quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Hélder Vaz apresenta candidatura à presidência

Depois de apresentar a sua candidatura, defendeu a refundação do Estado e das Forças Armadas a ter lugar a 24 de Setembro, data em que se comemora a independência do país.

Guine Bissau Helder Vaz Lopes CPLP

Oito candidatos depositaram as suas respectivas candidaturas junto do Supremo Tribunal de Justiça ao cargo de presidente da República na Guiné-bissau.
Hoje, foi a vez, de Hélder Vaz, um dos fundadores da Resistência da Guiné-Bissau-Movimento Bafaté e recentemente desempenhou o cargo de director-geral da CPLP a entregar a sua candidatura.

OUVIR Helder Vaz apresenta candidatura à presidência na Guiné-Bissau - 2:38


Aos jornalistas, Hélder Vaz assumiu-se como um político sério, maduro e preparado.
Acredita que, se estiver acompanhado por um Governo de tecnocratas "de competência reconhecida" pelo mundo fora, o país terá condições de refundar o Estado:


Assumindo-se como um dos fundadores da democracia guineense, o candidato disse ter chegado a hora de lutar pela restauração da democracia na Guiné-Bissau, que considerou estar ameaçada:
Hélder Vaz pretende levar a Guiné-Bissau a explorar os seus recursos petrolíferos para ser, em oito anos, o terceiro maior produtor da África subsaariana, atrás da Nigéria e de Angola.


Depois de apresentar a sua candidatura, defendeu a refundação do Estado e das Forças Armadas a ter lugar a 24 de Setembro, data em que se comemora a independência do país.


Vaz foi ministro de Estado, da Economia e Desenvolvimento Regional no Governo de coligação da RGB com o Partido da Renovação Social, sob a presidência de Kumba Ialá,

PAIGC recebe na sua sede em Bissau o líder do PRS

Entrada da sede do PAIGC em Bissau

Entrada da sede do PAIGC em Bissau


Líder do PRS propõe “pacto de regime”. Dirigente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, louva "grande sentido de Estado” de Alberto Nambeia.

Longe vão os tempos de crispação entre o PRS e o PAIGC. Hoje, os presidentes dos dois maiores partidos reuniram-se tendo em vista as eleições gerais de 13 de Abril. O líder do PRS, Alberto Nambeia, repetiu a necessidade de “um pacto de regime para uma reforma em todos os sectores do país”. Por sua vez, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, saudou o "grande sentido de Estado” de Nambeia.

Entretanto, o Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, fixou, por decreto, a data de 5 de Março como limite para a entrega no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) das candidaturas às eleições gerais de 13 de Abril.

Todas as candidaturas devem dar entrada no STJ até 5 de Março. Depois, a instituição deve verificar e validar os processos entre 6 e 17 de Março. Os cadernos eleitorais serão impressos definitivamente entre 5 e 13 do mesmo mês e a partir de 14 de Março não poderão ser alterados.

A campanha eleitoral decorre de 22 de Março a 11 de Abril. A Comissão Nacional de Eleições terá 26 dias, entre 18 de Março e 12 de Abril, para levar a cabo um conjunto de actos preparatórios para as eleições, nomeadamente o sorteio das posições nos boletins de voto e a produção dos mesmos.

Ilhas da Guiné-Bissau isoladas por falta de transportes marítimos

Bissau, 26 fev (Lusa) - Ponu Passu é uma vendedora que se desloca regularmente à ilha de Bolama para comprar peixe que vende na capital da Guiné-Bissau, mas há mais de dois meses que não sabe o que fazer devido à falta de transporte.

Sentada no cais do porto de Pindjiguti, a fazer contas à vida pelos dias de negócio que já perdeu, Ponu Passu, 47 anos, disse que já não quer saber: se aparecer uma piroga está disposta a "embarcar nela em direção a Bolama".

Lusa/NG

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Conselho de segurança da ONU debate relatório sobre a Guiné-Bissau

O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se hoje para debater as conclusões do último relatório sobre a Guiné-Bissau, que refere violações dos direitos humanos e pede maior esforço na luta contra a impunidade.

O representante especial da ONU em Bissau, José Ramos-Horta, vai participar a partir da capital guineense via teleconferência.

No encontro, falará também o embaixador do Brasil na ONU, António Patriota, que visitou o país em janeiro, um representante da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e um representante da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

No final do encontro, a Lituânia, que preside este mês ao Conselho de Segurança, fará uma declaração com as conclusões do encontro.

"A situação está estável. Há mais integração entre agentes políticos, inclusive os responsáveis pela transição, e maior cooperação entre agências regionais. Tenho confiança que a data das eleições será cumprida", disse à agência Lusa o embaixador da Guiné-Bissau na ONU, João Soares da Gama.

"Todos estão cansados, há muita fadiga com esta situação. A vontade geral é de restaurar a ordem constitucional e a única forma de o conseguir é através das eleições", referiu o mesmo diplomata.

No final da semana passada, o Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, marcou para o dia 13 de Abril a realização das eleições gerais, dando sem efeito a anterior data de 16 de Março.

Soares da Gama alertou, no entanto, que as eleições "não representam o fim do processo de transição, serão depois necessários apoios substanciais da comunidade internacional para fazer as reformas das forças armadas e da administração pública."

O último relatório da ONU, divulgado este mês, confirma que a situação de segurança no país permanece "estável", mas refere que durante o período em análise (desde 19 de Novembro) "não houve processos significativos no que respeita à defesa dos direitos humanos e luta contra a impunidade".

É também assinalado que "a situação social e económica continuou a deteriorar-se".

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que assina o relatório, sublinha ainda a necessidade de um novo cronograma eleitoral da Guiné-Bissau, resolvido com "urgência" e "flexibilidade" por parte de todos os intervenientes.

"Registo, em particular, o impacto do prolongamento do recenseamento eleitoral nos prazos das tarefas chave que restam e apelo a todas as partes interessadas para tratarem do assunto urgentemente e com a necessária flexibilidade", pode ler-se no documento.

No dia 13 de Abril, os guineenses vão escolher os deputados ao parlamento e um novo Presidente da República, acabando o processo de transição iniciado em Abril de 2012, na sequência de um golpe de Estado militar que destituiu os órgãos eleitos.

Lusa / Ng

Promovidos oficiais superiores do Ministério do Interior «Já beneficiavam dos salários correspondentes»

Bissau - O Governo de transição, através do ministro do Interior António Suca Ntchama, promoveu esta terça-feira, 25 de Fevereiro, oficiais superiores, oficiais subalternos, sargentos e praças (coronéis), tenentes-coronéis, majores, capitães, tenentes, alferes e cabos.

O acto central desta cerimónia teve lugar nas instalações do Ministério do Interior, na presença de várias pessoas, entre familiares, amigos e conhecidos.


Falando durante a cerimónia, o ministro António Suca Ntchama explicou que o gesto apenas representa uma exibição pública destes insignes, tendo em conta que, entre as pessoas agora promovidas, todas já beneficiavam dos salários correspondentes a estas categorias.


«O Governo já não se pode preocupar com as vossas situações, uma vez que já beneficiavam destes salários», disse António Suca Ntchama.


Além dos elementos da Polícia da Ordem Pública e do Serviço de Informação do Estado, a recém-criada força da Guarda Nacional tem o maior número de promoções, contabilizadas em mais 200 oficiais distinguidos.


O Ministério do Interior anunciou ainda para breve mais uma acção de promoção dirigida às pessoas que ainda não foram alvo de nomeações.


Em relação aos Polícias de Intervenção Rápida soube-se  que, uma vez legalizada a sua situação e tendo em conta a especificidade das suas funções, os elementos afectos a esta força vão ser igualmente alvos de promoção às categorias de 1.º Sargento.

Eleições a 13 de Abril Guiné-Bissau: Ex-bastonário da Ordem de Advogados candidata-se às Presidenciais

O antigo Bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau, Domingos Quadé, apresentou-se como candidato independente às eleições Presidenciais de 13 de Abril.

O candidato Presidencial defendeu, no domingo, 23 de Fevereiro, a abolição das más práticas como torturas, assassinatos políticos, corrupção e o narcotráfico, através do desenvolvimento de acções concertadas interna e externamente.


Domingos Quadé falava na localidade histórica de Cassacá, durante a cerimónia do lançamento oficial da sua candidatura às Presidenciais com vista às eleições de 13 de Abril.


O antigo Bastonário da Ordem dos Advogados afirmou que, se for eleito Presidente de República, apostará no «renascimento dos valores da pátria através da criação de mecanismos e condições de implementação de políticas de um Estado forte, que implante o império da lei sobre a força do homem».


Domingos Quadé é da opinião que a ordem, o rigor na gestão da coisa pública e a organização do aparelho do Estado vão voltar a ser realidades na Guiné Bissau, através da urgente adopção de critérios rígidos de gestão e de combate à cultura de «homem poderoso e intocável», sem prejuízo do reconhecimento da personalidade.


«Cassacá trouxe a independência nacional e a implementação da autoridade do Estado que, na sua fase inicial, ficou marcada com resultados orgulhosos no campo económico, com a infra-estruturação e a industrialização geral da Guiné Bissau, nomeadamente o complexo agro-industrial de Cumere, N´haye, Volvo, Hanura, Guimetal» apontou, dizendo que infelizmente, tudo isto se perdeu cedo.


«Assim, tal como na era de Cassacá, sente-se hoje a necessidade de reerguermos este poderoso edifício posto vergonhosamente em ruínas» desafiou o candidato independente.


O líder do projecto «Por Um Cassacá 2», de olhos postos na Presidência da República da Guiné-Bissau, defende a criação de um Estado reconciliado consigo próprio que crie e introduza condições favoráveis à mudança tranquila e não violenta, bem como a verdadeira e sincera reconciliação nacional.


«É defensável a criação de uma comissão integradora, a partir de uma Conferência Nacional, com amplos poderes de identificação, investigação, julgamento e, eventual, ´perdão ou amnistia´ de responsáveis pelo cometimento de vários crimes políticos na Guiné-Bissau» disse Domingos Quadé, sublinhando que caso seja eleito, irá trabalhar com fidelidade e franqueza em conjunto com qualquer Governo saído das urnas, assim como inculcar no homem guineense os «valores insubstituíveis da democracia pluralista e responsável».


No plano internacional, Domingos Quadé comprometeu-se a respeitar e a reforçar a identidade guineense e a vocação lusófona, contribuir para a promoção da cooperação no plano bilateral com todos os países da CPLP, assim como reforçar as relações politicas, económicas, diplomáticas e culturais com a vizinhança.


Apoiar as acções concertadas de consolidação da integração do país em organizações sub-regionais, nomeadamente a CEDEAO e a UEMOA, promover as bases de cooperação com todos os países amigos, quer no quadro da ONU, quer bilateralmente, são também intenções da sua candidatura.


De referir que Cassacá foi o local onde Amílcar Cabral convocou o primeiro congresso do PAIGC em 1964, para reorientar o processo de luta e trazer a génese e os primeiros ensaios de uma organização do Estado com a criação da Saúde de Base Popular, Escola Piloto, Armazéns do Povo e Forças Armadas Revolucionárias do Povo.


Domingos Quadé, com 53 anos de idade, é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em Portugal, tendo seguido a especialização jurídico-publicista.

"Espião" muçulmano soma 113 anos e é guardião de igreja de Bissau

Quando Aladje Ussumane Baldé começou a frequentar as missas na catedral de Bissau, na década de 80, os fiéis pensaram que era um espião muçulmano, mas hoje, com 113 anos no bilhete de identidade, é o guardião das chaves da igreja de Santa Luzia.

"É um símbolo da paz religiosa" na Guiné-Bissau, em contraste com outros países africanos, destaca Elísio Ferreira, membro ativo da paróquia e que há 30 anos acompanha o "tio Aladje".

"Aparecia nas missas, na catedral, ficava nos bancos de trás e era o primeiro a sair: pensávamos que era um espião muçulmano", recorda Elísio, até ao dia em que o interpelou.

Agência Lusa

PM deposto e outros nove militantes do PAIGC querem apoio à presidência da República

Bissau, 24 fev (Lusa) - O primeiro-ministro deposto Carlos Gomes Júnior, figura entre dez militantes que solicitaram o apoio do PAIGC para se candidatarem às eleições presidenciais de 13 de abril, disse hoje à Lusa fonte da direção do partido.

De acordo com Luís Melo, presidente do Conselho Nacional de Jurisdição do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), histórico partido guineense e com maior número de deputados no parlamento, o pedido de Carlos Gomes Júnior (Cadogo, como é conhecido), foi entregue, em carta, pelo seu advogado, no sábado.

"Esse pedido, como de outros militantes, vai ser analisado pela plenária do Conselho Nacional de Jurisdição e o veredicto será comunicado à direção superior do partido", afirmou Luís Melo.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

África e a arte !!!!!!

Ministros da CPLP aprovam adesão da Guiné –Equatorial

O CONSELHO de ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) recomendou ,quinta-feira, a admissão da Guiné-Equatorial como membro no seio da organização formada por oito países.

A decisão dos ministros será sancionada pelos Chefes de Estado e de Governo da comunidade na cimeira de Díli, que terá lugar de 20 a 25 de Julho próximo.

O Conselho de Ministros da CPLP, realizada quinta-feira, em Maputo, registou com agrado os avanços recentes ocorridos na implementação do Programa de Adesão da Guiné-Equatorial, em particular o anúncio da adopção de uma moratória de pena de morte, com efeitos imediatos, o que permitirá aquele país da África Ocidental a aproximar-se dos princípios que norteiam a organização.

Neste sentido, segundo o Ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, o Conselho de Ministros tomou a decisão de recomendar à próxima Conferência dos Chefes de Estado e de Governo de Díli, a adesão da Guiné-Equatorial como membro de pleno direito.

O país, com estatuto de observador desde 2006, pediu para entrar em 2010, mas a adesão foi condicionada nas cimeiras de Luanda e de Maputo, em 2010 e 2012, respectivamente, por se considerar não terem sido cumpridos, na altura, os requisitos necessários.

Segundo Balói, que falava na conferência de imprensa, o Conselho de Ministros da CPLP aprovou também uma Resolução, o Plano de Acção de Lisboa (PALIS) resultante da Conferência Internacional sobre o futuro da língua portuguesa no sistema mundial, que decorreu na capital portuguesa, em Outubro do ano passado.

Este plano, segundo explicou o chefe da diplomacia moçambicana, define as estratégias globais para a promoção e difusão da língua portuguesa.

GUINÉ-BISSAU AINDA PREOCUPANTE

Outro tema que mereceu destaque nesta XII Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP foi a situação prevalecente na Guiné-Bissau. Segundo o Ministro Baloi, da apreciação feita, concluiu-se que a situação política naquele país continua a inspirar grande preocupação, na medida em que os incidentes graves e a impunidade demonstram a fragilidade das instituições e do Estado de direito no país.

Contudo, segundo explicou, a organização saudou a conclusão do recenseamento eleitoral, que constitui um passo importante para a realização das eleições e consequente normalização política, social e institucional do país. A Comunidade recomendou a Guiné-Bissau a envidar esforços para a realização de eleições -já mais de uma vez adiadas- no prazo mais curto possível.

Fazem parte da CPLP, Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tome e Príncipe e Timor-Leste

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Movimento quer acabar com analfabetismo no Parlamento da Guiné-Bissau

A "Plataforma Guiné Mindjor (Guiné Melhor)" reivindica a erradicação do analfabetismo nos dirigentes da Guiné-Bissau. Os ativistas querem que a próxima legislatura tenha outro perfil.

A plataforma de jovens pretende que depois das próximas eleições gerais o país tenha um Parlamento com nível mínimo de "preparo académico e político". Segundo os ativistas, a eleição de deputados que não sabem ler nem escrever é uma tradição.


Para o presidente do Conselho Nacional da Juventude, Dito Max, tal fenómeno tem condicionado o nível dos debates na Assembleia Nacional Popular.


"Nós temos, neste momento, um Parlamento em que a maioria dos representantes do povo é analfabeta ou semi-analfabeta. Nós entendemos que é importante que pessoas mais preparadas estejam na próxima legislatura. Como é possível uma pessoa analfabeta interpretar o programa do Governo ou o orçamento do Estado – que é o trabalho básico do Parlamento?"


Na opinião do deputado Octávio Lopes, advogado de profissão, ao excluir os analfabetos do Parlamento, o Estado guineense estará a fazer discriminação total e grave violação dos seus direitos fundamentais.


"Temos uma Assembleia diferente e temos que trabalhar para ter um país diferente. Aqueles que a própria lei e o Estado não possibilitam que tenham acesso à informação não podem ser discriminados [novamente]. Agora [viria] este mesmo Estado dizer que [estas pessoas] não podem estar disponíveis num órgão representativo", defende Lopes.


"O melhor Judiciário"
Octávio Lopes diz que, se o grau académico fosse o motor de desenvolvimento na Guiné-Bissau, o país teria um melhor sistema Judiciário - já que dispõe de 95% dos magistrados formados na Faculdade de Direito de Bissau. No entanto, trata-se, segundo o parlamentar, de "um dos piores sectores" da vida pública do país:


"Não é pelo fato de um tribunal ter só licenciados que faz com que o desempenho do tribunal seja diferente daquele que nós conhecemos. Se fosse uma questão de licenciatura, teríamos o melhor Sistema Judiciário da Costa Ocidental [da África]", opina Lopes.

Em reação, Júlio Vieira Inssumbu, do Ministério Público, insiste que se deve escolher deputados com base na sua formação acadêmica, como se faz noutros ramos da função pública:


"Para se entrar para a função pública, exige-se o mínimo de escolaridade. Para ser magistrado, exige-se o mínimo de escolaridade. Por que não se exige este mínimo em relação aos candidatos ao Parlamento. E quando se está ao ponto de se exigir, eles veem com a idéia de se estar a discriminar. Não há nada de discriminatório porque a constituição garante acesso gratuito às escolas", rebate Inssumbu.


Assinaturas através de carimbos
No debate realizado em Bissau para definir o perfil das lideranças políticas face ao desafio da reconstrução nacional, muitos participantes defenderam que os analfabetos sempre mandaram no país.


Foram citados exemplos de ministros que assinam com carimbo e deputados que aprovam leis. Todos não teriam sequer passado pelos bancos escolares. Através de seus versos, o poeta Atchó Express tenta transmitir uma mensagem de reconciliação.


"Problema: se não queres problema, evite o problema para não teres problema. Porque, se vieres a ter o problema, não irás resolver o problema. Aí vais criar problema em cada problema", recita Express.
Segundo dados divulgados em 2013 pelas Nações Unidas, o nível de analfabetismo na Guiné-Bissau é de 56%.

Fonte : DW

ONU vai examinar a situação de pobreza na Guiné-Bissau

Genebra, 21 fev (Lusa) -- A situação de extrema pobreza na Guiné-Bissau vai ser examinada pela relatora especial da ONU Magdalena Sepúlveda, anunciou hoje a instituição em comunicado, em Genebra.

"Num tempo em que novas eleições têm o potencial de revitalizar as estruturas sociais da Guiné-Bissau, é fundamental chamar a atenção tanto do Governo como da comunidade internacional para as necessidades das pessoas que vivem em extrema pobreza", refere a relatora especial encarregada pelo Conselho de Direitos humanos da ONU.

Antes das novas eleições previstas em março, a perita vai realizar uma missão oficial à Guiné-Bissau entre 24 de fevereiro e 1 de março de 2013 para examinar a situação do país.

O Governo de transição assina acordo de exploração de areias pesadas com empresa russa (Com que legitimidade ? não seria mais sensato esperar pelo Governo a sair das ELEIÇÔES ) a pouca vergonha continua !!!!

O Governo de transição da Guiné-Bissau assinou hoje, numa cerimónia pública, um acordo com uma empresa russa para exploração de areias pesadas no norte do país, em Varela, junto à fronteira com o Senegal.

Segundo o primeiro-ministro transitório, Rui de Barros, inicia-se assim "a fase de criação da indústria mineira guineense".

Das areias pesadas podem ser extraídos recursos minerais utilizados em indústrias de alta tecnologia.

Por crime de imprensa : Director do semanário «Donos da Bola» vai ser julgado


Bissau - O Director do semanário «Donos da Bola», Pedro Lucas Mendes de Carvalho, foi convocado pela justiça guineense para uma sessão de audiência, discussão e julgamento sobre o alegado crime de imprensa e de honra contra o Procurador-Geral da República, Abudu Mane, e o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanha.

Em causa está a notícia publicada pelo referido órgão, na edição de 26 de Novembro de 2013, com o título «Abudu Mane e Paulo Sanha pretendem afastar José Mário Vaz (JOMAV) da política».


As duas personalidades não ficaram satisfeitas com a notícia e moveram uma queixa-crime contra toda a equipa redatorial do semanário, cujo director assumiu a responsabilidade.


Em conferência de imprensa realizada esta sexta-feira, 21 de Fevereiro, em Bissau, Pedro Lucas Mendes de Carvalho denunciou que os seus jornalistas estão a ser alvos de perseguição e de intimidações por parte dos detentores do poder, com a finalidade de os silenciarem.


Nesta mesma comunicação, o director revelou que a sua equipa corre o risco de se apresentar perante o colectivo de juízes sem defesa, uma vez que todos os advogados por eles contactados se revelaram reticentes por se tratar de um assunto que envolve os «dois grandes» nomes da justiça guineense.


Trata-se de mais uma acção de Abudu Mane contra a imprensa guineense desde que foi nomeado Procurador-geral da República, há mais de dois anos.

Fonte : PNN

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Presidente de transição marca eleições para 13 de abril

O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, marcou para o dia 13 de abril a realização das eleições gerais, dando sem efeito a anterior data de 16 de março.

Através de um decreto presidencial divulgado pelo gabinete de Serifo Nhamadjo a que a Lusa teve acesso, o chefe de Estado guineense anunciou que, ouvido o Governo de transição, os partidos políticos com ou sem assento parlamentar e as organizações da sociedade civil, é fixada a data de 13 de abril para a ida às urnas.

O Presidente considerou estarem reunidas todas as condições necessárias, nomeadamente após a realização "com sucesso" do recenseamento de raiz dos potenciais eleitores, um processo que atingiu 93 por cento.

Serifo Nhamadjo assinalou, no decreto presidencial, que o país se viu obrigado a mudar a data da realização das eleições de 16 de março para 13 de abril, tendo em conta os atrasos no fim do recenseamento tanto na Guiné-Bissau como na diáspora.

No dia 13 de abril, os guineenses vão escolher os deputados ao parlamento e um novo Presidente da República, acabando o processo de transição iniciado em abril de 2012, na sequência de um golpe de Estado militar que destituiu os órgãos eleitos.

MNE da Gâmbia diz que Guiné-Bissau é um problema para a CEDEAO «Está fora de controlo»

Praia - O ministro dos Negócios Estrangeiros da Gâmbia, Aboubacar Senghore, considerou,  na Cidade da Praia, que a Guiné-Bissau constitui um dos sérios problemas que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem que resolver.

«A Guiné-Bissau é um dos problemas de difícil solução em toda linha.

A situação mais séria que a CEDEAO tem que enfrentar é a da Guiné-Bissau. Está fora de controlo.

O problema daquele país constitui um entre os vários por resolver, em países como Libéria, Serra Leoa, Mali ou Cote d´Ivoire.

Tarde ou cedo a CEDEAO terá que solucionar o problema da Guiné-Bissau, de uma vez por todas», considerou o Chefe da diplomacia gambiana.

Novo líder do PAIGC exclui apoio a Carlos Gomes Júnior nas eleições presidenciais

Sobre a nova data das eleições (atualmente marcadas para 16 de Março), o líder do PAIGC sugeriu na última semana ao Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, o adiamento para 04 de Maio

O presidente do PAIGC excluiu hoje o apoio do partido a Carlos Gomes Júnior, ex-líder da força política e primeiro-ministro deposto em 2012, como candidato presidencial nas eleições gerais deste ano na Guiné-Bissau.

"Quando falo nos candidatos presidenciais, não estou a incluir Carlos Gomes Júnior", referiu Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), à agência Lusa.

"Eu sei que isso pode suscitar algum mal-entendido, mas é preciso sermos realistas", acrescentou, considerando que o antigo líder só deve regressar à Guiné-Bissau "num quadro de normalidade", com "segurança e tranquilidade de todos os atores políticos".

Ao mesmo tempo que era primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior venceu a primeira volta das eleições presidenciais quando se deu um golpe de Estado militar que o depôs em abril de 2012 e o obrigou a viver em Portugal e Cabo Verde.

Já este ano, escreveu uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas em que pediu condições de segurança para voltar ao país, depois de ter anunciado que pretende candidatar-se às próximas eleições presidenciais.

A carta surgiu após forças de segurança e militares guineenses terem mandado parar viaturas diplomáticas e terem ameaçado invadir instalações das Nações Unidas com a justificação de que procuravam Carlos Gomes Júnior.

"É um caso especial que precisa de ter um tratamento diferente junto de outras instâncias", sublinhou o novo presidente do PAIGC.

O partido define a partir de quinta-feira quem vai apoiar como candidato presidencial nas eleições gerais na Guiné-Bissau: o processo arranca com reuniões "do ‘bureau político' e do comité central em que ficarão estabelecidos os critérios para a seleção do candidato", explicou Domingos Simões Pereira.

Haverá depois uma nova reunião daqueles órgãos dirigentes para escolher o nome que deverá ser anunciado "na próxima semana", acrescentou.

"Há várias intenções de candidatura e deverá estar salvaguardada a qualidade necessária", referiu, sem arriscar nomes, sendo certo que será um militante do partido, como definido nos regulamentos internos.

Sobre a nova data das eleições (atualmente marcadas para 16 de março), o líder do PAIGC sugeriu na última semana ao Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, o adiamento para 04 de maio de maneira a acautelar alguns prazos legais.

"Quando fomos consultados fizemos sempre referência à lei eleitoral e ao dispositivo constitucional", no entanto, segundo Simões Pereira, Nhamadjo já anunciou ter liberdade de marcação, justificando-a como "uma prorrogativa que o Supremo [Tribunal de Justiça] entende estar à disposição do Presidente" em tempos atípicos.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela Agência Lusa

Governo da Guiné-Bissau e Nações Unidas distribuem redes mosquiteiras contra a malária

O Governo de transição da Guiné-Bissau iniciou esta semana a distribuição de 950 mil redes mosquiteiras numa ação de combate à malária com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), anunciou a agência da ONU em comunicado.

A doença, também conhecida como paludismo, é uma das principais causas de morte de crianças com menos de cinco anos na Guiné-Bissau, de acordo com os mais recentes inquéritos feitos à população, realizados em 2010.

O objetivo é que por cada dois guineenses exista uma rede mosquiteira.

Agência Lusa

Líder militar promete "tolerância zero" a fraudes eleitorais

O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, prometeu "tolerância zero" à fraude nas próximas eleições gerais.

O general falava aos jornalistas momentos após o encerramento de uma reunião de chefes militares de 14 países da África Ocidental, reunidos em Bissau desde segunda-feira.

"A fraude não poderá ter lugar. A segurança das próximas eleições será total. Serão eleições transparentes. Seremos duros contra a fraude. Vamos vedar todos os locais para que não haja fraude", declarou Indjai.

Segundo referiu, os militares estarão vigilantes em relação a quem perturbe a ordem pública.

O líder militar guineense foi saudado pelos seus pares da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que lhe recomendarem medidas de segurança em relação às próximas eleições.

O chefe das Forças Armadas guineenses afirmou que vai tomar medidas em colaboração com os soldados da ECOMIB (contingente militar da CEDEAO instalado na Guiné-Bissau depois do golpe de Estado de 2012) no sentido de tranquilizar o país.

António Indjai prometeu ainda garantir segurança a todos os candidatos concorrentes às eleições, marcadas para 16 de março, mas que os partidos políticos e o presidente de transição, Serifo Nhamadjo, admitem sejam adiadas

Entretanto, o presidente do comité de chefes de Estado-Maior de Forças Armadas da CEDEAO, o general Soumaila Bakayoko, da Costa do Marfim, afirmou no discurso de encerramento da 33.ª reunião que tudo indica que as eleições serão realizadas no dia 13 de abril.

Analisando a situação política na Guiné-Bissau, os chefes militares da CEDEAO concluíram que "o ambiente é calmo" e que as eleições estão a ser preparadas "com serenidade" para que venham a ter lugar a 13 de abril, disse Soumaila Bakayoko.

Os responsáveis militares da CEDEAO enalteceram igualmente o nível de cooperação existente entre as Forças Armadas da Guiné-Bissau e o contingente da ECOMIB (cerca de 750 militares e polícias), destacando as disposições elaboradas para assegurar o bom desenrolar das eleições.

Enfatizaram também as ações em curso no âmbito da reforma das forças armadas guineenses, nomeadamente as obras de reparação das casernas levadas a cabo por soldados do Senegal integrados no contingente do ECOMIB.

 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Guiné-Bissau ainda "severamente afetada" pelo golpe de Estado

A atividade económica na Guiné-Bissau continua a ser "severamente afetada" pelas consequências do golpe de Estado militar de abril de 2012, refere o Fundo Monetário Internacional (FMI) numa declaração divulgada na terça-feira.

Uma missão do FMI visitou o país entre 10 e 13 de fevereiro e concluiu que a economia guineense não recuperou da contração registada em 2012 (o Produto Interno Bruto caiu 1,5%): o país perdeu receitas fiscais, ajudas externas e o preço do caju (maior produto de exportação) caiu.

A atividade no país "tem sido severamente afetada pelas consequências económicas e políticas duradouras do golpe de 2012" e este ano, tudo depende "da campanha de caju e da ajuda externa", refere o documento.

O FMI recomenda a rápida definição da política anual para a maior campanha agrícola do país (a maioria das famílias depende da produção de caju), por forma a evitar "as incertezas que minaram a campanha do último ano".

Segundo o relatório, apesar de em 2013 o volume de produção daquele fruto seco ter crescido comparativamente com 2012, o preço de compra ao produtor caiu abruptamente - pelo que o PIB do país avançou apenas 0,3% em relação ao ano anterior.

O cenário da economia guineense tem sido agravado com "a queda da receita fiscal e o fraco apoio financeiro internacional" desde que aconteceu o golpe e que têm levado "à acumulação de salários em atraso nos últimos meses" em vários setores públicos, entre os quais, a saúde e ensino.

Dadas as perspetivas de o Estado pouco poder arrecadar por via fiscal nos próximos meses, principalmente antes do início da campanha de caju, a missão pediu "rigorosos controlos de gastos e uma gestão de caixa prudente para evitar que se acumulem mais pagamentos em atraso".

"A missão aguarda por uma resolução positiva para a instabilidade política e pelo início de diálogo com um novo governo eleito para ajudar a enfrentar os desafios económicos e de desenvolvimento do país", conclui a declaração.

A missão do FMI na Guiné-Bissau foi conduzida por Mauricio Villafuerte e reuniu-se, entre outros, com o ministro das Finanças, Gino Mendes, o ministro da Economia, Soares Sambu, e o diretor nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), João Fadia.

Já na última semana, antes de deixar o país, Villafuerte tinha referido em conferência de imprensa que a acumulação de atrasos nos pagamentos do Estado "coloca desafios adicionais para 2014".

Morreu Carlos Shwartz da Silva

Lisboa - Faleceu esta terça-feira, em Lisboa, o Secretário Executivo da Acção para o Desenvolvimento (AD), uma das mais expressivas ONG´s da Guiné-Bissau, Carlos Shwartz da Silva.

Vítima de doença, «Pipito», tal como é mais conhecido, deixou Bissau há quase duas semanas para controlo médico em Portugal.


Com 65 anos de idade, Carlos Shwartz da Silva foi deputado da nação pelo PUSD em meados de 2000, e ministro das Infraestruturas no Governo de Unidade Nacional (GUN), então liderado por Francisco José Fadul, em 1999.


Foi promotor e executor de várias acções sociais e comunitárias na capital guineense, concretamente no Bairro periférico de Quelélé, assim como no norte e no sul do país, sobretudo nos sectores da Saúde, Educação, Agricultura, Cultura, de entre outros.
A sua mais recente realização foi a promoção da Rádio ambiental «Rio de Cacheu». «Pipito» foi pioneiro na promoção das rádios comunitárias na Guiné-Bissau, logo na abertura democrática em 1994.


As suas iniciativas contam-se também na conservação e defesa do meio ambiente. Neste em particular, de citar por exemplo a mata sagrada de Cantanhez, uma reserva natural situada no sul da Guiné-Bissau.


Carlos Shwartz da Silva foi engenheiro agrónomo, nascido na Guiné-Bissau com descendências de várias origens, nomeadamente cabo-verdiana, portuguesa, judia e polaca.


Antigo director da DEPA, antiga entidade de promoção agrícola na Guiné-Bissau, regressou ao país enquanto jovem licenciado pelo Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, para se dedicar à causa do desenvolvimento das populações guineenses.


Veja vídeo sobre quem foi o homem que hoje nos deixou clicando no link: http://www.rtp.pt/play/p663/e43062/eu-sou-africa

Eu Sou África

Carlos Schwarz da Silva - Episódio 10

Eu Sou África

Primeira Emissão: 09 Abr 2011
Duração: 31m
Classificação:
 


Carlos Schwarz da Silva, guineense nascido em Bissau, em 1949, só exerceu o nome enquanto se fazia engenheiro agrónomo em Lisboa, ao mesmo tempo que se diplomava na luta estudantil contra a ditadura. Na Guiné Bissau, todos o conhecem como Pepito, lutador incansável contra as más práticas de estado, mas sobretudo contra a fome, pela cidadania e pelo desenvolvimento.

Fundador do pioneiro DEPA (Departamento de Experimentação e Pesquisa Agrícola) e da ONG Ação para o Desenvolvimento (AD), deputado, neto de polacos que sobreviveram ao Gueto de Varsóvia, filho de um jurista nacionalista preso pela PIDE, pai de 3 filhos, avô de 2 netos, Pepito é, nas palavras dos anciãos balantas, um “homem grande”.


"Eu Sou África” é uma série documental de 10 episódios, dois por cada um dos PALOP: Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Cada um dos filmes desta série retrata a vida e a obra de uma africana ou africano implicado na história e no desenvolvimento social, político e cultural do país onde nasceu.

“Eu Sou África” revela dez heróis desconhecidos do grande público e desfaz os lugares comuns depreciativos da realidade dos PALOP. Na diversidade das suas experiências e reflexões, o que estes dez africanos dão a ver é a emergência de uma nova África de língua portuguesa – um lugar em que a esperança tem toda a razão de ser.


A história de 10 pessoas contada em episódios

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Lançado alerta à Guiné-Bissau

A comissária para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), disse ontem em Bissau que a sociedade guineense deve aproveitar as próximas eleições gerais para “reescrever” a sua história, inaugurando uma nova ordem constitucional duradoura na Guiné-Bissau.


Salamatu Hussaini Suleiman fez este apelo durante a cerimónia de abertura da 33ª Reunião Ordinária da Comissão de Chefes de Estado-Maior das Forças Armadas da Comunidade dos Estados da África Ocidental, que decorre em Bissau desde ontem, com a duração de três dias.


“Temos que apelar a todas as partes interessadas no processo de transição da Guiné-Bissau, às instituições do Estado responsáveis pelas eleições, partidos políticos, agentes de segurança, à sociedade civil e à população em geral para aproveitarem as próximas eleições e reescreverem a história da Guiné-Bissau”, apelou.

Chefes militares da CEDEAO reunidos em Bissau

Estado Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau

Desde ontem e até ao dia 19 de Fevereiro, decorre em Bissau a 33.ª reunião ordinária do comité de chefes de estado-maior da CEDEAO, uma reunião cuja ordem do dia abrange a segurança das eleições gerais na Guiné-Bissau, a consolidação da paz no Mali e a elaboração de uma estratégia conjunta para o combate à pirataria marítima no Golfo da Guiné.

Este encontro do qual está ausente Cabo Verde, acontece no momento em que a Guiné-Bissau está a preparar-se para eleições gerais. Ao enaltecer o papel desempenhado pelas suas forças no terreno, os chefes militares da CEDEAO reafirmaram desde já o seu compromisso para que a ECOMIB possa garantir o desenrolar das eleições em segurança.

Ouvir (01:37)

 

O desenrolar das próximas semanas na Guiné-Bissau está de facto na linha de mira dos chefes militares regionais. Inicialmente previstas para o passado mês de Novembro, as eleições acabaram por ser adiadas para o dia 16 de Março, um novo adiamento sendo cada vez mais abertamente encarado. As Forças Armadas e o PRS consideram que as eleições poderiam decorrer em meados de Abril, o PAIGC propôs na semana passada que o escrutínio seja organizado em Maio e, esta segunda-feira, o Conselho de Estado pronunciou-se a favor de um novo adiamento, não havendo todavia indicações de uma eventual data.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Políticos são principais responsáveis por estado da Guiné-Bissau, diz Ramos-Horta

Porém, Ramos-Horta vê “uma esperança real de mudança” em alguns dos líderes mais novos, “altamente instruídos”, que agora estão a candidatar-se a cargos de poder

O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau responsabiliza, em primeiro lugar, as elites políticas pelo estado de um país "falhado em todos os sentidos”.

“Os políticos é que manipulam os militares, incitando-os a apoiar uma fação ou outra”, acusa José Ramos-Horta, em entrevista publicada na edição de fevereiro/março da revista “The World Today”, do Chantham House, instituto britânico de análise internacional.

As forças armadas guineenses têm sido “responsabilizadas por tudo o que se passa” no país, mas o representante especial do secretário geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau assume “uma visão ligeiramente diferente”.

Ramos-Horta explica: “As elites políticas são os principais culpados pelo trágico estado de coisas, pela má gestão, pelo desperdício, pela corrupção e pelo empobrecimento da população. Os militares vêm em segundo lugar na minha lista de atribuição de responsabilidades.”

O ex-Presidente de Timor-Leste vai mais longe e diz que “os militares apenas se juntaram ao grande assalto” levado a cabo pelas elites políticas que governam o país desde a independência.

“A Guiné-Bissau é um Estado falhado em todos os sentidos”, classifica, enumerando “as qualidades de um Estado falhado” que encontra no país africano lusófono: serviços públicos “corruptos”, que “nem sequer pagam os salários aos seus funcionários”, forças de segurança sem controlo, uma justiça “incapaz” de julgar os “envolvidos no roubo atrevido e escandaloso do erário público” ou outros “acusados de crimes graves”.

Porém, Ramos-Horta vê “uma esperança real de mudança” em alguns dos líderes mais novos, “altamente instruídos”, que agora estão a candidatar-se a cargos de poder.

“Se eles forem eleitos, a comunidade internacional tem de os apoiar verdadeiramente. Doutra forma, estarão condenados. Existem demasiados interesses enraizados que vão resistir à mudança radical”, antecipa.

Também há sinais de “esperança” nas forças armadas, onde existem “boas pessoas”, que defendem “a mudança”, acrescenta.

Sobre as próximas eleições, agendadas para 16 de março, Ramos-Horta admite que “poderá haver um adiamento de uma semana ou duas”, mas isso “não será um problema”.

O representante das Nações Unidas reconhece que o problema do tráfico de droga na região é “muito sério”, mas realça que, “se países poderosos, como Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China não conseguem eliminá-lo, não se pode esperar que os países da África Ocidental façam melhor”.

O tráfico de estupefacientes, trazido às costas africanas por "gente de fora", destaca, “está a corroer países já bastante frágeis”. Recusando classificar a Guiné-Bissau como um “narco-Estado”, Ramos-Horta garante que, no último ano que passou no país, não viu “sinais de grande tráfico de droga”.

Questionado sobre as similitudes entre a ajuda internacional à Guiné-Bissau e ao seu país de origem, Timor-Leste, Ramos-Horta reconhece que “os dadores estão cansados de 40 anos de golpes e instabilidade, corrupção e incompetência”, mas lamenta que a Guiné-Bissau seja um país “quase esquecido” e “subfinanciado”.

Na sua opinião, “Portugal é dos poucos países que realmente se preocupa com a Guiné-Bissau”. Angola “tem os meios financeiros para investir realmente na Guiné-Bissau”, mas os políticos e militares locais “conseguiram antagonizar e alienar os angolanos, lamenta.

Artigo de opinião : O TRIO PRECISA-SE! (Por Carmelita Pires Presidente do Partido Unido Social Democrata–PUSD)

O TRIO PRECISA-SE!


O país está muito mal! O país está doente e as suas gentes doentes estão!
O país está de rastos, para os que sabem o que é um país de rastos. Não tem ponta por onde se lhe pegue: Estado falido e refém, instituições fantoches e gente pública desaconselhável.


A maioria da NOSSA POPULAÇÃO vive abaixo do limiar da pobreza.
É um país sem Interior, porque este é uma miragem. E sem ilhas, porque desamparadas à sorte. Sem Escolas Básicas e Hospitais dignos do nome, e com uma Justiça de fazer que faz, sem julgar e sem condenar.


Um país sem rei e nem roque. Sem cidades e muito menos Capital adequada. Sem ordem ou ordenação, sem passeios, sem cidadania, sem luz e sem água, e sem fossas ou medidas salubres. Às escuras estamos na horizontalidade.


Ditam-nos as regras. Pudera! Entregamo-nos há décadas.
Este é o país do Caju. Sem comércio formal respeitável, sem quaisquer indústrias registáveis e incessantemente delapidado nas suas fontes rentáveis.


Eis a NOSSA GUINÉ-BISSAU, fazendo jus ao seu nome, para se circunscrever a Bissau tomada. Sem nada do que é um Estado e muito menos do que seja um país. Porque é o país dos acertos de contas. Do salve-se quem puder e puder esperar e contemporizar para novas afrontas.

Ler mais: http://novasdaguinebissau.blogspot.pt/p/documentos-actualidades.html

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Liga Guineense dos Direitos Humanos quer investigação às ameaças a dirigentes partidários

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) condenou hoje, através de comunicado, as ameaças de que estarão a ser alvo dirigentes de um partido político da Guiné-Bissau.

Faustino Imbali, presidente do Partido Manifesto do Povo e candidato à Presidência da República, dirigiu na terça-feira uma carta aberta ao Presidente de transição em que se queixa de estar a ser alvo de ameaças de morte e espancamento, tal como outros dirigentes do partido.

Segundo referiu, as ameaças são feitas por telefone, supostamente "por agentes da defesa e segurança de Estado".

Agência Lusa

Narrativas do narcotráfico preenchem música rap da Guiné-Bissau

"NB na varanda da Rádio Jovem durante o programa inter-activo frees na rádio"

[Uma versão mais extensa deste artigo, escrito por Miguel de Barros e Patrícia Godinho Gomes, foi publicada originalmente no Buala com o título Percepções e contestações: leituras a partir das narrativas sobre o narcotráfico na música Rap da Guiné-Bissau, no dia 24 de Janeiro de 2014.]

O fenómeno de narcotráfico na Guiné-Bissau tem vindo a ganhar visibilidade através da articulação entre músicos rap e as rádios. A emergência deste movimento contestatário na cidade de Bissau dá voz às denúncias da sociedade civil de uma forma inovadora usando o “narco-rap” para a construção de resistências.

No início do novo milénio, o tráfico ilegal da cocaína atingiu proporções globais, infiltrando não apenas os mercados tradicionais como o dos Estados Unidos da América e da América Latina, mas também os da Europa ocidental, da Rússia e mais recentemente alguns países da costa ocidental africana, que têm-se tornado em países de “trânsito” dos cartéis da droga.

Sendo a Guiné-Bissau um dos países mais pobres do mundo e sem capacidades de controlar o seu território, a abordagem do fenómeno do narcotráfico não é apenas uma questão da falta de desenvolvimento, mas sim, constitui um problema de segurança no país e na sub-região (ver os relatórios do Escritório das Nações Unidas sobre Droga e Crime de 2007 e 2008 [pdf], com especial menção à Guiné-Bissau).

Música ”Relatório” de MC Mário, Patche di Rima e Dom Pina

Para além da mediatização da espetacularidade da intervenção pontual americana [en] contra o fenómeno do narcotráfico na Guiné-Bissau e na sub-região oeste africana, importa perceber quais os mecanismos internos de resistências que estão a ser adotados e que efeitos estão a ter no espaço nacional.

É neste sentido que os jovens “não institucionalizados” e pertencentes às camadas sociais subalternas, aparecem como protagonistas através da denúncia com a música de intervenção, Rap, em programas radiofónicos e em diretos. O “narco-rap” apresenta-se como um instrumento artístico através do qual os rappers interpretam, criticam o envolvimento de atores com responsabilidades no Estado no narcotráfico e contestam a (des)ordem social vigente, aliando a emancipação cultural ao exercício da participação política e democrática.

Registamos aqui em discurso as narrativas que todos fazem mas não dizem, em kriol (crioulo, a lingua franca da Guiné-Bissau) com a respetiva tradução para português.

Narrativa da Denúncia

Pode ouvir-se na música “Culpadus” de Torres Gémeos (2008):

droga tchiga Guiné i djumblintinu senariu/Nhu alferis ku nhu kabu/Tudu pasa sedu bida empresariu (…)
Amadu ki chefi di izersitu/Iooode/I ka fasi nin 2 dia ki tchiga la/Iooode/I mata Djokin i subi la
Ku asasinatu ku aumenta/korupson ganha forsa
I ta troka mindjer suma ropa/I tene kumbu té na Eropa
Nunde ki sai ku es manga di kusas?/no ka sibi!

A droga chegou a Guiné e baralhou-nos o cenário/Senhor Alferes e Senhor Cabo/Todos viraram empresários
Amadu é chefe do exército/Iooode/Não há dois dias que chegou lá/Iooode/Matou Joaquim e subiu até lá
Com o aumento dos assassinatos/A corrupção ganhou força
Troca de mulher como se troca de roupa/Tem dinheiro até na Europa
Onde é que arranjou aquilo tudo?/Não sabemos!

Narrativa da rota do narcotráfico

A música “Bo obi mas” (Oiçam de novo), de Baloberos (2008), percorre as geografias do narcotráfico:

Guiné-Bissau nason di trafico? Tráfico
kil ku na bin bai pa Spanha? Tráfico
kil ku ta bin di Colombia? Tráfico
Mira ermanos, la fuerza armada transportando la cocaína en quantidad
haciendo negócios com nuestros ermanos de Colombia
(…) bo obi es sistema di pesa coca: kilograma, decagrama, hectograma, graaama

Guiné-Bissau nação de tráfico? tráfico
aquele que vai para Espanha? tráfico
aquele que costuma vir da Colômbia? tráfico
vejam irmãos, as forças armadas transportando a cocaína em quantidade
fazendo negócios com os nossos irmãos de Colômbia
oiçam este sistema de pesagem da coca: kilograma, decagrama, hectograma, graaama

Narrativa do protesto

Em “Kaminhu sukuru” (Caminho escuro), de FBMJ (2008), é feito um apelo à população:

Marca di Avion 515 tisi medicamentu pa tudu duentis
i guineensis ka na duensi mas
bardadi n`fia, Guiné i terá nunde ku pekadur ta garandi ora ki misti, di manera ki misti, tudu ta dipindi
bardi n`fia, Guine i tera nunde ku po ta sibi riba di santchu mbes di santchu sibi na po
Ma i ka sigridu ku nha kabesa na ramasa i ni i ka kudadi
i sibidu kuma i ten djintis na Guine ora ku e misti pa tchuba tchubi, tchuba ta tchubi
ora ku é mista pa sol iardi, sol ta ratcha

marca de avião 515 trouxe medicamentos para todos os doentes
e os guineenses jamais adoecerão (…)
verdade eu creio, Guine é uma terra onde as pessoas são maduras quando quiserem, da forma como querem, mas tudo é relativo
verdade eu creio, Guiné é a terra onde as árvores trepam macacos ao invés destes treparem as árvores!
mas não é segredo que estou a vomitar e nem é preocupação
sabe-se que há gente na Guiné quando quiserem que se chova, acontece
quando quiserem que o sol brilhe, acontece

Ler Mais : http://pt.globalvoicesonline.org/2014/02/13/narrativas-do-narcotrafico-preenchem-musica-rap-da-guine-bissau/

Artigo de Opinião : O poder a cidadania e a difícil tarefa de governar

 

Capa do Jornal “O Democrata”

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União Europeia vai enviar missão de observação das eleições na Guiné-Bissau

image001União Europeia anuncia a próxima chegada da missão de observação no país

A Alta Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança e Vice-Presidente da Comissão Europeia, Baronesa Catherine Ashton, respondeu favoravelmente ao convite da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de 2013 sobre o envio ao país de uma missão de observação eleitoral.

Assinatura do Protocolo de Acordo entre a União Europeia e a CNE no dia 13 de Fevereiro de 2014 em BissauNeste âmbito foi assinado hoje em Bissau um Protocolo de Acordo para estipular o quadro operativo da missão.

A missão de observação manterá uma estrita imparcialidade, objectividade e independência na execução do seu mandato e os observadores subscreverão aos Códigos de Conduta para os observadores europeus e internacionais.

A missão terá liberdade de «circulação em todo o país e liberdade de acesso aos organismos eleitorais e às informações relativas ao processo eleitoral, bem como a todos os partidos políticos, candidatos e agentes eleitorais.
 

A missão será chefiada pelo Membro do Parlamento Europeu Sr. Santiago Fisas Ayxela e será composta de até 70 observadores no total, provenientes dos Estados-Membros da União Europeia. A chegada da missão está prevista no mês de Março.

A União Europeia acredita que a observação internacional irá desempenhar um papel crucial para facilitar a actuação transparente do processo eleitoral, com vista à realização de eleições justas e livres.

Chegada de materiais eleitorais financiados pela União Europeia no aeropórto Osvaldo Vieira no dia 12 de fevreiro de 2014O envio da missão de observação junta-se à mobilização de mil e trezentos milhões de Francos CFA para financiar as actividades eleitorais, à assistência técnica fornecida à CNE e às outras medidas de apoio já adoptadas pela União Europeia, nomeadamente através de parcerias com a sociedade civil guineense.