sexta-feira, 30 de maio de 2014

Está a circular em Bissau, um documento, do qual vamos apresentar alguns pontos : Som pa n’safa nha mistida kinti kinti.

Está a circular aqui em Bissau, um documento, do qual vamos apresentar alguns pontos, com ideias verdadeiramente espantosas, que a concretizarem-se transformariam o Presidente e governo eleitos, em verdadeiras marionetas, sem poder, salvaguardando os golpistas e oportunistas transitórios.

Escrito na primeira pessoa, em papel timbrado, o texto cuja autoria se presume de Nuno Nabian, mas não assinado (como convém, para poder ser sempre desmentido), põe, o que não é desmentível, a circular as ideias, a ver se pegam, de forma a que ainda que vencido nas urnas, ele, Nabian, vença agora pela tramoia.

Nem mais! Lê-se no texto que no âmbito do “projecto Guinendade positiva, paz, coesão social, unidade nacional e democracia”, acolhido “por uma significativa parte do povo da Guiné-Bissau”, convém ao seu mentor, que se define como “guia e líder dessa gente” que sejam “tidos em conta na definição de políticas públicas e sociais, bem como na implementação de programas de governação daqui por diante”, ou seja, não só o governo de Domingos Simões Pereira, mas os que vierem a seguir.

Mas o “dito” Nabian não quer ficar por aqui: Propõe “que seja criado um espaço, uma estrutura ou uma instituição, que vele ao mais alto nível do Estado, pela definição, implementação e supervisão do programa de reforma sustentada e viável dos setores da defesa e segurança”, e mais, “que para essa instituição, estrutura ou espaço que pode substanciar-se na institucionalização do cargo de Vice-Presidente da República(ainda que tal possa implicar a adoção da norma constitucional ad-hoc, pelos órgãos competentes) seja o líder do projecto Guinendade nomeado, com, entre outras funções, de supervisão do programa de reforma dos setores da defesa e segurança”.

Por outras palavras, tudo ficaria na mesma: Nabian, ou antes, o seu “tio” Indjai, a mandar. Um presidente assim, sem poderes, servira para quê?

Porém, ainda não acabou. Há ainda que garantir a roubalheira de recursos naturais que se faz descaradamente, com dezenas de camiões a caminho do porto, todos os dias, com embarque garantido para a China. O presidente eleito, Jomav, já veio falar na necessidade de rever os contratos assinados pelos transitórios. Há que impedir isso! Dizemos nós.

Qual quê! Sugere-se neste texto, que seja “criada uma Agência ou Alta Autoridade de regulação ou de gestão transparente de recursos minerais (veja-se a transparência!)que seria dirigida e provida de quadros oriundos do projeto Guinendade, sem prejuízo de integração de outros quadros nacionais (claro que em segundo plano, cremos nós!) com vocação e competência para esse domínio específico.

E que tal senhor Presidente José Mário Vaz, dizemos nós, pegar na ideia, mas em vez de uma Agência ou Alta Autoridade, seguir o exemplo de Timor-Leste e criar um fundo para os recursos naturais, mas que seja mesmo transparente, governado já agora por Timor-Leste, Nações Unidas ou outras instituições ou organismos internacionais credíveis. Olhe livra-se de lhe dizerem que quer rever os contratos para pôr “ a mão na massa” e que o dinheiro vai mesmo ser distribuído pelos principais interessados: os guineenses. 

Fonte : Blogue Pasmalu

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