que dificulta o acesso de grande parte da população aos cuidados de saúde.

Presidente guineense promete "luta contra insuficiência alimentar" em 2015

O presidente guineense, José Mário Vaz, prometeu "uma luta contra insuficiência alimentar" em 2015 contando com os jovens do país para que também possam ter emprego remunerado.

Presidente guineense promete luta contra insuficiência alimentar

José Mário Vaz fez este anúncio no jantar do Natal com os funcionários da presidência da Republica aos quais desejou boas festas que também estendeu a todos os guineenses apelando-os para o reforço do trabalho em 2015.

"Vamos desencadear uma luta contra a insuficiência alimentar na nossa terra, vamos produzir alimentos para o nosso consumo, sobretudo o arroz", afirmou o chefe de Estado guineense que conta com a juventude do país para o que diz ser "um desafio nacional".

Dados do ministério da Agricultura apontam que atualmente a Guiné-Bissau produz cerca de 11 mil toneladas de arroz (base da dieta alimentar no país) por ano, uma quantidade insuficiente para o consumo nacional.

Por ano a Guiné-Bissau consome cerca de 229 mil toneladas do arroz, sendo que grande parte do cereal é importado dos países do sudoeste asiático uma situação que o presidente do país quer começar a inverter já a partir do próximo ano.

José Mário Vaz apelou aos jovens do país para que "não deixem passar" a sua presidência sem promoverem "uma verdadeira mudança" na Guiné-Bissau a começar pela produção de alimentos e criação do emprego.

Exortou também aos jornalistas para que denunciem "as más práticas" dos governantes desde que tenham provas dos factos para desta forma combater a cultura da impunidade, corrupção e do medo dos dirigentes que disse existir no país.

O chefe de Estado guineense defendeu que o medo "tem que acabar" na Guiné-Bissau.

Elogiou igualmente "o bom trabalho" que afirma estar a ser desenvolvido pelo novo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Biaguê Nan Tan, para "pacificação da sociedade castrense" em particular e o país em geral.

José Mário Vaz prometeu que 2015 será um ano de "muito trabalho" para os guineenses.

EAGB com 17 megawatts para fornecer luz e água na capital

A empresa Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB) conta com 17 megawatts para o fornecimento de luz e água na capital guineense, num período de 12 meses.

No Domingo passado, 21 de Dezembro, o Governo recebeu das mãos da empresa da Escócia, «Aggreko», dez megawatts para complementar os sete que estavam em funcionamento na central eléctrica de Bissau.

Falando no acto da recepção, em representação do Chefe do Executivo, Mário Lopes Rosa, ministro dos Negócios Estrangeiros, disse que o acto é a concretização da promessa do seu Governo, que tinha garantido que até ao final de 2014 a capital passaria a ter mais 15 megawatts.

«Isso é correcto. Foi uma promessa do Governo e está a ser concretizada. É evidente que o país teve durante vários anos problemas de energia, e estamos convencidos, na véspera de Natal, que a maior prenda que o Governo poderá dar ao povo da Guiné-Bissau é esta dinâmica de energia que vai completar, no mínimo, os 17 megawatts. Isso é uma revolução autêntica na Guiné-Bissau» disse o governante.

Para o ministro da Energia, Florentino Mendes Pereira, a recepção de 10 megawatts é a prova de que o Governo está a trabalhar para a concretização das promessas feitas aos cidadãos de Bissau.

«Este projecto foi concretizado na sequência de um concurso público internacional que o Governo realizou.

Entretanto a empresa ´Aggreko´ é que foi retida» disse o governante, tendo anunciado que o Executivo guineense, através do Ministério da Energia está, neste momento, a construir uma nova central eléctrica em Bôr, com 25 megawatts, e que durante 12 meses de funcionamento desses novos grupos de geradores recém-chegados vão ter a nova central concluída para fornecer luz e água em Bissau.

«Até ao final da Legislatura o Governo vai continuar a diligenciar, porque o nosso objectivo é construir uma central de 55 megawatts em Bôr», referiu.

Questionado sobre a falta dos contadores pré-pagos, Florentino Mendes disse «tudo o que diz respeito à parte comercial está a ser tratado. Daqui até Janeiro vamos receber cerca 11 mil contadores pré-pagos», avançou.

Guiné-Bissau terá companhia aérea de bandeira em 2015 declarou João Bernardo Vieira

O secretário de Estado dos Transportes e Comunicações da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira, declarou hoje que em 2015 o país vai constituir a sua própria companhia de aviação civil.

"Pessoalmente acredito que tal será uma realidade e quero que todos os que fazem parte da secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações também tenham essa convicção como um desafio a vencer", exortou Bernardo Vieira na abertura de um seminário sobre a reforma do código de aviação civil.

Atualmente a Guiné-Bissau não possui companhia de aviação de bandeira.

Com Portugal, as ligações aéreas são asseguradas pela empresa EuroAtlantic através de um acordo comercial que prevê um pagamento das autoridades guineenses por cada voo realizado. João Bernardo Vieira declinou hoje especificar o valor desse pagamento.

Para além da EuroAtlantic, o aeroporto de Bissau é atualmente servido pelas transportadoras Senegal Airlines (Senegal), Royal Air Maroc (Marrocos) e Asky (companhia privada que liga alguns países da Africa Ocidental).

O secretário de Estado dos Transportes e Comunicações afirmou ainda que antes da criação de uma companhia de aviação de bandeira a Guiné-Bissau deve instituir um novo código aéreo porque o existente data de 1985.

Cineasta Flora Gomes homenageado pela primeira vez na Guiné-Bissau

O cineasta Flora Gomes, o mais conhecido da Guiné-Bissau, foi homenageado em Bissau numa gala organizada por jovens do movimento Ação Cidadã que o realizador diz ser "uma nova luz" para o futuro do país.

Flora Gomes homenageado pela primeira vez na Guiné-Bissau

A homenagem ao realizador, único guineense com cinco longas-metragens no palmarés, juntou amigos, familiares, veteranos da luta armada pela independência do país, políticos, académicos e colegas da profissão.

Todos deixaram palavras de elogio a Flora Gomes, que, segundo Paulo Gomes, antigo candidato à presidência da Guiné-Bissau se trata "de um monstro sagrado da cultura e arte" guineense que merece "o carinho e admiração de todos".

Para o veterano de luta pela independência, Manuel dos Santos "Manecas", o realizador Flora Gomes "é um dos grandes construtores do sonho guineense" através dos seus filmes que "engrandecem o nome da Guiné-Bissau".

O último filme de Flora Gomes, o "Republica di mininus" (Republica das Crianças), uma ficção sobre a vida num país governado por crianças, foi rodado em Moçambique, pelo que foi o mote para o representante da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para Infância) na Guiné-Bissau, Abubacar Sultan, pegar para enaltecer "a grandeza da obra" de Flora Gomes por trazer para o cinema "um tema atual em quase todos os países africanos".

O filho Lenart e a mulher Cândida Gomes agradeceram a homenagem a Flora Gomes que dizem ser "um visionário" pelos temos que retrata mas que muitas das vezes é incompreendido no seu próprio país.

A própria esposa de Flora Gomes diz que quase sempre vê os filmes do marido durante "muito tempo" até perceber o alcance das obras que vão da epopeia da luta armada pela independência, as dificuldades no processo de construção de um pais recém-independente, a desmatação da floresta, a importância da música na vida de um africano e as guerras africanas num país governado por crianças.

Visivelmente emocionado, o realizador agradeceu os jovens do movimento Ação Cidadã que diz serem "uma nova luz" para o futuro da Guiné-Bissau pelo facto de serem os primeiros a homenageá-lo volvidos mais de 40 ano desde que vem contando histórias do país através do cinema.

"Depois de tanto silêncio no meu país, até começava a pensar que os guineenses não vêm o que eu e outros realizadores fazemos", afirmou Flora Gomes que já foi homenageado na Tunísia, no Egito, em França nos Estados Unidos, entre outros países.

Flora Gomes, de 64 anos, já realizou até aqui cinco filmes: Mortu Nega, Olhos Azuis de Yonta, Po di Sangui, Nha Fala e República di Mininus, além de vários documentários.

sábado, 20 de dezembro de 2014

COMUNICADO DE IMPRENSA : O BOAD prevê realizar empréstimos a médio e longo prazo de mais de 1100 mil milhões de francos CFA durante os próximos 5 anos

unnamed (4)Será dada uma ênfase particular à prospeção de cofinanciamentos, à obtenção de créditos e à promoção de parcerias público-privadas.

COTONOU, Benin, December 17, 2014/African Press Organization (APO)/ -- O Conselho de Administração do Banco de Desenvolvimento da África ocidental (BOAD) (http://www.boad.org/) realizou a sua 95.ª sessão ordinária a 15 de Dezembro de 2014, em Cotonou, sob a presidência do senhor Christian ADOVELANDE, Presidente do Conselho de Administração, Presidente do BOAD.

Após ter adotado a ata da 94. A reunião realizada em Lomé a 23 de setembro de 2014, o Conselho examinou e aprovou as perspetivas financeiras atualizadas (PFA) 2014-2018, assim como o projeto de programa orçamental 2015-2017.

As PFA fixam os níveis de atividade por domínio de intervenção, estimam os volumes de recursos financeiros necessários à cobertura dos compromissos assumidos e definem as condições de intervenção do Banco.

Durante o período de 2015-2018 o BOAD pondera as aprovações de empréstimos a longo e médio prazo no valor de 1100 mil milhões de francos CFA. Este número não inclui o Fundo de desenvolvimento para a energia (FDE) elaborado pela UEMOA e gerido pelo BOAD.

Os níveis de intervenção previstos para um período de cinco anos são de 217 mil milhões de francos CFA para os empréstimos a curto prazo, de 48,9 mil milhões de francos CFA para as tomadas de participação, e de 20 mil milhões de francos CFA para a garantia. Será dada uma ênfase particular à prospeção de cofinanciamentos, à obtenção de créditos e à promoção de parcerias público-privadas.

A mobilização de recursos será uma das prioridades, a fim de permitir à instituição melhor acompanhar os Estados nos seus ambiciosos programas de desenvolvimento. O BOAD deverá assim mobilizar, até 2018, recursos de empréstimos e recursos próprios num montante mínimo de 1500 mil milhões de francos CFA. Neste âmbito, o Banco prevê recorrer ao mercado regional de capitais, para obter cerca de 725 mil milhões de francos CFA ao longo de quatro anos, e recorrer ao mercado financeiro internacional para a obtenção de um empréstimo de 250 mil milhões de francos CFA.

A elaboração das PFA realizou-se num contexto marcado especialmente pela adoção, durante o mês de setembro, do novo plano estratégico 2015-2019, cujo âmbito é de fazer do BOAD «um banco de forte desenvolvimento, para a integração e a transformação económicas da África Ocidental». Esta visão encontra-se definida através de quatro grandes linhas:

•          Acelerar a integração regional através de um financiamento sustentado das infraestruturas;

•          Apoiar o crescimento, incluindo a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável;

•          Acompanhar as empresas e os Estados, desenvolver a necessária engenharia do financiamento e dos serviços;

•          Aprofundar o processo de mobilização e de recursos.

O programa orçamental de 2015-2017 adotado pelo Conselho foi elaborado em conformidade com as orientações contidas no Plano Estratégico e nas PFA.

Para além disso, os Administradores aprovaram quatro proposições de empréstimo de um montante global de 44 mil milhões de francos FCA:

•          Ordenamento de 8000 hectares do aterro de Kandara na zona de Djenné (Mali).  Montante: 10 mil milhões de francos CFA.

•          Saneamento das águas residuais e drenagem das águas pluviais da cidade de Fatick (Senegal). Montante: 9 mil milhões de francos CFA.

•          Ordenamento e alcatroamento da estrada de Adzopé-Yakassé Attobrou (Costa do Marfim). Montante: 10 mil milhões de francos CFA.

•          Pavimentação de ruas e saneamento das cidades de Bembéréké, Bonou, Bopa, Dogbo, Ifangni, Kalalé, Karimama, Tanguiéta, Zakopta e Zè (Benim). Montante: 15 mil milhões de francos CFA.

Estes novos financiamentos autorizados elevam o montante global dos financiamentos do BOAD a 3181,12 mil milhões de francos CFA, com exceção do curto prazo e tomadas de participação, correspondentes a 726 projetos.

Os administradores aprovaram igualmente proposições relativas aos seguintes processos:

•          Tomada de participação do BOAD ao aumento do capital social do ORABANK da Costa do Marfim. De um montante de 10,395 mil milhões de FCFA, esta operação eleva a participação do BOAD a 16,995 mil milhões de francos CFA, ou seja 45,32% do capital do banco costa-marfinense ;

•          Abertura de uma segunda linha de crédito do Banco de Desenvolvimento da China (BDC) ao BOAD. De um montante global de 100 milhões de euros, seja 65,595 mil milhões de francos CFA, esta linha de crédito será repartida em duas partes.

O Conselho manifestou o seu parecer favorável na Nota explicativa da situação e das perspetivas de restruturação do Grupo do Banco Regional de Solidariedade (BRS); assim como o estado de cobrança dos créditos sobre os empréstimos do BOAD a 30 de novembro de 2014.  Enfim, o Conselho tomou conhecimento dos seguintes dossiês: Ata da 19.ª reunião do Comité de Auditoria do BOAD, progresso da aplicação operacional do plano diretor do BOAD no domínio da informática; Nota de síntese das avaliações retrospetivas de desempenho, elaboração da Implementação da Decisão do Conselho dos Ministros relativa à concessão ao BOAD dos recursos correspondentes a uma dotação inicial do Fundo de Desenvolvimento da Energia (FDE); Ata da reunião ordinária do Conselho de Ministros da UEMOA que teve lugar em Lomé a 24 e 25 de setembro de 2014.

Ao concluir os trabalhos, o Presidente Christian ADOVELANDE, em nome do Conselho de Administração, agradeceu às autoridades do Benim pela receção calorosa e fraternal reservada aos Administradores, assim como pelas disposições materiais e organizacionais que permitiram a realização desta sessão nas melhores condições.

Distribuído pela APO (African Press Organization) em nome da Banco de Desenvolvimento da África Ocidental (BOAD).

COMUNICADO DE IMPRENSA Eliminar o Ébola na Libéria

Uma iniciativa africana inovadora para reforçar os sistemas alimentares e combater a doença do vírus Ébola

NAIROBI, Kenya, December 16, 2014/African Press Organization (APO)/ -- Milhares de agricultores mais desfavorecidos na Libéria vão beneficiar de uma iniciativa inovadora de distribuição de sementes melhoradas, garantindo as estratégias de segurança alimentar e as estratégias da luta contra a doença do vírus Ébola na Libéria.

Esta iniciativa, a cargo da AGRA (Aliança para uma Revolução Verde em África) (http://www.agra.org) em parceria com o governo e outras partes interessadas, visa reforçar o frágil sistema alimentar, ao fornecer sementes de qualidade em conjunto com mensagens de prevenção do Ébola aos agricultores – muitos dos quais não têm acesso a produtos essenciais, nomeadamente a sementes melhoradas.

“Os 50 milhões de toneladas de sementes de milho amarelo de alto rendimento oferecidos como donativo hoje, irão contribuir muito para garantir que os agricultores mais desfavorecidos e respetivas famílias permaneçam seguros, a nível alimentar, durante este difícil período da epidemia da doença do vírus Ébola”, refere a Presidente da AGRA, Dra. Agnes Kalibata. “Não queremos que a epidemia de febre do vírus Ébola se transforme numa crise alimentar.”

“A febre do vírus Ébola tem o potencial de perturbar os nossos sistemas alimentares, uma vez que afeta as partes mais produtivas das nossas economias, tal como aconteceu com a pandemia do VIH/SIDA há alguns anos. A AGRA construiu uma plataforma que ajuda a fornecer não só os meios necessários para a produção agrícola mas também a transmitir mensagens sobre higiene e de sensibilização de saúde às populações”, afirmou o Sr. Strive Masiyiwa, Presidente do Conselho de Administração da AGRA e Diretor Executivo da Econet Wireless. “Estou muito entusiasmado por ver a AGRA a consolidar um apoio à pequena agricultura na Libéria em parceria com o governo e o setor privado, combatendo simultaneamente o vírus Ébola” e acrescentou que a plataforma implementada pela AGRA, dirigida por africanos, é um dos mecanismos de distribuição mais eficazes em África.

Apesar de a Libéria ser um país extremamente dependente da agricultura, o setor sofreu graves contratempos com um grande número dos seus agricultores incapazes de produzir a um nível ideal. Esta situação foi agravada pelo impacto negativo da febre do vírus Ébola, onde o medo da doença levou os agricultores a abandonar os seus campos. A nova iniciativa da AGRA, com início na Libéria, tem como alvo os agricultores mais desfavorecidos em quatro províncias. As sementes de milho de alto rendimento têm o potencial de aumentar as colheitas em um fator de dois ou três, reduzindo a pressão sobre o fornecimento de alimentos, enquanto as mensagens de sensibilização do Ébola e o fornecimento de utensílios simples, como baldes e sabão, vão proporcionar aos agricultores a primeira linha de defesa contra a doença.

Para desenvolver esta iniciativa, a AGRA trabalhou em conjunto com os governos da Libéria e da Costa do Marfim, com o Banco Africano de Desenvolvimento e o setor privado do Mali. “A AGRA está extremamente grata ao Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, o Dr. Donald Kaberuka, e ao governo da Costa do Marfim pelo apoio prestado no encaminhamento em tempo útil das sementes na fronteira da Costa do Marfim com a Libéria", afirmou o Dr. Kalibata.

“Com este apoio da Fundação de Desenvolvimento Econet e em resposta à iminente crise alimentar no país, o nosso Programa para Sistemas de Sementes Africanas (PASS) irá intensificar a sua intervenção através do acesso a sementes de alta qualidade para melhorar a prática agrícola e a disponibilidade de alimentos dos agricultores liberianos”, afirmou o Diretor da PASS, Dr. Joe DeVries. “Iremos trabalhar em parceria com os Ministérios da Agricultura e Saúde, empresas sementeiras privadas, organizações rurais nacionais e outros parceiros locais para garantir que esta ajuda fornecida chega aos agricultores afetados.”

Embora este conjunto de sementes seja distribuído gratuitamente, devido às pressões financeiras a que os agricultores estão sujeitos, a iniciativa é parte integrante de uma abordagem da AGRA com vista a garantir melhores sistemas alimentares. Criando empresas sementeiras e formando vendedores de produtos agrícolas, criam-se incentivos de mercado adequados, assegurando uma sustentabilidade económica a longo prazo.

Com o apoio da Fundação Howard G. Buffett, o PASS tem trabalhado para desenvolver um sistema de sementes com base na procura de sementes de qualidade por parte dos agricultores. A organização apoia atualmente três empresas locais de sementes na produção, multiplicação e disponibilização de sementes de qualidade aos agricultores. O PASS também concedeu subvenções ao CARI (Instituto Central de Investigação em Agricultura) para a realização de investigação sobre alimentos básicos como o arroz, a mandioca e o milho, de forma a melhorar a produtividade agrícola e deu formação a oito especialistas liberianos em sementes na Universidade de Ciência e Tecnologia de Kwame Nkrumah, no Gana, na tentativa de garantir que os agricultores no país deixem de utilizar sementes de baixo rendimento para passarem a utilizar sementes de alto rendimento.

Distribuído pela APO (African Press Organization) em nome da Aliança para uma Revolução Verde em África (AGRA).

Sobre a AGRA

A AGRA (http://www.agra.org) é uma parceria dinâmica que trabalha em todo o continente africano para ajudar milhões de agricultores mais desfavorecidos e as suas respetivas famílias a saírem da pobreza e a evitarem a fome. Os programas da AGRA desenvolvem soluções práticas para aumentar significativamente a produtividade agrícola e os rendimentos dos mais pobres, protegendo simultaneamente o ambiente. A AGRA defende políticas que apoiem o seu trabalho em todos os principais aspetos da cadeia africana de valores agrícolas — desde sementes, saúde do solo e água até aos mercados e educação agrícola. A AGRA trabalha em toda a África subsariana e mantém uma sede em Nairobi, Quénia, e escritórios regionais no Gana, Mali, Moçambique e Tanzânia. O Conselho de Administração da AGRA nomeou recentemente a antiga ministra ruandesa, a Dra. Agnes Kalibata, como Presidente da organização. Saiba mais em www.agra.org

Ébola: Portugal financia laboratório móvel para a Guiné-Bissau

O Governo português anunciou uma contribuição de 550 mil euros para a instalação de um laboratório móvel de despistagem do vírus ébola na Guiné-Bissau, numa reposta a um pedido de ajuda das autoridades guineenses.Epidemia de febre hemorrágica na África Ocidental já fez 6.841 mortos, num total de 18.464 casos identificados, segundo a OMS.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros irá contribuir com uma ajuda de 550 mil euros, destinada a financiar a instalação e o funcionamento de um laboratório móvel para o diagnóstico de infecções", disse o chefe da diplomacia portuguesa, Rui Machete, numa conferência de imprensa no Palácio das Necessidades, em Lisboa, em conjunto com o ministro da Saúde, Paulo Macedo.

Segundo Machete, esta é uma "acção extraordinária de política externa executada em colaboração com o Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)".
O ministro Paulo Macedo referiu que o laboratório móvel deve estar pronto a funcionar "no final de Janeiro".

Para Rui Machete, esta contribuição "tem por objectivo colmatar as dificuldades de diagnóstico da doença na Guiné-Bissau, dotando o país de um laboratório que irá permitir o acesso a informação de carácter epidemiológico, e dessa forma viabilizar uma resposta de grande importância às vertentes de prevenção e de combate a esta ameaça".

Machete esclareceu que Portugal, através do instituto Camões, e com o apoio do INFARMED e de empresas farmacêuticas, enviou recentemente mais de 20 toneladas de medicamentos para a Guiné-Bissau e que, "de igual forma, o Camões tem mantido uma estreita colaboração com a câmara municipal de Bissau, numa campanha de higienização das ruas da capital guineense".

O ministro referiu ainda que esta contribuição soma-se a outros envios de materiais de limpeza, saúde, medicamentos e outros tipos de ajudas já fornecidas para a prevenção do ébola na Guiné-Bissau.

"Ao nível multilateral, Portugal irá também contribuir, até ao final deste ano, com 200 mil euros para os esforços que estão a ser desenvolvidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate a esta doença", sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros, referindo que a ajuda vai ao encontro de um pedido das autoridades norte-americanas.

A epidemia de febre hemorrágica na África Ocidental já fez 6.841 mortos, num total de 18.464 casos identificados nos três países mais afectados, de acordo com a OMS.

Mães de crianças vítimas de mutilação condenadas a três anos de prisão

Bissau - O Tribunal Regional de Bissau condenou na quarta-feira, 17 de Dezembro, a três anos de prisão efetiva e uma multa avaliada em mil dólares (cerca de 800 euros) as mães das crianças vítimas de mutilação genital feminina, em Setembro.


A mesma pena foi aplicada também a Fanatéca, enquanto o pai de uma das crianças foi sentenciado com uma pena de 12 meses, convertida em multa no valor de 360 dólares (cerca de 288 euros).

O julgamento, iniciado a 3 de Dezembro, e a condenação deste caso, primeira desde que a lei foi adoptada em 2011, representa um sinal forte das autoridades guineenses em erradicar a prática na Guiné-Bissau.

Empresa dos EUA assume controlo de segurança do Aeroporto Osvaldo Vieira acordo assinado esta quarta-feira

Bissau – A empresa norte-americana de segurança SECURIPORT LLC vai assumir o controlo de segurança do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira.


O acordo para este efeito foi assinado esta quarta-feira, 17 de Dezembro, entre a referida empresa e o Governo da Guiné-Bissau, através do secretário de Estado dos Transportes, João Bernardo Vieira, do secretário de Estado da Ordem Pública, Doménico Sanca, e do vice-Presidente da firma, Goerge Canovas.

Em declarações à Imprensa, Goerge Canovas mostrou-se satisfeito com o acordo rubricado com as autoridades guineenses no domínio do controlo de segurança do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira.
Por sua vez o titular da pasta de secretário de Estado dos Transportes disse que os trabalhos da empresa vão incluir a segurança documental, além das pessoas em viagem.

Foi neste âmbito que o secretário de Estado da Ordem Pública disse que o Executivo está preocupado e empenhado na segurança dos guineenses e no seu sistema aeroportuário, manifestando satisfação pela assinatura deste documento.

«Esta parceria vai permitir que haja melhorias nos serviços do aeroporto, tanto para o turismo como para os passageiros em geral», disse Doménico Sanca, garantindo que haverá mais segurança para todas as pessoas que desejam viajar a partir desta data com destino à Guiné-Bissau.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Emoção, alegria e sentimento de justiça social marcam a primeira colação de grau da Unilab

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Uma noite de emoção e primeiras vezes. Primeira colação de grau da Unilab, uma universidade pública ainda jovem, cravada no Maciço de Baturité, no interior do Ceará. Primeira graduação de 57 estudantes da turma “Luís Inácio Lula da Silva” e, mais ainda, a primeira graduação de muitas famílias. Assim foi a noite da última sexta-feira (12), a formatura do curso de Bacharelado em Humanidades (BHU), realizada no Campus das Auroras, entre os municípios de Redenção e Acarape, no Ceará.

“Eu sou o primeiro da minha família a concluir o ensino superior” foi a frase quase unânime, mostrando o lugar que a Unilab ocupa na luta por uma sociedade em que os historicamente excluídos possam ter vez, construir uma nova história, contá-la a partir de seu lugar social.unnamed (1)

Outras expressões recorrentes na noite foram “gratidão”, “oportunidade” e “orgulho”, presentes em um momento de felicidade partilhado com familiares, colegas, professores, técnico-administrativos e colaboradores da Unilab, que lotavam o Campus das Auroras ao som da Orquestra Eleazar de Carvalho.

Carlos Santos, de 26 anos, cruzou o Atlântico para estudar na universidade. Vindo de Cabo Verde, o estudante, um pouco nervoso, tinha as mãos frias, mas o olhar pleno de esperança. “Hoje estou esperando o melhor. Suspiro de alívio, de tranquilidade, de ter conseguido a primeira etapa, que era fazer o BHU. Mas não posso falar disso sem falar da minha família, da minha origem, a gente tem que falar de onde vem. Eu venho de Cabo Verde, de uma família humilde, que não tem tradição de escolaridade. Basicamente sou o primeiro a ter um curso, e isso é motivo de orgulho para mim mesmo e minha família. Hoje é um momento de agradecer a todos que contribuíram para esse dia, um dia tão esperado”, afirmou.

Mãe da concludente Wilquelina Ponciano, a auxiliar de serviços gerais, Luísa Maria Ponciano, era só alegria. “Estou muito feliz de ela estar se formando. Fico muito agradecida, primeiramente a Deus e depois a ela, que se interessou. Que ela seja muito feliz, que Deus ilumine mais os passos dela e que siga em frente”, disse. Já a estudante, primeira da família a concluir o ensino superior, descreveu o momento como “um privilégio e emoção muito grande”. Agora, cursará a terminalidade de Sociologia. A família mora em Guaiúba, município da região metropolitana de Fortaleza.

Oriundo do Maciço de Baturité, município de Acarape, o jovem Walef Santos, de 20 anos, tem a certeza de que a formatura é só o primeiro passo de um longo caminho de estudos que trilhará. “É um sentimento de muita felicidade, estou realizando um grande sonho da minha vida, que é me formar. Foi muito difícil o trajeto, mas deu certo e vou continuar. Eu sou o primeiro da minha família a ter ensino superior e espero que meus irmãos me tenham como exemplo”, contou.

Aos 35 anos, Carlene Barbosa vivia uma alegria que não cabia em si e era extravasada nas muitas fotos ao lado de parentes e amigos. Natural do município de Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará, mudou-se para Redenção, onde mora a filha, a fim de quebrar o destino que parecia já selado. “O curso foi uma oportunidade única e é uma alegria imensa. O que a gente espera, daqui para frente, é continuar os estudos, continuar na Unilab, e daqui a três anos mais uma formação, do segundo ciclo do curso”, declarou.


unnamed (2)A reitora Nilma Lino Gomes uniu sua própria trajetória à dos formandos por um ponto em comum: a origem social humilde. “Muitos dos nossos bacharéis aqui formados representam a primeira geração a cursar o ensino superior na sua família. E para nós que viemos de famílias pobres, com trajetórias de luta por direitos e por inserção social, a conclusão de uma graduação significa muito. Ela representa a conquista de um direito. Para as famílias pobres do Brasil, continente africano e Timor-Leste – e eu venho de uma família com estas características –, cursar o ensino superior não é simplesmente a ordem natural das coisas, o caminho posterior ao ensino médio. Significa a ruptura com uma história de desigualdade e exclusão. Significa a nossa presença em um espaço e tempo que não foi pensado para os pobres e coletivos sociais diversos, mas, sim, para as elites”, frisou.

A reitora destacou ainda o quão desafiador é o projeto da Unilab e desejou que sua proposta se volte para formar sujeitos críticos. “A nossa aposta é que o projeto acadêmico da Unilab seja um projeto educativo e acadêmico emancipatório que, nos dizeres de Boaventura de Sousa Santos, seja capaz de formar sujeitos e mentes inconformistas e rebeldes diante da injustiça, das desigualdades, do racismo e de toda forma de discriminação”, sublinhou.unnamed (3)


Compuseram a mesa de cerimônia a reitora da Unilab, Nilma Lino Gomes; o vice-reitor, Fernando Afonso Ferreira; o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Paulo Speller; a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi/MEC) Macaé Maria dos Santos; a pró-reitora de Graduação, Andréa Linard; a diretora do Instituto de Humanidades e Letras (IHL), Monalisa Valente; a diretora do Campus de Crateús da Universidade Federal do Ceará (UFC) e primeira vice-reitora da Unilab, Maria Elias Soares; o coordenador do curso Humanidades, Maurílio Machado; e o professor do IHL, Américo Souza.

Vaz Martins Estabilidade pode tirar Guiné-Bissau da miséria

Luís Vaz Martins fala de 2015 a sorrir, depois de anos duros: após o golpe de Estado de 2012 na Guiné-Bissau, o presidente da Liga dos Direitos Humanos chegou a viver escondido, afastado da família e sob disfarce.

Estabilidade pode tirar Guiné-Bissau da miséria


"Tive experiências muito amargas, com colegas, por defendermos os direitos humanos e o Estado de direito. Custou-me ter que viver na condição de refugiado dentro do meu próprio país", contou à agência Lusa.

Fações militares e políticas, gozando de impunidade, não toleravam a denúncia de agressões físicas e outras violações dos direitos fundamentais a que nem membros do Governo de transição escaparam.

As eleições deste ano trouxeram estabilidade e esperança e 2015 "deve dar sinais muito fortes no sentido da mudança, para que realmente possamos experimentar formas de viver diferentes da anarquia e do caos que tem sido a realidade", referiu Luís Vaz Martins

Um otimismo moderado ao olhar para a História do país.

"Seria no mínimo utópico pensar que 2015 será o ano de todas as mudanças", disse, até porque a Guiné-Bissau continua a ser "imprevisível", mas perspetiva-se uma viragem decisiva, por exemplo, na organização militar.

"Estou em crer que será o ano do início das grandes reformas no setor da segurança, porque sem elas qualquer crispação no plano político terá repercussões. Porque haverá intervenção das Forças Armadas", sublinhou.

Governo e parceiros internacionais têm falado de desmobilização de muitos militares, por um lado, e formação de novos efetivos, por outro, num setor que "mexe com 40% dos casos de violação dos direitos fundamentais" no território.

"Acredito que os atuais líderes irão colaborar, com o apoio da comunidade internacional, para que haja imediatamente uma reforma nesse setor, sob pena de voltarmos a adiar o país 'sine die'", realçou Luís Vaz Martins.

Noutras áreas, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos disse acreditar na previsão de crescimento económico feita pelo Governo.

E no plano político, considerou expectável que "os consensos encontrados entre diferentes forças políticas se traduzam numa gestão do país mais pacífica", conduzindo a uma "reforma do Estado, no seu todo".

Neste cenário, a melhoria da qualidade de vida deverá ser mensurável e sentida pela população.

"Estamos a falar de 40 anos de autodestruição de um Estado", em que o país "não conseguiu cumprir com os seus principais eixos e objetivos: criar condições de bem-estar para a população, condições de segurança e condições para que se faça justiça em nome do povo", acrescentou.

UE vai apoiar a exportação de panos tradicionais da Guiné-Bissau

A União Europeia (UE) vai apoiar a exportação de panos tradicionais da Guiné-Bissau, no âmbito de um projeto que inclui hoje a inauguração de uma tinturaria em Bafatá, segunda cidade do país, anunciou a delegação guineense da UE.

O projeto de relançamento da cultura de tintura tradicional de Panos em Ponte Nova - Bafatá, visa redinamizar a atividade, "reduzir a pobreza e preservar o património cultural e económico", refere a UE em comunicado.

O projeto arrancou em janeiro de 2013 com uma duração de 36 meses e conta com um orçamento a rondar os 552 milhões de francos CFA (cerca de 842 mil Euros), financiado a 90% pela União Europeia e a 10% por outros doadores, entre os quais o município de Palência, Espanha.

Além do espaço onde são tingidos os tecidos, vai passar a funcionar também um centro multifuncional que inclui uma lavandaria e a sede da Associação das Mulheres de Ponte Nova (AMPN).

Os membros desta associação fazem parte do comité de gestão e manutenção do processo de produção dos panos.

Como tal, está prevista formação em gestão, contabilidade básica, marketing e venda, comunicação para o desenvolvimento, planeamento, práticas de monitorização e avaliação.

Está também nos planos "o apoio à comercialização dos panos tingidos mediante a realização de eventos promocionais na Guiné-Bissau, em Portugal e em Espanha", anuncia a UE.

Haverá ainda troca de informação sobre gestão de resíduos tóxicos e técnicas integradas de tintura de panos.

O projeto inclui a realização de estudos sobre o impacto socioeconómico da emigração das mulheres tintureiras e a transformação da AMPN num modelo de cooperativa.

Todo o trabalho é realizado em conjunto com duas organizações não-governamentais (ONG) guineenses, a DIVUTEC e a UNIMOS.

Dois agentes da Polícia de Ordem Pública detidos sob mandado do MP : Por burla qualificada

Bissau - Dois agentes da Polícia de Ordem Pública (POP) foram detidos há dois dias por alegado envolvimento num episódio de burla qualificada.

Fontes policiais indicam que os agentes, em conluio com alguns civis também detidos, iludiram um emigrante guineense considerado traficante, fingindo que tinham droga para comercializar, mas o que tinham era um falso estupefaciente.

O suposto traficante foi ao encontro de um dos civis, com mais de 20 mil euros, que fingiu estar na posse da substância. Naquela altura apareceram os dois agentes policiais envolvidos na cilada, fingindo tratar-se de uma operação disfarçada e oficial.

Consequentemente, terão furtado o dinheiro e espancado o emigrante, que foi conduzido ao Hospital Nacional Simão Mendes.

O caso encontra-se na Polícia Judiciaria, sob alçada processual do Ministério Público.

A prática tem vitimizado muitos traficantes menores, sobretudo os «correios», que são enganados com pequenos pacotes de droga falsa por parte de alguns civis envolvidos na rede, e depois são alvo de severas punições por parte de agentes policiais.

Consequentemente ficam sem a suposta mercadoria e sem o dinheiro, além de serem submetidos a maus tratos e ameaças, que recebem depois para não denunciarem o caso.

Informações indicam que este caso soma-se a vários outros que não conheceram uma responsabilização judicial.

Continua a polémica sobre a exploração de recursos naturais em Varela : Denunciados comportamentos «anormais e abusivos»

Bissau - A comissão de seguimento do dossier de exploração de areias pesadas de Varela continua a denunciar comportamentos que considera «anormais e abusivos» por parte da empresa russa Poto SARL, que está a explorar e a exportar areias pesadas de Varela.


Falando em conferência de Imprensa esta sexta-feira, 12 de Dezembro, João Alberto Djata, vice-Coordenador da referida comissão, denunciou que mais de 500 toneladas de areia já foram retiradas de Varela e transportadas de Nhiquim para Bissau, afirmando ainda que os recursos em causa estão no perímetro que se situa entre Bissau e Safim, região de Biombo.

Neste sentido, Alberto Djata lançou o desafio ao Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, no sentido de se pronunciar sobre o dossiê em causa, assim como expressar a sua opinião sobre a exploração dos recursos minerais no país.

«A alavanca da economia do país está na agricultura, pesca e turismo» referiu, tendo afirmado que, com esta exploração, o turismo e outras potencialidades naturais do país poderão estar comprometidos no futuro, naquela zona do norte da Guiné-Bissau.

«Vamos avisar que estamos a preparar uma previdência cautelar junto do Ministério Público, para defender os interesses das populações daquela zona», disse o responsável.

Para o coordenador da comissão, Victor Sanha, o Estado guineense só tinha que confiscar as areias exploradas pela empresa russa, por não ter certificado de conformidade ambiental e estar a extrair e exportar areias, acusando a empresa de estar a explorar os recursos minerais sem que tenha criado o fundo de desenvolvimento local.