segunda-feira, 29 de junho de 2015

Fundos prometidos à Guiné-Bissau na mesa-redonda de Bruxelas vão começar a chegar

Parte da promessa financeira de apoio à Guiné-Bissau anunciada pela comunidade internacional na recente mesa-redonda de Bruxelas da comunidade vão começar a chegar nos próximos meses, afirmou o ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau.



“Alguns parceiros dão indicações de que podemos contar com apoios específicos já nos próximos tempos, em 2015 ainda e em 2016”, referiu Geraldo Martins em declarações à Rádio ONU, em Nova Iorque, dando como exemplo a Comissão de Consolidação da Paz, que prometeu desbloquear 10 milhões.

No decurso da mesa-redonda de Bruxelas, a comunidade internacional prometeu apoiar projectos de desenvolvimento na Guiné-Bissau até ao montante de 1,5 mil milhões de dólares.

O ministro adiantou que uma missão do Banco Islâmico de Desenvolvimento (BID) deverá deslocar-se à Guiné-Bissau no final do Ramadão a fim de identificar os projectos que a instituição prometeu financiar aquando da mesa-redonda de Bruxelas.

O ministro Geraldo Martins esteve recentemente em missão de serviço em Moçambique, Portugal e nos Estados Unidos da América e em Moçambique participou na assembleia anual do Banco Islâmico de Desenvolvimento.

Está igualmente agendada para breve uma deslocação à Guiné-Bissau de uma delegação do Banco Árabe de Desenvolvimento Económico de África (BADEA), que eventualmente será chefiada pelo próprio presidente da instituição.

O objectivo da deslocação do BADEA à Guiné-Bissau é, à semelhança do que ocorre com o BID, para conhecer de perto os projectos para os quais prometeu desembolsar os 20 milhões de dólares anunciados na reunião de Bruxelas.

O ministro disse ainda que na sua passagem por Portugal, concretamente na cidade de Braga, manteve encontro com um grupo de empresários portugueses com quem discutiu as oportunidades de negócio na Guiné-Bissau.

União de Exportadores da CPLP apoia certificação da castanha de caju guineense

O presidente da União de Exportadores da CPLP, Mário Costa, disse hoje que esta organização está a ajudar a construir projetos estratégicos nestes países, dando como exemplo a Guiné-Bissau onde vai ser promovida a certificação da castanha de caju.


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Mário Costa explicou, no último dia do Fórum da União de Exportadores da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que apesar de este produto ser muito exportado contribui "com pouco emprego e pouca riqueza para o país porque não tem certificado de qualidade".

Segundo o mesmo responsável, "poucas empresas consomem o produto diretamente da Guiné-Bissau", já que sem certificação de qualidade "é muito difícil ser aceite nos mercados internacionais".

A castanha de caju produzida pela Guiné-Bissau é importada sobretudo por empresas indianas, que compram o produto a baixo preço, certificam-no e distribuem-no posteriormente, acrescentando-lhe valor.

A União de Exportadores ofereceu ao Governo da Guiné-Bissau um laboratório de certificação, que "vai ajudar a organizar um setor de atividade bastante importante" para este país africano, salientou Mário Costa, adiantando que contactou com importadores e distribuidores de castanha de caju que asseguraram a compra da totalidade do produto produzido na Guiné- Bissau.

Mário Costa revelou que também São Tomé e Príncipe vai poder contar com um laboratório de certificação de produtos, bem como uma incubadora de empresas para formar jovens agricultores são-tomenses.

A agricultura, adiantou, foi identificada como um dos setores estratégicos para este país, a par do turismo e das pescas.

"O governo [de São Tomé e Príncipe] já tomou consciência de que tem de diversificar a economia para não acontecer aquilo que está a acontecer em Angola", sublinhou Mário Costa, alertando para a dependência do petróleo e do gás.

RCR // CC

Lusa/fim

Domingos Simões revela que presidente senegalês quer ajudar Bissau a ultrapassar crises políticas

Domingos Simões Pereira, primeiro-ministro da Guiné-Bissau (fotografia de arquivo)O primeiro-ministro da Guiné Bissau, Domingos Simões Pereira, revelou este domingo que a sua deslocação a Dakar, Senegal, foi muito positiva.

Domingos Pereira indicou que o chefe de estado senegalês e presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Macky Sall, prometeu ajudar a mediar a tensão entre o governo e a presidência da Guiné-Bissau tanto a nível político, bem como no âmbito do desenvolvimento.

«Falámos da situação política nas suas várias vertentes e no contributo que ele, enquanto presidente do Senegal e da CEDEAO, pode ter na atualidade da nossa situação nacional», disse Domingos Pereira.

"Moção de confiança derrota os que querem instabilidade na Guiné-Bissau", diz João de Barros

Analista aborda a moção de confiança aprovada pelo Parlamento.

O parlamento da Guiné-Bissau aprovou nesta quinta-feira, 25, por unanimidade uma moção de confiança apresentada em regime de urgência pelo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira.

A decisão do Governo surge depois de uma semana política agitada em que vieram ao de cima, na imprensa e nos corredores do poder, tensões entre o Presidente da República e o primeiro-ministro.

Para observadores em Bissau, a aprovação de moção de confiança é uma resposta a qualquer tipo de desestabilização do sistema político.

"Moção de confiança derrota os que querem instabilidade na Guiné-Bissau", diz João de Barros

O texto da moção de confiança diz que a sua aprovação “representa para o Governo uma premissa fundamental para a estabilidade institucional e o normal funcionamento das instituições da República”.

Com votos de todos os deputados, a moção, de acordo com os seus promotores, é também “um forte sinal de confiança e harmonização de posições e esforços entre a Assembleia Nacional Popular e o Governo, que deve ser transmitido aos parceiros de desenvolvimento”.

Para o editor do jornal Expresso João de Barros, a aprovação da moção é algo novo e é uma resposta directa àqueles que, segundo Barros, podiam estar interessados em criar instabilidade no país.

“É uma derrota inequívoca para aqueles que, de uma forma ou de outra, queriam desestabilizar ao país, mas é um processo em que não há nem vencedores nem vencidos, apesar de ter havido posições que se digladiavam na arena pública”, analista Barros.

Em  conversa com a VOA, aquele editor diz acreditar que os políticos entenderam a mensagem dos guineenses que não querem mais instabilidade, mas sim manter um sistema político que, mesmo com diferenças profundas, funcione. Este é um novo mecanismo no país.

Para Barros, o “guineense está pouco virado para a instabilidade, mas em parte revela alguma imaturidade dos nossos políticos, que recorrem ao passado e à instabilidade, mas essas forças estão a perder terreno”.

Por outro lado, o Departamento de Estado americano publicou ontem o seu relatório sobre os direitos humanos no mundo referente a 2014, no qual reconhece melhorias a nível da liberdade de imprensa na Guiné-Bissau, apesar da condenação de um jornalista por alegadamente ter difamado o Presidente da República.

Antigo secretário de Estado da Comunicação social, João de Barros diz ser crítico sobre a liberdade da imprensa na Guiné-Bissau, que “está coarctada”.

Segundo João de Barros, as empresas, tanto públicas como privadas, não têm dinheiro.

“Quanto um jornalista recebe boleia para ir fazer uma reportagem, fica sem liberdade e incapacitado para fazer uma leitura própria”, concluiu Barros.

Recorde-se que no seu relatório sobre os direitos humanos no mundo divulgado ontem, 25, o Departamento de Estado americano reconheceu o regresso da Guiné-Bissau à normalidade constitucional, mas citou várias violações dos direitos humanos como corrupção generalidade, violência e discriminação contra mulheres e crianças,  más condições nas cadeias, ausência de independência judicial e inexistência de processos judiciais,  mutilação genital feminina, tráfico de pessoas e trabalho infantil, incluindo trabalho forçado.

Apesar dos esforços do Governo para combater a corrupção, o relatório identifica como principal problema a incapacidade das novas autoridades em punir os que, no passado, violaram os direitos humanos.

Fonte: VOA

Estamos de volta !!!!!!!!

Depois de alguns dias inativos, por motivos urgentes, aqui estamos nós de volta ao nosso trabalho.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Organização alemã debate com imãs da Guiné-Bissau fim da excisão feminina

Uma organização não-governamental da Alemanha, Target, está a levar a cabo várias ações de sensibilização junto de líderes muçulmanos da Guiné-Bissau sobre os malefícios da Mutilação Genital Feminina (MGF).
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Cerca de duas dezenas de imãs (líderes do culto islâmico) encontram-se reunidos num seminário ministrado por Tarafa Baghajati, imã numa mesquita de Viena, Áustria, em que o tema principal são os malefícios da prática da MGF.

O seminário de três dias termina hoje e alguns líderes já declararam a sua determinação em abandonar a prática, bem como em sensibilizar os fiéis das suas zonas sobre o facto de a MGF não ser uma recomendação do Islão.

Segundo o imã Malam Djassi, a prática da mutilação genital "até tem vindo a diminuir" na Guiné-Bissau, desde que o país adotou o chamado "Livro de Ouro" em 2012, em que os dignitários muçulmanos do país anunciaram o abandono do fenómeno.

O imã Djassi sublinhou, contudo, que a MGF é ainda observada nas regiões do leste do país, onde reside a maioria da comunidade islâmica, e em Bissau.

Dados do Governo guineense indicam que cerca da metade das mulheres e raparigas do país foram submetidas à excisão.

Tarafa Baghajati congratulou-se com "os grandes avanços" registados na Guiné-Bissau em matéria do abandono da MGF, mas espera ver o fenómeno "completamente erradicado" no país até 2020.

O seminário é organizado pela ONG guineense Djinopi, em parceria com a Target.

MB // APN

Lusa

Seleção Guiné-Bissau empata a zero com a Zâmbia na qualificação para a CAN

A seleção da Guiné-Bissau empatou hoje sem golos com a Zâmbia, na capital daquele país, Lusaca, numa partida a contar para a fase de qualificação da Taça das Nações Africanas (CAN 2017).

Guiné-Bissau empata a zero com a Zâmbia na qualificação para a CAN

O guarda-redes guineense, Jonas Mendes, esteve em destaque, ao defender uma grande penalidade quase no final da partida.

No primeiro jogo da fase de qualificação e mesmo sem treinar, a seleção da Guiné-Bissau conseguiu conquistar o primeiro ponto no Grupo E, depois de uma viagem até à Zâmbia que esteve envolta em polémica.

Os jogadores manifestaram-se indignados na sexta-feira com as dificuldades na viagem de Lisboa, onde se concentraram, até Lusaca.

A equipa treinada pelo português Paulo Torres viajou para Itália e dali para a Etiópia, onde ainda se encontrava na sexta-feira para fazer uma longa viagem de autocarro e chegar à Zâmbia poucas horas antes do jogo.

"Gostava de saber quem escolheu esta rota. Isto é um crime, o que estão a fazer connosco", referiu Zezinho, um dos jogadores, ouvido através de telefone por uma rádio local de Bissau.

Ivanildo, jogador da Académica, também lamentou o sucedido: "Quem escolheu este itinerário não percebe nada de futebol. Nem uma caravana de turistas merece este tratamento".

Os jogadores guineenses tiveram ainda que pagar do seu próprio bolso a estadia num hotel em Roma.

O diretor-geral do Desporto guineense, Carlos Costa, disse que o Governo disponibilizou os meios necessários e que coube à Federação de Futebol a escolha do itinerário da viagem, pelo que "as responsabilidades terão que ser apuradas".

A comitiva guineense era composta por 20 jogadores, seis dirigentes e corpo técnico.

Os jogadores questionaram o itinerário escolhido, dizendo que seria mais fácil viajar de Lisboa para Lusaca (capital da Zâmbia), fazendo escala em Luanda.

A Guiné-Bissau tem dois jogos em casa no mês de setembro, contra o Quénia e o Congo.

Câmara de Bissau manda fechar armazéns e lojas a funcionar em casas inacabadas

A Câmara Municipal de Bissau mandou fechar todos os armazéns e lojas a funcionar em casas inacabadas que se encontrem nas vias urbanas da capital guineense, disse hoje à Lusa o presidente da autarquia, Adriano Ferreira..


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O fecho daqueles espaços começou na sexta-feira na Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria (principal artéria da capital), onde foram encerradas dezenas de lojas que funcionam em casas inacabadas.

 

Adriano Ferreira disse à Lusa que a Câmara apenas está a "fazer cumprir a lei", depois de ter dado uma moratória de seis meses aos proprietários para regularizarem a situação.

"Os proprietários pedem licença à Câmara para iniciarem obras de construção de edifícios, mas antes mesmo da conclusão, alugam a parte inferior para servirem como armazéns de venda de todo tipo de produtos", afirmou Adriano Ferreira.

A ordem de conclusão das obras foi dada aos proprietários em dezembro, mas de acordo com o presidente da Câmara "ninguém moveu uma palha" para cumprir com a determinação da edilidade.

Questionado sobre o número exato de armazéns em causa, Adriano Ferreira admitiu serem "centenas" em toda a cidade de Bissau, mas principalmente na zona do mercado do Bandim.

Aos proprietários será dada mais uma oportunidade para concluírem as obras, mas antes terão que pagar uma multa por incumprimento de uma determinação municipal.

Adriano Ferreira diz que a Câmara "está a fazer um trabalho pedagógico" perante pessoas "que não estão habituadas a viver" dentro de princípios de desenvolvimento urbano, que é, realçou, um dos vetores do programa do novo Governo da Guiné-Bissau - empossado há quase um ano.

MB // PJA

Lusa/Fim

Presidente critica forma como Cassamá pediu desculpas a Angola

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, criticou hoje a forma como o líder do parlamento do país, Cipriano Cassamá, pediu desculpa ao povo angolano, a propósito do golpe militar que aconteceu em Bissau em 2012.
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"Não é aceitável que alguém, ainda que titular de órgão de soberania, decida pronunciar-se em nome de todas as autoridades guineenses, dos partidos políticos ou do povo, sem mandato para o efeito e sem consulta ou articulação prévia com os órgãos normalmente competentes para tal", observou José Mário Vaz.

À saída de uma audiência com o presidente do Parlamento de Angola, no âmbito de uma visita oficial àquele país em 01 de junho, Cipriano Cassamá disse aos jornalistas ter pedido "desculpa em nome do povo guineense".

"Em nome do povo da Guiné-Bissau, dos partidos políticos com e sem assento parlamentar e demais autoridades, pedi desculpas ao povo angolano pelos acontecimentos vergonhosos e tristes ocorridos no meu país, a 12 de abril de 2012", referiu Cassamá, citado pela imprensa angolana.

O líder do Parlamento guineense referia-se à retirada forçada dos efetivos militares e da polícia que estavam em Bissau integrados na Missão Militar Angolana (Missang).

Dirigindo-se aos 13 membros do Conselho de Estado (órgão consultivo do Presidente da República), que hoje tomaram posse, José Mário Vaz disse ser inaceitável aquele tipo de pronunciamento - sem nunca referir ao nome de Cipriano Cassamá, que também estava presente na cerimónia.

Para o Presidente guineense "não está em causa" o que o líder do Parlamento disse, mas sim a sua legitimidade para o fazer.

"Há que haver maiores responsabilidades, há que haver um esforço de contenção do impulso mediático da vontade de aparecer", defendeu José Mário Vaz, pedindo reserva e discrição na conduta pública dos titulares de órgãos de soberania.

"Este estado de coisas não ajuda aos esforços conjuntos de reabilitação da imagem das nossas instituições da República sobre as quais, oportunamente, este conselho será chamado a pronunciar-se", disse ainda o Presidente guineense.

Ao ser convidado para usar da palavra na cerimónia de hoje, na qualidade de presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá disse que não sabia que iria discursar pelo que não tinha nada a dizer.

China pretende triplicar produção de arroz na Guiné-Bissau

A China vai aprofundar a cooperação bilateral com a Guiné-Bissau nos domínios da pesca, agricultura, especialmente na cultura de arroz e noutras áreas de interesse dos dois países, disse quinta-feira em Bissau o embaixador da China.
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O embaixador Wang Hua disse à saída de uma audiência concedida pelo Presidente José Mário Vaz que uma equipa de técnicos agrícolas chineses está a trabalhar na produção de arroz na região de Bafatá e adiantou “pretendemos que essa actividade se alargue às restantes regiões da Guiné-Bissau.”

O embaixador da China acrescentou que, de acordo com a previsão dos técnicos chineses, a produção de arroz na região Bafatá irá na presente campanha agrícola registar uma produtividade triplicada relativamente às campanhas anteriores.

O interesse em aumentar a produção de arroz, produto base da dieta alimentar da Guiné-Bissau, ocorreu na mesma altura em que o governo distribuiu pelos diferentes departamentos estatais cerca de 400 computadores e respectivos acessórios doados pela China.

Artistas da Guiné-Bissau vão cantar fados de Amália Rodrigues

Seis artistas da Guiné-Bissau cantaram fados de Amália Rodrigues ao som da guitarra portuguesa num espetáculo musical no passado sábado , em Bissau.
Artistas da Guiné-Bissau vão cantar fados de Amália Rodrigues
"Cantar fado é difícil. Transpira-se por todos os lados", desabafa Eneida Marta, uma das cantoras, à margem dos ensaios que já decorrem na capital guineense.

Lado a lado com ela no espetáculo "Bissau canta Amália Rodrigues" estiveram  Zé Manel, Binham, Demba, Natalie Insoandé e Ryhmman, vozes habituadas às melodias guineenses.

A guitarra portuguesa esteve nas mãos de Tiago Lopes, que voou de Lisboa para Bissau para tocar neste evento - que representa a sua estreia em África.

"É algo de novo", mais que uma simples "noite de fados", por juntar vozes locais a um estilo tradicional português, destaca o músico.

Ivan e Gogui Embaló acompanharam à viola e demonstrarão empenho.

"É um projeto que mobilizou todo o mundo. Acho que  correu bem", descreve Gogui.

O espetáculo decorreu no espaço aberto da delegação da RTP e Lusa em Bissau, com entrada gratuita, mediante convite, e faz parte da programação destinada a festejar os santos populares na capital.

Numa das ruas adjacentes foram instaladas bancas de comidas e bebidas e houve um segundo palco onde, após o espetáculo de fado, atuaram bandas locais durante o resto da noite, animação que se repetiu na noite de domingo.

Guiné-Bissau Cria Companhia Aérea Com Romena Tender

O Governo guineense anunciou a criação de uma companhia de bandeira do país designada Air Guiné-Bissau num consórcio com o grupo romeno Tender que disponibilizará os aviões.


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O secretário de Estado guineense para o setor dos Transportes e Comunicações, João Bernardo Vieira, apresentou a nova companhia numa unidade hoteleira da capital e referiu que o grupo português Euroatlantic poderá vir a juntar-se ao consórcio.

A Air Guiné-Bissau terá dois aviões, a serem disponibilizados pela Tender até final deste ano, e ligações de Bissau para o Senegal, Cabo Verde, Portugal e França.

Está previsto que um ano depois haja também ligações de Bissau para o Brasil, indicou o secretário de Estado dos Transportes e Comunicações.

De acordo com Bernardo Vieira, a companhia portuguesa Euroatlantic, que faz ligações diretas entre Bissau e Lisboa, pediu tempo para analisar “alguns pontos” do protocolo de acordo para criação da Air Guiné-Bissau.

Para já, a companhia de bandeira da Guiné-Bissau será detida em 40% pelo Estado guineense e em 60% pelo grupo Tender.

João Bernardo Vieira afirmou que a criação da companhia de aviação civil “vai ao encontro das necessidades dos guineenses” em resposta aos desafios do país.

O secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, que em fevereiro classificou a criação da companhia nacional como um desafio pessoal, salientou “o clima de entendimento” registado nas negociações tripartidas (Governo, grupo Tender e Euroatlantic) que decorrem desde quarta-feira em Bissau para augurar “um bom futuro” para a Air Guiné-Bissau.

As três partes devem voltar a encontrar-se nas próximas semanas em Bucareste (Roménia) e em Lisboa, momento em que João Bernardo Vieira espera obter uma posição final do grupo português.

Nos anos 1990, chegaram a ser criados os Transportes Aéreos da Guiné-Bissau, mas a companhia acabaria por falir.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

PM da Guiné-Bissau quer justiça no caso do SEC acusado de falsificação de passaportes

Idelfrides Manuel Gomes Fernandes foi detido na quinta-feira e solto no sábado sem decisão judicial.Domingos Simões Pereira

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau Domingos Simões Pereira lamentou a situação que envolve o secretário de Estado das Comunidades, Idelfrides Manuel Gomes Fernandes, detido na passada Quinta-feira, 4, e libertado no sábado, 6, mas sem qualquer decisão judicial.

Sem entrar em detalhes, Simões Pereira disse que não podia ficar indiferente ao caso em que está envolvido um membro do seu Governo, mas reiterou “confiar e esperar que a justiça seja feita”.

Até agora desconhece-se a base da libertação do secretário de Estado das Comunidades, que se encontrava na sede da Polícia Judiciária em Bissau, mas a VOA sabe que tem havido muitas pressões por gente bem colocado do seu partido, o PAICG, no poder, para a sua libertação por considerar que ele padece de graves problemas respiratórios.

Aguarda-se a qualquer momento uma reacção das autoridades policiais e judicais.

PM lamenta a situação espera que a justiça seja feita não pode ficar indiferente a um colega do governo.

Em determinados círculos, nomeadamente observadores e fontes do poder judicial, estranham a soltura do Governo e temem que a impunidade continue a marcar pontos no país, depois de restabelecida a ordem constitucional há mais de um ano

Idelfrides Manuel Gomes Fernandes é acusado pelas autoridades policiais e judiciais de alegada venda ilegal de passaportes diplomáticos e de serviços.

Recorde-se que meses atrás, muitos cidadãos estrangeiros foram apanhados com passaportes diplomáticos e de serviço, com a assinatura de Gomes Fernandes, em vez da do ministro titular dos Negócios Estrangeiros, como impõe a lei.

Idelfrides Manuel Gomes Fernandes é secretário de Estado das Comunidades desde o Governo de Transição, saído do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012. Entretanto, ele tinha ocupado o mesmo cargo no Governo de Carlos Gomes Júnior.

Presidente da Guiné-Bissau diz que no país se trabalha pouco

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, afirmou hoje que se "trabalha pouco" no país, sobretudo ao nível da Função Pública, onde diz que os funcionários "entram em debandada geral" a partir das 13 horas.
Presidente da Guiné-Bissau diz que no país se trabalha pouco
"O país trabalha pouco, sobretudo os funcionários públicos, a partir das 13 horas é quase uma debandada geral nesse setor. Os responsáveis continuam impotentes face a esta situação", observou José Mário Vaz no seu discurso como convidado de honra para a posse dos órgãos eleitos da Câmara do Comércio.

A nova direção da Câmara do Comércio, liderada pelo empresário Braima Camará, conselheiro especial de José Mário Vaz, tomou posse hoje numa cerimónia presenciada por diversas personalidades políticas e sociais da Guiné-Bissau e por diplomatas estrangeiros.

Quanto ao nível de produtividade no país, o Presidente guineense instou os cidadãos a meterem "a mão na lama" (expressão que no país quer dizer trabalho árduo) para mudar o cenário e criar riqueza.

José Mário Vaz disse também ser incontornável o papel do setor privado na criação do emprego, pelo que deve merecer a atenção por parte do poder público.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

A morte não conseguiu travar a publicação da obra de Luís Cabral

Quando, há 6 anos, a morte o levou, Luís Cabral ia na página 70 do seu livro de memórias. Mas a morte não chegou para que as “Memórias e Discursos” do primeiro presidente guineense,
vissem a luz do dia. Tal como a do seu irmão e primeiro líder do PAIGC, Amílcar Cabral, não travou a independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde.


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Editado pela Fundação Amílcar Cabral, “Memórias e
Discursos” foi lançado na semana passada em Lisboa. Josefina Cabral, viúva do primeiro presidente guineense  afirma  que  o  marido  se  lançou  na  obra “para a nova geração conhecer a realidade do país”.

Os discursos, textos e entrevistas estão hoje espalhados por muitas partes, mas Josefina Cabral recusa que sejam letra morta. “Estão no arquivo, nos jornais, mas ninguém fala”, disse ao Africa Monitor.

A conclusão da obra que a “doença acabou por não deixar concluir”, foi possível com o apoio da investigadora Ângela  Coutinho. Cinco anos depois, Josefina Cabral congratula-se com o resultado.

O livro, diz Josefina Cabral, “é mais para pessoas que não sabem a realidade da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, o porquê da unidade” entre as duas ex-colónias portuguesas.

“Para esta nova geração e as futuras gerações lerem porque se fez a luta de libertação”, adiantou.

O governo de Luis Cabral foi deposto em 1980 por João
Bernardo “Nino” Vieira, seu primeiro-ministro, e o presidente detido durante 13 meses. A fação do PAIGC que tinha origens cabo-verdianas foi acusada por fações guineenses de dominar o partido. Seguiu-se o exílio em Cuba, e, desde 1984, Portugal.

Sempre se recusou a regressar a Bissau enquanto “Nino” estivesse no poder. Só o fez depois da queda de “Nino”, em 1999. Mas nunca aceitou voltar ao PAIGC ou à política guineense. Para já, a família não pensa trasladar os seus restos mortais à terra-natal.

Segundo Josefina Cabral, o pagamento da pensão do ex.presidente sempre foi irregular e não foi possível recuperar os valores em atraso. Ainda agora, que a viúva é a beneficiária, “sempre que há problemas” em Bissau,  há corte”.

Blatter: Como ganhar eleições rodeado de corrupção

Joseph Blatter ‘goleou’ o único adversário no acto eleitoral da sexta-feira passada. As federações asiáticas, africanas e centro-americanas tiveram um peso decisivo neste desfecho.


Blatter: Como ganhar eleições rodeado de corrupção
Existiam 133 razões para Joseph Blatter continuar a ser o presidente da FIFA. Foi esse o número de votos que permitiu ao suíço ser reeleito pela quinta vez consecutiva na semana passada. O príncipe jordano Ali bin Al Hussein alcançou apenas 73 votos na primeira ronda e desistiu de ir à luta na segunda volta.

Blatter conseguiu uma vantagem esmagadora apenas dois dias após as detenções de oito actuais ou antigos dirigentes da FIFA acusados de corrupção – sete na Suíça e um em Trinidad e Tobago. Apesar de mais este escândalo, o líder mundial do futebol voltou a juntar os votos suficientes para se manter à frente da FIFA, graças à força que consegue reunir nas confederações da Ásia (AFC), de África (CAF) e da América do Norte, Central e Caraíbas (CONCACAF).

Os presidentes são escolhidos pelas 209 federações que compõem a FIFA, cada uma com direito a um voto. O poder de Blatter tem vindo a diminuir na Europa (54 federações) muito por culpa da pressão de Michel Platini, presidente da UEFA, mas mantém-se inalterado noutras zonas do globo.

Logo no dia seguinte às detenções dos dirigentes da FIFA, o xeque Salman bin Ebrahim Al Khalifa, líder da AFC, reiterou o apoio da confederação ao suíço: «Deixámos claro o caminho que a Ásia tomará nas eleições. As 46 federações comprometeram-se com Blatter. Nada mudou».

Discurso semelhante ao protagonizado por Issa Hayatou, presidente da CAF, que já tinha prometido os 54 votos dos países africanos para a reeleição do suíço.

A lealdade de asiáticos e africanos explica-se pelo apoio que a FIFA tem dado a estes países desde 1998, ano em que Blatter assumiu a liderança. Foi sob a sua presidência que a Ásia se estreou a organizar Mundiais (Coreia do Sul/Japão em 2002) e o mesmo aconteceu com África (África do Sul em 2010).

O número de vagas no Campeonato do Mundo para equipas dos dois continentes também aumentou – de dois para cinco em África e para quatro na Ásia. Além de que africanos e asiáticos passaram a ter mais representantes na própria direcção da FIFA, descentralizando o poder que residia na Europa.

Na sequência das detenções, Platini pediu a cabeça de Blatter, mas esta posição quase não encontrou eco fora da Europa.

«O que está a ser falado sobre a FIFA e sobre Blatter é algo que nós, no futebol indiano, não reconhecemos», disse Kushal Das, secretário-geral da federação da Índia, ao The Guardian. «A FIFA tem-nos apoiado muito, sem ela não íamos a lado nenhum. É uma organização fantástica, que está a fazer um grande trabalho para que o futebol evolua na Índia e em todo o mundo».

Nem a pressão do governo alterou o sentido de voto de alguns países, como é o caso da Guiné Bissau. O poder político queria apoiar Figo, devido às relações entre Portugal e Guiné, mas o presidente da federação guineense, Manuel Nascimento Lopes, foi claro: «Quem tiver o seu compromisso com o Luís Figo que vá ter com ele. Eu vou votar no Joseph Blatter».

Países como a Guiné mantêm-se fiéis ao suíço por causa da ajuda financeira dada pela FIFA. Os estatutos da entidade obrigam a que 70% do lucro obtido em cada Mundial seja reinvestido no futebol. E Blatter faz esse investimento como entende, limitando as hipóteses da concorrência.

No dia seguinte à apresentação das candidaturas de Figo, Michael van Praag e Al Hussein, o presidente da FIFA anunciou que iria distribuir cerca de 300 mil dólares (265 mil euros) por cada uma das 209 federações. A verba não significa muito para alguns países, mas representa cerca de 20% do orçamento anual de 100 das 209 federações com poder de voto.

A mesma prática foi utilizada antes das eleições de 2011. Num congresso da CONCACAF, Blatter doou perto de um milhão de euros à confederação. Platini estava presente e disse a Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA, que não havia autorização para aquela oferta. Valcke respondeu: «Calma, eu vou encontrar o dinheiro para o senhor Blatter». 

Secretário de Estado das Comunidades, Idelfrides Fernandes, saiu em liberdade

Idelfrides Fernandes, secretário de Estado das Comunidades da Guiné-Bissau, indiciado por alegada atribuição ilícita de passaportes, saiu este domingo em liberdade, depois de ter sido detido, pela Polícia Judiciária, na passada quarta-feira.

Idelfrides Fernandes foi detido quando saia da sede do Parlamento e é indiciado como um dos principais responsáveis num alegado esquema ilícito de atribuição de passaportes a cidadãos estrangeiros.

A polícia guineense intercetou, na semana passada, vários cidadãos chineses, no Aeroporto Internacional de Bissau, na posse de passaportes diplomáticos da Guiné-Bissau.

Os documentos terão, alegadamente, sido emitidos durante o Governo de transição no país, que esteve à frente da Guiné-Bissau, entre 2012 a 2014, na sequência do golpe militar de abril de 2012.

Amido Baldé decide jogar pela Guiné

Amido Baldé, antigo avançado do Vitoria de Guimarães, disse esta sexta-feira em Bissau que vai jogar pela seleção da Guiné-Bissau, depois de representar Portugal nas camadas jovens.
Amido Baldé decide jogar pela Guiné
A Guiné-Bissau prepara-se para defrontar a Zâmbia no próximo dia 13 no jogo da fase de grupos para a Taça de Africa das Nações a disputar em 2017 no Gabão.

"Neste momento sinto-me apto e confirmo que vou jogar pela seleção da Guiné-Bissau. Sinto-me confiante. Estou de corpo e alma. Já fui convidado em outras ocasiões mas não vim, agora posso dizer que decidi jogar pela seleção da Guiné-Bissau", afirmou Amido Baldé.

O avançado, que agora representa os israelitas de Apoel Telavive, viajou hoje para Portugal depois de alguns dias de férias em Bissau junto da família para se juntar ao resto de jogadores convocados para a seleção guineense.

Amido Baldé vai juntar-se aos 23 jogadores convocados pelo técnico português Paulo Torres que orienta a Guiné-Bissau para preparem o jogo do próximo dia 13 contra a Zâmbia.

O jogador que representou Portugal nas camadas de formação disse que decidiu jogar pela Guiné-Bissau por acreditar estar preparado para ajudar "a dar alegria aos guineenses sobretudo as crianças".

Amido Baldé não censura, porem, os jogadores filhos de pais guineenses que recusaram jogar pela Guiné-Bissau, casos de Pelé e Abel Camara, ambos do Belenenses.

"A desorganização na seleção da Guiné-Bissau leva a que muitos jogadores que em tempos jogaram por Portugal optem por não vir representar a nossa seleção", defendeu Baldé.

No seu caso concreto, Amido Baldé diz ter decidido jogar pela Guiné-Bissau por pressões familiares, mas sobretudo por ter sido contatado formalmente pelo vice-presidente da Federação, Carlos Teixeira.

Guiné-Bissau lança projeto para transporte público adaptado para deficientes

A Secretaria de Estado guineense dos Transportes e Comunicações lançou hoje um projeto para que os transportes públicos coletivos passem a adaptar os veículos para transportar pessoas portadoras de deficiências motoras.
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Cesário Ferreira, diretor do gabinete do secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, disse à Lusa que o país "deve adequar-se às exigências internacionais" na matéria de proteção e defesa de pessoas com deficiências.

À partir de hoje e num prazo de seis meses, o Governo deu outros seis meses às transportadoras terrestres do serviço público, para que adaptem os veículos com bancos e rampas de acesso para facilitar a vida às pessoas portadoras de deficiências.

Com o financiamento da Secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações, cinco "toca-tocas" (como são popularmente designados os transportes interurbanos) foram adaptados e hoje apresentados numa cerimónia pública que marca a campanha de sensibilização aos donos dos transportes coletivos em Bissau.

O Governo também exorta aos condutores e ajudantes que passem a prestar auxílio aos deficientes que passarão a pagar a metade do preço das viagens.

Aidler Gomes, secretário executivo da Federação de Pessoas Portadoras de Deficiências afirmou que "a Guiné-Bissau, finalmente começa a olhar para os seus deficientes" com políticas de inclusão.

Os deficientes guineenses queixam-se de falta de atenção sobretudo dos condutores que acusam de relutância em os transportar.

MB // EL

Lusa

Investigadoras portuguesas apresentam estudo sobre 'crianças-feiticeiras' na Guiné-Bissau

Duas investigadores portuguesas apresentaram na Guiné-Bissau um estudo sobre a problemática de crianças ostracizadas pelos pais como sendo "irãs" (feiticeiras) apenas por terem doenças ou caraterísticas diferenciadas.
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Filipa Gonçalves e Sofia Alves, da Fundação Fé e Cooperação (FEC), apresentaram na quinta-feira o estudo financiado pela União Europeia, para demonstrarem uma violação dos direitos das crianças.

O irã é no imaginário de muitos povos guineenses uma divindade com poderes sobrenaturais que tanto podem ser usados para fazer o mal como o bem aos vivos.

Em declarações à agência Lusa, Filipa Gonçalves referiu que "a criança-irã é uma nomenclatura simplificada" usada pela população guineense para denominar um menor com alguma característica diferenciada dos outros.

Para as comunidades das nove regiões da Guiné-Bissau estudadas pelas duas investigadoras portuguesas, as crianças-irãs "são seres especiais, muita das vezes abandonadas ou maltratadas" quando na realidade apenas são diferentes por terem alguma doença, defeito físico ou intelectual.

Filipa Gonçalves cita o caso de crianças que sofrem de epilepsia que são ostracizadas quando estão a ter convulsões, o que, "para as comunidades, são manifestações do irã", disse.

O estudo, apresentado na Casa dos Direitos em Bissau, revela também que as comunidades consideram ainda uma criança com desnutrição crónica como sendo irã, quando não têm respostas para o problema da sua falta de alimentos, adiantou Filipa Gonçalves.

As investigadoras portuguesas levaram três anos a realizar o estudo, que agora pretendem dar a conhecer a maior número de pessoas na Guiné-Bissau para o que consideram ser "um problema sério, mas pouco falado" na sociedade guineense.

As autoras do estudo querem que o problema da criança-irã seja colocado na agenda pública da Guiné-Bissau como tem sido a excisão genital feminina.

MB // VM

Lusa/Fim

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Secretário de Estado das Comunidades da Guiné-Bissau detido pela Polícia Judiciária

O secretário de Estado das Comunidades da Guiné-Bissau, Idelfrides Fernandes, encontra-se detido nas celas da Policia Judiciaria em Bissau no âmbito das investigações sobre a concessão de passaportes do país a cidadãos estrangeiros, disse à Lusa fonte judicial.

De acordo com a fonte, a detenção ocorreu quando o secretário de Estado saía da sede do Parlamento e abordado pela polícia, Idelfrides Fernandes "não ofereceu resistência" tendo sido conduzido para a vara-crime do Ministério Público para ser ouvido nos autos e posteriormente levado para as celas daquela polícia.

O governante foi ouvido pelo magistrado Mário Ialá que, desde segunda-feira, emitiu um mandado para a sua detenção, indicou a fonte judicial.

Idelfrides Fernandes é indiciado como sendo responsável num esquema de atribuição de passaportes a cidadãos estrangeiros, nomeadamente chineses.

A polícia guineense intercetou na semana passada vários cidadãos chineses, no aeroporto internacional de Bissau, na posse de passaportes diplomáticos da Guiné-Bissau.

Os documentos teriam sido emitidos durante o Governo de transição, que dirigiu a Guiné-Bissau entre 2012 a 2014 até à realização de eleições gerais na sequência de um golpe militar.

Segundo a fonte judicial, por ser deputado eleito, Idelfrides Fernandes ainda esteve no Parlamento tentando invocar a sua imunidade para não ser detido.

Fonte do Parlamento disse à Lusa, porem, que por ser membro do Governo, Fernandes "deixou de gozar da imunidade parlamentar, por incompatibilidade" de funções.

MB // EL

Lusa

Exportação de castanhas de caju vai atingir 20 mil toneladas

Bissau – A exportação de castanhas de caju na Guiné-Bissau vai atingir 20 mil toneladas e mais de 91 mil toneladas já se encontram nos diversos armazéns aguardando encaminhamento para mercado internacional, garantiu Jaimentino Co, Director-geral de Comércio e Concorrência.


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Em declarações, no âmbito de um retiro que o Ministério do Comércio organiza esta sexta-feira 5 de Junho em São Domingos, Jaimentino Co, Director-geral de Comércio e Concorrência disse que até este momento tudo indica que a campanha decorra na maior normalidade. “Se as coisas continuarem assim, tudo indica que vamos ter uma boa campanha. Já saiu o primeiro navio que levou 10 mil toneladas o outro ainda esta a proceder carregamento e no final do processo podemos contabilizar com uma soma perto de vinte mil toneladas”, disse Co.

Em termos dos stocks deste produto, o Director-geral do Comércio disse que actualmente mais de 91 mil toneladas já se encontram nos diversos armazéns aguardando encaminhamento para mercado internacional. “Os dados que nos chegam a partir dos nossos postos de controlo, indicam que já temos 96 mil toneladas de castanhas em Bissau, subtraindo a quantidade de 10 mil já exportada podemos contar com aproximadamente 91 mil toneladas de castanha a exportar”, disse.

Sobre a previsão inicial do Governo de exportar este ano 200 mil toneladas de castanha de caju, o responsável da Direcção-geral do Comércio argumentou com a mudança climática que terá tido repercussões negativas nesta campanha, contudo está confiante numa boa colheita e comercialização de castanha de caju devido ao controlo apertado nas linhas fronteiriças da Guiné-Bissau.

“Para não ser muito optimista, posso dizer que ainda temos castanhas, talvez devido a mudanças do clima, já estamos na época das chuvas, existe castanha ainda nos cajueiros, mesmo que não atingirmos o valor inicial, 150 ou 180 mil toneladas de castanhas exportadas, seria um bom resultados para nós, isto também porque temos um controlo muito apertado sobre a saídas clandestinas de castanhas a nível das fronteiras”, disse Jaimentino.

No encontro desta sexta-feira em São Domingos, na qual também participa o titular da pasta do comércio António Serifo Embalo, vão ser discutidos, entre outros assuntos, a questão da fiscalização desta campanha, ambiente dos negócios, seu impacto, variação do preço de castanha no mercado desde início da campanha e a exportação da castanha.

LGDH receia catástrofe humanitária nos centros de detenção da PJ e da POP

Bissau - A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) alertou esta quarta-feira, 3 de Junho, o Governo no sentido de encerrar os Centros de Detenção da Polícia Judiciária (PJ) e da 2.ª Esquadra, em Bissau.


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O novo Presidente da Organização, Augusto Mário da Silva, fala na superlotação e nas más condições das referidas celas, adiantando que os reclusos correm o risco de «morrer asfixiados». Mário da Silva argumentou com o facto de «uma cela com capacidade para 35 pessoas passar a ter, 110 detidos», dados que, segundo ele, reportam a Maio.

Adicionalmente, no caso concreto das celas da PJ, com o problema do esgoto, o odor das casas de banho volta para o interior da cela misturando-se com o ar respirado pelos reclusos, que correm sérios riscos, a menos que a situação seja corrigida o mais brevemente possível.

O dedo acusador vai diretamente para o Ministério Público, que segundo a LGDH colocou vários indivíduos nas referidas celas e em circunstâncias de ilegalidade total.

«Entre os 110 detidos no centro da PJ, 20 estão em condição ilegal, pois as suas prisões preventivas não foram legalizadas pelo Juiz de Instrução Criminal, sob o requerimento do Ministério Público», afirmou Augusto Mário da Silva.

O Presidente da LGDH concluiu dizendo que, «se não houver inversão deste quadro nos próximos dias ou semanas, a organização pondera accionar uma queixa-crime contra o Estado da Guiné-Bissau, junto das instâncias judiciais da CEDEAO».

Não houve ainda uma reacção das autoridades visadas e a LGDH disse ter advertido, várias vezes, às entidades Estatais sobre esta situação, que não se limita apenas à capital, Bissau, mas também se regista no interior do país. No entanto, conforme fontes da organização, a situação está mais atenuada no interior.

União Europeia financia gestão de resíduos sólidos na capital da Guiné-Bissau

Um projecto de gestão de resíduos sólidos urbanos em Bissau (GRSU-Bissau), que consiste na remoção de lixos em 10 bairros e 20 escolas, foi lançado quarta-feira na capital da Guiné-Bissau.

Com a duração de dois anos, o projecto financiado pela União Europeia em mais de 556 mil euros, conta com a parceria da Associação Internacional de Voluntários Leigos (LVIA – Associazione Internazionale Volontari Laici), uma organização não-governamental italiana que trabalha na área de gestão de resíduos sólidos em diferentes países da África há mais de 10 anos.

O projecto, que possui uma componente de sensibilização, inclui a prestação de conselhos à população sobre como lidar com os resíduos sólidos, disse o vice-presidente da Câmara Municipal de Bissau (CMB) e coordenador do GRSU-Bissau, Fernando Arlete.

O presidente da Câmara Municipal de Bissau Adriano Gomes Ferreira disse que o lixo constitui um dos grandes problemas que a Guiné-Bissau enfrenta neste momento, tendo dado como exemplo o facto de apenas na capital produzirem-se diariamente 250 toneladas de detritos.

Presente na sessão de lançamento do projecto, o embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau, Victor Madeira dos Santos, disse esperar que o projecto reforce a capacidade de intervenção dos serviços de saneamento e dos apanhadores de lixo da CMB.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Secretário de Estado das Comunidades da Guiné-Bissau com mandado de captura

É acusado de emissão ilegal de passaportes diplomáticos e de serviços.

O secretário de Estado das Comunidades Idelfrides Manuel Gomes Fernandes, está em apuros com a justiça e pode vir a ser detido a qualquer momento.


Passaporte
Fontes seguras disseram à Voz da América que há mais de uma semana a Procuradoria Geral da República emitiu um mandado de detenção contra o titular da pasta das comunidades, sob acusação de alegada venda ilegal de passaportes diplomáticos e de serviços.

Segundo as mesmas fontes, o secretário de Estado chegou a ser abordado por oficiais de diligência, mas resistiu à prisão. Espera-se a qualquer momento uma reacção da Polícia Judiciária, que dirigiu a investigação ou do Ministério Público.

Recorde-se que meses atrás muitos cidadãos estrangeiros foram apanhados com passaportes diplomáticos e de serviço, os quais tinham a assinatura do Secretário de Estado das Comunidades, em vez da do ministro titular dos Negócios Estrangeiros, como impõe a lei.

Idelfrides Manuel Gomes Fernandes é secretário de Estado das Comunidades desde o Governo de Transição, formado na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, cargo que já havia desempenhado também  no Governo de Carlos Gomes Júnior.

Fonte : Voa

Atleta guineense conquista medalha de ouro

Augusto Midana revalidou o título de campeão africano de luta livre na categoria de 74 quilos. O atleta guineense Augusto Midana revalidou o título de campeão africano de luta livre na categoria de 74 quilos, nos campeonatos que terminaram domingo no Egito.



Augusto Midana, que conquistou pela quinta vez a medalha de ouro, venceu um atleta da Nigéria nas meias-finais e outro do Egito na final. O treinador do lutador guineense, Aristóteles Soares da Gama, elogiou a proeza de Augusto Midana, dizendo que o seu 'pupilo' devia ser promovido a herói nacional pelas suas conquistas.

"O Midana leva o nome da Guiné-Bissau aos píncaros da fama africana e mundial, devia ser considerado um herói nacional", defendeu Soares da Gama. Augusto Midana, que representou a Guiné-Bissau nos Jogos Olímpicos de Londres2012 e Pequim2008, bem como no Campeonato do Mundo da luta livre, no Uzbequistão, em setembro passado, deve chegar a Bissau, vindo de Cairo, esta quinta-feira.

O drama das crianças de e na rua “Na Guiné-Bissau, por exemplo, 40 por cento das crianças estão na rua”

Angola e Moçambique Guiné-Bissau, com diferentes matizes e poucas soluções.
Foto de arquivo


Assinala-se hoje, em vários países, o Dia Internacional da Criança, ocasião geralmente aproveitada para se falar sobre a situação da infância no mundo e discursos de ocasião. Um recente estudo da Organização das Nações Unidas revela que mais de 150 milhões de crianças estão nessa situação.

Na Guiné-Bissau, por exemplo, 40 por cento das crianças estão na rua e em Moçambique, apesar de haver casas de apoio, passam o dia na rua à procura de sustento. Em Angola, a guerra e a pobreza deixaram u rasto de abandono.

Abandonadas, descartadas, rejeitadas e lançadas fora, é como as especialistas das Nações Unidas Maud Boer-Buquicchio e Leilani Farha descrevem a situação de mais de 150 milhões de crianças em todo o mundo. Elas sofrem de grandes privações e violações de direitos.

Na Guiné-Bissau, o fenómeno das crianças na rua é preocupante, com 40 por cento dos menores na rua, enquanto 60 por cento encontra-se fora do sistema escolar.

Causas estruturais, conjunturais e comportamentais estão na origem deste fenómeno, segundo explica Laudilino Medina, Secretário Executivo da Associação dos Amigos das Crianças.

“Além dos conflitos que provocaram a paralisação de actividades escolares e a desestruturação da sociedade, em algumas tribos os pais priorizam os trabalhos domésticos e na lavoura em vez de enviar os filhos à escola”, diz Medina.

Em Angola, as crianças de rua constituem um fenómeno preocupante. Na sua origem estão a longa guerra, a pobreza, o absentismo dos pais e a fuga à paternidade, segundo Adilson Caldeira, da associação Twana Twangola, que em português significa filhos de Angola.

Quanto a soluções, Caldeira aponta “legislação que elimine o vazio legal actual, mas mais do que um documento que proteja esse grupo, o mais importante são os programas estruturais, que assegurem a integração social dessas crianças”.

Ele lembra que muitas perderem o vínculo com as famílias devido à guerra.

Na Guiné-Bissau também falta uma política nacional para a infância, a começar “por um documento estratégico básico, bem como a criação de uma rede que integre todos que trabalham com as crianças, tanto ao nível público como privado”, defende Laudilino Medina.

Em Moçambique, as crianças que vivem na rua têm encontrado abrigos onde passam a noite, mas “devido à falta de recursos dessas organizações de apoio, os menores são praticamente obrigadas a procurarem o sustento nas ruas”, de acordo com Célia Claudina, Rede de Comunicadores Amigos as Crianças.

Este ano, o Dia Internacional da Criança em Moçambique tem como foco o combate ao casamento precoce que afecta 50 por cento das meninas do país.

Fonte : VOA

Companhia TACV inaugura voos diretos para Providence e retoma quarta o de Bissau

A companhia Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) inaugura terça-feira o voo direto para Providence (Rhode Island, EUA) e, no dia seguinte, retoma a rota para a Guiné-Bissau, indicou hoje em comunicado a empresa cabo-verdiana.
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No comunicado, a TACV adianta também que, no quadro do plano de expansão da companhia, anunciado em janeiro, sexta-feira será também inaugurada a ligação direta com o Recife, no Brasil, que passa a ser o segundo destino da empresa naquele país, depois de Fortaleza.

Os voos inaugurais, lê-se no documento, serão acompanhados de comitivas oficiais, com o que segue com destino a Providence, onde reside uma importante diáspora cabo-verdiana, a contar com a ministra das Comunidades de Cabo Verde, Fernanda Fernandes.

Providence, para onde parte o aparelho da TACV às 11:30 de terça-feira (13:30 em Portugal), torna-se o segundo destino da companhia para os Estados Unidos, uma vez que já voa para Boston (Massachusetts).

Quarta-feira à noite, às 22:00 locais, a TACV retoma os voos para Bissau, quase três anos depois de suspensos na sequência do golpe de Estado de abril de 2012, avião em que, oficialmente, viajará o Cônsul da Guiné-Bissau em Cabo Verde, Cândido Barbosa.

Na noite do dia seguinte, às 20:05 locais, será a vez do início dos voos diretos e semanais para o Recife, cujo convidado oficial é o embaixador do Brasil em Cabo Verde, João Inácio Padilha.

Na viagem de regresso à Cidade da Praia, cuja chegada à Cidade da Praia está prevista para as 06:20 locais, o avião da TACV trará uma comitiva política e empresarial do estado de Pernambuco, em missão exploratória a Cabo Verde, à procura de oportunidades de negócio no setor turístico.

A missão integra o secretário de Turismo, Desporto e Lazer de Pernambuco, Felipe Carreras.

O lançamento das novas rotas acontece no momento em que há um "braço de ferro" entre a TACV e a Agência de Aviação Civil (AAC) cabo-verdiana devido à atualização tarifária dos preços das passagens inter-ilhas, feita de forma unilateral e sem conhecimento prévio da entidade reguladora.

Contrariando a decisão da AAC, que exigiu a reposição do antigo tarifário, a TACV manteve o novo, que prevê aumentos significativos, alguns deles de 17% e de 27%.

A AAC já abriu um processo judicial à TACV, que, como consequência última, poderá levar à suspensão das operações da transportadora aérea de bandeira cabo-verdiana.