sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

União Europeia preocupada com alegado plano para deter líder do Parlamento da Guiné-Bissau

O representante da União Europeia na Guiné-Bissau, o português Vítor Madeira dos Santos manifestou-se hoje preocupado com as informações sobre um alegado plano para prender e destituir o líder do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá.

Vítor Madeira dos Santos assinalou que a comunidade internacional "estará atenta" por estar preocupada com a "contínua onda de rumores" que, afirmou, impedem a Guiné-Bissau de terminar o ano com serenidade e confiança no futuro.
O alegado plano foi denunciado na terça-feira em Bissau por Nuno Nabian, candidato derrotado na segunda volta das últimas eleições presidenciais guineenses e atual líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).
Segundo Nabian, o plano estaria a ser orquestrado pelo Governo e passaria pela detenção de Cassamá que seria destituído para dar lugar a uma nova liderança no Parlamento para desta forma facilitar a aprovação do programa de ação do executivo do primeiro-ministro Umaro Sissico Embaló.
Quatro dos cinco partidos no Parlamento não reconhecem o atual Governo e prometem não aprovar o seu programa no hemiciclo bem como o Orçamento Geral do Estado, situação que poderia levar o chefe do Estado guineense, José Mário Vaz, a demitir a equipa de Sissoco Embaló.
A Constituição guineense dá até 60 dias ao primeiro-ministro para que faça aprovar o seu programa de ação e o Orçamento Geral no Parlamento caso contrário o Governo é demitido pelo chefe do Estado.
Para dar conhecimento sobre a alegada ameaça de que é alvo, o presidente do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá reuniu-se hoje com os representantes da comunidade internacional e com a Liga dos Direitos Humanos.
Em nome da comunidade internacional, o representante da União Europeia disse terem sido informados por Cassamá sobre a denúncia feita por Nuno Nabian da qual tomaram nota e prometem acompanhar o evoluir da situação.
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto da Silva, disse que a sua organização vai continuar a monitorar a situação e espera que a denúncia, por ser pública, deve merecer a investigação por parte do Ministério Público.
Um porta-voz do presidente do Parlamento guineense, Inácio Tavares, responsabilizou, na quarta-feira, o chefe do Estado, José Mário Vaz, de ser o autor do suposto plano de detenção e destituição de Cipriano Cassamá.
MB // JMR
Lusa

sábado, 10 de dezembro de 2016

Presidente do Parlamento guineense pede à comunidade para resolver crise

O presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, reuniu-se hoje com os representantes da comunidade internacional para lhes pedir que ajudem a resolver a crise política no país.

Casamá pediu aos diplomatas que intervenham junto dos atores políticos guineenses para lhes solicitar "contenção e resfriamento" de posições.

O presidente do parlamento diz que está a procurar a melhor forma de acabar com a crise política que assola o país há mais de 15 meses e hoje reuniu-se hoje com os elementos do chamado 'P5', espaço de concertação que junta ONU, União Europeia, União Africana, CEDEAO e CPLP.
"O presidente do Parlamento pediu contenção e resfriamento de posições entre as partes para facilitar a tarefa da CEDEAO", na mediação da crise política guineense, disse Óscar Barbosa, conselheiro político do líder do hemiciclo da Guiné-Bissau.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) mandatou o Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, para que medie a crise política na Guiné-Bissau e este prometeu anunciar, no próximo dia 17, os resultados das consultas que conduziu na capital do seu país, em outubro.
Cipriano Cassamá quer que as partes envolvidas na crise política guineense não tomem nenhuma posição até dia 17, altura em que Condé irá pronunciar-se sobre a figura de consenso que teria sido escolhida para primeiro-ministro da Guiné-Bissau.
Para clarificar o que teria ficado decidido no chamado Acordo de Conacri, Cassamá deslocou-se até a Guiné-Conacri na semana passada e hoje transmitiu aos elementos da comunidade internacional o que falou com Alpha Condé.
O líder do parlamento guineense pediu também aos representantes da comunidade internacional que aguardem pela cimeira de chefes de Estado da CEDEAO, a ter lugar na cidade nigeriana de Abuja, para se posicionarem sobre se apoiam ou não o governo que for instituído na Guiné-Bissau.
O Presidente guineense, José Mário Vaz, nomeou o general na reserva Umaro Embaló como primeiro-ministro, mas três dos cinco partidos com representação parlamentar recusam-se a integrar o governo que Embaló vai formar.
Acusam o chefe de Estado de ter furado o Acordo de Conacri ao nomear Embaló sem que este tenha merecido o consenso das partes signatárias do acordo.